sábado, 22 de novembro de 2025

Fiat Iustitia - Bolsonaro Preso

 


Pois é, minha gente.  Acordamos neste sábado e o Brasil, finalmente, parece ter endireitado a coluna.

Antes de tudo, é preciso dizer com todas as letras que pessoas humanistas não se alegram com prisões, desgraça alheia ou punições como espetáculo. Não buscamos vingança, nem celebramos dor. Mas desejar e exigir a prisão de Bolsonaro é, paradoxalmente, também um gesto de humanidade. Porque sua ação e sua omissão produziram um nível de letalidade democrática, social e mental que o país não pode mais suportar. Proteger a democracia é, no fundo, proteger vidas.

Dito isso, o ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva de Jair Messias Bolsonaro, condenado a mais de 27 anos de cadeia por tentar um golpe de Estado após perder as eleições de 2022. Não é gesto simbólico é responsabilização concreta.

Bolsonaro já está na Superintendência da Polícia Federal, enquanto seus últimos recursos expiram na segunda-feira. A prisão é preventiva, sim, mas o movimento institucional é claro.  O país não tolera mais atentados contra a democracia.

Por ora, só ele foi preso. Mas o processo segue, e quem atentou contra a ordem democrática sabe que o caminho natural é prestar contas. Tentativas de criar “vigílias”, espetáculos ou dramatizações se dissolvem diante da firmeza da Justiça.

Enquanto isso, Alexandre Ramagem, condenado pela trama golpista, fugiu para os EUA, mas também teve a prisão decretada. A lógica é direta.  Quem tentou romper as regras agora responde por isso, sem subterfúgios.

A defesa de Bolsonaro voltou a recorrer ao argumento de saúde frágil e risco de vida, mas isso não altera o essencial. O marco histórico deste sábado é claro.  A democracia brasileira mostra que não se curva à chantagem, ao caos ou à ameaça.

É um momento sério, grave, histórico.
Mas também é verdade que o país respira melhor.

O Brasil amanheceu com um pouco mais de chão,
um pouco mais de futuro e um bocado a menos de golpe.


domingo, 16 de novembro de 2025

Nossa Trincheira é o Interior

A noite de 14 de novembro ficará marcada na história recente do Partido dos Trabalhadores de São José do Rio Preto. A plenária “Nossa Trincheira é o Interior”, realizada no tradicional Centro Cultural Vasco, não foi apenas o reencontro de militantes, mas um sopro de vitalidade, coragem e direção política. Um ato que selou a volta do companheiro João Paulo Rillo ao PT, retorno carregado de simbolismo, de espírito de luta e de compromisso com a construção de uma esquerda programática, combativa e profundamente enraizada no território.

A presença de quatro ex-vereadores como Feitosa, Marco Rillo, Márcio Ladeia e Celi Regina, deu à plenária o peso da memória viva. Cada um deles, à sua maneira, trouxe para o ambiente a lembrança de mandatos transformadores, disputas políticas decisivas e a certeza de que nosso partido tem um legado que não pode ser apagado nem esquecido. Eles foram, todos, testemunhas e protagonistas de décadas de resistência e de construção democrática.

Também estavam presentes os ex-presidentes do Diretório Municipal do PT, uma demonstração rara de unidade orgânica e respeito às trajetórias que moldaram o partido na cidade.

Somou-se a isso a visita dos deputados Rui Falcão, ex-presidente nacional do PT, e Kiko Celeguim, atual presidente estadual, presenças que reforçam a importância estratégica de Rio Preto para o projeto do partido em São Paulo e no Brasil.

A noite ganhou ainda mais densidade política com a presença de José Dirceu, figura histórica e uma das vozes mais experientes da esquerda brasileira. Sua participação simbolizou o diálogo entre gerações e reafirmou o sentido coletivo da luta de que o PT é herdeiro e protagonista.

A plenária também reuniu presidentes de diretórios municipais de cidades vizinhas e contou com a participação do coordenador da macrorregião, Castrinho, fortalecendo o compromisso regional que dá rumo à reorganização do partido no interior paulista. E não poderia deixar de ser lembrada a emocionante homenagem ao companheiro Paulo Frateschi, falecido recentemente com um minuto de aplausos que comoveu todo o plenário e reafirmou nossa gratidão a quem dedicou a vida à construção do PT.

Outro ponto de grande importância foi a presença das vereadoras Taise Brás (Catanduva) e Raquel Auxiliadora (São Carlos), que vieram contribuir com os debates e fortalecer a agenda feminista, democrática e popular que atravessa o partido em todas as suas instâncias.

Também merece destaque o gesto generoso e fraterno dos companheiros do PSOL, que compreenderam a importância deste momento e contribuíram para a liberação do companheiro João Paulo, gesto que reforça a unidade da esquerda, o diálogo programático e o compromisso com uma Rio Preto mais justa e democrática.

A plenária explicitou o óbvio e o urgente.  A unidade da esquerda é condição essencial para derrotarmos o fascismo, defendermos a democracia, construirmos políticas públicas para o povo e garantirmos a reeleição do presidente Lula em 2026.

Não há espaço para sectarismos. Há espaço para militância, para inteligência política, para organização de base e para o compromisso com o futuro.

O Diretório Municipal do PT de Rio Preto demonstrou, com gestos e com prática, que está de portas e braços abertos. Novos filiados foram recebidos durante o evento, reafirmando o papel do partido como casa, acolhida e instrumento de luta.

A noite de 14 de novembro não foi um fim, mas um começo.
Um chamado à militância para o devir, para as batalhas que virão, para a reconstrução do Brasil a partir do interior, com coragem, afeto e unidade. Porque a nossa trincheira é o interior, e é daqui, desse chão, que seguimos construindo a esperança de um país mais justo para todas e todos.
 

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Sob o céu das favelas, a matança: quando a lei vira carnificina.

