quinta-feira, 25 de abril de 2019

Afinal Vender é Arte?


Bato na tecla de que vender é uma arte.
A gente precisa saber o que dizer, como se comportar, como reagir e os melhores momentos para falar e calar durante a negociação.
Sobretudo vender pede bom caráter. 
Honestidade, seriedade, sinceridade... são todos quesitos fundamentais de uma boa venda.
O resto é embromação, enganação e golpe.
Não é à toa que faço uma amálgama entre a profissão e a vida pessoal de um vendedor.
O indivíduo que se proponha a vender precisa estar sempre muito motivado.  Despertar pela manhã com espírito preparado para esforços contínuos e muitas vezes, de baixo resultado imediato.
São “n” contatos e visitas, ligações e mensagens, para depois suscitar o início de uma venda.
Por isso a questão emocional fica tão importante.
Eu costumo dizer que o vendedor tem que ter fortes motivos para levantar da cama todas as manhãs e deve afixa-los no umbral de seu quarto de dormir.
Pra mim, não há motivação maior que a foto de minha família.
É olhando para a imagem de minha mulher e filhos, todos os dias em várias horas do dia, que eu realmente arrumo forças de onde não existem.
Escolher um bom motivo para ir à luta faz muita diferença ante a possibilidade de desanimar, desistir ou deixar de se dedicar com entusiasmo.
Mas isso não basta.  O bom profissional de vendas deve também vislumbrar um objetivo definitivo de vida.  Um local onde quer estar, uma forma de como quer estar, quando tudo se aquietar em sua vida.
Só pra ilustrar, desde muito tempo escolhi uma pequena casa, nas montanhas, onde eu possa estar aos 80 anos de idade, sentado diante de um vale, provando um bom vinho e lendo um bom livro COM A CABEÇA LIVRE de qualquer culpa.
Quero pensar que para chegar naquele instante, cumpri todas as missões de minha vida.  Executei cada projeto com dignidade. Nunca precisei trair, enganar, ou passar a rasteira em qualquer pessoa.
Pronto, com bons motivos para despertar pelas manhãs e com um objetivo definido... é só correr atrás.
Claro que ao oferecer um produto ou serviço a pessoa precisa exalar confiabilidade.  Suas palavras precisam ser credíveis.  E o portfólio a oferecer, seja da “mercadoria”, seja de quem a garante, devem ser impecáveis.
Mas a própria embalagem do profissional também conta.
Aqui vai a dica do básico.  Barba feita, ou maquiagem se mulher.  Vestir-se bem (não chique) e com elegância.  Portar-se com dignidade (cuidado com os gestos de coitadinho, não pegam bem), mas sem imponência.  E sobretudo, comunicar-se com correção, sem exageros que podem agredir ou mesmo permitir deslizes imperdoáveis de quem finge dominar a língua, sem consegui-lo de fato.
Quando possível, utilizar o produto ou serviço para conhece-lo.  Saber suas qualidades e falhas.  Ver que realmente são úteis ou bons.  Quando acreditamos, defendemos com vigor e paixão apropriados a quem quer convencer.
O resto, só o tempo, a perseverança e a dinâmica do dia a dia ensinarão.
E por fim, muitas vezes, a gente vende diretamente ou cria mecanismos, equipes e outros instrumentos para venderem por nós.
Foi assim que somo, em meu currículo, mais de 500 franquias vendidas em diversas marcas nas quais pus as mãos e reúno na carteira de clientes, mais de 70 mil entre segurados, consorciados e financiados.
Adoro vender.  Faço isso desde sempre.  Como aliás, você também.




domingo, 14 de abril de 2019

Eu não falei nada. Quem viu semelhanças foi você.

