quarta-feira, 2 de abril de 2025

Apesar dos Desafios, o Governo Lula Ainda Tem Caminho para Percorrer


Imagem - QZH

Os números da última pesquisa Genial/Quaest trouxeram um dado que chamou atenção: 56% dos brasileiros desaprovam o governo Lula, contra 41% de aprovação.

À primeira vista, o cenário parece preocupante, mas uma análise mais cuidadosa revela que a situação atual ainda é significativamente melhor do que a enfrentada por Bolsonaro no mesmo período de seu mandato e que há espaço para uma virada nos próximos meses.

Quando olhamos para julho de 2020, no governo Bolsonaro, a aprovação era de apenas 34%, com o então presidente já enfrentando uma crise de imagem agravada pela gestão caótica da pandemia.

Lula, mesmo com os desafios atuais, mantém uma base de apoio mais sólida, especialmente no Nordeste, onde sua aprovação chega a 58%.

Essa diferença de 7 pontos percentuais em relação ao antecessor não é trivial, pois mostra que, apesar das dificuldades, o governo ainda conta com um capital político considerável para manobrar.

A economia apresenta sinais ambíguos, mas com pontos positivos que podem ser explorados.

A inflação acumulada em 12 meses está no menor patamar desde 2020, e o desemprego segue em queda, já bem abaixo dos 12% registrados no final do governo anterior.

Programas populares do governo têm potencial para aquecer setores importantes e melhorar a percepção popular, desde que comunicados de forma eficiente.

Historicamente, governos conseguiram se recuperar de momentos ainda mais difíceis.

Em 2005, Lula enfrentou o escândalo do Mensalão com aprovação em queda, mas conseguiu reverter o quadro relançando o Bolsa Família e investindo pesado em obras públicas.

FHC, em 1999, superou a crise do Real com uma combinação de medidas econômicas duras e programas sociais.

O atual governo tem a vantagem adicional de contar com um Congresso menos hostil do que o enfrentado por Dilma em 2015, quando ela registrava 38% de aprovação sem qualquer apoio parlamentar.

O caminho para a recuperação existe, mas exige ajustes.

O governo precisa evitar auto-sabotagem como declarações inflamadas que desviam a atenção de suas conquistas e focar em comunicar melhor os mais de 1,3 milhão de empregos formais gerados em 2024.

As eleições municipais serão um termômetro importante, mas não uma sentença definitiva. Com uma estratégia clara e menos dispersão, os 41% atuais podem sim se tornar a base para uma recuperação nos próximos meses.

A história política brasileira mostra que governos muitas vezes encontram seu momento de virada nos momentos mais desafiadores.

Para Lula, essa possibilidade ainda está aberta.  Resta saber se sua equipe saberá aproveitá-la.

O copo pode não estar cheio, mas certamente ainda está longe de estar vazio.


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