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Roma, 8 de novembro de 2024.
Como penachos de esperança, a fumaça
branca finalmente se elevou sobre os telhados do Vaticano.
Depois de dois dias de intenso
recolhimento e cinco votações que ecoaram sob os afrescos da Capela Sistina, o
Espírito Santo soprou seu veredito. O
cardeal Robert Francis Prevost, agora Papa Leão XIV, emerge como o novo pastor
do rebanho de mais de um bilhão de almas.
Nascido sob o céu norte-americano mas
moldado nas terras altas do Peru, este homem de 69 anos carrega no olhar a
sabedoria de quem foi chamado a ser "pastor de duas pátrias".
Seus anos de missão nos Andes não lhe
deram apenas fluência no espanhol, mas imprimiram em sua alma aquela marca
indelével que só os que caminharam com os pobres podem ostentar. Uma profunda
conexão com o coração pulsante da América Latina.
Na quietude do conclave, os cardeais
reconheceram nele o mesmo espírito que animou Francisco.
Como prefeito do Dicastério para os
Bispos, Prevost teceu com mãos hábeis a rede de lideranças que sustenta a
Igreja nos quatro cantos do mundo. Mas sua verdadeira força reside nas palavras
que um dia pronunciou: "O bispo deve ser humilde, estar perto das pessoas,
caminhar com elas, sofrer com elas". Palavras que não são discurso, mas
testamento de vida.
Ao escolher o nome Leão XIV, o novo
pontífice lança um sinal claro como os vitrais da Basílica. Como seu
predecessor Leão XIII, que abriu os arquivos secretos ao mundo, parece prometer
que sob seu ministério a luz da transparência há de iluminar os corredores da
Santa Sé.
Quando o "Habemus Papam"
ecoou na Praça São Pedro, não era apenas um norte-americano que surgia na
sacada, mas um verdadeiro cidadão do mundo.
Um homem capaz de unir em seu abraço
tanto os arranha-céus de Nova York quanto as aldeias perdidas da América Latina.
O mundo católico se prepara agora para
uma nova aurora.
Depois do vento fresco trazido pelo
Papa argentino, eis que surge um pastor com sotaque americano, mas coração
latino.
O Vaticano, esse eterno paradoxo entre
tradição e renovação, parece cantar cada vez mais uma melodia "made in the
Americas".
Que comece, pois, este novo capítulo.
Que o rebanho possa reconhecer a voz do Bom Pastor nesta nova encarnação. E que
a fumaça branca que hoje se dissipa nos céus de Roma seja o prenúncio de dias
mais claros para a Igreja peregrina.
Amém, muito bem dito
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