Imagem: UOL |
Essa é a face obscura revelada
pela Operação "Copia e Cola" da Polícia Federal, que investiga um
suposto esquema milionário de desvio de recursos da saúde pública.
Os números da operação são
estarrecedores. Além dos veículos de
luxo, foram apreendidas 17 armas (entre pistolas e rifles), munições em
quantidade industrial e R$ 863 mil em dinheiro vivo, este último encontrado em
locais ligados a Josivaldo Souza, que se intitula bispo, e Simone Rodrigues
Frate de Souza, cunhada do prefeito Rodrigo Manga e irmã da primeira-dama da
cidade.
O cerne da investigação gira em
torno da Organização Social Aceni, responsável pela gestão de unidades de saúde
em Sorocaba.
Segundo a PF, a entidade teria
desviado recursos públicos através de contratos fraudulentos, enquanto seus
dirigentes viviam uma vida de ostentação incompatível com seus rendimentos
declarados.
A Justiça determinou o bloqueio de
R$ 20 milhões em bens ligados à organização.
O caso ganha contornos ainda mais
graves quando analisamos os envolvidos: além do presidente da Aceni, a operação
mirou o gabinete do prefeito Manga, sua residência particular, e a casa de
Marco Silva Mott, seu amigo pessoal e suposto "operador" do esquema.
Mott já era investigado por outro
escândalo: o superfaturamento de R$ 10 milhões na compra de um prédio para a
Secretaria de Educação.
O que mais choca na operação é a
crueza dos detalhes. O dinheiro público,
que deveria salvar vidas, estava literalmente empacotado em caixas de papelão,
enquanto os suspeitos circulavam em carros que valem mais que o salário anual
de dezenas de profissionais de saúde.
Enquanto isso, dois ex-secretários
municipais (Vinicius Rodrigues, da Saúde, e Fausto Bossolo, de Governo)
aparecem no radar das investigações. Este
último já condenado no caso do prédio superfaturado.
A Operação "Copia e
Cola" recebeu este nome por supostamente replicar métodos conhecidos de
desvio de verbas. Mas o que ela realmente copia é um roteiro já visto em tantos
outros rincões do Brasil: a transformação do dinheiro que deveria garantir
saúde, educação e dignidade em objetos de luxo para poucos privilegiados.
Resta saber se, desta vez, o final
será diferente ou se será apenas mais um caso que se perderá na lentidão da
Justiça e na impunidade que tanto nos assombra.
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