terça-feira, 23 de outubro de 2018

Autocrítica - Vale tudo?

Não conheço a autoria desse texto.
Recebi num grupo de WhatsApp. 
Resolvi compartilhar, apesar do tamanho, por acreditar que, de algum modo, ele possa contribuir na reflexão e autocrítica de alguns que sequer sabem os motivos pelos quais estão comprando determinada briga.

"Boa tarde. É o senhor Gilberto?"

"Sim, sou eu mesmo."

"Ótimo. Deixa eu só checar mais uns dados, por favor... Aqui no nosso cadastro diz que você não aceita o PT de jeito nenhum, certo?"

"Isso mesmo. De jeito nenhum."

"Acredita que qualquer coisa é melhor que a volta do PT, confere? Aceita qualquer coisa."

"Exatamente. Qualquer coisa."

"Obrigado pelas informações. O motivo da nossa visita é muito simples: você foi premiado com uma oportunidade única, para acabar com o PT!"

"Caramba! Que maravilha! Eu?"

"Sim! Está em suas mãos. Basta assinar esse contrato e o PT vai sumir da face da terra, para todo o sempre!"

"Nossa, assim? Feito mágica? Só depende de mim?"

"Não é mágica - nós temos nossos métodos. Mas sim, só depende de você. Basta assinar."

"É pra já! Deixa eu só dar uma lida aqui... nacionalidade, cpf, aham, profissão... Tudo certo... Espera aí: aqui está dizendo que eu preciso entregar um dos meus filhos pra vocês... Para que eles sejam torturados."

"É a contrapartida."

"Contrapartida? Isso não é contrapartida! Está falando em tortura!"

"Sim, mas, segundo nosso cadastro, você não acha tortura uma coisa tão grave assim, concorda? E só para deixar claro, já que você também disse certa vez que 'corrupção é um tipo de tortura social etc...' e que 'tortura é ter de lidar com a burocracia do governo', aqui nós estamos falando no sentido clássico, tá? Quebrar ossos, dar choque... Acho que ali nas letras miúdas está descrevendo tudo que a gente vai fazer. Quase tudo, na verdade - nosso funcionário tem liberdade criativa."

"Mas são meus filhos!"

"Bom, mas esse não pode ser um critério, concorda? Todo torturado vai ser filho de alguém. Sempre vai ter uma mãe ou um pai desesperado. Se a gente for se prender a isso, não dá para torturar ninguém."

"Mas quando eu escrevi sobre tortura, eu estava falando de pessoas que MERECERAM! A gente não fez nada para merecer isso."

"Se esse é o problema, nós podemos resolver facilmente. Faço um levantamento das suas multas de trânsito, transação sem nota fiscal, casos extraconjugais, carteirinha de estudante falsa pra pagar meia, gato de TV a cabo... Temos aqui uma foto sua com camiseta vermelha, por exemplo."

"E desde quando usar vermelho é motivo para perseguir alguém?"

"Já temos precedentes nesse sentido. Em todo caso, pra falar abertamente aqui, a gente nem precisa de nada disso, basta dizer que alguém é suspeito. Então não se preocupe com essas burocracias, a gente consegue apresentar várias justificativas."

"Esquece. Eu não vou assinar isso."

"Você pode encarar isso como um pequeno sacrifício pessoal em nome de um bem maior, que é o fim do PT. E são só seis meses. Depois a gente devolve, vocês superam..."

"Isso é loucura. Cai fora daqui!"

"Então você não quer aproveitar essa oportunidade... Ok. Só preciso colocar uma explicação aqui na ficha do prêmio. Devo dizer, então, que na verdade você é petista?"

"Não! Eu não sou petista!"

"Então estou confuso... Você aceita ou não qualquer coisa pra acabar com o PT?"

"Eu não vou aceitar que machuquem minha família em nome dessa raiva contra o PT!"

