quarta-feira, 22 de setembro de 2021

De vergonha em vergonha

 

Não adianta. Tenho uma enorme dificuldade em entender os motivos pelos quais ainda há pessoas que acreditam nessa criatura.

Em meu círculo de convivência, são muitos os clientes, parceiros de negócios, colegas dos tempos do Tiro de Guerra, faculdade, clubes de serviços, além de familiares e amigos de longa data que se postam, em debates calorosos, como defensores de Bolsonaro.

Ainda que estejamos com os dados todos esfregados na cara, seja a inflação galopante, seja o nosso posicionamento ridículo no cenário mundial, o número de mortos da pandemia, os mais variados escândalos de corrupção que vão da família do presidente, até pessoas em altos cargos da Administração Federal, tem gente que não deixa de acreditar no cara.

Sua aprovação popular despenca diariamente.  Muitos apoiadores de primeira hora já “abandonaram o barco” por se sentirem traídos ou decepcionados.  Portanto, me espanta que ainda persistam aqueles que não enxergam o que está ocorrendo.,

Daria para iniciar lembrando lá de trás, quando em campanha, suas palavras eram as piores dentre todas.  Ódio, racismo, homofobia, desprezo às minorias e falta total de projetos.

Podemos ainda viajar no tempo, no período em que por 30 anos foi Deputado pelo Estado do Rio de Janeiro sem produzir qualquer projeto, além de promover seus filhos e mulheres em cargos eletivos, povoando os gabinetes com funcionários fantasmas e depois ficando com boa parte de seus salários nas chamadas “rachadinhas”.

Por fim, chegarmos à formação do Governo com seus ministros invertidos. Destaque para a desastrosa política econômica de Guedes, um cidadão sem qualquer qualificativo para o cargo que ocupa, já testado e reprovado por outros.  Os vários que ocuparam a pasta da Educação e que eram adversários ferrenhos de universidades e universitários.  Aquele que ocupou o Meio Ambiente, mas era inimigo número um da natureza, das matas, dos rios e dos povos indígenas.  Os demais são tão ruins quanto incipientes.  Valendo dizer, no entanto, que em plena pandemia, a dança das cadeiras no Ministério da Saúde não foi suficiente para encobrir as dezenas de tentativas e falcatruas com vacinas e outras picaretagens.

Mas a despeito de tudo isso, para piorar, tem aqueles que abraçam situações incomuns sem vergonha ou preocupações outras, como aliás ocorreu ontem após o discurso nas Nações Unidas. 

Diante do mundo, o presidente mentiu de maneira descarada com números e fatos distorcidos ou inexistentes, facilmente detectáveis pelos simples órgãos do sentido humano.  A seguir, pudemos ver indivíduos o aplaudindo e dizendo que foi “sensacional”. 

Tudo, absolutamente tudo, o que Bolsonaro faz ou fala é vexatório e nada acrescenta de bom aos brasileiros.  Não há qualquer atitude sua, na agenda ou nos seus atos que representem avanço, solução ou algo que o valha.  Em nenhum campo, em nenhum tema.

Estamos caindo em todas as estatísticas boas e subindo em todas as ruins.  E isso falam médicos, cientistas, professores, artistas, políticos, juristas, jornalistas e o povo em geral, mas não... para os cegos “discípulos” do tirano genocida, certa está essa minoria de apaixonados que atua barulhentamente nas redes sociais, grupos de famílias e outros núcleos de descomprometidos com o país.

Não há explicação para não ter ocorrido o impeachment até agora.  Se compararmos Bolsonaro com Collor e de maneira extremamente inadequada, com Dilma, passaremos a entender que impeachment não é mais um instrumento popular, mas sim da vontade de um único cidadão, a saber, o presidente da Câmara dos Deputados.

Esse desabafo, não é só pelo “papelão” das últimas cenas nos EUA, também não é só pelos múltiplos motivos que citei acima, mas sobretudo porque tenho profunda preocupação com o que vai sobrar em mais um ano e meio de mandato desse “lixo”.

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