 

Imagem - ICL Notícias

Sob o céu carregado das favelas do Rio, o barulho dos gritos dos vivos se mistura ao silêncio dos mortos.

A mata ainda guarda o cheiro do medo e do sangue fresco. Documentos revelam que os policiais foram mortos antes mesmo do cerco se fechar, mas a operação seguiu, desgovernada, como se a fúria fosse método e a vingança, política de Estado.

Mais de cento e vinte corpos, número que já perdeu a exatidão, jazem como testemunhas de uma tragédia anunciada. É o eco repetido da guerra que o governo do irresponsável Cláudio Castro insiste em chamar de “sucesso”.

Enquanto o governador se apressa em buscar na Justiça a liberação de uma refinaria suspeita de ligação com o tráfico, as ruas do subúrbio são manchadas por lágrimas de mães e esposas que protestam diante do IML.

Elas não pedem apenas respostas, pedem respeito, pedem que seus mortos voltem a ser gente. A cena é a mesma de sempre: a dor coletiva de uma cidade partida ao meio, onde a parte pobre é sempre o campo de batalha e o Estado, o general distante.

Na Assembleia Legislativa, deputados pedem uma investigação federal. Querem entender como uma operação policial pode deixar um rastro de corpos que ultrapassa, em número e brutalidade, os piores episódios da nossa história recente.

O que se passou não foi segurança pública, foi execução em massa, travestida de política. E não é preciso ser militante para enxergar isso.  Até um deputado de direita, evangélico e conservador, ergueu a voz para dizer o que muitos tentam encobrir: “a finalidade foi executar”.

Mas o que se esconde por trás de tanta morte?

Há quem diga que é o preço do combate ao crime. Outros, que é o retrato de um poder que perdeu o rumo e agora só sabe usar o gatilho como resposta. A verdade, nua e dolorosa, é que a periferia continua a ser o laboratório onde o Estado experimenta sua impunidade. A cada operação, uma chacina.  A cada chacina, um discurso cínico de “vitória contra o mal” com uso eleitoral.

Os números, frios e impessoais, confirmam o que o povo sente na pele.  A letalidade policial no Rio cresceu mais de 30% neste ano. Cresceu junto com o medo, com o descrédito, com a sensação de que viver nas franjas da cidade é existir por empréstimo, à mercê de quem deveria proteger.

A guerra às drogas virou guerra aos pobres, e o inimigo, antes invisível, agora tem cor, endereço e CEP.

Entre as árvores da mata e as vielas da favela, há um país que se nega a morrer e insiste em lutar. As vozes dos que perderam filhos, irmãos e companheiros ecoam contra o barulho ensurdecedor da indiferença.

São as Marias, as Joanas, os Pedros e os Josés que empunham cartazes diante do IML e gritam que seus mortos têm nome, rosto, história. Gritam que a justiça não pode ser apenas a palavra fria de um boletim de ocorrência.

O massacre no Rio não é um caso isolado. É o retrato cruel de um projeto político que prefere exibir força a promover humanidade.

Um governo que chama de “acerto” o que, na verdade, é extermínio. Que confunde autoridade com autoritarismo e acha que o medo é forma legítima de governo.

Mas há uma esperança teimosa correndo no sangue desse povo. Há um país que não se curva ao som dos tiros. Há quem ainda creia, como nós, que segurança pública não se faz com morte, e que o papel do Estado é proteger a vida.  Toda ela, inclusive a vida pobre, preta, periférica, esquecida.

Sob o céu do Rio, entre as sirenes e os helicópteros, ainda há quem plante flores nas janelas. São elas, essas mãos calejadas e firmes, que nos lembram que enquanto houver gente disposta a chorar o outro, a indignar-se, a exigir justiça, o Brasil ainda tem conserto.


quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Nem tudo que vem de fora é submissão e nem tudo que é nosso precisa viver isolado.

 

Todo ano é a mesma ladainha: quando chega o Halloween, surge gente dizendo que celebrar a data é “pagar pau pros Estados Unidos”.

Mas não é. É apenas celebrar. É brincar. É participar de uma tradição que atravessou fronteiras, assim como tantas outras atravessaram antes.

O Carnaval, orgulho brasileiro, nasceu em Veneza e chegou aqui pelas mãos dos colonizadores europeus. As festas juninas, que tanto amamos com fogueira e bandeirinha, são herança de Portugal e o boi-bumbá, mistura linda de tradições africanas e indígenas, também nasceu do encontro entre culturas. A própria Oktoberfest, que movimenta cidades do Sul, é uma festa alemã celebrada com chope e alegria brasileira.

Então por que o Halloween seria “traição à pátria”?

A cultura não tem fronteiras, ela é vento, é maré. O que chega de fora, a gente transforma. E é isso que o Brasil faz de melhor.  Mistura, reinventa, tropicaliza.

E mais: pra defender o Saci não é preciso atacar o Halloween.

Podemos e devemos celebrar os dois.
O Saci representa a astúcia, a travessura e a sabedoria popular brasileira. O Halloween, o fascínio universal pelo mistério, pela vida e pela morte.

Um nasceu da mata, o outro do mito celta. Ambos falam sobre o medo e o encantamento.

Quem tem medo do Halloween, no fundo, teme o diálogo entre culturas. Mas o Brasil nunca teve medo disso.  O Brasil é filho do sincretismo.

Defender nossa soberania cultural não é fechar a janela, mas mantê-la aberta e escolher o que entra, do nosso jeito, com o nosso sotaque, com a nossa ginga.

O importante não é de onde vem a festa é o que fazemos dela. E se for pra celebrar a vida, a infância e a imaginação, que venham o Saci e o Halloween dançar juntos sob a mesma lua.

domingo, 26 de outubro de 2025

O improvável encontro e a lição aos que não sabem fazer política

 

Foto - AFP

Enquanto os arautos do ódio ainda digerem o fato de que o mundo não gira em torno das “fake News” do Telegram ou do WhatsAPP, Lula e Donald Trump se sentaram frente a frente na Malásia.

