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Não é liberdade de expressão. Não é "debate
político". É crime, é covardia, é a expressão mais podre de um
machismo que insiste em tratar mulheres como alvo, especialmente quando elas
ocupam espaços de poder.
O deputado Gilvan da Federal do partido de
Bolsonaro, não cometeu um deslize. Ele
agrediu, de forma premeditada e sórdida, a deputada Gleisi Hoffmann, chamando-a
de "amante" e "prostituta do caramba" em sessão oficial da
Câmara dos Deputados. E isso não pode ficar impune.
Não se enganem.
Essa não foi a fala descontrolada de um homem "exaltado". Foi
um ataque misógino calculado, repetido duas vezes no mesmo dia, com o
claro objetivo de reduzir uma das mulheres mais influentes da política
brasileira a um estereótipo sexual.
É a mesma tática usada há séculos contra mulheres
que ousam falar. Se não podem vencê-las
no argumento, tentam humilhá-las no corpo.
E não é a primeira vez. Gleisi Hoffmann já foi
alvo de múltiplas campanhas de ódio baseadas nessa mesma narrativa criminosa e
o Judiciário já condenou outros agressores por isso (como o deputado
Ricardo Arruda e o jornalista Augusto Nunes).
Mas Gilvan da Federal, mesmo sabendo do
precedente, escolheu replicar o veneno. Por quê? Porque acredita na
impunidade. Porque acha que o Parlamento é seu quintal, onde pode cuspir
misoginia sem consequências.
O PT protocolou a representação, a Mesa Diretora
da Câmara se moveu, mas isso não pode parar aqui. O Conselho de Ética
precisa agir com rigor máximo porque o que está em jogo não é apenas
uma ofensa isolada, mas um padrão de violência política contra mulheres que
alimenta ameaças reais.
Quantas vezes precisaremos lembrar que discursos
assim matam? Que o ódio misógino já custou a vida de Marielle Franco e de
tantas outras? Quando um deputado chama uma colega de "prostituta" em
pleno exercício do mandato, ele autoriza que outros repitam e pior, que
partam para a agressão física.
E não venham com o discurso de que "é um caso
isolado". O partido de Gilvan, o PL, já acumula um histórico de ataques
misóginos, racistas e antidemocráticos.
Esse é o mesmo ambiente que incitou o
assassinato de Lula (como a própria AGU já alertou), que defende
torturadores, que normaliza a barbárie.
Se a Câmara permitir que Gilvan da Federal
permaneça no cargo após isso, estará dizendo, claramente, que mulheres não
são bem-vindas na política ou, se forem, que precisam aceitar serem chamadas de
"putas" como parte do "jogo democrático".
Chega de Impunidade. Cassação Já!
O Conselho de Ética tem a obrigação de agir
rápido e exemplarmente pela cassação imediata do mandato de Gilvan da
Federal, pela abertura de um processo criminal por injúria e difamação e pelo
fim da conivência com a violência política de gênero.
A Gleisi Hoffmann não precisa "se
defender". A Câmara é que precisa se envergonhar de abrigar um
criminoso misógino em seus bancos.
Se há um mínimo de decência nessa Casa, Gilvan da
Federal não pode passar mais um dia como deputado.
O Parlamento não é palco de machismo. A democracia
não se faz com ódio. E nós não vamos recuar até que essa cassação saia.
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