![]() |
Imagem - Agência Brasil |
É curioso
notar como, na ânsia de exaltar o novo programa estadual, o deputado não perde
a chance de atacar o Bolsa Família, insinuando que ele “perpetua
dependência” e que o SuperAção seria uma “superação”.
Primeiro, é
preciso refrescar a memória de quem prefere distorcer os fatos: o Bolsa
Família, desde que foi criado em 2003, é reconhecido mundialmente como um
dos maiores programas de transferência de renda condicionada do planeta,
exemplo citado pela ONU e referência para políticas semelhantes em dezenas de
países.
Foi o Bolsa
Família, esse “programa ultrapassado”, segundo Campetti, que tirou milhões
de brasileiros da fome extrema, manteve crianças na escola, reduziu
mortalidade infantil e fortaleceu a economia de centenas de cidades do
interior, onde o comércio local gira com o dinheiro que chega à mesa do povo.
É também
mentira dizer que o Bolsa Família não promove autonomia: ao contrário, condiciona
o recebimento a frequência escolar, vacinação em dia, pré-natal e
acompanhamento social, abrindo portas para políticas complementares de
qualificação e inserção no mercado de trabalho.
Não é muleta,
mas dignidade, é direito, é base para um futuro possível para quem antes só via
miséria.
É positivo
que o governo paulista amplie programas de transferência de renda, afinal,
quanto mais gente amparada, melhor. Mas dizer que é “superação” de algo que
não se pretende superar, mas sim ampliar e complementar, é puro marketing
eleitoral.
O próprio
SuperAção, com “apoio psicossocial” e “orientação profissional”, nada mais faz
que repetir diretrizes que o Bolsa Família e o CadÚnico já
conectam há anos com os CRAS, o CREAS, os SENACs, os
cursos do PRONATEC, as frentes de qualificação e o Microcrédito do CREDIAMIGO,
muitos dos quais foram desmontados pelos mesmos que agora fingem inventar a
roda.
No mais, se
o governo paulista quer falar em “superar a dependência”, deveria também
garantir emprego decente, salário digno, tarifa de transporte justa, energia
barata, investimento em educação técnica e universidade pública, ao invés
de só vender radar, pedágio e privatização de água. Isso sim dá autonomia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por contribuir com sua opinião. Nossos apontamentos só tem razão de existir se outros puderem participar.