terça-feira, 29 de abril de 2025

A CBF Inova (e uma parte do Brasil Surta)

 

Imagem - Sportbuzz

Entre memes, teorias da conspiração e torcedores divididos entre "que absurdo" e "onde compro?", uma coisa é certa: o vermelho não é nenhum desconhecido no guarda-roupa da Seleção.

Na verdade, ele já vestiu os jogadores brasileiros em momentos históricos e tudo tinha explicação, nada de revolução comunista ou conspiração globalista.

A primeira aparição do vermelho foi em 1917, durante o Campeonato Sul-Americano. Na época, o Brasil usava camisa branca, mas como Argentina e Chile também jogavam de branco, não tinha como todo mundo sair vestido igual. A solução? Improvisar com o vermelho. Ninguém reclamou, ninguém achou que o país estava abandonando suas raízes, e a vida seguiu.

Depois, em 1936, nova edição do Sul-Americano, novo problema: Brasil e Peru chegaram com o mesmo uniforme branco. Como não dava para decidir no par ou ímpar, a Seleção fez o que qualquer um faria. Pegou emprestado. Só que, dessa vez, as camisas eram do Independiente, time argentino. Isso mesmo.  O Brasil já jogou de vermelho e ainda por cima com roupa de hermano. E adivinha? Ninguém pediu impeachment de dirigente por causa disso.

Agora, a pergunta que não quer calar: a CBF pode fazer isso? Tecnicamente, o estatuto da entidade diz que o uniforme da Seleção deve usar apenas as cores da bandeira (verde, amarelo, azul e branco), mas abre exceção para eventos comemorativos. Foi assim com a camisa preta em homenagem ao Vini Jr. contra o racismo, e agora com o vermelho.

Se depender da criatividade (e das vendas), é capaz de em breve termos uma versão rosa, roxa ou até mesmo listrada , desde que alguém invente uma justificativa comemorativa convincente.  Mas e daí ?  Pra mim eles podem jogar até de pijama, desde que vençam.

 Enquanto isso, o debate segue acalorado. De um lado, os puristas que acham que o Brasil deve se ater ao amarelo, verde e azul. Do outro, os que lembram que, no fim das contas, o que importa é jogar bem e se for com estilo, melhor ainda. E tem ainda os que só querem saber de comprar a camisa antes que vire peça de colecionador.

No fundo, a moral da história é simples: o futebol brasileiro já passou por mudanças muito mais radicais do que uma camisa vermelha, e o mundo não acabou. Se a taça vier vestindo vermelho, ninguém vai reclamar da cor. E se não vier, a culpa certamente não será do uniforme , mas aí já é outra discussão.

Eu com certeza vou comprar a minha.  O verde e amarelo foi meio que sequestrado por um público que não torce nem por próprio país. Saí as ruas levando bandeiras estadunidenses ou israelitas.  Agora virem com esse papinho de “vermelho é coisa de comunista” não cola, né?


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