terça-feira, 6 de maio de 2025

IDH - Um Sinal de Recuperação, Mas Desafios Persistem

 

Imagem - UOL
O Brasil deu um passo importante no caminho do desenvolvimento humano.

De acordo com o mais recente relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, divulgado nesta terça-feira, mais conhecida como hoje, o país subiu cinco posições no Índice de Desenvolvimento Humano, passando da 89ª para a 84ª colocação entre 193 nações avaliadas.

O IDH é um dos principais indicadores mundiais de qualidade de vida, medindo três dimensões essenciais: expectativa de vida, educação e renda per capita.

Em 2023, o Brasil alcançou uma pontuação de 0,786 (em uma escala que vai de 0 a 1), contra 0,760 em 2022. Isso coloca o país na categoria de "alto desenvolvimento humano”, um avanço significativo, mas que ainda deixa o Brasil distante das nações mais desenvolvidas, como Suíça, Noruega e Alemanha, que lideram o ranking.

Segundo o PNUD, alguns fatores foram decisivos para o crescimento do IDH brasileiro. O aumento da renda nacional bruta per capita, reflexo da recuperação econômica, com geração de empregos e políticas de redistribuição de renda, como o fortalecimento do Bolsa Família e o aumento real do salário mínimo.

Além disso, a recuperação dos indicadores de saúde.  A expectativa de vida, que havia caído durante a pandemia, voltou a crescer, graças à retomada da atenção primária no SUS e à ampliação de programas de prevenção.

Apesar do progresso, o relatório aponta dois grandes desafios: a educação estagnada, onde o tempo médio de estudo dos brasileiros (7,6 anos) ainda está abaixo da média dos países com IDH alto (10 anos). Isso limita nossa capacidade de subir ainda mais no ranking.

E também as desigualdades regionais. Enquanto municípios como São Caetano do Sul (SP) têm IDH próximo ao da Europa, cidades do Norte e Nordeste ainda enfrentam graves deficiências em saúde, infraestrutura e acesso à educação.

Na América Latina, o Brasil está atrás de Chile, Argentina e Uruguai, mas à frente de Paraguai, Bolívia e Venezuela. Globalmente, ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar os líderes do IDH, como Islândia (0,972) e Noruega (0,970).

Devemos seguir um passo à frente, mas sem baixar a guarda

A subida no IDH é uma boa notícia, mas não significa que os problemas estruturais do país foram resolvidos. Para avançar ainda mais, o Brasil precisa:
investir pesado em educação para reduzir a evasão escolar e melhorar a qualidade do ensino.
Combater as desigualdades regionais levando saúde, saneamento e oportunidades aos municípios mais pobres.
E manter políticas de redistribuição de renda afim de garantir que o crescimento econômico beneficie a população mais vulnerável.

O caminho é longo, mas a direção está correta. O Brasil está se movendo, e agora é hora de acelerar.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por contribuir com sua opinião. Nossos apontamentos só tem razão de existir se outros puderem participar.

Quando o agressor veste terno e a vítima veste luto. A verdade sobre a escalada no Oriente Médio

  Foto: Foto AP/Leo Correa O conflito entre Israel e Irã entrou neste sábado (21) em seu nono dia. Nove dias de drones, bombas, mísseis e o ...