(e é só isso que esse conto está tentando dizer: nós não aceitamos que ninguém de nossas ou das suas famílias seja perseguido, ameaçado, atacado e tenha sua vida colocada em risco em nome dessa raiva contra o PT)

"Nesse caso, sinto muito por tomar seu tempo. Nós vamos procurar outra pessoa que esteja disposta a aproveitar essa oportunidade."

"Vai lá! Eu DUVIDO que você vá encontrar alguém que coloque seu próprio filho na mão de um torturador só porque não quer a volta do PT."

"Tem razão... Já observamos isso. Essa era nossa última tentativa nesse modelo. Pro próximo, nós vamos mudar a pergunta. Vamos dizer que ele pode acabar com o PT se ele assinar o contrato mandando os filhos de outra pessoa pra tortura. Assim fica mais tranquilo, né? Quando é o filho dos outros que é agredido, ninguém se incomoda... Então tá: eu vou falar com o próximo candidato ao prêmio e daqui a pouco eu volto aqui."

"Volta aqui pra que?"

"Pra buscar os seus filhos."

"Como assim?"

"Acabo de explicar: vamos perguntar a outra pessoa se..."

"Chega! Isso é errado!"

"Certo, errado... É tudo uma questão de opinião, né? Muita gente considera certo o que estamos fazendo."

"Sai daqui de uma vez e não volte nunca! Vocês não tem esse direito!"

"Direitos? Agora você se importa com direitos?"

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Maçonaria e Eleições


A tenra idade ao conhecer alguns mistérios me proporcionou trafegar lá e cá e por conta disso, investir muito na busca incessante por informações que, por não serem totalmente científicas, podem conotar fruto de mera especulação, próprio da juventude.
O fato é que realmente “ há mais mistérios entre o céu e a terra do que a vã filosofia dos homens possa imaginar” como afirmou Shakespeare.
Nesse clima, fui levado aos 19 anos a invadir um mundo novo e fascinante, pelo menos para mim, que então era simplesmente um adolescente crescido.  Fui iniciado na Ordem Rosacruz em 1988 e logo em seguida, cerca de um ano depois, na Maçonaria, que abandonei há 15 anos.
O que me atraiu na primeira irmandade foram os estudos esotéricos, a força dos símbolos e a busca a que me propunha naquela fase.  Já na maçonaria, o que me atraiu foi o pensamento libertário que me parecia, na oportunidade, bastante concreto.
O apoio à Revolução Francesa e a outros levantes históricos, sempre foram atribuídos a essa agremiação de homens “livres e de bons costumes”.  E comprei essa versão.
Claro que não tive a oportunidade de vê-la atuando em questões de tamanha grandeza, em nossos tempos atuais.  Afinal, a abolição dos escravos e a Inconfidência Mineira já não estão mais na pauta.  No máximo, abundaram os serviços de assistência e socorro a flagelados, recuperação e manutenção de instituições locais, o que demonstra que a caridade tem sido praticada com afinco e determinação.
Mas há algo que sempre me encantou nos templos.  O espírito de unidade, que embora primasse pela conduta fraterna, nunca foi maior do que a liberdade de manifestação concedida a seus membros.  Eu mesmo jamais deixei de abusar da oportunidade de falar e refletir em voz alta.
No entanto, a exemplo do que se configura hoje na sociedade em geral, sinto maçons envergonhados ou tímidos em relação à sua postura por compreenderem que a manifestação de suas opiniões publicamente possa acarretar-lhes problemas de convivência e julgamentos de conduta.
Ora, mas não é liberdade um dos pressupostos fundamentais da condição de ser maçom?
E não é justamente o ato de filosofar que deveria encantar o iniciado?
Não há liberdade e menos ainda filosofia com ideias predefinidas.  O maçom tem um compromisso pessoal com seu próprio espírito, qual seja o de promove-lo pela busca incessante de conhecimentos e ampliação de sua consciência.
Não há que se falar em posição fechada em nome da “ordem” maçônica.  Não há partidos ou candidatos, bandeiras ou hinos que estejam acima do livre pensamento, da pátria (onde convivem os diferentes) e da convicção de que o Homem é senhor de si mesmo.
Negar isso é pressupor que a consonância é factível o que destrói, por si só, qualquer conceito de filosofia ou busca da verdade, colunas mestras do mundo maçônico.
Não há uma só corrente ideológica entre os “irmãos” e desejar isso, combatendo a diversidade de pensamentos, não é praticar os corolários de uma das mais antigas irmandades presentes no planeta.
Hoje estou de fora dos portões e muros das lojas, mas não se apagou a chama que brotou na minha cerimônia de iniciação, o que ainda me permite dirigir-lhes essa fala.  E fico a lamentar, caso algum “pedreiro livre” não perceba, que defender uma única posição nesse cenário político atual é justamente desproteger o que tem mantido vivas as suas oficinas.

