Imagem - Beduka |
Filho de judeus convertidos ao
protestantismo, de classe média e com aspirações iluministas, Marx nunca quis
ser apenas mais um. Amou uma mulher, Jenny, sua camarada de lutas, amor e
privações.
Juntos tiveram sete filhos, e a dor de
perder dois deles foi parte do preço de uma vida dedicada à utopia. Uma utopia
concreta, feita de pão, de chão, de povo.
Estudioso incansável, suas noites eram
povoadas por livros, suas manhãs por pensamentos febris. Se hoje temos ciências
humanas, devemos a Marx a ousadia de fundá-las com as ferramentas da crítica e
da dialética. Não é exagero dizer que onde há História, há Marx. Onde há Sociologia, há Marx. Onde a Economia
se inquieta, Marx sussurra no ouvido dos inquietos.
Seu grande amigo, Friedrich Engels,
não apenas o bancou. Bancou a própria
História. Financiou ideias, publicou sonhos, sustentou a revolução nas
entrelinhas e nas editoras.
Juntos, derramaram tinta que manchou
os séculos. O Manifesto Comunista, O
Capital, e tantos outros tiros disparados contra a velha ordem.
Ah, o velho Marx... figura amada e
odiada. Amada por quem sonha com um mundo justo. Odiada, quase sempre, por quem
jamais teve a coragem ou a curiosidade de abrir suas páginas.
É como temer um trovão sem nunca ter
ouvido o relâmpago.
E disse ele, com aquela verve aguda de
quem conhecia os abismos da alma humana: “O caminho do inferno está pavimentado
de boas intenções.”
Sabia, pois, que não bastam flores no
discurso. É preciso transformar o solo.
Hoje, sua barba branca virou símbolo,
seus textos são cartilhas e maldições, suas ideias, farol e espantalho.
Mas para além do mito, há o homem:
Karl, o pensador que ousou ler o mundo para transformá-lo.
E como dizia outro barbudo, brasileiro
e camarada, "sonhar é um ato revolucionário".
Marx sonhou tanto que acabou acordando
o mundo.
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