No bairro onde morei com a família, por mais de 10 anos, há uma capela em honra a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Não raramente, ainda a visito para matar a saudade de alguns amigos. Por ser pequena e atender somente ao bairro, quase todos se conhecem.
O lugar é acolhedor e agradável.  Abençoado mesmo.
No dia de hoje, o padre foi muito feliz em seu sermão.  Numa fala consistente, detalhou a passagem do evangelho do dia que trata da prisão, julgamento e morte de Cristo.
Após a cerimônia, do Domingo de Ramos, eu já ia me despedindo dos amigos quando uma velha amiga de meus pais, que estava à porta da saída, me perguntou indignada:
"Como é que aquela gente pôde ser tão burra? Conviveram com Jesus.  Experimentaram suas ações.  O viram de perto falando e fazendo maravilhas.  Muitos deles foram até beneficiados por seus milagres. Caíram nas intrigas dos sacerdotes e políticos da época. Acreditaram em mentiras toscas e sem fundamentos.  Renegaram Jesus sem pudor, sem piedade, sem justiça.  Como puderam o entregar para julgamento, escolhendo depois em seu lugar, para ser solto, um bandido, um homicida conhecido, alguém com mãos manchadas de sangue e de pensamentos agressivos?  Por sinal bem diferente dele, contra quem não havia nada de ruim. E ainda, no final, se agradaram de sua condenação.  Muitos até contribuíram para a sentença."
Pois é.  Eu também não soube responder à querida senhora.
Sabemos hoje, pela história, que Cristo percebeu, bem antes de acontecer, que o estavam querendo ver preso e condenado.  Por mais de uma vez ele havia escapado das muitas arapucas armadas para encrencá-lo.  Em vários episódios, livrou-se de armadilhas que visavam colocá-lo contra as leis daquela gente.
Jesus sempre foi hábil com as palavras. Formidável na sua comunicação com as massas. Um mestre das relações humanas.
Por que então ficou lá, no Jardim de Getsêmani, com seus amigos, só esperando que o prendessem?  Por que não se refugiou em alguma casa romana, já que tinha vários amigos poderosos? Por que não se abrigou no palácio de Herodes, fazendo com ele uma aliança, como aliás fazem tantos líderes da política de hoje quando precisam se safar de algo?  Igual como quando se refugiam em embaixadas ou pedem asilo em outros países. Não. Nem sequer se declarou inocente. Talvez porque esperava a justiça, já que teriam que provar seus crimes.  Pode ser ainda que acreditou que o povo que tanto ajudou não o deixasse só.Com seus discursos firmes e atitudes, Jesus mexeu, ao longo de sua caminhada, com a posição de muitos privilegiados.  Abalou as estruturas do poder dominante e mostrou que os mais humildes, os pequeninos, eram os preferidos de Deus.  Diminuiu o abuso de poderosos e deu aos pobres de seu tempo, a esperança de melhores dias.  Boas perspectivas de um futuro mais inclusivo e mais igual.
Foi demais para os fariseus.  Por isso, não bastava calá-lo ou desacreditá-lo.  Era preciso tirá-lo de combate. Afastá-lo do caminho. Matá-lo.
Jesus podia ter fugido.  Mudado sua rota.  Mas não. 
Mesmo cercado e protegido por seus amigos (os discípulos) que eram contra ele se entregar, simplesmente se entregou.  
Por ele, seus amigos enfrentariam os policiais. Não deixariam tão barato como foi. 
Só que Cristo não queria e eles, não insistiram. 
Foi a julgamento. O mais ágil de sua época. Inédito, feito na madrugada. Sem precedentes.  Pois é. Os tais, doutores da lei, modificaram a lei para condenar Jesus.
Sem como fazê-lo, foram escolhendo outras instâncias.  Mandaram para Pilatos, que o mandou para Herodes, que o devolveu a Pilatos que, com a desculpa de lavar as mãos, entregou Jesus aos abutres.Abutres que influenciaram o povo.  Falaram aos seus ouvidos implantando mentiras, palavras prontas. Distribuíram moedas e sabe-se lá mais o que em troca de apoio.  E assim, mesmo aqueles que até pouco tempo passaram a enxergar, andar e comer pelas obras de Cristo, agora o renegavam.
José de Arimatéia e outros apelaram por ele, mas não adiantou.  A turba, dominada e manipulada, resolveu que o queriam preso.  Depois morto. Optaram pelo criminoso de fato.  Por aquele que tinha as mãos cobertas de sangue.

