Nilson Dalledone
nilsondalledone@gmail.com
Depois do ataque maciço com mísseis balísticos das Forças Armadas do Irã contra a entidade sionista (Israel), as tensões no Oeste da Ásia (Oriente Médio) chegaram ao ponto de rompimento, devido à disputa pela supremacia regional entre Irã e a entidade sionista (Israel). O ataque maciço do Irã contra os ocupantes da Palestina foi uma clara resposta ao assassinato dos líderes do Hamas e do Hezbollah e uma represália contra o ataque com pagers explosivos que causou muita indignação no mundo árabe. Entretanto, a entidade sionista (Israel) fingindo que o ataque de represália iraniano foi uma agressão não provocada, ameaça vingança a qualquer custo.
Funcionários da entidade sionista anônimos informaram que estão considerando a possibilidade de atacar instalações nucleares e de produção de petróleo, assim como setores de comunicação e do sistema bancário iraniano, além de realizar assassinatos seletivos contra figuras-chave da liderança do País. Chegou-se ao ponto de um chefete do serviço de segurança sionista ameaçar assassinar o líder supremo do Irã, Ali Khamenei.
É por isso que as FDI – Forças de Defesa Israelenses estão buscando formas, para superar as defesas antiaéreas iranianas e alcançar seus objetivos. Enquanto isso, o Irã continua reforçando suas defesas com a ajuda da Federação Russa que forneceu sistemas S-400 e caças Sukhoi 35.
De fato, a entidade sionista só enfrenta sozinha inimigos inferiores e, mesmo assim, com grandes fornecimentos de bombas e armas norte-americanas. É fato que a entidade sionista (Israel) bombardeou civis indefesos em Gaza e no Líbano, com a aprovação do governo norte-americano, mas, para atacar o Irã, dependeria da intervenção direta dos EUA e de seus aliados da OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte. Qualquer ataque ao Irã depende do apoio de países ocidentais com presença militar no oeste da Ásia, especialmente dos EUA que garantiriam o abastecimento de armas e munições à entidade sionista, assim como alta disponibilidade dos ativos da Força Aérea Israelense. Teriam de oferecer, também, acesso às informações de sua rede de satélites e dos serviços de inteligência da OTAN, forçada, então, a usar intensivamente aviões AWACS.
Especialistas em Ásia Ocidental têm ressaltado o papel de um importante documento do Broking Institution, elaborado, para oferecer recomendações à alta burguesia dos EUA e seus serviçais sobre como defender seus interesses perante o Irã. O documento com data de 2009, intitulado “Que caminhos devemos seguir rumo à Pérsia”, recomenda utilizar a entidade sionista (Israel) como proxy, para defender os interesses ocidentais, permitindo que, quando houver ataques contra o Irã, seja plausível negar de onde vieram de fato, incluindo a devastação da economia e infraestrutura básica do Irã, e, também, de suas instalações nucleares. A culpa, nos termos do Direito Internacional, recairia em seu peão sionista e não nos EUA e seus aliados da OTAN. No capítulo V desse documento atualizado, com o subtítulo “Deixe-o para Bibi”, estimula a entidade sionista (Israel) a promover ataques em toda a região contra rivais dos EUA. “Bibi” é um apelido popular do criminoso nazi-sionista Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense.
Esse documento ressalta que em caso de ataques aéreos norte-americanos contra o Irã, o objetivo seria destruir as instalações nucleares-chave iranianas, na esperança de atrasar significativamente a capacidade nuclear desse país. Entretanto, nessa opção, os EUA não só estimulariam, mas também ajudariam a entidade sionista a realizar tais ataques, porém, desviando as represálias iranianas e a crítica internacional contra a entidade sionista (Israel), de modo semelhante ao uso pela OTAN da Ucrânia, para atacar a Federação Russa.