Dois homens que simbolizam projetos antagônicos, estilos de liderança opostos e, ainda assim, capazes de falar, negociar e buscar entendimento, algo que o bolsonarismo jamais compreenderá.

O encontro durou cerca de cinquenta minutos, e não houve troca de tapas nem ameaças de cadeia celestial. Houve diplomacia, essa arte esquecida pelos que acham que política se faz com gritos e ofensas.

O tema principal foi o tarifaço americano de 50% sobre produtos brasileiros, golpe que afetou nosso comércio e acendeu o alerta vermelho em Brasília. Mas que prejudicou sobretudo a economia estadunidense.

Lula, sereno, levou uma pauta ampla. Trump, pragmático, reconheceu a necessidade do diálogo.

Ao final, ambos sinalizaram negociações para rever as tarifas e o chanceler Mauro Vieira saiu satisfeito, descrevendo o encontro como “muito positivo”.

Pode parecer banal, mas há um símbolo poderoso aí, num cenário global tenso, dois líderes que já estiveram em campos opostos se dispuseram a conversar com civilidade.

E é isso que separa um estadista feito Lula de agitadores de WhatsApp.

Enquanto isso, por aqui, a extrema direita esperneia nas redes.

Alguns se dizem “decepcionados” porque Trump não beijou a foto de Bolsonaro. Outros juram que o encontro foi invenção da imprensa “globalista”. Há até os que dizem que foi “traição”, como se o presidente estadunidense devesse fidelidade a um ex-político brasileiro em condição de réu.

Mas a verdade é simples e, para eles, dolorosa: Trump fala com Lula porque Lula é o presidente do Brasil. O mundo respeita o presidente brasileiro e o respeito vem de onde nasce a política. Do diálogo.

Um país soberano não se constrói com idolatrias de porão nem com teorias conspiratórias. Constrói-se com governos que sentam à mesa, mesmo com os diferentes, para defender os interesses do seu povo.
E, nesse sentido, o encontro na Malásia foi mais que diplomático.  Foi pedagógico.

Foi a lembrança de que o Brasil voltou a ter voz, a ser ouvido, a participar do jogo mundial sem precisar bajular ninguém.

Lula saiu do isolamento que o bolsonarismo tentou impor e mostrou que quem governa com dignidade não teme apertar mãos, mesmo as que já o apontaram com desdém.

E aos que ainda berram nas esquinas virtuais, resta a lição mais dura. Na política real, o mundo gira e os adultos conversam.


domingo, 19 de outubro de 2025

A Revolução Silenciosa da Educação

 

Imagem - ICL Notícias
Quando um presidente se levanta diante de jovens estudantes e diz, sem rodeios, que a educação vale mais que o lucro dos banqueiros, algo profundo se move na alma de um país.

Foi isso que vimos neste sábado, em São Bernardo do Campo. Não era apenas um discurso, mas um chamado histórico, um gesto de rebeldia contra a desigualdade que por séculos negou aos filhos dos pobres o direito de sonhar em pé de igualdade com os filhos dos ricos.

Luiz Inácio Lula da Silva, Lula, um operário que se fez presidente, falou com a convicção de quem conhece a dor de ver portas fechadas. E, de novo, defendeu a educação como a mais poderosa arma de libertação coletiva, mesmo sabendo que “a Faria Lima vai brigar com a gente”.

Ao propor a universalização do Pé-de-Meia, Lula fala de justiça.  A de garantir que nenhuma menina precise abandonar a escola por falta de dinheiro, que nenhum jovem desista do futuro por causa de cinquenta centavos de diferença. E quando ele diz que a “filha da doméstica deve poder fazer o Enem ao lado do filho da patroa”, não é retórica e sim um tapa de dignidade num sistema que ainda insiste em reproduzir castas.

Mas Lula foi além.  Acenou para a América Latina com um sonho de soberania educacional. Uma doutrina própria, feita por latino-americanos e para latino-americanos, que liberte nosso continente do olhar submisso.

Não é bravata nacionalista. É estratégia de dignidade. Um povo educado não se ajoelha.  Dialoga de igual para igual.

Sim, os donos do dinheiro vão reclamar. Já começaram. Porque cada real investido num jovem que sonha é um real a menos no cofre dos que lucram com a ignorância.

Mas educação não é gasto.  É investimento em futuro, em liberdade, em soberania.

E quando ele alerta pra que não desanimem, para que “entrem para a política, porque o político bom está dentro de vocês”, Lula acerta na veia.

A transformação não será feita por anjos descendo dos céus, mas por jovens conscientes, críticos e mobilizados.

Essa é a revolução silenciosa que assusta os poderosos.   Um povo que pensa, questiona e vota com autonomia.

E é por isso que cada escola, cada cursinho popular, cada Pé-de-Meia entregue, cada menina que continua estudando é, na prática, um ato de resistência democrática.

O Brasil já aprendeu uma lição essencial. Que nenhum banqueiro é mais forte do que um povo educado.

E se a Faria Lima vai chiar, que chore de inveja ao ver o país aprender a voar.

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Uma História de Luta Compartilhada pela Democracia e pelo Brasil

Fotos: Murilo Nascimento
Nesta quinta-feira, em Brasília, o presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Edinho Silva, marcou presença no 16º Congresso do Partido Comunista do Brasil ao lado do presidente Lula e de lideranças históricas da esquerda brasileira.

Recebido com carinho pela presidenta comunista Luciana Santos, Edinho exaltou a longa caminhada conjunta entre PT e PCdoB, uma aliança forjada nas ruas, nas lutas mais duras e nas conquistas mais luminosas de nossa história recente.

