sábado, 3 de setembro de 2016

Desordem e Regresso

Na semana que antecede o 7 de setembro, os brasileiros tem muito pouco ou quase nada para comemorar.
Em outra publicação eu já mencionei algumas farsas de nossa história que me tiraram um pouco o sentido das festas da "independência".
Agora, em meio ao golpe promovido pelos Deputados e Senadores, com alto índice de apoio da imprensa formal e de parte do judiciário, o que nos move às ruas não são mais os desfiles cívicos, mas a necessidade de se lembrar o país de que a corrupção permanece, os políticos enlameados ainda restam soltos e bem livres, num cenário de desmandos e desconstrução dos parcos avanços conquistados ao longo de uma década e meia do governo petista.
Governo, que se não perfeito, se mostrou anos luz mais eficiente do que todos aqueles que o antecederam.
Claro que, bem distante do que era necessário para resgatar as dívidas sociais de 500 anos de Brasil. E obviamente, nada desmerecedor de críticas ou de condenação a alguns de seus integrantes e aliados que verdadeiramente promoveram um "bacanal" de indecências descabidas com a "coisa pública".
Mas, foi um governo que, no resumo, manteve os ares de defensor de um projeto socialmente mais justo e mais humano.
Aparentemente, há agora um silêncio geral por parte dos movimentos que fizeram barulho e agitação nas ruas, que naquele momento serviram de pano de fundo para os que se arrogavam "defensores do povo". Mas essa apatia pode ser apenas uma "impressão".
O fato pra mim é que a "brasa encoberta" dos que entenderam e estão compreendendo aos poucos a manipulação desonesta e salafrária de que foram vítimas, qualquer hora destas se encandecerá novamente.
Brasileiro tem garra e coragem sim.  Suficientes para refazer seus passos quando os tiver por errados. Que a "ficha demore um pouco a cair", não duvido, pois as artimanhas midiáticas são incrivelmente convincentes quando querem.  Mas a qualquer momento, o entreguismo de nossas riquezas, a redução dos direitos trabalhistas, o encerramento de projetos sociais e de inclusão e os consequentes reflexos de uma política elitista em ação, demonstrarão o quanto todos estavam errados.
Não há e tampouco haverá a continuação das fortes investigações e prisões constantes que se tornaram frequentes nos noticiários.  Talvez, ninguém mais terá seu cargo cassado, mesmo com um currículo recheado de motivos para a perda de direitos políticos e foro privilegiado.
A já visível truculência da repressão também está no ar e em pouco tempo, quem sabe, comecem repetir-se os atos criminosos de uma "ditadura" financiada contra a possível volta da esquerda minimamente organizada.
Eu lamento, não festejo e mais que isso, entristeço-me por saber que este é o país que, por alguns anos, voltará a existir pra nós.
É como se a democracia tivesse sido apenas um breve intervalo, numa história eivada de mandatários inescrupulosos e sem sensibilidade para os problemas verdadeiros das massas.
Independência ou morte!
Se esse grito realmente foi dado por alguém, acabou por não resultar em absolutamente nada.

2 comentários:

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