quinta-feira, 20 de outubro de 2022

De Moisés, o levita a Mister Mxyzptlk

Como não sou jornalista, nem formado em letras, posso escrever sem o medo e cautela dos equívocos linguísticos e gramaticais a cometer.  Mas queria escrever pelo menos corretamente acerca dos temas que desejo tratar. Afinal, um texto bem escrito, corre o risco de ser lido e levado um pouco mais a sério.

Não porque pense que vá mudar convicções ou crenças.  Tampouco imaginando uma devastadora distribuição do mesmo. É que acredito poder contribuir com uma ou duas pessoas que porventura percam seu tempo com essa leitura e necessitem divagar sobre o que estão vendo por aí. Nem todos tem oportunidades de um debate tranquilo nos meios em que estão inseridos, ou nas redes sociais cada dia mais brutalizadas pelo excesso.

Além disso, não é normal que tão perto do pleito que pode comprometer nosso futuro, ainda haja tanta dúvida ou tanta indecisão.

O momento é outubro de 2022, um ano que foi difícil por vários motivos. Ressaca de uma pandemia mal curada, crise econômica que nos impulsiona ao desânimo constante, ano eleitoral com profunda distorção da prática política, ameaça real de conflito nuclear no mundo e tudo isso sem falar nas questões de cada um de nós, no meu caso específico, relacionadas a trabalho e saúde na família.

E é nesse cenário que precisávamos de luz.  De clareza nos pensamentos afim de darmos um voto sério para presidente. Seria, quem sabe, o início firme e compensador de um novo tempo a resgatar nossa economia, nossas perspectivas e principalmente a nossa sanidade mental.

Mas fica difícil.  E por quê?  Porque não estamos numa dimensão normal. Não estamos no planeta que conhecíamos.  Parece que fomos lançados a um pesadelo sem despertar. Será que fomos invadidos pelo famoso vilão dos quadrinhos Mister Mxyzptlk?  Aquele inimigo do Superman que transporta as pessoas para uma outra dimensão e só é derrotado quando se fala seu nome ao contrário? Deixe-me tentar: “Oranoslob.”

Não... continuamos aqui.

Resta então refletir um pouco mais sobre tudo o que temos presenciado e visto nos últimos dias.

Padres e pastores sendo seriamente arrastados, empurrados e xingados dentro de seus próprios templos, pra não falar do vexame promovido por alguns “devotos” na Basílica de Aparecida em pleno dia da padroeira.

Violência física e verbal contra militantes opositores, integrantes das minorias ou pessoas oriundas do Nordeste de nosso território.

Também temos visto mentiras tão ridículas, que colocá-las em prática seria impossível como fechar igrejas, instalar banheiros unissex em escolas e implantar o comunismo no Brasil. Coisas que fazem da “mamadeira de piroca ou kit gay”, que nunca existiram, parecer anedota.  Se é que não eram.

Isso só pra falar de uma ou outra coisa desse universo de Mxyzptlk.

Busco justificativas desse descompasso talvez no cerne, no nosso surgimento histórico.

Somos fruto de um grande desastre. Moramos num lugar que já existia há muito tempo, com riquezas naturais invejáveis à fria e cinzenta Europa do século 16, cujos reis gananciosos mandaram invadir e explorar. Nos acostumamos com a exploração e dessa invasão não nos livramos mais.  Sua imposição cultural e religião nos tornaram eternos reféns de seus hábitos, crenças e vontades. E é dessa herança que se nutre boa parte de nossa sociedade que sonha em retornar ao berço que sequer conheceu.

Só que se eu ficar nessa discussão, a coisa vai tomando uma tal profundidade que não vou chegar aonde quero, a saber, demonstrar que tudo isso só está acontecendo devido ao gritante e escandaloso desconhecimento do pertencimento de classe de nossos cidadãos.

Essa ignorância custa caro.  Nos divide e confunde e sobretudo permite que sejamos conduzidos por quem, ao contrário, conhece muito bem o seu lugar e seu papel na força e no poder. E óbvio, não será agora ou em poucos dias que resolveremos essa questão. 

Questão senhor presidente, não qüestão.

Há cerca de 4 anos, enquanto caminhávamos de um equívoco ao outro, tropeçando em planos econômicos e trafegando por ideologias pouco diversas, surgiu de repente um espectro aparentemente inofensivo, alimentado pelas beiradas, de um lado por artífices do mal que operam muito bem a tecnologia e por outro pelos herdeiros do mando que há mais de meio milênio se apoderaram de nossa pátria.

Encontraram em nossa cidadania mal formada, um terreno fértil e com ajuda dos chamados algoritmos da internet, rapidamente desenvolveram um plano. E para impulsioná-lo, precisavam de alguém e o criaram.  Transformaram um “nada” em estandarte e depois o fizeram mandatário da nação.