Desde 1989, quando Lula disputou sua primeira eleição presidencial ao lado de PCdoB e PSB, a união entre petistas e comunistas vai muito além de cálculos eleitorais.  É uma aliança de projeto, sustentada por sonhos comuns de justiça social, soberania nacional e democracia popular. Como bem disse Edinho.

Sua fala, no entanto, foi mais do que uma celebração de laços. Foi também um chamado à lucidez e à resistência. Edinho destacou que este congresso ocorre num “momento crucial” em que crises globais e ameaças autoritárias tentam redesenhar o mapa do poder no mundo.

Lembrou que a crise de 2008 revelou as entranhas vorazes do capitalismo financeiro, aprofundando desigualdades e reacendendo forças reacionárias que muitos julgavam derrotadas no pós-guerra. Mencionou as ofensivas conservadoras que atravessam a América Latina, como as ações do governo Trump e as constantes agressões ao povo venezuelano, exemplos dolorosos de como a extrema direita internacional opera contra a soberania dos povos.

No cenário nacional, Edinho celebrou a derrota do fascismo nas urnas em 2022, quando o povo brasileiro reconduziu Lula à Presidência, mas advertiu que ainda não “impusemos a derrota final à extrema-direita.”

O episódio de 8 de janeiro de 2023 foi, como ele lembrou, um grito de alerta onde a democracia precisa ser defendida todos os dias, com coragem e organização.

Para Edinho, garantir a reeleição de Lula em 2026 não se trata apenas de disputar um pleito, mas de assegurar a continuidade de um projeto de país, um Brasil justo, igualitário e soberano, que não se curva ao ódio nem ao autoritarismo.

Entre as bandeiras que devem pulsar no coração da esquerda, destacou o enfrentamento à concentração de renda, o fim da jornada 6x1, a tarifa zero pro transporte público, a transição energética para o Brasil sustentável e políticas de segurança pública democráticas, rompendo com a lógica do autoritarismo.

Ao encerrar sua participação, Edinho reafirmou que o PCdoB segue sendo um aliado essencial nessa caminhada, que não é de um partido isolado, mas de um projeto de país.

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Guardiões da Palavra e Semeadores do Futuro

 

Hoje, 15 de outubro, celebramos o Dia dos Professores, uma data que carrega não apenas um feriado simbólico pra classe, mas um ato de reverência a todos aqueles que dedicam suas vidas à arte mais transformadora que existe, ou seja, ensinar.

A origem desta data no Brasil remonta a 1827, quando o imperador Dom Pedro I assinou a primeira lei que criou escolas de primeiras letras no país. Mas foi apenas em 1963, por meio de um decreto, que o 15 de outubro foi oficializado como o Dia do Professor, marcando a importância dessa profissão na construção da nossa história.

Ensinar sempre foi mais do que transmitir conhecimento é abrir caminhos, acender luzes, soprar ventos de liberdade no coração das pessoas.
Por isso, hoje, além de saudar cada educadora e educador deste país, quero lembrar com amor e gratidão meus pais, Carlos e Darci, professores que dedicaram suas vidas à nobre missão de ensinar. Foram eles que me mostraram, não apenas com palavras, mas com gestos cotidianos, que educar é um ato político, amoroso e profundamente humano.

Professores são tecelões de futuros, trabalham com matéria invisível. A esperança. Enquanto muitos plantam para colher amanhã, eles plantam para que outros colham, muitas vezes, quando já nem estão por perto.

Em um país que tantas vezes desvalorizou quem o sustenta de pé, é dever de todos nós lutar para que ser professor volte a ser sinônimo de respeito, dignidade e reconhecimento. Pois não há nação justa, livre e democrática sem educação pública forte e professores valorizados.

Que hoje não seja apenas um dia de flores e aplausos, mas um compromisso renovado com a valorização real da educação.
A todos os mestres, de ontem, de hoje e de sempre, o meu respeito mais profundo.

sábado, 11 de outubro de 2025

Apreensão máxima

 







Nilson Dalledone 
nilsondalledone@gmail.com



Cerca de 95% de Gaza (Palestina) estão destruídas. Multidões de palestinos surgem retornando para casa. Mas a pergunta é para que casa... Famintos, dilacerados, doentes, ainda que vitoriosos diante de um inimigo estrangeiro impostor, podem esperar o quê? Paz? Os sionistas, interessados em se apropriar de petróleo e gás do oeste da Ásia e de posições estratégicas, não desistiram de seus planos ou, melhor dito, o imperialismo norte-americano ou, mais exatamente, os setores mais agressivos da alta burguesia norte-americana (super ricos) não desistiram de continuar lançando mão da rapina e do roubo, não importa quantos sofram e morram. Para essa minoria canalha morte e sofrimento alheio não importam. Será, talvez, uma breve pausa, resultante de um acordo de cessar fogo efêmero...

A quadrilha de Benjamin Netanyahu, por meio da Rússia, solicitou que se avisasse o governo iraniano de que não planejam nenhuma agressão contra o Irã. Quem acredita? O Irã está aguardando os agressores e se preparando para o pior, porque não há muita diferença entre o que se diz em Washington e Tel-Aviv.

Ao mesmo tempo, a Venezuela está se fortalecendo ao máximo à espera do ataque norte-americano. Querem o petróleo, o ouro, as terras raras e tudo que puderem levar e até premiaram a chefe da quinta coluna com um prêmio Nobel...

Na Ucrânia, entretanto, o Império norte-americano está sofrendo uma derrota estratégica de grande magnitude, enquanto China Popular, Rússia, Irã, Coréia Democrática, BRICS, OSC e assim por diante cerram fileiras, para conter os acessos de loucura de um Império acuado.

Não há como prever a próxima hora...