domingo, 7 de outubro de 2018

E o vencedor foi...

Acabou o primeiro turno das eleições.

Pronto!

Houve um candidato a presidente que ficou bem na frente em número de votos. Mas não houve vencedores nessa nossa pátria brasileira.

Depois de tanto batalharmos pelo direito ao voto, por uma constituição cidadã, hoje milhões de brasileiros optaram pelo discurso pró ditadura.  Em favor da tortura.  Pela liberação de armas para as pessoas ditas de bem. Em favor da redução da maioridade penal e vai saber mais que outras defesas contrárias à vida. Optaram por um discurso que "faz piadas" com a cor da pele e com a filha nascida mulher. Um candidato a presidente cujo vice deixou escapar, por mais de uma vez, os planos contrários a certos direitos trabalhistas. Nunca guardaram segredo disso, desde o início da campanha.  Quem não lembra do discurso sobre a opção que o trabalhador teria que fazer do "emprego sem direitos, ou direitos sem emprego"?

Nossos compatriotas afirmaram que escolheram o novo, mas que não é novo.  Que está na Câmara dos Deputados há quase 30 anos.  Que só tem dois ou três projetos irrelevantes aprovados e nenhum para melhorar a segurança, maior problema do seu Estado.

Escolheram o que afirmam não ser corrupto, mas que usufrui auxilio moradia tendo imóveis e empregou funcionária fantasma.  Se vale dos altos benefícios de Deputado e já afirmou em público e em plena campanha que não abre mão dos mesmos.

Seriedade?  Comportamento reto? Hoje vimos um festival de "fake news" nas redes sociais durante todo o dia de eleições. Coisas inacreditáveis inventadas ou manipuladas contra os principais concorrentes.  Imitação de artistas, religiosos e líderes, prometendo apoio falso.  Cenas produzidas ou espalhadas por todo lado, mostrando fraudes que não aconteceram.  Uma ação muito bem orquestrada ao estilo Trump e que enganou várias pessoas que conheço.  Gente que ao receber multiplicou sem questionar nas redes sociais e enviaram, inclusive pra mim, afim de me alertar em quem eu estaria votando.  Quis argumentar, dizer que eram falsas, mas diante da aflição desses eleitores convictos, melhor deixar quieto.  E deixei.  A mentira é responsabilidade de quem a produziu e de quem nela acreditou.

No final a votação se deu com calma e aparente mansidão.  Pelo menos até onde sei.

Por aqui, o dia todo choveu, esfriou e escureceu. Não foi por menos.  A cidade, reacionária de sempre, votou em candidatos que não tem nada a ver com nossa realidade local, desprezando candidaturas da região. Já tinha acordado pensando que seria um dia mesmo triste. Não nasci ontem e jamais me decepcionei em política.  Só se decepciona quem espera o improvável.

Esperei silente as primeiras urnas serem abertas.  Esperanças?  Não muitas.  Mas ainda consegui ficar feliz com alguns resultados.  Alguns sepultamentos eleitorais de gente imprestável.  Os Sarney, o Jucá, o Malta, o Scaf, as baixas do PSDB como um todo e me conformei com outros resultados mesmo que inesperadamente ruins, como o Suplicy, a Dilma e alguns companheiros preciosos da luta.
Definidos os presidenciáveis para o próximo turno, bora esperar os seus pronunciamentos.  Ouvi meu candidato sem muita euforia.

