sábado, 3 de maio de 2025

O PARLAMENTO NÃO É COVIL DE MISOGINIA - FORA AO DEPUTADO QUE USA A BANDEIRA COMO PENDURICALHO

 

Imagem - Brasil 247

Não é liberdade de expressão. Não é "debate político". É crime, é covardia, é a expressão mais podre de um machismo que insiste em tratar mulheres como alvo, especialmente quando elas ocupam espaços de poder.

O deputado Gilvan da Federal do partido de Bolsonaro, não cometeu um deslize.  Ele agrediu, de forma premeditada e sórdida, a deputada Gleisi Hoffmann, chamando-a de "amante" e "prostituta do caramba" em sessão oficial da Câmara dos Deputados. E isso não pode ficar impune.

Não se enganem.  Essa não foi a fala descontrolada de um homem "exaltado". Foi um ataque misógino calculado, repetido duas vezes no mesmo dia, com o claro objetivo de reduzir uma das mulheres mais influentes da política brasileira a um estereótipo sexual.

É a mesma tática usada há séculos contra mulheres que ousam falar.  Se não podem vencê-las no argumento, tentam humilhá-las no corpo.

E não é a primeira vez. Gleisi Hoffmann já foi alvo de múltiplas campanhas de ódio baseadas nessa mesma narrativa criminosa e o Judiciário já condenou outros agressores por isso (como o deputado Ricardo Arruda e o jornalista Augusto Nunes).

Mas Gilvan da Federal, mesmo sabendo do precedente, escolheu replicar o veneno. Por quê? Porque acredita na impunidade. Porque acha que o Parlamento é seu quintal, onde pode cuspir misoginia sem consequências.

O PT protocolou a representação, a Mesa Diretora da Câmara se moveu, mas isso não pode parar aqui. O Conselho de Ética precisa agir com rigor máximo porque o que está em jogo não é apenas uma ofensa isolada, mas um padrão de violência política contra mulheres que alimenta ameaças reais.

Quantas vezes precisaremos lembrar que discursos assim matam? Que o ódio misógino já custou a vida de Marielle Franco e de tantas outras? Quando um deputado chama uma colega de "prostituta" em pleno exercício do mandato, ele autoriza que outros repitam e pior, que partam para a agressão física.

E não venham com o discurso de que "é um caso isolado". O partido de Gilvan, o PL, já acumula um histórico de ataques misóginos, racistas e antidemocráticos.

Esse é o mesmo ambiente que incitou o assassinato de Lula (como a própria AGU já alertou), que defende torturadores, que normaliza a barbárie.

Se a Câmara permitir que Gilvan da Federal permaneça no cargo após isso, estará dizendo, claramente, que mulheres não são bem-vindas na política ou, se forem, que precisam aceitar serem chamadas de "putas" como parte do "jogo democrático".

Chega de Impunidade. Cassação Já!

O Conselho de Ética tem a obrigação de agir rápido e exemplarmente pela cassação imediata do mandato de Gilvan da Federal, pela abertura de um processo criminal por injúria e difamação e pelo fim da conivência com a violência política de gênero.

A Gleisi Hoffmann não precisa "se defender". A Câmara é que precisa se envergonhar de abrigar um criminoso misógino em seus bancos.

Se há um mínimo de decência nessa Casa, Gilvan da Federal não pode passar mais um dia como deputado.

O Parlamento não é palco de machismo. A democracia não se faz com ódio. E nós não vamos recuar até que essa cassação saia.


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