Por que o chamo de nada?  Despeito, ideologia ou antipatia?  Embora a resposta seja evidente, há o componente principal.  Na realidade é o caso dessa figura. 

Despreparado, preguiçoso e incauto, entrou para a política no Estado do Rio de Janeiro no qual foi eleito Deputado Federal, posição que exerceu por 28 anos, sem qualquer relevância em qualquer que seja a área.

O que chamou a atenção sobre ele era que caminhava fazendo sua imagem explosiva, de nervosinho, indignado, machão, corajoso, ao mesmo tempo que destilava conceitos que boa parte de nós carrega no caráter tentando esconder (racismo, homofobia, moralismo, repressão sexual, desejos incontidos, autoritarismo), ou seja, os algoritmos ideias a servirem de alavanca.

Sim... ele serviria ao propósito. E serviu bem.

Percebe?  Não veio de marte e não se criou por iluminação divina como seus adeptos mais inflamados defendem.  Foi escolhido e cooptado por quem precisava dessa matriz para implantar a semente do mal.

Sua vaidade e arrogância facilitaram o acesso.

E foi tão bem trabalhado que independente de todas as acusações que pesam sobre ele como os escândalos ligados a funcionários fantasmas e divisões de salários com assessores de seus gabinetes, os ministros corruptos que dirigiram pastas relevantes como Saúde, Educação, Meio Ambiente e outras, seu descaso perante a solução da pandemia, o enriquecimento inexplicável dos seus com compras em dinheiro vivo de imóveis e muito mais, o que importa é que nunca ofereceu qualquer risco aos seus criadores.  Era desconhecido, sendo inclusive considerado pertencente ao baixo clero do Congresso.  Assim, como ascendeu facilmente pode ser botado abaixo.  Descartado após cumprir sua tarefinha. Ser preso ou ir para o lixo. Não faz diferença.

Esse mesmo projeto que o tornou “mito” de um certo grupo, também fazia suas amarras em outros ambientes internacionais, como no ideológico proposto pelo autoproclamado “filósofo” Olavo de Carvalho que mantinha seguidores de suas ideias estapafúrdias. Outro fornecedor de algoritmos.

Medindo as opiniões generalizadas e marginalizadas na sociedade, os arquitetos do caos trabalharam com a ajuda dos tais algoritmos para entregar a essa “grande fatia” de gente, o exato modelo que os representaria. Numa analogia desproporcional, é como se entregassem o “bezerro de ouro aos dissidentes de Moises”.

Essa articulação já houvera triunfado em outros rompantes mundiais com destaque na Itália, nos movimentos da Primavera árabe e no caso do Brexit.

Sabe-se Deus com que intenções além das que são muito concretas, há esse movimento triunfando em diversos lugares em nossa atualidade. Agora mesmo ganhando eleições ou ressuscitando o que houve de pior como nazismo e supremacia. Pra quê?  Por puro poder ou talvez tentando, quem sabe, causar um efeito anestésico que evite se enxergar o desastre do capitalismo decadente.

Em muitos lugares mundo afora já se consegue elucidar essa tramoia, sem precedentes na curta vida da civilização humana.  A própria imprensa, sempre serviçal, ajuda agora a fornecer alguns antídotos seja por peso de consciência, ou por questão de sobrevivência futura. 

Só que no Brasil, além do mal persistir, ganha forças, raízes e faz parte do ideário de boa parte de nossa gente que até ontem defendia a paz, o respeito entre os povos, a convivência tranquila com as diferenças e mesmo a defesa da livre opinião e pensamento.

Do nada, familiares e vizinhos, colegas do escritório e estranhos, adentram nossas redes sociais com agressões, penduram bandeiras em seus portões arrogando-se de patriotas e achincalham quem veste qualquer cor que possa suscitar pensamentos progressistas.

Sem nunca trafegarem por textos de filosofia ou economia, cospem longe ao falar de correntes como socialismo ou comunismo.  E tão desinformados são, que confundem tudo julgando até políticos liberais e outros como pertencentes a correntes de esquerda.

Reacionarismo e conservadorismo, termos antes usados para se definir o atraso são agora exaltados com orgulho por pessoas de todos os níveis culturais e sociais. Tem até que ache chique ser chamado “conservador”.

Em pouco tempo, oportunistas do mundo religioso vociferam para fazer crescer suas agremiações e políticos de diversas linhagens surfam nas ondas do momento para angariarem simpatia. Votações expressivas de gente até ontem sem expressão, não desmentem.

Sobretudo, crescem a violência e a mentira usadas diariamente como armas de combate e intimidação.

O pior é que, enquanto esse grupo se nutre, deixam de questionar, avaliar e fazer autocrítica.  Ignoram por completo os malfeitos e os ditos desastrosos do seu “líder”, que na verdade nada mais é que o “vampiro mestre”.  Aquele que quando aniquilado quebra o feitiço dos que foram por ele mordidos. Mas enquanto atuante, torna fétidas e funestas suas circunvizinhanças.