Do outro, esperei ouvir algo diferente, motivador, meio que a me desarmar.  Quem sabe uma falinha que me deixasse minimamente pensativo, como que a justificar a escolha de tantos.  Mas veio o pronunciamento do cara e ao contrário de quem deveria agradecer com humildade aos seus eleitores pelos votos recebidos, o cidadão encontrou forças pra acusar  que não ganhou no primeiro turno porque houve fraude.

Fraude que não houve nos outros pleitos que ganhou?  Fraude no processo que deu ao seu filho a maior votação para o cargo que disputou?  Fraude que quase deixou o segundo colocado fora da disputa?  Fraude que não elegeu seus governadores nos estados que concorreram?  Será que não vai perder a manha de querer achar culpados sempre?  Vai ser assim o seu mandato?  Caçando bruxas que não existem?  E o pior são os eleitores fazendo coro.  Mostrando imagens mentirosas de urnas supostamente adulteradas.

Eita.  Sabe aquele ditado popular que diz que do limão se pode extrair uma limonada?  Pois é... Não foi dessa vez.  Sua fala foi pra mim como o suco ácido, engolido a seco.  Sem água, sem gelo e sem açúcar.

Pensei comigo.  Não meu caro.  Deixa eu te dizer.  Não houve fraude.  Dezenas de pessoas que conheço não votaram em você. Não votariam jamais.  São pessoas que, contra ou a favor do PT, do Ciro, são a favor das liberdades, do "amar ao próximo como a si mesmo". A favor da democracia, da igualdade e da tolerância. São pessoas mansas, nada rancorosas.

Sim, pessoas que não votaram nele, mesmo aqui na minha cidade onde seus votos somaram mais de 60%.

Contudo, não dá pra tapar o sol com peneiras.  Diante de vários candidatos e diversos projetos, nosso povo, nossa gente, optou mesmo pelo dele. Por esse conteúdo. Ora, então eu preciso entender. engolir resignadamente. Democracia tem dessas coisas.  Aceitar derrotas é uma virtude para quem foi vencido em uma batalha.

Que Deus me dê forças e pronto.  Vida que segue.

Só que sou do tipo que não consegue fingir. Me assusta um pouco tudo em torno dele.

Tenho em casa o livro Mein Kampf.  Como apaixonado por política, leio de tudo um pouco.  Foi ali que vi que o nazismo não começou com as câmeras de gás.  Não começou com o holocausto, com a perseguição aos judeus, aos negros.  Começou com o discurso bonito e apaixonante. Contra a corrupção, contra a miséria.  Aqui, o próprio lema da sua campanha repete o slogan alemão. Lá o chamavam "führer" (guia, condutor).  Aqui o chamam de mito.

É apavorante. Como um filme cujo final conhecemos.

Quem nunca se abalou ao ver as cenas dos campos de concentração, as atrocidades da Segunda Guerra, a história da Alemanha? Quem nunca ficou de coração partido ao ver como foram tratados os contrários ao Reich?

Sempre que vejo isso nos filmes, fico imaginando como se chegou naquele cenário.  Quem teria permitido aquilo?

E então, hoje olho para o lado e vejo vizinhos, colegas de trabalho e mesmo familiares pavimentando a estrada, exatamente, para que aquilo tudo seja possível também aqui, algum dia.

Me resta orar.  Lutar até o último instante com ética, verdade e principalmente amor no coração.

E se depois tudo der errado, torcer ardentemente para que os instrumentos de democracia nacional, que aliás andam meio falhos por aqui, estejam firmes e vigilantes para exercer, caso necessário, sua tarefa de barrar loucuras e desmandos de um alucinado qualquer.

Penso que seus seguidores mais afoitos talvez não consigam aguardar o dia 28.  Temo também pela retaliação ao povo nordestino que votou como acreditava ser melhor pra ele.  Já se veem, como em 2014, agressões nas redes sociais. Povo sofrido que esperou mais de 500 anos pra alguém lembrar que existia e quando esse alguém surgiu, não se demorou.

