segunda-feira, 5 de maio de 2025

Karl Marx - O cometa que passou pela história


Imagem - Beduka
Há mais de duzentos anos, numa pequena cidade chamada, nas entranhas da velha Alemanha, nasceu um menino de olhos fundos e ideias profundas. Era 5 de maio de 1818 quando o mundo, ainda sem saber, deu à luz um terremoto. Seu nome? Karl Marx. Filósofo, jornalista, sociólogo, cientista e, para muitos, um profeta sem divindade.

Filho de judeus convertidos ao protestantismo, de classe média e com aspirações iluministas, Marx nunca quis ser apenas mais um. Amou uma mulher, Jenny, sua camarada de lutas, amor e privações.

Juntos tiveram sete filhos, e a dor de perder dois deles foi parte do preço de uma vida dedicada à utopia. Uma utopia concreta, feita de pão, de chão, de povo.

Estudioso incansável, suas noites eram povoadas por livros, suas manhãs por pensamentos febris. Se hoje temos ciências humanas, devemos a Marx a ousadia de fundá-las com as ferramentas da crítica e da dialética. Não é exagero dizer que onde há História, há Marx.  Onde há Sociologia, há Marx. Onde a Economia se inquieta, Marx sussurra no ouvido dos inquietos.

Seu grande amigo, Friedrich Engels, não apenas o bancou.  Bancou a própria História. Financiou ideias, publicou sonhos, sustentou a revolução nas entrelinhas e nas editoras.

Juntos, derramaram tinta que manchou os séculos.  O Manifesto Comunista, O Capital, e tantos outros tiros disparados contra a velha ordem.

Ah, o velho Marx... figura amada e odiada. Amada por quem sonha com um mundo justo. Odiada, quase sempre, por quem jamais teve a coragem ou a curiosidade de abrir suas páginas.

É como temer um trovão sem nunca ter ouvido o relâmpago.

E disse ele, com aquela verve aguda de quem conhecia os abismos da alma humana: “O caminho do inferno está pavimentado de boas intenções.”

Sabia, pois, que não bastam flores no discurso.  É preciso transformar o solo.

Hoje, sua barba branca virou símbolo, seus textos são cartilhas e maldições, suas ideias, farol e espantalho.

Mas para além do mito, há o homem: Karl, o pensador que ousou ler o mundo para transformá-lo.

E como dizia outro barbudo, brasileiro e camarada, "sonhar é um ato revolucionário".

Marx sonhou tanto que acabou acordando o mundo.


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