O Irã tem sido classificado por muitos anos como um dos quatro grandes rivais do poder ocidental, ao lado da República Popular da China, Rússia e a República Popular da Coreia do Norte. A suposta carência de armas nucleares pelo Irã faria com que a República Islâmica seja o elo mais fraco desse eixo. É por isso que um ataque sionista suficientemente devastador contra o Irã poderia ter consequências geopolíticas muito favoráveis para o mundo ocidental. O mais provável é que a entidade sionista (Israel) seja o único a lançar ataques reais, mas fortemente respaldados por vários países membros da OTAN, primeiramente, pelos EUA. A chegada do chefe do comando central dos EUA a Tel-Aviv, em 5 de outubro, aumentou o consenso de que o próximo ataque será estreitamente coordenado com os EUA e seus aliados da OTAN.
O resultado dos atuais confrontos é incerto. A possibilidade de que os EUA confiem na entidade sionista (Israel), como um proxy, para lançar ataques na Ásia Ocidental continua sendo significativa. No entanto, as análises norte-americanas e de seus aliados menores da OTAN poderiam estar errados.
O Irã aumentou sua capacidade de ataque notavelmente nos últimos anos. O país islâmico adquiriu ativos para ataque e defesa que não existiam antes. Por outro lado, enquanto os analistas ocidentais tinham certeza de que o Irã não teria armas nucleares, é mais do que provável que a República Islâmica já as tenha. E as capacidades de represália iranianas são bastante consideráveis. Seus mísseis podem alcançar os países europeus da OTAN e superar todas suas defesas aéreas, não importa se se trate dos EUA, da entidade sionista (Israel) ou da Jordânia. Está demonstrado na prática.
E a situação da OTAN e de seus satélites se agravou muito em 5 de outubro, às 12:35 h, horário iraniano. Nesse instante, ocorreu um abalo sísmico de 4.6, na escala Richter, em Aradan, na província de Semnan, com epicentro a menos de 5 km da superfície, captados por uma estação sísmica da Armênia. Trata-se de algo muito estranho, porque essa região, próxima ao deserto de Kavir, não é propensa a terremotos e a profundidade em que os abalos teriam acontecido, seriam muito próximos da superfície. Um dia antes, o Aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, fez referência a um acontecimento milagroso que traria uma nova “Batalha de Kaybar”, confronto entre os primeiros muçulmanos e uma comunidade judia, em Khaybar, em 628 d.C. Suspeita-se que o Irã tenha feito seu primeiro teste nuclear, tal como EUA, União Soviética e outros fizeram a seu tempo.
Evidentemente, Ali Khamenei não se refere à continuação de nenhuma guerra religiosa, mas à terrível luta que travam os povos da Ásia Ocidental contra o colonialismo e o imperialismo. O Estado artificial de Israel pouco tem a ver com Bíblia ou com religião, ainda que use de argumentos religiosos e de “religiosos enviados por Satã”, para justificar sua existência e ferocidade.
Se a República Islâmica do Irã tivesse usado armas nucleares em sua represália contra os monstros sionistas, em 1º de outubro, a entidade sionista não existiria mais. Ocorre que os iranianos somente atacaram alvos militares importantes. Não faz parte de sua doutrina militar, tal como acontece com a Rússia, bombardear populações civis. Por isso, estão apostando no enfraquecimento dos EUA e no desaparecimento gradual de Israel, sem a necessidade de promover qualquer carnificina. É outra lógica. Não custa aprender.
O início de uma guerra interminável na Ásia Ocidental é uma das possibilidades mais assustadoras para a OTAN. Se a Federação Russa intervier a favor do Irã, complicaria consideravelmente as operações da OTAN, pondo em risco sua segurança, inclusive, no continente europeu.
Todos os seres humanos são tripulantes de uma mesma nave chamada Terra. Os quatro países que compõem a coluna vertebral do Eixo da Resistência contra o imperialismo norte-americano e o que resta do colonialismo europeu não só denunciam os crimes da alta burguesia global contra a humanidade, como sua intenção descarada de reduzir a população mundial por meio de guerras, fome e pandemias, mas também assumem compromissos práticos, como o intenso respaldo a todas as forças que combatem imperialistas e colonialistas, não importa a cara que tenham.
Faça sua parte todos os dias, como meio para salvar a humanidade de uma hecatombe nuclear que é cada vez mais iminente.
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