quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Canaviais

Nas rodovias, andam a 40 km/h... Emperram o trânsito, não saem para o acostamento. Sujam tudo, pois os galhos secos vão esvoaçando pelo caminho, atingindo aos veículos atrás. Além de por em risco a vida de muitos viajantes, os próprios motoristas sofrem.
Trabalham fora de hora, bem como os cortadores.  Um serviço miserável que paga pouco e destrói o físico destes pobres homens e mulheres.
Diante da sêca e de todos os problemas ambientais, continuam a provocar queimadas que ampliam a poluição, afastam as massas de ar frescas e povoam cidades inteiras com fuligem de pior qualidade.
Ontem viajei para Palestina... Na volta, dois caminhões, de uma vez, fizeram eu perder meia hora num trecho de pouco mais de 15 km.  Isso porque sou paciente.  Outros motoristas há que, sem visibilidade alguma, ultrapassam em locais proibidos e quase provocam acidentes graves.
Hoje despertei e nossa varanda, lavada ontem, estava destruída com aqueles pedacinhos pretos de cana queimada.
Nos fundos de minha casa, uma estrada de terra dá vazão a dezenas de caminhões durante toda a madrugada fazendo tremer as janelas e paredes minhas e dos vizinhos.
Quando é que, em nome desta elite composta por grandes usineiros, algumas leis básicas (sossêgo após determinada hora, direitos trabalhistas, preservação do meio ambiente dentre outras) serão cobradas?
Se queimo uma lata de lixo no fundo do quintal, alguém logo me cobra responsabilidade.  Estes sujeitos continuam fazendo queimadas gigantes e nada.
São amigos do amigo?  O etanol é tão importante assim?  Cadê que o preço não cai?  Sinceramente eu acho isso o fim e não vejo nada acontecer.  Se algo acontece nestes sentidos, por favor, que alguém me informe.
Agora, não se confunda este meu desabafo com reclamações de um pequeno burguês preocupado com a sujeira ou a demora no trânsito, somente.  Há toda uma história por traz disso.  E esta história precisa ser devidamente encarada pelas pessoas.  Centenas de plantações de alimentos, deram lugar à cana.  Sabe-se Deus quantos produtores de pequeno e médio porte, locaram seus sítios para esta finalidade.  Assim sendo, o problema é muito mais grave. 

Um comentário:

  1. Toda essa história tem um componente grave o uso da droga para aguentar o serviço. Uma preocupação de saúde pública ao trabalhador e não há nem um preocupação por parte de empresários ou sindicatos neste sentido.

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