Defendendo a família (sem nunca ter mantido uma completa por muito tempo), ufanando-se de anticorrupção enquanto todos à sua volta e sob seu controle respondem a desmandos, processos e acusações sem fim, exalando depravação em piadinhas de mal gosto e falas absurdas como a que proferiu sobre garotas venezuelanas de 14 anos, ainda se mantém acreditado e seguido por tradicionais homens e mulheres “de bem”.

Nem sua convivência com vizinhos envolvidos em crimes, como aquele que possuía um arsenal de armas ilegais em casa ou o condenado por participar do assassinato da vereadora carioca Mariele, causam estranheza em seus defensores. Se um desses criminosos fosse o tio do cunhado do entregador de gás da casa do primo do Lula, ah... o mundo acabava.

Demonstrando pouco apreço pelo país ao bater continência para a bandeira estadunidense e bajular Trump, fez nascer em alguns o estranho hábito de carregar bandeiras de Israel (sabidamente um povo não cristão) em marchas pró Jesus. Vejo nas pontes e praças, vendedores de toalhas com seu rosto estampado entre a estrela de Davi e as faixas azul e vermelha do Tio Sam.

Não admira ter despertado também apreço ao militarismo em parte desses que o admiram.  Não soubemos ensinar a tempo nossos jovens que cresceram desconhecedores dos horrores promovidos pelo regime de exceção que vivemos na ditadura. Também não espanta ter ocasionado o ardor repentino pelo verde e amarelo de nossa bandeira. Afinal, ser patriota sempre será uma aspiração daqueles que amam sua origem ou sua terra.  Na pior das hipóteses são filhos de uma geração ou os próprios que experimentaram a educação moral e cívica dos tempos de ferro, alimentando essa gana por conceitos que pouco se pratica no cotidiano das vidas em geral.

Só se esquecem que vestir camisas ou cravar botons com nossas cores não faz de ninguém patriota.  Defender a pátria é garantir sua soberania, integridade, unidade, desenvolvimento e liberdade.

Apenas causa um certo receio o formato como tudo isso chega e é de certo modo imposto.  Gritos, ataques, em alguns casos mesmo agressões físicas a qualquer um que se interponha ou que rejeite Bolsonaro ou a corrente que representa.

Como já escrevi antes, recentemente guias espirituais como padres e pastores, receberam agressões enquanto exercendo suas funções.  Empregados veem sendo forçados ou impelidos a pensarem como seus patrões por assédio ou receio de demissão e principalmente, assistimos ou fazemos coro sem saber no avanço indiscriminado de mentiras as mais diversas, mais insanas e mais improváveis.

Elas vão de fechamento de igrejas a instalações de banheiros unissex nas escolas numa discussão moral nada prioritária aos reais problemas a serem enfrentados por quem for eleito. Falas distorcidas e montagens “escrotas” que tiram contextos causando pânico generalizado.

Enquanto as discussões ficam nesses termos rasos, nada se põe quanto a projetos para o desenvolvimento e recuperação do Brasil.

Combatendo desse modo os antagônicos,  fica livre o caminho para quem quiser ocupar, daí o bote dos que pensaram tudo isso.

É como um filme... uma série a qual os expectadores conhecem a verdade, mas os envolvidos são expostos a apenas um lado e caem como vítimas fáceis das artimanhas bem traçadas pelos vilões.

O duro é que na tela só as personagens são prejudicadas, ao passo que no coletivo em que vivemos, dificilmente alguém escapará.

Retornando para a cena do bezerro de ouro, quem de nós nunca pensou: “Ingratos.  Não percebem que Deus os retirou do deserto?”.  Não, pois estão ocupados demais adorando e entregando-se graciosamente ao deleite pagão por uma deficiência sentimental que o mundo moderno ainda não conseguiu vacinar. E dessa festa equivocada, não haverá quem atravessará o mar a pé enxuto.

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Lambendo as feridas, vamos ao que nos une.

A política no Brasil vem sendo exercida, nos últimos anos, com uma paixão talvez nunca dantes experimentada pela nossa gente.  E os resultados disso aparecem na forma de uma divisão concreta e polarizada como não cansam de afirmar analistas e comentaristas de plantão.

Nenhuma polarização, por certo, seria boa posto que há nuances, as mais diversas, a serem ponderadas em escolhas como essas que influenciarão nosso futuro. O caso é que o próprio modelo democrático nos empurra a isso.

Mas mesmo com esse dualismo vale lembrar que não estamos diante de um campeonato de futebol, que ao terminar, em nada alterará a vida dos adversários.  Nem de uma disputa religiosa, onde a briga pelo abstrato continuará a permitir o convívio social, em que pesem os exageros de certas culturas.  

