Fez
nascer o Estatuto da Criança e do Adolescente, nossa lei que tirou do papel o
princípio de que meninos e meninas são sujeitos de direitos, com prioridade
absoluta em qualquer política pública.
Inspirado
na Convenção da ONU, o ECA consolidou a doutrina da proteção integral, que
virou referência para o mundo.
De lá
pra cá, não foi pouca coisa. Os
Conselhos Tutelares saíram do papel e hoje são a primeira porta de defesa em
todos os municípios.
O
sistema de justiça juvenil ganhou regras claras e humanas, acabando com
punições indiscriminadas e priorizando medidas socioeducativas.
O
combate ao trabalho infantil ganhou fôlego, a proteção contra a violência
doméstica ficou mais estruturada, e o direito à convivência familiar e
comunitária se fortaleceu como norte de toda política de acolhimento.
Foi o
ECA que ajudou a colocar na mesa debates antes invisíveis como a regulação da
publicidade infantil, a responsabilização de quem lucra explorando crianças, a
atenção ao abuso sexual, à adoção responsável, à saúde integral, à educação
inclusiva e a certeza de que nenhuma criança ou adolescente é problema. É sim prioridade, é futuro, é direito vivo.
Mas os
desafios permanecem e o tempo exige atualização.
O ECA
precisa enfrentar riscos novos como a violência digital, o aliciamento virtual,
o acesso precoce a conteúdos impróprios.
Precisa
reforçar a rede de proteção, garantir orçamento, formar conselheiros, valorizar
profissionais, escutar as próprias crianças e adolescentes.
Celebrar
os 35 anos do ECA é celebrar conquistas, mas também é reafirmar compromisso. O
Brasil não pode dar um passo atrás: proteger a infância é proteger o amanhã. É
dever do Estado, da família, de cada um de nós.
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