Pode ser sempre a última e derradeira hora do planeta Terra...


quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Entender a correlação de forças é lutar com inteligência

Imagem - O GLOBO


No Brasil de hoje, governar é muito mais do que ter a faixa presidencial.  É saber navegar num Congresso fragmentado, pragmático e repleto de interesses contraditórios. Por isso, é essencial que a militância e os setores progressistas compreendam com clareza quem são os aliados fiéis, os eventuais e os adversários declarados.

Na base mais sólida do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Essa é a coluna vertebral política da resistência democrática e popular. Esses partidos, com raríssimas exceções, não votam contra o povo e têm sido o núcleo de sustentação das pautas sociais e populares no Congresso.

Na sequência, vêm Partido Verde (PV), Rede Sustentabilidade (REDE) e Partido Socialista Brasileiro (PSB), aliados importantes, comprometidos com a agenda de governo, e que tendem, em momentos decisivos, a se alinhar ao núcleo fiel. A chance de transferência de votos desse campo para o campo mais sólido da base é alta.

Depois, há Partido Democrático Trabalhista (PDT) e Avante, que orbitam entre o apoio e o pragmatismo. São aliados intermitentes, que “viram Centrão de quando em quando”, mas que também podem migrar para o campo da base fiel em votações estratégicas, especialmente quando o governo mobiliza bem.

Solidariedade e Movimento Democrático Brasileiro (MDB) representam aquele Centrão clássico, que tem adversários internos, mas também muitos parlamentares eleitos com votos do eleitorado lulista. São aliados pouco confiáveis, mas sensíveis à pressão popular e à articulação política.

Na outra ponta, Partido Social Democrático (PSD), Cidadania e Podemos formam a ala mais pragmática do Centrão, com forte base no Centro-Sul.

Mais à direita, Republicanos, Progressistas e União Brasil são adversários do governo que, paradoxalmente, dominam o eleitorado lulista no Norte e Nordeste. Isso mostra que não basta ganhar votos.  É preciso politizar e disputar a representação popular.

E, por fim, há os inimigos políticos declarados: Partido Liberal (PL), Partido Renovador Democrático (PRD), Democracia Cristã (DC), Partido Novo (NOVO), Partido da Mulher Brasileira (PMB) e Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Esses atuam de forma sistemática contra as pautas sociais e populares e constituem o núcleo ideológico da extrema direita e da velha direita neoliberal.

Entender essa arquitetura política é fundamental para agir com inteligência estratégica.

Não se trata apenas de saber quem vota a favor ou contra. Trata-se de mapear onde a pressão popular pode operar, onde se pode avançar com alianças táticas e onde é preciso endurecer o enfrentamento.

A governabilidade popular não se constrói com ingenuidade, mas com clareza política, mobilização social e capacidade de disputar corações e mentes, inclusive entre eleitores que hoje têm seus representantes em campos adversários.

O bolsonarismo pode dominar certas bancadas, mas é o povo que decide os rumos do país.

E quando o povo se levanta, até o Centrão balança.


domingo, 28 de setembro de 2025

Dia Mundial do Jornalismo – 28 de setembro.

 

Imagem - SEBRAE

Celebrado em sintonia com o Dia Universal da ONU para o Acesso à Informação, o Dia Mundial do Jornalismo, neste 28 de setembro, nos convida a refletir sobre a importância vital da imprensa livre.

Vivemos um tempo marcado por ataques à democracia, por ondas de desinformação em massa e pelo avanço de práticas e ideias autocráticas.
Nesse cenário, o jornalismo se torna ainda mais essencial. Ele é a luz que fura a névoa da mentira, o sopro que mantém acesa a chama da verdade e o instrumento que dá voz à sociedade diante dos poderosos.

É também na luta contra as “fake News” e contra a dissipação da mentira que os jornalistas assumem papel estratégico.

São eles que checam, confrontam, contextualizam e revelam aquilo que se esconde por trás da manipulação.

Sem jornalismo, a mentira se torna regime.  Com jornalismo, a verdade encontra caminho.

Homenagear o jornalismo é, portanto, reafirmar nosso compromisso com a democracia, com o direito do povo à informação e com a coragem de quem, diariamente, enfrenta pressões e riscos para noticiar os fatos.

Aos jornalistas, homens e mulheres que transformam a palavra em trincheira de liberdade, nosso respeito, reconhecimento e gratidão.


segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Rio Preto também gritou pelo Brasil

 

Neste domingo, 21 de setembro, São José do Rio Preto reverberou, em uníssono, os gritos pela democracia e contra a corrupção que ecoaram de norte a sul do Brasil.
A manifestação, organizada por partidos de esquerda, movimentos populares, entidades de trabalhadores e, sobretudo, pela população trabalhadora da cidade, transformou a Câmara Municipal em um verdadeiro caldeirão de indignação e esperança.
As galerias lotadas pediam rua.

E o povo foi.
Após falas firmes e cheias de energia, a multidão saiu com bandeiras do Brasil e até da Palestina, denunciando a PEC da Bandidagem, rejeitando a anistia aos golpistas, exigindo a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e defendendo o fim da jornada exaustiva de 6x1.

Essa manifestação serviu pra ajudar a separar o joio do trigo.  De um lado, manifestações da direita que exaltam Trump, Israel e os EUA.  De outro, o povo nas ruas celebrando um Brasil soberano, pedindo prisão para golpistas e clamando por uma Palestina Livre.

Os partidos da esquerda estão unidos.  PT, PSOL, PCdoB, PCB, às juventudes e movimentos JPT, UJS, CUT, Nara, Comitê Popular de Luta, Arteiras pela Democracia e tantos coletivos, também.  Todos se juntaram em torno da democracia. E, sobretudo, à população de Rio Preto que gritou alto, ocupou a Casa do Povo, tomou a frente da Prefeitura e caminhou em torno do Mercadão Municipal, o coração político e social dos domingos de manhã na cidade.