Trata-se sim de uma escolha clara entre conceitos antagônicos como: liberdade e cerceamento da voz; avanço e retrocesso no tocante ao social; proteção ao meio ambiente e devastação devotada a satisfazer interesses comerciais; boas relações internacionais ou fronteiras fechadas a importantes parceiros; bem como vida digna e exploração exacerbada.  

E não adianta ficarmos com raiva do vizinho, da tiazona do WhatsApp ou daquele primo que vocifera no domingo.  Nem do louco varrido que ameaça quebrar as urnas, ou daquele que se veste de verde e amarelo achando que essa é a maior prova de patriotismo que alguém pode dar. Quem não viu casas e apartamentos com bandeiras brasileiras expostas?

Afinal, não se trata de "gosto", de culpa.  Estamos assistindo, ou sentindo, o resultado de toda uma série de coisas com origens internacionais, basta olhar a Europa.  De conjunturas que tem sua origem no desastre econômico mundial e também, "mea culpa", fruto de descuido de tempos próximos em que tivemos a oportunidade de banhar  nossa gente de senso crítico e espírito de cidadania real e consciência social e não o fizemos.  Quase 14 anos de oportunidade, para ser mais exato.

Por agora, sabíamos evidentemente que poderia haver um segundo turno, apesar das incontáveis situações desfavoráveis ao bolsonarismo.  Os escândalos se multiplicando, os erros estratégicos de sua campanha e sobretudo seus permanentes "tiros no pé" ao se pronunciar e se relacionar, como aliás de costume.

Sabíamos que ele tem as chaves do cofre, a caneta e uma gama incontável de apaniguados em todos os setores de governo e nas Forças Armadas. Sem negar um setor, ainda que modesto, mas barulhento, da imprensa que o apoia.

Se havia a esperança de ganharmos no primeiro turno, era mais por cansaço e desespero do que embasados em fatos concretos. Por mais favoráveis que as pesquisas pudessem ser, nada é mais certo do que o resultado das urnas.  Lição que devíamos já ter aprendido.

Vamos para o segundo turno e temos que observar algumas coisas.

A primeira é de que a realidade da nação é essa.  Um povo misto, com contradições agressivas que apela ao cristianismo enquanto defende o porte de armas e a violência, que desconhece sua participação no tabuleiro da divisão de classes e que traz os arraigados conceitos morais acima mesmo de seus mais absolutos direitos e necessidades. Por isso encontramos pobres de direita, negros e mulheres, gays e outras minorias votando ou emprestando seu apoio a quem sempre afirmou desprezá-los.

Em seguida devemos entender que não se milita apenas do sofá.  Temos sido tímidos, seja por medo da truculência já explícita de parte diminuta de adversários que avançam festas particulares, agridem feirantes que panfletam ou cometem outras atrocidades, mas estão mais para desequilibrados do que para militantes.  Nossa posição deverá ser mais contundente nos locais de trabalho e presença onde possamos, não para fazer valer nossa vontade e sim mostrar para os que pensam iguais que não estão sozinhos.

Por fim vale lembrar que, entramos para o segundo turno com 48% da preferência, ou seja, estamos na frente.  Se balizarmos esse resultado ás pesquisas mais recentes, veremos que ele está dentro da margem de erro o que prova que elas eram assertivas.  Ao mesmo tempo, Bolsonaro cresceu, o que não desmente as pesquisas mas pode ter evidenciado que o voto útil vale para os dois lados.  Ciro diminuiu o que assinala que seus apoiadores migraram e não foi para Lula, fruto talvez de seu discurso cada dia mais voraz contra o petista.  As abstenções também oscilaram.  Talvez portanto, agora o atual presidente tenha menos a crescer que nossa corrente.  Pois se pegarmos o que sobrou e dividir por dois, continuaremos na frente.

Enfim.  O que temos que fazer é não esmorecer.  Tentar trabalhar nosso raciocínio no sentido de elucidar e não impor pensamentos.  Trabalhar os ciristas, eleitores de Simone (todos nós conhecemos alguns deles) para que façam valer a luta de seus candidatos que também são defensores do Estado Democrático de Direito. 

Ah e óbvio, conversarmos com nossos amigos mais à esquerda como os militantes do PCB, PCO, PSTU e UP, até para que garantam com seu apoio, o seu direito de continuar existindo no país.

Já sabemos que somos a maioria dos brasileiros.  Não só os 48% da apuração.  Os que não quiseram a manutenção do modelo que nos governa, são a somatória de todo o resto que não estava com ele. E isso é o que nos deve mover.



Brasil da Esperança, Rio Preto da Esperança.

É na eleição municipal que a democracia fica mais evidente, pois é nas cidades que os cidadãos de um país podem se manifestar de maneira mai...