Imagem: UOL |
O caso escancara não apenas mais
um episódio de violência do Estado, mas também a omissão do governador
Tarcísio de Freitas e sua gestão na segurança pública, marcada por
discursos de "tolerância zero" e ações que repetidamente resultam em
mortes de civis pobres e periféricos.
Ngange Mbaye foi baleado na
sexta-feira dia 11 durante uma abordagem policial, em mais um caso que
evidencia a violência contra imigrantes e trabalhadores informais.
No protesto deste sábado, a PM
reprimiu os manifestantes com cavalaria, veículos blindados e bombas, após
alguém não confirmado se era do ato, jogar um objeto em direção aos policiais.
Lojistas fecharam as portas,
pessoas correram desesperadas, e a cena se somou ao histórico de repressão
brutal a protestos em São Paulo.
Enquanto a cidade se revolta,
o governador Tarcísio de Freitas mantém silêncio, assim como em outros
casos de violência policial sob seu governo.
Essa omissão não é por acaso. Sua
gestão na segurança pública é pautada por operações ostensivas e discursos
de "guerra ao crime", que, na prática, legitimam abusos e mortes de
inocentes.
A PM-SP, sob
comando de Tarcísio e do secretário Guilherme Derrite, acumula denúncias
de excessos, racismo e letalidade em abordagens, especialmente contra
negros, imigrantes e moradores de periferias.
Não há política de mediação de
conflitos. A resposta do Estado a
protestos e tensões sociais é sempre a força bruta, como visto ontem no
Brás.
Impunidade reforça a violência. PMs envolvidos em mortes raramente são
punidos, e o governo age apenas sob pressão midiática.
A morte de Mbaye e a repressão ao
protesto exigem resposta imediata, mas o histórico do governo Tarcísio
sugere que, se houver pronunciamento, será o genérico: "lamentamos o
ocorrido, aguardamos investigações".
Sem assumir responsabilidade ou propor mudanças.
Enquanto isso, movimentos sociais,
a comunidade senegalesa e defensores de direitos humanos cobram justiça.
Punição
ao policial responsável pela morte de Mbaye. Fim da militarização em
protestos e operações policiais e transparência nas investigações.
O caso de Ngange Mbaye não é
isolado. É mais um símbolo da violência estrutural em São Paulo,
alimentada por um governo que prioriza a repressão em vez do diálogo.
Enquanto o governador se cala, a
população periférica, os imigrantes e os trabalhadores informais seguem
sendo alvos, não protegidos, pelo Estado.
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