A região também se fez representar com membros do PT e PSOL de Mirassol, que fortaleceram ainda mais este dia histórico de luta.

Foi um domingo em que Rio Preto levantou sua voz e mostrou que o Brasil é do povo, e o povo não se cala.



terça-feira, 16 de setembro de 2025

Anistia ou justiça social? O Congresso precisa escolher de que lado está.

 

Imagem - ICL Notícas
A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, promessa feita ao povo trabalhador e compromisso central do governo Lula, virou campo de batalha em Brasília.

O governo enviou em março uma proposta clara de isentar do imposto quem ganha até R$ 5 mil. A medida beneficiaria 20 milhões de brasileiros, trazendo alívio imediato para famílias da classe média e das bases populares. Em julho, ela avançou na comissão especial da Câmara. Mas desde então, o projeto está congelado no plenário.

E por quê? Porque a pauta da anistia sequestrou a agenda do Congresso. Deputados decidiram priorizar a autoproteção de golpistas em vez de colocar o povo em primeiro lugar.

O resultado é grave. Se a isenção não for aprovada em 2025, só poderá valer em 2027. Ou seja, dois anos de atraso para o trabalhador, dois anos de aperto a mais no bolso da população, tudo porque a Câmara preferiu correr para salvar quem atentou contra a democracia.

Enquanto isso, o Senado tenta puxar o freio de mão dessa irresponsabilidade. Renan Calheiros anunciou que vai resgatar um projeto de 2019 para acelerar o processo e não deixar a promessa se perder na poeira da anistia. É um gesto político que escancara a contradição. Quando o assunto é cuidar do povo, tudo é lento, emperrado, cheio de desculpas. Mas quando é para salvar a pele de poderosos, a pressa aparece.

O povo brasileiro não pode aceitar essa chantagem silenciosa. Não é apenas uma disputa técnica entre Câmara e Senado, mas uma escolha política sobre quem merece prioridade: o trabalhador que sua para sobreviver ou os golpistas que tentaram calar a democracia.

Por isso, precisamos estar atentos e mobilizados. Precisamos gritar nas ruas, nas redes e nos espaços de luta.
Não à anistia dos golpistas.
Sim à isenção do Imposto de Renda já.

Não deixaremos que o direito do povo vire moeda de troca. Se não houver pressão popular, a promessa pode se transformar em mais um adiamento injusto. E quem paga essa conta é sempre o mesmo povo trabalhador.

A democracia não se protege com silêncio. Protege-se com voz, com luta e com mobilização. É hora de escolhermos entre a autoproteção de poucos, ou a justiça social para milhões.

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Posse Coletiva do Diretório do PT de Rio Preto e cidades da região fortalece unidade da esquerda e projeta novos desafios

 



Com presenças marcantes e um clima de resistência e esperança, o Partido dos Trabalhadores de São José do Rio Preto realizou, nesta quinta-feira (11), no Clube do Lago, a posse da nova direção municipal, em conjunto com os presidentes de diversos diretórios da região.

O ato foi presidido por Celi Regina, presidenta até então do PT local, e por Ariovaldo Soriano de Castro, o Castrinho, que deu posse às lideranças regionais.

A cerimônia contou com as participações especiais dos deputados Nilto Tatto (federal) e Professora Bebel (estadual), que reforçaram a importância da organização popular e da unidade da esquerda no interior paulista.

Também estiveram presentes e saudaram a militância os presidentes dos diretórios empossados de Potirendaba, Bady Bassit, Mendonça, Mirassol, Nova Granada, Altair, Orindiúva, Guapiaçu, Olímpia, Nova Aliança, Paulo de Faria, Palestina e Tabapuã, mostrando a força coletiva da Macro.

O ato reuniu ainda lideranças históricas e representativas da luta social e política: Arthur Grigolin (Juventude do PT), Antônio Cícero (representando a outra chapa que disputou o PED), o vereador João Paulo Rillo (PSOL), Prof. Eduardo Lima (PCdoB), Amarildo Pessoa (CUT) e Profa. Zezé (APEOESP). Ex-vereadores como Eni Fernandes, Marco Rillo e Márcio Ladeia, além do vereador Rogério, de Orindiúva, dividiram os lugares na platéia.

Durante o ato, novos filiados foram recebidos e apresentados à militância: Carlos Feitosa, Arif Cais e André Pina Borges, que emprestaram sua história e prestígio reforçando a renovação e o crescimento do Partido dos Trabalhadores na cidade.

O presidente empossado, Carlos Alexandre, destacou em sua fala a contradição de Rio Preto ter concedido expressivos votos a parlamentares bolsonaristas sem qualquer vínculo real com o povo local. Defendeu com firmeza a urgência de construirmos candidaturas próprias do PT para a Câmara dos Deputados e a Assembleia Legislativa, resgatando a representatividade da região no cenário estadual e nacional.

Enfatizou ainda que as prioridades centrais da militância serão:

  • a reeleição do presidente Lula em 2026,
  • a retomada das cadeiras do PT na Câmara Municipal de Rio Preto,
  • a formação e mobilização permanente da militância,
  • a unidade das forças progressistas e de esquerda na cidade e na macroregião.

As falas dos dirigentes também não ignoraram o momento histórico vivido pelo Brasil, com o Supremo Tribunal Federal condenando Bolsonaro e generais golpistas, um passo firme da democracia contra a tentativa de ruptura institucional.

O tom foi de comemoração da justiça e de reafirmação do compromisso de barrar o avanço do fascismo no país.

A posse do Diretório do PT de Rio Preto não foi apenas um ato formal.  Foi um grande encontro de militância, resistência e esperança, que demonstrou a vitalidade do Partido dos Trabalhadores no interior paulista e o compromisso coletivo de transformar a realidade da cidade e da região.

