domingo, 13 de abril de 2025

Protesto pela Morte de Ambulante Senegalês Expõe Violência Policial e Omissão do Governo de SP

 

Imagem: UOL
Um protesto em memória de Ngange Mbaye, ambulante senegalês de 34 anos morto por um policial militar no Brás, terminou com cenas de repressão na manhã desse sábado, dia 12, quando a Polícia Militar usou bombas de gás lacrimogêneo e tropa de choque para dispersar manifestantes.

O caso escancara não apenas mais um episódio de violência do Estado, mas também a omissão do governador Tarcísio de Freitas e sua gestão na segurança pública, marcada por discursos de "tolerância zero" e ações que repetidamente resultam em mortes de civis pobres e periféricos.

Ngange Mbaye foi baleado na sexta-feira dia 11 durante uma abordagem policial, em mais um caso que evidencia a violência contra imigrantes e trabalhadores informais.

No protesto deste sábado, a PM reprimiu os manifestantes com cavalaria, veículos blindados e bombas, após alguém não confirmado se era do ato, jogar um objeto em direção aos policiais.

Lojistas fecharam as portas, pessoas correram desesperadas, e a cena se somou ao histórico de repressão brutal a protestos em São Paulo.

Enquanto a cidade se revolta, o governador Tarcísio de Freitas mantém silêncio, assim como em outros casos de violência policial sob seu governo.

Essa omissão não é por acaso. Sua gestão na segurança pública é pautada por operações ostensivas e discursos de "guerra ao crime", que, na prática, legitimam abusos e mortes de inocentes.

A PM-SP, sob comando de Tarcísio e do secretário Guilherme Derrite, acumula denúncias de excessos, racismo e letalidade em abordagens, especialmente contra negros, imigrantes e moradores de periferias.

Não há política de mediação de conflitos.  A resposta do Estado a protestos e tensões sociais é sempre a força bruta, como visto ontem no Brás.

Impunidade reforça a violência.  PMs envolvidos em mortes raramente são punidos, e o governo age apenas sob pressão midiática.

A morte de Mbaye e a repressão ao protesto exigem resposta imediata, mas o histórico do governo Tarcísio sugere que, se houver pronunciamento, será o genérico: "lamentamos o ocorrido, aguardamos investigações".  Sem assumir responsabilidade ou propor mudanças.

Enquanto isso, movimentos sociais, a comunidade senegalesa e defensores de direitos humanos cobram justiça.

Punição ao policial responsável pela morte de Mbaye. Fim da militarização em protestos e operações policiais e transparência nas investigações.

O caso de Ngange Mbaye não é isolado. É mais um símbolo da violência estrutural em São Paulo, alimentada por um governo que prioriza a repressão em vez do diálogo.

Enquanto o governador se cala, a população periférica, os imigrantes e os trabalhadores informais seguem sendo alvos, não protegidos, pelo Estado.


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