Por toda parte ouve-se um separatista bradando.  Será que além de voltarmos para os tempos da Segunda Guerra, querem que voltemos para os instantes da Guerra da Secessão? Quem sairá perdendo?  Acho que quem votou em Tiririca, Frota e Kataguiri, Janaina e Mamãe Falei, não devia comentar escolhas.

Não, não vale cobrar que essa gente nordestina seja ingrata.  Eles sabem bem o que passaram por longos anos. Também não vale "bater" no contrário, só porque é contrário.  Se eu tenho que aceitar com resignação, o outro lado não tem?  Vou repetir o que já disse lá em cima.  Democracia tem dessas coisas.

A bem da verdade, meus irmãos, o que eu esperava é que outros cidadãos fizessem o mesmo que os nordestinos. Que o negro que votou hoje, se lembrasse das brincadeiras feitas com sua raça pelo candidato em mais de uma oportunidade.  Que não se esquecesse das oportunidades que não tinha antes da política de cotas, da inclusão.

Que a mulher que votou hoje pensasse que é considerada uma fraquejada e que, segundo defendem os integrantes dessa ala, ela merece menos salário do que um homem, mesmo na mesma função. "Eu não contrataria", disse ele em um programa de TV.  Logo a mulher que demorou tanto tempo para ter direitos "quase" iguais, que ainda não tem.

E o que dizer do LGBT que tem mais raiva do PT e do Ciro do que amor por si mesmo e por sua preferência?

Trabalhador que vota contra si mesmo, eu já tinha visto.  Vejo desde muito tempo.  Sempre há um tanto deles disposto a rifar um pouco mais dos seus direitos em prol do patrão, talvez por conta da síndrome de estocolmo.

Recentemente vimos um empresário obrigando os funcionários a declarar apoio e votar nesse candidato.  Será que os empregados, por toda parte, não entenderam por que ele fez isso?

Sim.  É difícil convencer trabalhador que é trabalhador.  Um falso pertencimento de classes lhe domina.  É o que ele vê nas novelas, filmes e séries.  Sonha tanto estar noutra posição, que se esquece da posição em que realmente se encontra.

Como um velho tio sempre fala.  Eu devia ficar quieto.
Sou branco, homem, hétero, patrão, devia estar tranquilo com tudo isso.  Não sou eu quem deveria estar preocupado.

Mas não dá.  Ser cristão não é pensar só em si.  Sem ser santo ou perfeito, sem pretender qualquer tipo de prêmio, acredito na obrigação que todos temos de transformar o mundo. Se Deus descansou no sétimo dia, como afirma a Bíblia, então é porque nós devemos terminar o que ele começou.  Caso esquecêssemos, aidna mandou seu filho pra nos ensinar.  Não é isso que acreditam, ou deviam crer os fiéis?

"E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".

" Ame seus inimigos. Faça o bem para aqueles que te odeiam.  Abençoe quem te amaldiçoa e reze por aqueles que te maltratam.  E se alguém lhe bater no rosto, ofereça a outra face".

" A boca fala do que está cheio o seu coração".

" Nunca faça aos outros o que não querem que vos façam".

Ou as pregações dos pastores e padres que afirmam o contrário estão mais certas do que as bases nas quais sua fé foi fundada?

E só pra terminar, mais uma citação do Cristo: " Cuidado com os falsos profetas.  Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores".

Então pare de usar Deus como desculpa para sua escolha.  O Deus acima de tudo é o Deus do amor, da concórdia, da paz, do bem.

Pra mim já ficou claro como a luz do sol.

A partir de agora sei exatamente quem é quem nas minhas relações pessoais. Nas minhas redes sociais. O que pensam, o que comem e como vivem. E peço que esses não fiquem chocados, bravos por eu decidir desfazer esse terrível mal entendido, qual seja o de enganá-los com uma suposta relação diária.  Facebook e visitas, a gente faz a quem gosta.  A convivência diária deve ser com quem nos dá alegrias e com quem possamos, de algum modo, nos alegrar.

