domingo, 14 de fevereiro de 2021

Não é como mudar... mas quando mudar que importa.

Hoje é um daqueles dias em que estou profundamente melancólico. E quando isso acontece, não reajo bem.  Escrevo e falo porcarias e penso coisas muito ruins, sem sentido.  Mas fazer o que se estou abatido de fato.

Não devido as coisas que estou enfrentando e que mal ou bem fazem parte do dia a dia de uma pessoa normal.  Afinal, não há privilégios.  Alegrias e dores são comuns a todos os seres humanos.

Meu alquebramento de hoje, se deve muito mais por contemplar a futilidade da qual se revestem algumas vidas.  Me incomoda a sua insensibilidade pelo conjunto da criação e sua inatividade permanente frente aos "gritos desesperados" do mundo.  Figuras que embora munidas de possibilidades, não agem, não debatem ou sequer fazem qualquer movimento pelo próximo e pelo ambiente em que se encontram inseridas. Peso morto.  Desperdício de oxigênio é o que são para mim.

Sim, parece também a mim, bastante arrogante de minha parte não fazer a própria autocrítica, adequada e altamente consciente.  Eu mesmo olhar pra minha própria insignificância já seria um bom começo. 

Só que tem uma coisa. Me cobro muito, o tempo todo, enquanto tento acrescentar alguma informação mais ampla num debate, militando politicamente nas ruas ou nos ambientes profissional e familiar, desgastando relações e sendo "chato" com quem está a meu lado. 

Já esses a quem aponto, como é que estando inertes ou coniventes não sentem repulsa de si mesmos?

Falo dos detentores de poder, influência, capital ou faculdades fantásticas. Como não se sentem mal e não implodem diante de seu vazio e inutilidade? Afinal, diz a máxima cristã: "a quem é muito dado, muito será cobrado".

Não têm,  todos esses políticos, atores, apresentadores, jornalistas, influenciadores, youtubers, "guias espirituais" etc. compromisso com a vida, com a verdade e com o futuro?  

Gargantas sem volume como a minha, só fazem achacar.  Enquanto isso, a situação vai persistir até quando? 

Costumo crer piamente que somos o resultado do passado, mas que, embora hoje, também somos os promotores desse mesmo passado.  Na infinita e metafórica linha do tempo, quem garante que essa forma de agir de hoje, não acarretou tudo o que já vivemos e que nos trouxe até aqui?

Por isso a melancolia.  O medo de um círculo vicioso que não terá nunca um termo.  Pois ainda agora estava vendo as mortes da COVID, os carnavais "escondidos" de alguns desafiando a sorte e por fim, o apreço de quase todos por uma ilusão de futuro, que orienta o nosso presente. Exatamente isso.  Ou seja, por almejar algumas coisas no futuro, no presente e consequentemente também o foi no passado, geramos um estigma, uma nódoa que hoje interfere como efeito.

Tá confuso? Imagina pra mim que estou buscando explicar. É que o tempo precisa ser compreendido, senão ficamos pensando em como fazer as coisas e desprezamos o quando devemos fazer as coisas.

Não é como acabar com o que aí está.  Mas quando.  E enquanto vamos trilhando os dias na lassidão, vamos também sacramentando, no tempo, o caos absoluto de um cenário pavoroso.

Eu queria berrar para os vizinhos, do alto do telhado, ou sair às ruas com um enorme bandeira e megafone.  Mas o conjunto da obra, é que fará a diferença.  E quem pode mais, deve sim fazer mais sob pena de ser mais responsável no final, seja peça ação ou omissão.

As coisas estão esfarelando.  O mundo se dissolvendo.  E ainda estamos fechados, maratonando em uma série, enquanto o mal atua incansável na destruição da integridade humana.



Brasil da Esperança, Rio Preto da Esperança.

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