Depois de tudo, seus acusadores, voltaram pra casa.  Felizes, realizados, com sua condição de privilegiados preservada.O povo que ajudou a condená-lo, enquanto não viu verter a última gota de sangue sagrado, não se satisfez.  Só depois abandonaram o calvário.  Voltaram enfim para sua peleja diária, a servir aos fariseus e romandos como bons e cordatos escravos.Já os amigos de Jesus, ficaram ali, plantados, em vigília constante.  Até o final.  
Mas claro. Ninguém se atreveu a atacar um só soldado, nem tentou trepar na cruz, a soltar o Cristo.  Sequer buscou impedir que batessem os pregos, lhe dessem vinagre. 
Ficar ali, não resolveu muito.  Talvez, ao invés de sentir solidariedade, Cristo pode ter questionado em silêncio sobre a apatia de seus seguidores, pelo silêncio e quietude, quase tão culpados quanto os que gritaram "crucifica-o".
É... era uma outra configuração da história.
Hoje nada parecido com isso aconteceria, mesmo que em outras proporções, né? 
As turbas dificilmente cairiam em conversa fiada ou na falácia manipuladora dos fariseus.


sábado, 13 de abril de 2019

Escola em casa. Da carteira pro sofá.

Claro que me falta embasamento para declarar isso ou aquilo.
Longe de mim ser irresponsável como um desses ministros do atual governo que falam o que pensam, se é que pensam.  Mesmo o próprio presidente e seus filhos, que depois precisam ficar desdizendo as besteiras impensadas que se acumulam desde que estão em ascensão na mídia.
Mas dá, mesmo assim,  pra fazer algumas reflexões em voz alta.
Hoje, em especial, quero meter o bedelho na questão que diz respeito ao ensino em casa.
Em primeiro lugar, o que pregam é que as pessoas teriam a liberdade de tirar os filhos da escola para educá-los em casa e dentro do ritmo de aprendizado de cada um.
Há famílias que já o fazem.  Estima-se que cerca de 3 mil, em todo o Brasil. Eu realmente não sei se isso é verdade. Relato apenas o que registrei de alguma matéria que li sem muita profundidade.
Dentre os motivos que levariam as pessoas a tirarem seus filhos da escola e educá-los em casa, estariam aqueles relacionados as necessidades especiais da criança, dificuldade de adaptação em decorrência de regionalismo, língua, ou ainda a violência nas escolas, problemas religiosos e mesmo limitadores financeiros.  Nesse meio, há também quem afirme que não existe, na lei, qualquer  obrigatoriedade de matricular as crianças e por isso, simplesmente não o fazem.
Não se pode deixar de fora aqueles que defendem, de forma contundente, que o ambiente escolar está impregnado de maus exemplos, mau comportamento e influências nefastas.
Se por um lado conviver o dia todo com a família garante a consolidação dos ensinamentos recebidos dos pais, por outro ter acesso a outras crianças e ao mundo exterior (fora de casa) só contribui para o crescimento intelectual e racional do individuo. Escolhas, por exemplo.
Mesmo que se aprendam palavrões ou se conviva com padrões de comportamento diferentes daqueles pregados em casa, essa mistura tende a ampliar as opções de escolha e consequentemente contribuem para o pensamento e formação da personalidade e do caráter do indivíduo.
Além de tudo isso, quem garante que a família realizará a educação necessária ou suficiente para contribuir para o futuro de seus filhos, preparando-os para o Mercado de Trabalho, para a vida em comunidade e mesmo a integração?
E falando em integração, quem de nós não coleciona as melhores lembranças ou os mais prezados amigos, construídos e vivenciados durante a carreira escolar? Você consegue se imaginar, hoje, sem tudo isso que viveu na escola, arquivado na sua memória?
Eu acho mesmo que só a escola é capaz de fornecer as ferramentas necessárias à amplitude intelectual e mesmo moral de um cidadão adulto.
Livrar-se de encrencas, contribuir na lição dos amigos, dividir material e merenda, experimentar a disciplina das filas e dos horários, inclusive contrair as pequenas doenças que se transformarão em resistência e proteção.  Tudo isso fez de cada um o que somos hoje e privar nossos filhos dessa experiência me parece ser algo extremamente injusto.
Só pra terminar, nem citei o grave problema de que as crianças em geral já ficam quase o dia todo fechadas, em torno de vídeo-games, TVs ou mesmo na cama.  Uma vida virtual sem emoções, desafios ou conquistas.  Distantes de outras crianças e do mundo real.
Tirá-las da escola só fara agravar esse problema que já é causa de muitos danos emocionais.
Nem todos no entanto, irão usufruir desse projeto ou desse modo de educação.  Sempre haverá famílias de menor renda, que ainda precisarão de lugar para deixar seus filhos, alimentá-los e cuidá-los enquanto estão trabalhando fora.
Quem sabe então que, diante de uma multidão de pessoas menos letradas, menos cultas, oriundas desse "sistema" novo, não possa ser justamente entre os menos favorecidos, obrigados à frequência escolar, que surgirão os novos pensadores, cientistas, inventores ou os melhores engenheiros, técnicos e profissionais de sucesso?

