Imagem - G1 - Cena do Filme Mikey 17 |
Assistir "Mickey 17" foi
uma daquelas raras experiências cinematográficas que ficam gravadas na memória.
Em 2h30 que passaram voando, o
filme conseguiu o equilíbrio perfeito entre entretenimento de alta qualidade e
crítica social afiada.
Dirigido pelo genial Bong Joon-ho
(de "Parasita"), essa obra mistura ficção científica, humor negro e
uma sátira contundente ao nosso mundo atual de forma brilhante.
Robert Pattinson entrega uma
atuação memorável como Mickey, o trabalhador descartável de uma colônia
espacial que é substituído por clones cada vez que morre, até que sua 17ª
versão decide se rebelar contra o sistema.
O que poderia ser apenas uma
premissa criativa de ficção científica se transforma em uma reflexão poderosa
sobre exploração trabalhista, culto ao poder e os absurdos do capitalismo
moderno.
O filme faz uma sátira impiedosa
de figuras como Elon Musk e sua obsessão por colonização espacial, mostrando
como projetos megalomaníacos muitas vezes escondem estruturas de exploração
desumanas.
As cenas que retratam a relação
entre os trabalhadores descartáveis e seus patrões são ao mesmo tempo hilárias
e perturbadoras, revelando como muitas vezes glorificamos aqueles que nos
oprimem.
Bong Joon-ho mantém sua marca
registrada. Consegue tratar de temas pesados com um humor inteligente que não
diminui o impacto de sua mensagem.
A colônia espacial do filme
funciona como um microcosmo da nossa sociedade, com suas hierarquias rígidas,
burocracias absurdas e a desumanização do trabalho.
Para quem aprecia cinema que
diverte mas também provoca reflexão, "Mickey 17" é obrigatório.
Fui ver com meus filhos e saímos
do cinema encantados e cheios de assunto para debater.
É raro encontrar uma obra que
equilibre tão bem ação, comédia e crítica social e que faça tudo isso sem
perder o ritmo ou se levar muito a sério.
Se você é daqueles que acredita
que cinema pode (e deve) ser tanto divertido quanto inteligente, não perca
"Mickey 17".
É daqueles filmes que ficam
ecoando na cabeça dias depois da sessão, e que certamente entrará para a lista
de obras indispensáveis da ficção científica moderna.
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