sexta-feira, 19 de março de 2021

São José do "tatata".

Com seu costumeiro desrespeito e revelando um desprezo ainda maior, foi assim que o presidente do Brasil se referiu à minha doce São José do Rio Preto que hoje, 19 de março, completa seus 169 anos.

Em uma de suas habituais e desastrosas "lives" aquele que foi eleito para governar nosso povo, questionou e condenou as medidas de segurança impostas pelo Decreto Municipal do Prefeito Edinho Araújo, que decretando um "lockdown" por seis dias, visa reduzir o contágio da COVID e com isso a diminuição da demanda de leitos em nossos hospitais.

É a velha história do "não faz e critica quem faz." O presidente é um mestre nessa arte, a saber, a da inércia.

Por tudo o que não faz em prol da minimização dos efeitos dessa tragédia, Bolsonaro já está conhecido, no mundo todo, como o pior gestor diante da pandemia.  

Brasileiros aos borbotões o chamam de genocida, o que gerou inclusive um excesso por parte de alguns aliados do presidente que reivindicaram o ressurgimento da "lei de segurança nacional".  Sim, um resquício da ditatura foi invocado para tentar calar e amedrontar oponentes, usando como bode expiatório, o influenciador Felipe Neto.

O tiro parece aliás, ter saído pela culatra, uma vez que o youtuber constituiu com um grupo de renomados advogados, um mecanismo gratuito contra a censura denominado "Cala boca já morreu", disponibilizado à toda população de nosso país. Claro que vamos usar sempre que ameaçado o direito de exercício da livre opinião.

Essa loucura representada pela forma ignóbil com a qual o chefe do Governo Federal parece tratar um problema dessa imensurável proporção não tem fim e só faz crescer.  E por incrível que pareça, ainda encontra ressonantes nos mais diversos cantos e recantos.

Ainda tem gente e de toda espécie, a fazer a defesa de alguns medicamentos já tidos por ineficazes como a hidroxicloroquina, ivermectina e outros, propalados por inconsequentes frequentadores das grades do Alvorada.

Em paralelo, ganha visibilidade, cada vez maior, um vídeo que mostra quantas vezes o presidente desconsiderou a vacina, o único mecanismo de solução plausível até agora para o fim da doença.

Quanto às medidas de contenção, se Edinho ou Dória exageraram na dose, eu não sei, mas sei que não são únicos.  Assim como eles, outros tantos responsáveis governantes planeta à fora, tomaram essa atitude e com isso, sem discussão nenhuma, diminuíram a mortandade que era ocasionada pela falta de leitos e equipamentos.

Se o Governo Federal fizesse a sua parte, ou alguma coisa qualquer pelo menos, não seria necessário que prefeitos e governadores tivessem que fazê-lo por conta própria e ainda recebendo críticas de quem devia ter dado o exemplo e nunca deu.

Por essas e outras razões, o barco chamado bolsonarismo está indo de mal a pior.  Mas ainda se contam vereadores, deputados e dirigentes religiosos, que desejam se manter atados à sua imagem, na esperança de herdarem algum tipo de espólio do que foi sua ascensão. Que coisa!

Só é preciso que façamos a real separação e compreendamos que muitos bolsonaristas já revisaram seus conceitos e merecem sim esse indulto. 

Vi, em reportagens ontem, que o próprio Major Olímpio, falecido por conta da COVID, bolsonarista das primeiras horas, já havia rompido com o presidente há tempos e se punha como crítico contundente de Bolsonaro, inclusive pela péssima condução da crise sanitária que vivenciamos. Se isso não o torna bom ou avançado, o tira da galeria dos cegos e insanos fãs do presidente.

Nessa generalização também, em que pese alguns líderes de partidos ou grupos religiosos defenderem Bolsonaro, vale dizer que é grande o número de católicos e evangélicos a reconhecer a forma reprovável e torpe com que se governa esse país.

Evangélicos da periferia, em suas obras de resgate e apoio ao povo mais pobre e sofrido, não se deixam levar pelo discurso "rebuscado" dos malafaias e macedos da vida. Seu compromisso é com a solidariedade e não com o enriquecimento fácil prometido nas efervescentes pregações desses falsos  "profetas".

Em casa, detido pelo decreto, mas muito mais pelo bom senso, me reservo ao direito de ler, ouvir música, orar, conviver com os meus bichos, plantas e comungar com meus filhos o afeto à família que ainda me é permitido por não ter contraído a "praga" de nossos dias.

Rogo a Deus pelo fim rápido dessa dor universal, pelos doentes e seus familiares, pelos enlutados e pelas almas arrebatadas.  Mas rogo aos homens e mulheres, meus irmãos e irmãs brasileiros que acordem para tudo o que estamos passando e de uma vez por todas aprendamos juntos que "sim", da pra piorar quando ao invés da cabeça, agimos pelo impulso na hora de votar.  


Brasil da Esperança, Rio Preto da Esperança.

É na eleição municipal que a democracia fica mais evidente, pois é nas cidades que os cidadãos de um país podem se manifestar de maneira mai...