sábado, 6 de abril de 2019

"Mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa..."

"Tudo isso acontecendo e eu aqui na praça, dando milho aos pombos."
A letra da música de Zé Geraldo é do início dos anos 80.  Mas muito atual.
Ela lembra do pouco que fazemos a despeito de tudo o que vemos no dia a dia, enquanto indignados, apenas observamos.

Amanhã, 7 de abril, completa 1 ano desde a prisão do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.
Com as finanças em pandarecos, o instituto Lula teve que leiloar algumas coisas para arrecadar dinheiro e ajudar no pagamento da equipe de defesa de Lula.

Sim é verdade que o patrimônio da entidade está bloqueado, mas o próprio ex-presidente não tem recursos no Brasil ou no exterior para pagar devidamente sua defesa sem ajuda.
Diferentemente de outros acusados de corrupção no país, não há o que congelar ou tomar de Lula, seja no exterior e mesmo aqui no Brasil.  Não se pode tomar o triplex, pois não é dele e nem o sítio, que também não é.

Por isso é de se perguntar quais são as bases e provas de sua condenação. Até hoje esperamos a comprovação dessas acusações e praticamente TODO MUNDO sabe que sua prisão foi diferente.  Julgamento rápido, delações inconsistentes, acusação fraquíssima e muito holofote da mídia para evitar que descuidassem dos detalhes no papel de o condenar. 

Enquanto isso, dezenas de outros protagonistas da Lava Jato ou das sujeiras políticas que decoram o poder público dessa nação há centenas de anos, passam ilesos.  No mais recente cenário, sobretudo os tucanos, continuam livres, leves e soltos.  Alguns com verdadeiras fortunas liberadas para uso diário. 
Dentre esses tem uns, por sinal, bem quietinhos e miudinhos no seu canto, feito meninos "cagados"  depois que pingaram sobre eles algumas gotinhas de denúncias, delações, prisões de amiguinhos (comparsas) e outras farpas que sugiram isso ou aquilo. 
Com dinheiro livre, esses "sortudos" do crime podem pagar bons advogados e até viagens ao exterior para cônjuges e filhos, quando simplesmente não vão junto.

