Aconselhar as pessoas
sempre foi muito fácil.
Mas o ideal sempre é
partilhar experiências, pois elas sim são um testemunho vivo do que a gente
prega.
Fui chamado para falar
de empreendedorismo a uma plateia em uma faculdade de Administração. O que dizer a sequiosos estudantes prestes a
começar suas vidas profissionais?
No mundo dos negócios,
por exemplo, já fui uma pessoa de várias faces.
Já fui office boy,
assistente de departamento pessoal, assistente de departamento financeiro,
conciliador contábil, inspetor de produção de uma seguradora, corretor de
seguros, gestor de uma loja de roupas femininas da família em shopping,
proprietário de escolas profissionalizantes, professor de cursos, palestrante,
consultor de franquias em empresas outras, dono e fundador de franqueadoras,
além de viver uma intensa vida como militante político.
Fui casado, sou pai de 3
filhos e vi em 2019 muita coisa mudar na minha vida “de novo”.
O que esses 52 anos de existência
me permitiram aprender até o momento?
Que é preciso dividir as
coisas muito bem. Cada uma no seu lugar.
Os papéis, como dizem
psicólogos, devem ser vividos individualmente.
Pai quando se é pai,
filho quando se é filho, marido quando nessa condição, militante político nas
lutas justas e empreendedor quando nos negócios.
Em cada papel, 100% de
dedicação e foco. Acho que consigo fazer
isso. Nunca tive problema de desvio de
atenção quando estou mergulhado numa solução ou ideia.
No quesito negócios, por
exemplo, posso me considerar um homem bem sucedido, embora tenha enfrentado
diversos perrengues.
Mas foram justamente
diante desses percalços que dei a volta por cima, encontrando ou criando soluções
mirabolantes e definidoras para o “próximo capítulo”.
Sempre pude contar com a
confiança de pessoas próximas e sobretudo, com a ajuda de cada um.
Trabalhar com família e
amigos é importante. É verdadeiramente
bom. Mas há que se considerar que
amizades nascidas do dia a dia de um empreendimento são fortalecidas pelo
objetivo comum de vencer, muito mais do que quando cerramos fileiras com algum
querido.
Afinal, temos o hábito
de exercer a complacência, exageramos no carinho, não só perdoando deslizes,
como buscando não desagradar com atitudes que seriam drásticas em determinados
cenários, mas fundamentais.
Para dar saltos, a
compreensão dos outros nem sempre é manifestada. Como quando precisei desistir
de sonhos que eram bons. Abandonar
projetos promissores e até simpáticos, para poder dedicar forças em coisas
maiores, melhores ou com resultados mais interessantes.
Isso nunca foi problema
para mim.
As constantes mudanças,
substituições de pessoas ou ações, revitalizam.
Fortalecem.
Sou o cara que, quando
muda de ambiente, roupa ou parceiros, também muda por dentro.
Afinal, tudo está em
constante mudança no universo. Nada é
estático, desde a nuvem até os reflexos econômicos. Se adequar ou se adaptar a essas variações
são o que garante a sobrevivência do negócio.
Também não resisto a
loucuras. Tão logo surge a oportunidade, me enfio em uma.
Investir quando a crise
assusta, ousar quando todo mundo se segura, me dá adrenalina e vantagem perante
a concorrência.
Variavelmente, sobretudo
nessas condições de pressão, se pode fazer cálculos errados. O problema nunca
será gastar muito, investir muito, mas sim ganhar pouco, faturar pouco. Isso deve ser digno de atenção.
Em jogadas arriscadas,
já ganhei muito dinheiro e fiz gente que estava ao meu lado, ganhar também.
“Em Roma, faça como os
romanos”, alerta o dito popular. Pois
bem, num país capitalista, pense como um, mesmo que isso agrida um pouco sua
ideologia política. Afinal, antes de
mudar o mundo é preciso estar vivo.
Nessa toada segui
tentando fazer a diferença. E foi assim,
a cada virada de chave, a cada novo milagre nos negócios que angariei mais
credibilidade e forças. Pois quando
desafiamos as impossibilidades, nos tornamos imbatíveis e somos respeitados até
por quem não nos favorece.
Não tenho dúvidas que,
vez ou outra, alguém pode ter pensado que eu não era “aquela coca cola
toda”. Sim. Por certo já fui visto como “pouco
esforçado”, ou no vulgo, “braço curto”.
O fato é que, quando estamos atolados de tarefas, pouco nos sobra para
pensar, criar e montar boas estratégias.
Não foram poucas as
vezes em que me recolhi. Em uma chácara
na qual morei, cavando a terra e plantando flores em meio a uma tarde normal de
semana. Não foram poucas as vezes que
tirei o dia a passear ou ficar com os filhos.
Refrigérios para a
mente. Lenitivos para o coração. Energia
para o espírito.
Egocêntrico, egoísta,
vaidoso... já não sei mais qual o pior dos meus defeitos. É que tenho a mania de pensar que nasci para
algo muito especial. Então, criar
coisas, fatos, negócios e situações, parece ser obrigação e quando tudo está
calmo ou perfeito demais, sinal que está na hora de agitar.
A luta, a batalha, a
guerra, vai com certeza terminar um dia.
Seja porque acabou o motivo da briga, seja por alcançar o objetivo, sei
lá. No entanto, não será hoje ainda. E perseverar na lida, na busca pelo sucesso
empresarial, precisa ser a qualidade máxima de uma pessoa empreendedora.
Não temo repartir os
louros, o comando, as decisões. Por
vezes me apresento arrogante, mas é típico de quem precisava ter “apanhado mais
da vida”. Acho que é melhor “comer pudim
em grupo do que pão seco sozinho”.
Todas as boas ideias
partilhei com sócios, outros empreendedores.
E ainda hoje, busco fazer isso.
Quem trabalha comigo, quem vem comigo, ou é sócio no contrato social ou
fraqueado de alguma de minhas ideias.
Naufragamos juntos ou
voamos juntos. Voar é sempre melhor. E
quem está na nave, não a quer ver despedaçada.
Diferente de quem assiste do lado de fora.
Gosto disso. De pessoas que acreditam em mim. Mas gosto mais de gente que acredita em si
mesmo e que reúne praticamente as mesmas qualidades que eu.
Nisso consiste o
amálgama do sucesso. Lutar junto. Até o
fim e tendo por fim, a nova empreendida.
Costumo repetir os parceiros, salvo quando não querem, quando não são
leais ou quando não estão dispostos a “entrar junto no lago”.
Cotidianamente acordo
com ideias novas. Com soluções novas
para os problemas novos. Muitas vezes
seria mais fácil permanecer em inércia ou até, em situações mais sérias, desistir. Mas não para mim. Se a questão é grave ou séria, atitudes
graves e sérias. Isso fará toda a
diferença.
Tenho que fazer
isso. Tenho que jogar limpo.
Ninguém consegue vencer
no mundo dos negócios sem ser e parecer honesto, corajoso, dinâmico.
O leão ruge porque
precisa mostrar que está vivo, no controle e ser temido, muitas vezes, pelo
menos nesse campo, ainda é bem mais necessário que ser amado.
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