quarta-feira, 30 de abril de 2025

Quando o Mundo Respirou Aliviado - Fascismo Não Mais

Imagem - Brasil de Fato

Era abril morrendo quando o pesadelo começou a se dissolver. O ar em Berlim cheirava a concreto esfarelado e promessas apodrecidas. Num bunker que mais parecia uma tumba antecipada, o arquiteto do horror.  Aquele que jurara um Reich milenar, preparava seu último ato.

O tiro ecoou no dia 30, mas o mundo só soube no 1º de maio, data irônica dos deuses. Enquanto operários em todo o planeta celebravam suas conquistas, a Rádio Hamburgo tecia a derradeira mentira: falou de "combate", de "último suspiro", de "queda em batalha".

O que morreu naquele bunker não foi um homem, mas um sintoma.
Um sintoma de ódio que se pensou eterno.
De megalomania que quis redesenhar o mundo com sangue e aço.
Do veneno que tentou convencer povos de sua própria superioridade.

Oito décadas depois, suas últimas horas ainda fascinam e repugnam. Como um animal acuado, ditou testamento, casou-se com o eco, envenenou o cachorro. Deixou para trás não glória, mas fotografias de um cadáver carbonizado.  Imagem crua de todos os seus sonhos incendiados.

O mesmo vento que levou o cheiro de pólvora do Führerbunker carregava sementes da reconstrução.
A humanidade, ferida mas não vencida, aprendia de novo que monstros morrem, mas a memória deve viver.

Hoje, quando pisamos nestas mesmas ruas que ele quis transformar em capital do mundo, vemos cafés onde houve escombros, risos onde ecoaram sirenes. A vida insistiu, como sempre insiste contra os projetos de morte.

Que este aniversário não seja sobre ele, mas sobre nós.
Sobre como o mundo cura suas cicatrizes.
Sobre a resistência tenaz da verdade contra os “mitos”.
Sobre o dever sagrado de nunca deixar que outra sombra cresça tanto. Nem lá e nem cá.

Pois há derrotas que são vitórias da humanidade. E há mortes que são partos de um mundo novo.


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