Não vou falar em fim de amizade.  Jamais. Nunca misturei os canais e não seria agora.  Mas é um momento do chamado "espaço".  Por isso quero deixar a todos muito a vontade. Se falarmos, não faço questão que falemos sobre isso. Que partilhemos nosso dia a dia.  Vamos apenas nos ater ao que nos une.  Sem estressar e sem nos atacarmos.

Eu achei que tinha deixado claro o como eu penso. Sim, temos uma inconciliável incompatibilidade. Nossa pregação é quase oposta.  Precisamos então, cada um de nós, estarmos juntos com aqueles com quem concordamos e comungamos afim de brigar pelos sonhos de futuro que desejamos ver realizados.  Só assim lograremos êxito. Cada um de nós.

Assim fica mais justo.  Sempre me expus.  Esses contrários aos meus pressupostos de vida, felicidade e existência humana, sempre souberam como eu pensava e o que eu defendia e ainda defendo. Mas nunca haviam me dito, de forma tão clara, o que pensavam ou defendiam.  Foi preciso que alguém surgisse, de repente, com discurso sedutor, para que eles então se revelassem pra mim.

Tá certo, enfim.  Conheço a maioria pelo nome. Continuarei lhes querendo muito bem, no fundo do meu coração.  De minha parte, não há ódio, rancor. Cada um defenda o que acha justo, correto.

A única coisa que peço é que quem optou por esse lado da história usufrua, de maneira coerente, todas as consequências e resultados da opção que conscientemente fez hoje ao votar.

Eu e meu WhatsApp

Reuni algumas perguntas interessantes recebidas por mim diretamente no meu WhatsApp durante essa última semana. Seguem aqui junto com minhas respostas.
Achei legal partilhar, já que muitos amigos podem ter tido problemas parecidos nos seus círculos de convivência.  As redes sociais deixam as pessoas mais corajosas e menos comprometidas com os laços.

Clientes/Parceiros de Negócios:

Pergunta: Você não se preocupa em deixar sua posição assim tão clara na internet?  Não pensa, por exemplo, que alguém pode entender que por defender ladrões, você também seja desonesto?

Resposta: Quem negocia comigo não devia se preocupar pra que time torço, qual a religião que professo ou em que candidatos eu voto.  Devia se preocupar se sou alguém que honra compromissos, cumpre contratos ou se me porto de forma mercantil. Não acho que eu defendo ladrões.  Sempre que alguém é comprovadamente culpado de algum crime, até por ser uma pessoa pública, sou o primeiro a criticar, abandonar ou deixar de apoiar. Nenhum dos candidatos em quem votarei, por exemplo, está respondendo processos, foi condenado ou pairam sobre eles dúvidas.

Pergunta: Por que depois de tudo você continua defendendo candidatos da esquerda?

Resposta: O que é depois de tudo?  Depois de pessoas do PT terem sido presas ou terem sido afastadas por acusações de corrupção?  Fui filiado ao PT por anos e nunca me vali de um real alheio.  Assim como eu, conheço muitas pessoas de valor indispensável no PT e outros partidos de esquerda que jogam na defesa do bom uso do dinheiro público.  Em minha cidade, por exemplo, o vereador petista é o grande guardião da seriedade no legislativo.  Uma pessoa não pode pagar pelos erros de outros.  Quase todos os partidos têm gente envolvida em escândalos. Aliás o PP é o campeão da Lava Jato. Se riscarmos os partidos com gente envolvida em casos de corrupção, não haverá em quem votar.  É preciso escolher, dentro dos partidos, os melhores e separar o joio do trigo.

Pergunta: Se eu fosse seu funcionário, te denunciava por fazer eles gostarem dos seus candidatos e enfiá-los na empresa.