Dos poucos que estão presos, há alguns sobre os quais nem notícias temos mais. Será que...
Por exemplo, eu gostaria muito de saber a quantas anda e como está a vidinha do famigerado Eduardo Cunha, pivô do impeachment no Congresso e em cima de quem pesam fortíssimas acusações inclusive fortalecidas com dinheiro encontrados em contas na Suíça e tudo mais que COMPROVA sua situação. Julgamentos demorados os de gente como ele, né?

Como estão também outras figuras, como aqueles que carregaram malas de dinheiro pelas ruas, esconderam verdadeiras fortunas em apartamentos desocupados, ou tiveram vídeos e áudios gravados ameaçando a vida de primo, confessando propinas etc. e tal?
Como estão aqueles que, criminosos, mentiram durante as delações para diminuir suas penas ou liberar seu dinheiro bloqueado? E por fim, como estão aqueles outros que foram mencionados em suposto crime de venda de sentenças, fraudes em processos e outras coisas, sem que nem investigação fosse aberta e a imprensa jamais quisesse ouvir os denunciantes ou mencionasse o caso com o devido destaque?

Realmente fica a alguns de nós a impressão que quando a opinião pública cobrava a prisão para TODOS os criminosos, independente do partido ou do cargo exercido, o fazia com certa seletividade e exceções.  Ainda, que esse TODOS que eles queriam ver pagando pelos crimes, não eram tão TODOS assim.

Não menor no entanto, foi a justiça seletiva empregada pelos agentes do judiciário em suas várias esferas. Inclusive quando tiveram que mudar sua posição quanto à prisão em segunda instância só para garantir que Lula ficasse "detido".
Isso ficou bem claro pra mim à medida que bastou Lula ser preso pra ninguém mais pedir prisão para mais ninguém.

Meus vizinhos soltaram fogos no dia 7 de abril de 2018.  Que alegria radiante eu vi na minha cidade.  Diziam por aí que "então era só prender o resto"... mas nunca mais se pronunciaram. Nunca.  Nem diante de evidências pesadas sobre esse ou aquele. Nem agora, recente, como no caso Marielle. Ninguém de fato insistiu e presos os possíveis assassinos da moça e seu motorista, pra essa gente tá tudo resolvido e pronto.

Contrários ao PT e a Lula, aos amigos e familiares de petistas, festejaram nas ruas a prisão de Lula como se seu time de futebol tivesse vencido o campeonato interestelar, mas jamais voltaram a bater uma panela, vestir a desbotada camisa da CBF ou a "bradar" pela justiça contra outros personagens da política brasileira.
Era só pra tirar o PT.  Era só pra evitar que Lula voltasse. E muitos nem sabem por que queriam isso.  Talvez, só pra se sentirem parte da elite.

No processo eleitoral do final do ano, vi alguns morrendo de medo de Haddad e até de Ciro, como se por acaso a eleição deles fosse o estopim da "revolução bolchevique" no Brasil.
Umas conversas tontas sobre Cuba e Venezuela, como a inventar justificativas para votar num insonso projeto de governo sem plataforma, sem nada.  Deviam assumir, tipo dizer: voto por que quero! Mas não, com uma desculpa mais deslavada que a outra, puseram o cara na presidência e há quase 100 dias estamos vivendo o caos da política externa, do entreguismo e da inoperância de setores fundamentais como a saúde e educação.
Na época, só não vi a decadente Duarte afirmando que "tinha medo", como fez na eleição de Lula. De resto, voltávamos para o período pré luliano da política.
O discurso pobre de ideias e rico em impropérios deixava claro quem iria faturar o controle geral do país e sob a proteção e olhares de quem.

Pois é.  Passou-se um ano de  Lula encarcerado.
Como tantos outros que já estiveram presos ao longo da história do mundo dentre eles Mandela, Mojica, Luther King, Gandhi, lá está mais um líder do povo.
Presidente que foi eleito e reeleito e que deixou seu mandato explodindo de aprovação e reelegendo sucessora.  Presidente em cujo governo todos os índices positivos como crescimento, PIB, reservas, empregabilidade, alfabetização etc. subiram desmedidamente, enquanto índices negativas despencaram como dívida externa, famílias na linha da miséria, desemprego, mortalidade infantil etc.
A sensacional presença do Brasil no Mercado exterior e sua relação com TODAS as nações, era então o ponto alto de um governo progressista e avançado.
O atestam os índices oficiais e diversos opositores como se pode comprovar por todo o lado.

