domingo, 23 de março de 2025

A Trajetória do Vietnã

 

Imagem: Economia e Finanças

Na noite de ontem, um sábado descontraído, meus filhos receberam em casa a visita de um amigo.

Em meio as partidas de Truco e uma cervejinha e outra, começaram um debate que me chamou a atenção.

O Vietnã.

Então, aquilo me suscitou a pesquisar um pouco e a escrever esse que segue como sendo um artigo de curiosidade a contemplar a discussão dos jovens sempre brilhantes com os quais convivo.

O Vietnã, um país com uma história marcada por resistência e resiliência, transformou-se de uma colônia explorada em um dos protagonistas econômicos e geopolíticos da Ásia.

Com uma população de 98 milhões de habitantes em um território equivalente ao estado do Maranhão (matéria publicada no UOL), o Vietnã hoje é um exemplo de como estratégias políticas e econômicas podem redefinir o destino de uma nação.

A história do Vietnã é profundamente marcada por sua relação com a China, que o dominou por quase mil anos.

Após conquistar sua independência, o país viveu um período de estabilidade monárquica até o século XIX, quando a França iniciou sua expansão colonial na região.

Em 1858, os franceses cercaram a cidade de Da Nang, iniciando uma ocupação que se estendeu por décadas.

A justificativa inicial foi a proteção de missionários católicos, mas o objetivo real era o controle econômico e político da Indochina Francesa, que incluía Vietnã, Laos e Camboja.

A resistência vietnamita ao domínio colonial foi constante, ganhando força com o surgimento de movimentos nacionalistas e comunistas no início do século XX.

A Segunda Guerra Mundial trouxe mudanças significativas para o Vietnã.

 Com a invasão japonesa em 1940, o país viveu sob dupla ocupação: formalmente francesa, mas efetivamente controlada pelo Japão.

Após a rendição japonesa em 1945, Ho Chi Minh, líder do movimento Viet Minh, proclamou a independência do Vietnã, dando início a uma nova fase de conflitos.

A Guerra da Indochina (1945-1954) colocou o Viet Minh, apoiado por ideais comunistas e anti-imperialistas, contra as forças francesas, que contavam com o apoio dos Estados Unidos. A vitória decisiva do Viet Minh na batalha de Dien Bien Phu em 1954 marcou o fim do domínio colonial francês e a divisão do Vietnã em dois: o norte comunista e o sul apoiado pelos EUA.

A divisão do país desencadeou a Guerra do Vietnã que avançou até a década de 70, um dos conflitos mais emblemáticos da Guerra Fria.

O norte, liderado por Ho Chi Minh, buscava a reunificação sob um regime comunista, enquanto o sul, apoiado pelos Estados Unidos, resistia à expansão comunista.

O conflito resultou em milhões de mortes e deixou marcas profundas na sociedade vietnamita.

Em 1975, com a queda de Saigon (renomeada Cidade de Ho Chi Minh), o Vietnã foi reunificado sob o governo comunista.

No entanto, o país enfrentou anos de isolamento econômico e dificuldades internas até adotar reformas de abertura ao mercado internacional na década de 1980.

Hoje, o Vietnã é um dos países mais dinâmicos da Ásia, com um PIB de US$ 336 bilhões e um crescimento econômico acelerado.

Sua estratégia de atração de investimentos estrangeiros, aliada à estabilidade política e à mão de obra qualificada, transformou o país em uma alternativa estratégica para empresas que buscam diversificar suas operações em meio às tensões comerciais entre China e Estados Unidos.

Além disso, o Vietnã tem desempenhado um papel ativo em fóruns regionais e internacionais, fortalecendo sua posição geopolítica.

Sua capacidade de navegar entre as grandes potências, mantendo sua independência e promovendo o desenvolvimento interno, é um testemunho de sua resiliência e visão estratégica.

A trajetória do Vietnã é uma história de superação e transformação.

De colônia explorada a protagonista regional, o país demonstra como a combinação de resistência, reformas e estratégia pode redefinir o futuro de uma nação.

O Vietnã é um parceiro comercial emergente e relevante para o Brasil, especialmente no contexto asiático.

O Brasil exporta principalmente commodities para o Vietnã, como Minério de ferro, Carne bovina (o Vietnã é um dos maiores importadores de carne do Brasil), Milho e soja.

Para o Vietnã, o Brasil é um parceiro estratégico, principalmente como fornecedor de matérias-primas e alimentos essenciais para sua economia em crescimento.

Além disso, o Brasil tem expertise em energias renováveis, como etanol e energia eólica, áreas que podem interessar ao Vietnã, que busca diversificar sua matriz energética e reduzir a dependência de carvão.

Enfim, Vietnã e Brasil são parceiros comerciais estratégicos, com uma relação baseada em complementaridade econômica. 

Só pra constar.

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