terça-feira, 19 de março de 2019

Pobre trabalhador que se pensa rico

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Será que está claro pra todo mundo que aquele ou aquela que precisa de renda ou salário no fim do mês pra sobreviver é trabalhador?
Que rico mesmo é quem não precisa de nada disso?  É rico.  Tem sobrando, mesmo que não trabalhe.
Pois é.
Não é pelo fato de ter um Corola na garagem, viajar no final do ano para Ubatuba e almoçar aos domingos na churrascaria que você é rico.
Essa falta de entendimento de qual classe pertence é o que tem causado a maior quantidade de mazelas a esse país.
Sim, pois sendo trabalhadores, extremamente próximos de serem pobres, mesmo remediados, estão anos luz de distância de quem é rico.
Mas votam com os ricos e para os ricos.  Defendem os interesses dos ricos.  Combatem direitos dos pobres e acham absurdo que se governe para os menos favorecidos.
Hoje mesmo vi um monte de trabalhadores, que talvez não se vejam como tal, defendendo a reforma da previdência e condenando pessoas que estavam se manifestando contra esse "estupro".
E o pior, chamando a esses defensores do direito dos trabalhadores de vagabundos, comedores de mortadela e desocupados.
Gozado que esses que vociferam contra os manifestantes, sempre receberam FGTS, 13º salário, férias remunerada e outros benefícios conquistados por grevistas e "comedores de mortadela".
Pois é.
Daí quando chega o período eleitoral, votam sem entender as necessidades de sua própria classe, pois não se enxergam nela e a grande maioria dos brasileiros, composta por trabalhadores (empregados ou não), tem que engolir o resultado.
É basicamente o que está acontecendo agora.
Depois do fim de muitos direitos trabalhistas, depois de muita arruaça no governo Temer, agora presenciamos quase três meses de entreguismo total.
Nesse exato momento, estamos de joelhos à grande potência americana, que quando quer metade do que conseguiu hoje, de algum outro país, tem que arrancar à força, ou então oferecer pesada contra partida.
Mas nosso "ilustre representante", eleito por trabalhadores que se acham patrões, achou por bem entregar tudo sem pedir nada em troca.  E nas redes sociais, um monte de trabalhadores ovacionando o cara só por que a "bolsa subiu".
E eu pergunto, quantos desses trabalhadores investem na bolsa para estarem tão felizes assim com especuladores ficando ainda mais milionários.
É duro e triste.  Mas sou democrata.  Não sou favorável a arrancar presidente só porque discordo.  Salvo em condições que definam necessário, como cometimentos de crimes etc. 
E assim, de forma coerente, não estou preocupado com a questão da Venezuela.  Não me cabe pensar se lá há ditadura, sendo que aqui há outros tipos de desmandos acontecendo.
Agora, debater também exauri a gente.
Cansei de ficar entre petralhas e coxinhas, ou entre lulistas e bolsonaristas. 
Não é essa a questão.
O caso é a luta de classes, que não tem como ser vencida, se a minha não estiver unida.  Se não tiver ciência do que é e do que representa de fato.
Amanhã, despertarei num país que é um pouco menos meu e um pouco mais dos donos do mundo.  Mas o pior é que ao meu lado, os meus companheiros, estarão ainda comemorando.
Ouvi de alguém, mas cabe aqui.  Comemorando igual a baratas que festejam a chegada no mercado de um poderoso inseticida.

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