Preso Lula, nem sinal de justiça pra ele, que pelo menos deveria ter merecido um julgamento justo. E ainda que ele receba permanente apoio de toda a parte e esteja sob os olhares de grandes líderes e pessoas ligadas à arte e justiça mundo afora, a justiça brasileira e mesmo nós, nada fazemos para corrigir essa imensa contradição histórica.

Os incautos falam que alguns de nós mantemos "bandido de estimação".  Mas são eles que não se apressam em pedir os rigores da perseguição aos tão propalados bandidos que desfilam pelos noticiários. 
Algumas pessoas, quando debato, vão além e costumam querer me lembrar que já prenderam Temer, prenderam Richa, prenderam Paulo Preto, prenderam o... o... o...
É... tem uns que não tem jeito, né?  Se não prender, nem que for por um dia, pega muito mal mesmo.
Sem falar que boa parte dos presos já foi solta, como o foram os aliados de Temer que o acompanharam em prisão recente.
Pára.  Pra cima de mim, não. Chega!

Lula é preso político.  E assim permanecerá.

Somos uma nação cordata e formada por pessoas mansas.  
Também temos entre nós gente insensata que não se posiciona nem diante de fatos concretos como, repito, o assassinato de uma vereadora na rua.  Que diante de ameaças que fizeram fugir do país os que batem de frente com possíveis criminosos, ficam ainda contra os ameaçados.  
O resto de nós, mesmo os "nem tanto iludidos", seguimos tocando nossas vidas. Mesmo com direitos devassados, aposentadoria ameaçada, o país rifado e doado aos abutres do grande capital.
A não ser quando, muito valentes, resumimos, como eu mesmo faço, a militância e luta às redes sociais. 
Bela bosta.

Que triste.  Que pobre do ponto de vista do patriotismo real.

Mas também, como fazer diferente?  
As coisas são tão esfregadas na nossa cara que o efeito é atordoante. 
Imagine, por exemplo, que o julgador de Lula vira ministro logo a seguir do cumprimento da pena do seu executado ter garantido que, aquele que o nomeou para o cargo, fosse eleito. Pois sabemos, Lula venceria no primeiro turno.
Mas tá, vamos dar uma chance ao lado de lá.  Imagine um candidato à presidência ser esfaqueado às vésperas da eleição e ninguém apurar quem mandou, quem pagou, quem protegeu, quem abraçou, quem carregou, quem limpou o sangue da faca, quem fez isso ou aquilo. Pois talvez seja melhor mesmo não saber já que TUDO parece estar resolvido para quem interessa de fato.
E diante de tudo isso, somos minados diariamente por notícias que só fazem obstruir nossa razão.

Ficamos todos paralisados, olhando pro céu, sem saber o que está acontecendo.   
Sem notícias, no escuro, nas trevas, no vácuo. 
E com isso, foi um ano.  Em breve serão 5 e depois 10. Até que Lula desapareça fisicamente para se tornar, esse sim, um verdadeiro mito. 
Quando os livros de história resgatarem a verdade, e colocar as pessoas no seu devido lugar, toda essa geração terá passado e mais uma vez, teremos apenas assistido a "banda passar", de braços cruzados.  Coniventes e cúmplices.
Claro, tô agredindo ninguém, viu?  Eu também tenho culpa.  Culpa máxima.
O Brasil precisou de mim e falhei.  Critiquei, votei, mas foi só isso que fiz.


Ser uma nova versão.

Muitas vezes eu me ponho a aconselhar pessoas.   Desde os filhos, companheira, amigos e até quem não pede conselho algum. Feio isso, né? A...