O PT de Rio Preto e da Macroregião saem desse ato enormemente fortalecidos, prontos para enfrentar os desafios de hoje e construir o Brasil de amanhã.

 

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Contradições, medo e a sombra de Trump.

 

Imagem - ICL Notícias
O voto de Luiz Fux no julgamento do núcleo central da tentativa de golpe de 2022 é um marco de covardia política e contradição jurídica. O mesmo ministro que, meses atrás, não titubeou em condenar militantes de base e executores do 8 de janeiro, agora resolve absolver o chefe-mor da conspiração e seus generais de confiança. Ora, se havia provas para punir quem acampava na frente dos quartéis, como não enxergar as provas contra quem planejou, articulou e financiou a trama?

Fux recorre a um malabarismo vergonhoso. Descreve as articulações como “desabafos de derrotado”, relativiza reuniões em que se discutia abertamente golpe de Estado, e trata a minuta golpista como se fosse papel sem consequência. Como se não bastasse, retira de Bolsonaro o protagonismo dos crimes, apresentando-o quase como vítima de um golpe oferecido de presente por auxiliares mais ousados. É o ápice da inversão.

Não é ingenuidade. É escolha. Uma escolha que ecoa as pressões externas vindas dos Estados Unidos, que já ousam ameaçar o Brasil com sanções econômicas e até uso da força em nome de “proteger a liberdade de expressão”. Uma liberdade que, na boca de Trump e seus aliados, significa apenas a licença para atacar a democracia dos outros. Coincidência ou não, Fux acena exatamente nesse momento com um voto que enfraquece a responsabilização do principal responsável pelo complô golpista.

A incoerência é brutal. Quando se tratava de punir os soldados rasos, os infiltrados de massa, os destruidores de vidraças, Fux se somou ao coro da justiça. Mas agora, diante dos generais fardados e do ex-presidente que insuflou o país ao abismo, prefere a anulação, a dúvida conveniente, a retórica vazia da falta de provas. Como se não fosse prova suficiente a confissão de Cid, os áudios, as mensagens, os encontros, as ordens veladas.

A história é implacável com os pusilânimes. No momento em que a democracia brasileira exigia coragem, Luiz Fux escolheu a tibieza. No instante em que a República necessitava de firmeza, ele optou pela rendição. Seja por medo de Trump, por cálculo político ou por mero apequenamento de caráter, o efeito é o mesmo: tentar lavar a biografia de Bolsonaro e sua corja de golpistas.

Mas a democracia não se lava com votos frouxos. A democracia só se defende com justiça, memória e coragem. E é isso que o povo brasileiro espera.  Não de um ou outro ministro isolado, mas do conjunto da Corte e das instituições da República. Que não se intimidem. Que não cedam. Que mostrem ao mundo que aqui, diferente de onde Trump reina com ameaças, golpe não tem vez e covardia não terá perdão.

terça-feira, 9 de setembro de 2025

STF julga núcleo central do golpe de 2022. Bolsonaro e generais na berlinda.

 

Parlamentares de Esquerda acompanham o STF
Imagem - ICL Notícias
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu nesta terça-feira (9) o terceiro dia do julgamento do “núcleo crucial” da tentativa de golpe de Estado de 2022.

Até aqui, os ministros Alexandre de Moraes (relator) e Flávio Dino já votaram pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos outros sete réus. O placar está 2 a 0 pela condenação.

O julgamento será retomado nesta quarta-feira (10), com os votos de Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Além de Bolsonaro, respondem:

  • General Walter Braga Netto
  • General Augusto Heleno
  • General Paulo Sérgio Nogueira
  • Almirante Almir Garnier
  • Deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ)
  • Ex-ministro Anderson Torres
  • Tenente-coronel Mauro Cid

Por mais de cinco horas, Moraes apresentou um voto contundente. Ele rejeitou as manobras da defesa e classificou as alegações contra as delações como “litigância de má-fé”.
Para o relator, não há dúvidas. “Isso tem um nome só: golpe de Estado”, afirmou, destacando que Bolsonaro exerceu o papel de líder de uma organização criminosa que tentou tomar de assalto as instituições.

Moraes alertou que o Brasil esteve a um passo de voltar a uma ditadura. “Uma organização criminosa, liderada por Jair Bolsonaro, não aceitou a alternância de poder, um princípio democrático básico”.

Na parte da tarde, o ministro Flávio Dino acompanhou Moraes. Ressaltou que este não é um julgamento excepcional, mas um processo comum dentro do Estado Democrático de Direito.
Rebateu críticas de Tarcísio de Freitas, que acusara o STF de “tirania”: “É exótico dizer que um tribunal constitucional é tirânico. É exatamente o oposto”, disse Dino.

O ministro também descartou qualquer possibilidade de anistia. “Nunca houve anistia feita em proveito dos altos escalões de poder. Nunca a anistia se prestou a uma espécie de autoanistia”.

Em seu voto, apontou Bolsonaro e Braga Netto como figuras dominantes da trama e adiantou que defenderá penas mais duras para ambos.

A Procuradoria-Geral da República denunciou o grupo por:

  • Organização criminosa armada
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Tentativa de golpe de Estado

Moraes votou ainda pela condenação de sete dos oito réus por dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado, com exceção de Ramagem, por decisão da Câmara dos Deputados. Dino acompanhou integralmente.

O julgamento do núcleo central é um divisor de águas na história recente do Brasil. Ele demonstra que não há espaço para aventuras autoritárias, nem para a impunidade de quem tentou destruir a democracia.
Parlamentares de esquerda acompanharam a sessão, entre eles Ivan Valente (PSOL), Talíria Petrone (PSOL), Rogério Correia (PT) e Jandira Feghali (PCdoB).

