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Sim, Che Guevara, o revolucionário
que inspirou movimentos de libertação no mundo todo, virou agora sósia
ideológica de um ex-presidente inelegível, preso em casa por descumprir medidas
cautelares e acusado de planejar golpe de Estado.
O paralelo é tão absurdo que, se
não fosse trágico, poderia render um quadro em programa humorístico.
Segundo Valdemar, Bolsonaro ainda
tem “chances de ser candidato em 2026”. O detalhe é que ele já está inelegível.
É como dizer que Pelé tem chances de jogar a próxima Copa.
Mas o presidente do PL não se
incomoda com a realidade. Prefere viver
no universo mágico onde planejar um golpe ou um assassinato não é problema,
desde que não se execute. A tese é simples.
Se você conspirar, mas não levar adiante, está absolvido. Talvez até
condecorado.
E para reforçar o festival de
pérolas, Valdemar classificou o 8 de janeiro não como golpe, mas como “20 pés
de chinelo quebrando coisas”. Uma curiosa visão de mundo em que a invasão dos
Três Poderes vira apenas uma micareta de desavisados, e não a tentativa mais
explícita de golpe da história recente. Para esse enredo, os patriotas de
camiseta da seleção são apenas foliões incompreendidos. “Pés de Chinelo”.
Enquanto isso, no mesmo evento,
Tarcísio de Freitas resolveu brincar de JK.
Se Juscelino prometeu “50 anos em
5”, Tarcísio sonha com “40 anos em 4”. Fica no ar a dúvida se seriam 40 anos de
atraso em 4 de mandato ou 40 pedágios novos a cada 4 rodovias.
Quem sabe? O certo é que a
imaginação da direita brasileira anda cada vez mais criativa. Transformam Bolsonaro em Che Guevara e se
fantasiam de Juscelino Kubitschek, enquanto a realidade insiste em lembrá-los
do óbvio. Eles não têm projeto, não têm visão e não têm sequer coerência, a não
ser em camuflar corrupção.
No fim das contas, o espetáculo
político parece uma grande feira de ilusões. De um lado, um líder partidário
que transforma um réu do STF em ícone revolucionário. Do outro, um governador
que promete acelerar o tempo, mas só consegue acelerar pedágios. É o retrato de
uma direita que, em vez de oferecer futuro, insiste em vender delírios
embalados em slogans em bonés.
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