Resposta: Ficou louca?  A melhor forma de fazer um funcionário gostar do seu candidato é você fingir que o odeia.  Como dizia Marx há uma grande incompatibilidade entre patrões e empregados, mesmo que as intenções sejam as melhores.  No campo político principalmente.  Além disso, jamais exigi qualquer voto de alguém. Mas sim, eles conhecem minha preferência, pois não faço segredo. E cada um deles têm as suas.  Podemos até comentar, mas jamais vou exigir.  Não é correto, não tem motivo de eu faze-lo e nem meios para isso. Além do que não é meu perfil.  Já recebi visitas de candidatos no meu escritório.  Recentemente do presidenciável Boulos, que nem é de meu partido.  O máximo que fiz foi convidar quem quisesse para assisti-lo falar e nem todos foram. Todo mundo que trabalha comigo tem liberdade de escolher quem quiser para os representar. Muitas vezes, fico até triste por opiniões que manifestam e que sei que irão prejudicá-los.  Mas não posso influenciar.  Já estão todos bastante crescidinhos.  Já viram as mudanças na legislação trabalhista, estão vendo a possibilidade da reforma previdenciária e correm o risco agora de ter mais direitos diminuídos.  Mas eles é que precisam avaliar.

Familiares/Amigos mais próximos:

Pergunta: Pra que mexer com política?  Você tem uma vida profissional ativa.  Deixa isso pra lá.  Fica se desgastando.

Resposta: De fato tenho uma vida profissional ativa e penso que pouca coisa mudará para mim de imediato se eu dependesse de resultado de eleições.  Minha briga é sempre por aqueles de quem sempre quis estar próximo.  Os assalariados que conheço, os menos favorecidos de minha cidade, os jovens sem oportunidades (estudo, emprego etc.) que são muitos. Por mim, eu realmente poderia ficar quieto, mas e a mania de querer participar na transformação?  Você não tem?  Quem de nós tá errado?

Pergunta: Você não vá desaparecer do Facebook depois dos resultados.  Vai ter que piar fino perante a gente e aguentar.

Resposta: Eu?  Piar fino?  Aguentar o que? Por que?  Sou o marqueteiro de algum candidato?  Sou o responsável pelo que as pessoas em geral escolhem pra si?  Isso não é um jogo, não é uma aposta.  É uma opção e cada um tem a sua.  Escolhi a minha e a defendo, você a sua.  Cada um deve aceitar com tranquilidade o resultado final doa em quem doer.  Você aceita?  Eu aceitarei.  O negócio é seguir em frente. Quem tirou o sarro em mim porque Dilma sofreu o impeachment, hoje está com vergonha. Não se vê um batedor de panelas, né?  Acho melhor esperar sua escolha tomar posse, governar e ver se vai ser melhor ou pior, não acha?

Pergunta: Você garante tanto que as coisas vão ficar piores, porque não vai pras ruas?  Você vai brigar?

Resposta: Olha, eu acredito que o Brasil não tenha muito esse perfil revolucionário.  Se tivesse, não teria deixado seu "líder" ser preso.  Houve um processo de impeachment sem qualquer embasamento e as pessoas ditas de esquerda se limitaram às redes sociais.  Manifestações ou passeatas já deixaram de assustar qualquer um.  Então, não dá nem pra pensar em brigar sozinho.  Vou continuar militando que é o que sei fazer. Trabalhar dentro de minha comunidade.

Pergunta: Fascismo?  Você acredita mesmo nisso?  Não é melhor fascismo que comunismo?

Resposta: Não dá pra responder uma pergunta dessa de forma tão simples.  Fascismo e comunismo não são meras palavras com significados.  Tem a ver com conceitos econômicos, políticos, que envolvem propriedade dos meios de produção, resvalam em liberdades e outras tantas defesas. O que me perturba é que vocês tem discutido isso de qualquer jeito sem buscar conhecer melhor. Daí falam um monte de abobrinhas sem sentido e defendem sem saber.  Eu, particularmente acredito o fascismo bem pior.  Já o vimos no mundo.