A decisão final do STF, prevista para os próximos dias, marcará de forma definitiva se o país dará uma resposta firme aos golpistas ou se abrirá brechas para novos ataques ao Estado Democrático de Direito.


segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Por uma verdadeira Independência do Brasil

 

Imagem - Portal da Prefeitura Municipal Rio Preto
O 7 de Setembro não é apenas a lembrança de um ato de 1822. É um chamado vivo, renovado a cada geração, para que o Brasil seja realmente livre, soberano e justo.

Em São José do Rio Preto, o PT chamou partidos de esquerda, entidades, movimentos e coletivos para ocupar as bordas do desfile cívico.

Mais de 3 mil munícipes estavam presentes diante de um palanque repleto de autoridades, em sua maioria militares, ligados ao governo municipal do prefeito bolsonarista.

Foi nesse ambiente que militamos, panfleto em mãos, com a firmeza de quem acredita no povo. Foram cerca de 2.500 exemplares distribuídos. E a resposta foi clara. Quase ninguém recusou. Nenhum panfleto foi ao chão. O povo recebeu nossa mensagem com respeito, atenção e curiosidade.

O texto que levamos não foi apenas palavras no papel. Foi a expressão de um compromisso:

  • Prisão de todos os golpistas, sem anistia. Democracia se protege com justiça.
  • Fim da escala 6x1, que esmaga famílias e destrói vidas.
  • Isenção de Imposto de Renda até R$ 5 mil, porque quem luta para sobreviver não pode ser penalizado.
  • Taxação das grandes fortunas, porque quem pode mais deve contribuir mais.

Essa é a verdadeira independência.  A que rompe com as correntes da submissão, da injustiça e da desigualdade.

Enquanto aqui lutamos pelo *Brasil soberano, democrático e popular*, em São Paulo e outras capitais bolsonaristas tremulavam bandeiras dos Estados Unidos e de Israel. Um contrassenso vergonhoso.  No dia da independência brasileira, celebravam servilismo. Não o Brasil, mas o império estrangeiro. Não a soberania, mas a submissão.

A cena escancarou dois projetos de país. De um lado, os vendilhões da pátria, que se ajoelham ao estrangeiro e pedem perdão para golpistas. De outro, homens e mulheres comuns, trabalhadores e trabalhadoras, que levantam sua voz pelo Brasil real, que vive, sofre, produz e resiste.

Foi esse Brasil que se fez presente em Rio Preto no 7 de Setembro.
O Brasil que não aceita retrocesso.
O Brasil que acredita que independência de verdade é soberania, democracia e justiça social.

Esse é o Brasil que defendemos. Esse é o Brasil que há de vencer.

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Povo Independente é Povo Soberano

 

Imagem - site do PT
Este 7 de setembro não será apenas uma data para lembrar a independência do Brasil no passado. Será um dia para reafirmar, nas ruas e nas praças, a luta pela soberania popular e por um país mais justo.

O Partido dos Trabalhadores, junto com as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, centrais sindicais, a UNE, partidos progressistas, movimentos sociais e representações religiosas convocam a militância e toda a sociedade civil a se engajar no ato nacional ‘Povo Independente é Povo Soberano’.

Será um momento de resistência contra as ameaças externas, de defesa dos interesses nacionais e de fortalecimento da democracia. Além disso, o dia também marca a realização do plebiscito popular pela redução da jornada de trabalho e por justiça tributária.

Deputados e deputadas da bancada do PT na Câmara já reforçaram o chamado: este é o momento de erguer a voz da classe trabalhadora, lutar por melhores condições de vida e reafirmar que soberania e independência só existem quando o povo ocupa seu lugar de protagonista na história.

Neste 7 de setembro, o Brasil vai às ruas para dizer em alto e bom som: povo independente é povo soberano.

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Anistia aos golpistas: a fatura que Tarcísio quer pagar para virar candidato

 

O candidato do golpe - Imagem O Globo
O primeiro dia do julgamento de Jair Bolsonaro e de seus aliados no Supremo Tribunal Federal deixou evidente não apenas o peso das acusações de tentativa de golpe de Estado, mas também uma articulação paralela que tenta salvar o ex-presidente da prisão.

Em Brasília, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, reuniu-se com lideranças políticas e religiosas, atuando em defesa de um projeto de anistia ampla. A estratégia é clara.  Enquanto Bolsonaro enfrenta a Justiça, seu afilhado político corre para transformar o tema em bandeira e, ao mesmo tempo, consolidar sua própria candidatura presidencial em 2026.

Essa movimentação deu novo fôlego aos setores mais reacionários da Câmara, que pressionam para colocar a anistia em votação logo após o fim do julgamento.

Partidos como União Brasil, PP e Republicanos estão entre os mais ativos, reforçando o lobby golpista. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, no entanto, se manifestou contra perdoar Bolsonaro, defendendo um texto que apenas reduza penas de envolvidos de menor participação. Ainda assim, a pressão cresceu e o debate se intensificou.

Para o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, tratar desse tema é um grave erro. Segundo ele, ao se lançar como fiador da anistia, Tarcísio assume o rótulo de “candidato do golpe”, colocando-se ao lado de quem atentou contra a democracia em vez de defender a Constituição.

O recado é claro: esse não é um gesto de reconciliação, mas uma ofensiva política para transformar a impunidade em trampolim eleitoral.

O risco é enorme. Uma eventual anistia a Bolsonaro e a seus cúmplices afrontaria diretamente a Constituição e abriria precedente perigoso, naturalizando tentativas de golpe e incentivando novos ataques à democracia.

O que está em jogo não é apenas o futuro político de Bolsonaro, mas a própria credibilidade das instituições.

Golpismo não se perdoa, se pune.


Fiat Iustitia - Bolsonaro Preso

  Pois é, minha gente.   Acordamos neste sábado e o Brasil, finalmente, parece ter endireitado a coluna. Antes de tudo, é preciso dizer co...