quarta-feira, 30 de junho de 2021

O mago e o super pedido

 

Quando o dia de hoje surgiu, com o friozinho de início de inverno, apresentou um sol diferente. Talvez a alertar para a surpresa do final da tarde. A apresentação do Super Pedido de Impeachment por diversos parlamentares e entidades. 

De manhã eu ainda não sabia da história vergonhosa do US$ 1 por dose de vacina.  Só sabia do escandaloso superfaturamento da COVAXIN. Também havia a expectativa do depoimento do empresário Carlos Martins (Wizard) na CPI da COVID. Depoimento aliás que foi vergonhoso, seja pelo silêncio forçado e covarde do depoente, seja pela defesa descabida dos governistas a tentar encontrar no mesmo uma porção de boa vontade por aceitar o “desafio” de ajudar no Ministério da Saúde.

O mórmon Wizard, que acrescentou esse estranho sobrenome por representar sua empresa de então (o curso de línguas Wizard), chegou fazendo citações bíblicas e se colocando como grande altruísta e cristão.  Patético.

Em português, a tradução de seu nome é algo como “mago”.  Talvez porque foi usando magia que conseguiu uma fortuna de R$ 2,1 bilhões segundo a Forbes. A escola de idiomas WIZARD, que virou rede de franquias, passou a compor um grande grupo de educação que Carlos batizou de Grupo Multi, mais tarde vendido a um grupo britânico, o Pearson.  Hoje, ele é proprietário da Sforza, empresa de gestão de investimentos, do KFC, Mundo Verde, Pizza Hut entre outras.

O fato é que junto ao “velho da Havan” e outras figuras simpáticas ao governo, o cara realmente deu seus pitacos no Ministério da saúde e pode sim ter participado do tal “gabinete paralelo”. Como quem cala consente, ele não negou.

Diversos vídeos eram mostrados enquanto ele repetia roboticamente, após cada pergunta, que iria “usar o direito de ficar calado”.  Num dos vídeos, Carlos Wizard ri ao comentar que pessoas morreram em Porto Feliz, no interior de São Paulo, por ficarem em casa e não utilizarem os medicamentos preventivos.  Isso mesmo, aqueles que todo mundo conhece e que comprovadamente não fazem nenhum efeito contra o vírus, mas pelo contrário, complicam em muito a saúde de quem os utilizou indiscriminadamente.

Mas o ponto alto do dia, anunciado pelo sol da manhã, foi sem dúvida a reunião de deputados, juntando no mesmo microfone, Gleisi Hoffmann do PT e Joyce Hasselmann, ex-líder do governo Bolsonaro, além de outros tantos que misturaram direita, esquerda e centro, para apresentarem um pedido de Impeachment ao presidente da Câmara dos Deputados. Mais de 120 pedidos foram reunidos em um só e Lira não poderá fingir-se de morto.

Esse é o fim da saga do pior presidente desse país, que termina seus dias com gigantescos casos de corrupção. 

Para arrematar, no próximo sábado dia 3 de julho, brasileiros de toda parte sairão novamente às ruas, em plena pandemia, para dar o empurrão final para fora do Planalto.

Quem viver verá.

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