segunda-feira, 17 de maio de 2010

Essas rodovias que levam a lugar nenhum.


Às vezes eu fico pensando como a vida pode ser breve e simples como a chama de uma vela exposta à janela.
Todas as manhãs, em torno de 6h45, levo as crianças (meus filhos e o neto de um amigo) para a escola, dista uns 9 km de casa.
Me acredito um motorista cauteloso, salvo um ou outro lapso, como no dia em que atropelei meu próprio cachorro, o Dudu, em minha própria garagem. Ninguém mandou ele cruzar a traseira do carro enquanto eu recuava para sair da vaga.
O fato é que esta manhã, no mesmo bat-horário, trafegava por uma das três pistas na Assis Chateaubriant, em torno de uns 90 km/h. As crianças dormitando no banco de trás, como aliás convém. No rádio, uma velha canção do grupo Kid Abelha.
De repente, enquanto eu planejava meu dia, começa um grande fluxo numa das duas pistas da direção contrária, o que já me faz aumentar a atenção. Foi quando um caminhão, dirigido possivelmente por um “debilóide”, ignorando a mais obsoleta regra de comportamento no trânsito, sai de sua pista e avança pela minha.
Bastaria meio segundo de distração minha... um olhar pelo espelho para ver as crianças... uma troca de estação... um bocejo... e quatro vidas seriam ceifadas, numa manhã de segunda-feira.
Fico pensando no que leva estes irresponsáveis a agirem assim. Eu lamento que tenhamos que estar com as vidas nas mãos de gente como essa.
Por outro lado, penso também nas promessas do governo do Estado que já adiantou: “Haverá duplicação”.
Se eu fosse para o plano espiritual, iria infernizar (assombrando) a campanha do Serra. Nunca vi tanta coisa sem sair do papel.

Outro problema grave de nossas rodovias são os tais caminhões de cana. Eu trafego semanalmente para dar aulas em rodovias e tenho passado um sufoco atrás desses “treminhões”. Eles andam a 10 por hora e você pode até pensar... se é assim, porque não ultrapassa? E eu digo que não o faço, porque atrás deles vai uma coluna de dezenas de carro. A angústia vai tomando conta de todos e de repente, alguém resolve sair e vai uma meia dúzia atrás. Não é raro vermos carros na outra faixa se jogando no acostamento ou desviando de súbito. Fico pensando no montante de acidentes que isso provoca e porque os governos federal e estadual não arrumam vias alternativas para esses pobres trabalhadores que arriscam suas vidas e colocam a de tantos outros em perigo.
Tudo em nome do dinheiro e da ganância dos usineiros...

Pagar pedágio já virou brincadeira de criança. Tem um chegando em Onda Verde. Cadê a duplicação da BR minha gente? Desde que sou criança ouço esta história. Já perdi parente e amigos nesta pista que liga Rio Preto a Nova Granada. Quantas famílias mais precisam prantear seus filhos ou pais?
Daí o consciente vai me dizer que não me preocupo com coisas mais importantes. Vai me cobrar sobre as estradas do Pará, por exemplo.
Então sou obrigado a dizer que nem asfalto legal na frente da minha casa eu consigo.

Mas rodovia é realmente um problema pequeno, que só agride quem dela faz uso ou dela depende para viver ou receber suas mercadorias.
Há problemas piores. Mas vou dizer uma coisa... O governo Lula aumentou tanto a capacidade de renda das classes D e E, que estes estão agora comprando muito mais carros. Cerca de 7% mais que compravam há 10 anos. Sabe o que isso significa? As estradas vão ficar mais lotadas.
E por falar em Lula... enquanto todo mundo o criticou pelo “vacilo” na Rússia, sobre a invasão do Afeganistão, eu o aplaudo. Acho que o mundo está precisando de mais sinceridade.

Falando nisso, parabéns à diplomacia brasileira. O acordo produzido na visita ao Irã deverá deixar os norte-americanos chateados. Os subservientes secretários do Obama não conseguiram um terço do que Lula tem conseguido. É outra vitória de nossas relações exteriores. Cadê os comentários do “direto ao assunto” sobre isso? Ah, está ocupado demais falando de abobrinhas.

Pra desespero de meus amigos palmeirenses e sãopaulinos, o Timão veio com tudo para o Brasileirão. É isso... Um ano de centenário, apenas começou.

Quero recomendar o filme Contatos Imediatos do 4º Grau que contém cenas reais de um documentário produzido e incorporado no filme. Vale à pena e faz a gente pensar muito.

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