Pergunta: Diz que é de Deus e apoia comunistas... Seja coerente.

Resposta: Não digo que sou de Deus.  Ele é quem irá me escolher ou não como seu filho.  Creio em Deus e busco viver, com todos os meus defeitos, uma vida próxima dos preceitos cristãos.  E claro, não sou santo e nem perfeito. E nem tenho essa pretensão. Mas me diga o que tem uma coisa a ver com outra?  As defesas do Cristo são muito mais próximas do comunismo do que de qualquer outra proposta.  Falam de partilha, da ausência de amos, de igualdade.  Ou estou enganado?

Pergunta: Se a direita vencer, sua vida vai virar uma merda.  Você vai ter que ir embora do Brasil.  Não pensou nisso antes de ficar aí mexendo com os outros?

Resposta:  Meu Deus.  Em que postar no meu perfil mexe com os outros?  Os outros é que são incheridos e vêm postar no meu perfil.  Outra coisa, a direita comandou esse país por quase 500 anos com algumas pequenas folgas.  E mesmo quando a esquerda esteve no comando, surpreendeu com muitas ações "direitistas".  Então o que é que vai mudar pra mim?  Sempre tive que me virar, nunca dependi das ações do governo pra sobreviver.  Lamento por quem depende de escola pública, hospital público, quem está desempregado etc.  Pois pra esses fica mais difícil sempre.  Eu teria que ir embora do país se sentisse que a extrema direita ou extrema esquerda governariam.  São os extremos o problema.  Desses, a extrema direita é ainda pior, pois onde governou no planeta não poupou negros, religiosos, homossexuais ou qualquer um que tenha pensado diferente.  Lembra da frase do atual candidato?  As minorias vão ter que se enquadrar ou deixar de existir (ou coisa parecida)?  Olha, você sabe que eu sou brasileiro e português.  Só que eu amo o Brasil e é aqui que que estão minha família e meus negócios.  No entanto, se eu precisasse mudar para Portugal, tenho minha cidadania e parentes por lá.  Mas nem penso nisso.  Por que é que eu teria que fugir de qualquer um, que não entendi?

Contatos/Estranhos:

Pergunta: Você não lê?  Vá se informar?

Resposta: Eu?  Vem cá, eu te conheço?  Eu leio.  Aliás, sou fissurado em leitura.  E você?  Mas não estou falando de Veja, Isto É, Estadão ou Ti ti ti.  Tô falando de filosofia, economia, política ou história.

Réplica: Vá se f...

Tréplica: Eu sabia.  Sem argumentos para a continuidade da discussão, vem então o argumentum ad hominem.  

Pergunta: Sabia que eu tenho uma grande admiração por você e pelo que escreve nesse grupo.  Mas cara, o que você defende é imoral.  Um presidiário, o aborto, a Venezuela... Isso decepciona.

Resposta: Começo agradecendo seu elogio.  Depois devo lhe dizer que não vivo para decepcionar ninguém.  Se você se decepcionou comigo é porque depositou em mim defesas que não me pertencem.  Outra coisa, para mim, até provarem em contrário, Lula é um preso político.  Não sou só eu quem digo isso, mas dezenas de juristas do Brasil e do exterior.  Um Nobel da Paz, líderes mundiais, emissário do Papa, intelectuais e outros já o visitaram. Por que eu tenho que carregar a culpa de único defensor de Lula?  Por que você não inclui todos esses no seu desapontamento?  O aborto então, não conheço ninguém que defenda.  Defender sua descriminalização não tem nada com defendê-lo.  Muito pelo contrário. Em países nos quais não é crime, é menos praticado, pois profissionais da saúde e psicólogos auxiliam as mães.Venezuela?  Eu defendo?  Não, penso que eu defendo a soberania a que ela tem direito.  Como a da Siria e qualquer outra.  Quem deu a um país o direito de decidir sobre o outro?

FEDERAÇÃO

  Diferente, até para os mais experientes militantes da política, o modelo da Federação Partidária, aprovado pelo Congresso em 2021, autoriz...