quinta-feira, 1 de maio de 2025

O Poema Inacabado da Classe Que Move o Mundo

 


Há dias que não cabem no calendário.

São datas feitas de suor, sangue e sonhos  como o 1º de Maio, feriado que carrega nas costas o peso e a glória de séculos de luta.

Tudo começou com o grito abafado de operários nos Estados Unidos, quando o relógio de ponto marcava horas intermináveis e a vida valia menos que o lucro. Mas o que era para ser mais um dia de exploração tornou-se o estopim de uma revolução silenciosa. O mundo descobriu, então, que mãos calejadas também sabem escrever história.

No Brasil, o poema foi sendo escrito a ferro e fogo. No princípio, não havia direitos, só a dura realidade de quem vendia o dia em troca de migalhas.

Não existiam férias, não havia aposentadoria, não se falava em dignidade. A CLT,  não foi uma concessão, mas uma epopeia conquistada verso por verso, na voz anônima de milhões que ousaram resistir.

Mas quem é, afinal, a classe trabalhadora?
É o pedreiro que ergue paredes e o poeta que constrói metáforas.
É a enfermeira que segura mãos alheias no escuro e a agricultora que colhe o alimento que chega à nossa mesa.
É o dono do boteco da esquina, que abre as portas antes do sol nascer, e o motoboy que corta a cidade como um verso livre.
É todo aquele que transforma horas em vida, e vida em sustento.

O 1º de Maio não é um feriado para ser lembrado com discursos vazios. É um verso aberto, um convite à reflexão. Porque enquanto houver quem trabalhe e não viva, enquanto houver lucro que sangre o trabalhador, a poesia estará incompleta.

Que neste dia, os sinos dobrem não só por memória, mas por promessa.
Que as mãos que movem o mundo sejam, um dia, as mesmas que o transformam.

Porque a luta não é folclore, é o poema que ainda estamos escrevendo “JUNTOS”.


Um comentário:

  1. E isto companheiros de lutas. Trabalhadores, e tantos humanos, que buscam de todos os meios, a sobrevivência. Ainda estamos, escrevendo uma história, ou uma poesia, em aberto, ou incompleta. Mas, ainda caminhamos com a esperança, de uma poesia mais completa, e uma história mais cheia de verdades alcançadas com determinação de construímos um mundo bem melhor, para a nossa nação. Somos todos guerreiros, das nossas propria resistência. Mas amor, e menos guerras. Mas empáticos, e acolhedores.

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