Há dias que não cabem no
calendário.
São datas feitas de suor, sangue
e sonhos como o 1º de Maio, feriado que
carrega nas costas o peso e a glória de séculos de luta.
Tudo começou com o grito abafado
de operários nos Estados Unidos, quando o relógio de ponto marcava horas
intermináveis e a vida valia menos que o lucro. Mas o que era para ser mais um
dia de exploração tornou-se o estopim de uma revolução silenciosa. O mundo
descobriu, então, que mãos calejadas também sabem escrever história.
No Brasil, o poema foi sendo
escrito a ferro e fogo. No princípio, não havia direitos, só a dura realidade
de quem vendia o dia em troca de migalhas.
Não existiam férias, não havia
aposentadoria, não se falava em dignidade. A CLT, não foi uma concessão, mas uma epopeia
conquistada verso por verso, na voz anônima de milhões que ousaram resistir.
Mas quem é, afinal, a classe
trabalhadora?
É o pedreiro que ergue paredes e o poeta que constrói metáforas.
É a enfermeira que segura mãos alheias no escuro e a agricultora que colhe o
alimento que chega à nossa mesa.
É o dono do boteco da esquina, que abre as portas antes do sol nascer, e o
motoboy que corta a cidade como um verso livre.
É todo aquele que transforma horas em vida, e vida em sustento.
O 1º de Maio não é um feriado
para ser lembrado com discursos vazios. É um verso aberto, um convite à
reflexão. Porque enquanto houver quem trabalhe e não viva, enquanto houver
lucro que sangre o trabalhador, a poesia estará incompleta.
Que neste dia, os sinos dobrem
não só por memória, mas por promessa.
Que as mãos que movem o mundo sejam, um dia, as mesmas que o transformam.
Porque a luta não é folclore, é
o poema que ainda estamos escrevendo “JUNTOS”.
E isto companheiros de lutas. Trabalhadores, e tantos humanos, que buscam de todos os meios, a sobrevivência. Ainda estamos, escrevendo uma história, ou uma poesia, em aberto, ou incompleta. Mas, ainda caminhamos com a esperança, de uma poesia mais completa, e uma história mais cheia de verdades alcançadas com determinação de construímos um mundo bem melhor, para a nossa nação. Somos todos guerreiros, das nossas propria resistência. Mas amor, e menos guerras. Mas empáticos, e acolhedores.
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