Imagem - ICL Notícias |
Fux recorre a um malabarismo vergonhoso. Descreve
as articulações como “desabafos de derrotado”, relativiza reuniões em que se
discutia abertamente golpe de Estado, e trata a minuta golpista como se fosse
papel sem consequência. Como se não bastasse, retira de Bolsonaro o
protagonismo dos crimes, apresentando-o quase como vítima de um golpe oferecido
de presente por auxiliares mais ousados. É o ápice da inversão.
Não é ingenuidade. É escolha. Uma escolha que ecoa
as pressões externas vindas dos Estados Unidos, que já ousam ameaçar o Brasil
com sanções econômicas e até uso da força em nome de “proteger a liberdade de
expressão”. Uma liberdade que, na boca de Trump e seus aliados, significa
apenas a licença para atacar a democracia dos outros. Coincidência ou não, Fux
acena exatamente nesse momento com um voto que enfraquece a responsabilização
do principal responsável pelo complô golpista.
A incoerência é brutal. Quando se tratava de punir
os soldados rasos, os infiltrados de massa, os destruidores de vidraças, Fux se
somou ao coro da justiça. Mas agora, diante dos generais fardados e do
ex-presidente que insuflou o país ao abismo, prefere a anulação, a dúvida
conveniente, a retórica vazia da falta de provas. Como se não fosse prova
suficiente a confissão de Cid, os áudios, as mensagens, os encontros, as ordens
veladas.
A história é implacável com os pusilânimes. No
momento em que a democracia brasileira exigia coragem, Luiz Fux escolheu a
tibieza. No instante em que a República necessitava de firmeza, ele optou pela
rendição. Seja por medo de Trump, por cálculo político ou por mero
apequenamento de caráter, o efeito é o mesmo: tentar lavar a biografia de
Bolsonaro e sua corja de golpistas.
Mas a democracia não se lava com votos frouxos. A
democracia só se defende com justiça, memória e coragem. E é isso que o povo
brasileiro espera. Não de um ou outro
ministro isolado, mas do conjunto da Corte e das instituições da República. Que
não se intimidem. Que não cedam. Que mostrem ao mundo que aqui, diferente de
onde Trump reina com ameaças, golpe não tem vez e covardia não terá perdão.
Ótima reflexão camarada.
ResponderExcluir