Meu estilo musical predileto é o rock. Mas como sou bastante eclético, não “abro mão” de MPB, música clássica e boas trilhas sonoras tidas por inesquecíveis.
Em meu pendrive de músicas, ou em minhas playlists, trago até mesmo canções antigas, algumas das quais até de propagandas de TV.
De minhas práticas esotéricas, autores como Kitaro, Vangelis e
Jarre encontram lugar nos meus álbuns.
Canto gregoriano e música sacra são ouvidas em casa nas tardes solitárias para embalar-me na oração.
Por fim, nada mais adequado que um
churrasco ao som de sertanejo raiz, tendo por isso músicas como Tristeza do Jeca, Riozinho Amigo e o que o valha.
Mas o chamado sertanejo universitário ou sofrência, como dizem, jamais me agradou. Questão de gosto, de preferência, sei lá.
Nunca me deixei levar pelo apelo
comercial das gravadoras e por isso mesmo, nunca gostei do tipo de som imposto
pelas tardes do Faustão, Gugu e outros que divulgados na mídia em excesso, depois seriam tocados diariamente nas rádios até ficarem impregnados, em nós, como gosto por aquilo que não conhecíamos antes.
Assim, na “contra mão” das tendências, lambada, pagode, sertanejo
universitário e funk nunca fizerm parte do meu mundo.
Não culpo e não critico quem aprecia, mas tenho minhas preferências, simplesmente, meu gosto.
Ah e não o imponho. Não sou do tipo que bota
som no porta-malas do carro pra gritar pela cidade afora aquilo que, muitas
vezes, só eu desejo ouvir. Mesmo em
casa, não vou (pelo menos eu) usar um volume que empurre na vizinhança aquilo que só eu gosto de ouvir.
Em nenhuma fase da existência, o respeito saiu de moda. E assim, permitir que cada um faça ou ouça o que quer é o mínimo. Desde que esse ou essa, também respeite aquilo que nós não queremos ouvir.
Nessa sexta-feira, o Brasil perdeu mais
um de seus artistas e não foi pela COVID. Com profunda tristeza, milhares ou talvez
milhões de fãs, viram partir precocemente a cantora
Marília Mendonça.
E eu sempre entendi a comoção
generalizada quando coisas assim acontecem.
Também perdi vultos de minhas
escolhas como Elvis, Michael Jackson, Ayrton Senna e me comovi com mortes
inusitadas como a que levou os Mamonas Assassinas.
No caso de Marília, ainda menina e em pleno sucesso, por certo não seria diferente perante os seus seguidores.
Contudo, eu não a conhecia justamente por não fazer parte do gênero musical seguido por mim.
Na enxurrada de matérias que agora corre por conta da tragédia, músicas, letras e pontos de sua personalidade estão sendo expostos o que me fez ver que algumas letras que me chegaram são boas e músicas até
bonitas. Ainda assim, não são o tipo de músicas que eu escutaria. E ponto.
Só que vá dizer isso a amigos e próximos.
Logo, açoites
violentos são desferidos como se houvesse uma clara obrigação por gostar, ouvir e mesmo conhecer a cantora e sua obra.
Não há como fingir.
Por que ninguém se revolta se alguém nada sabe responder sobre Beethoven ou
apontar sequer uma obra sua? Simples, porque ninguém tem obrigação de conhecê-lo ou gostar dele (ou de sua obra).
Eu acredito mesmo e do fundo do meu coração, que cada coisa tem seu lugar e com sinceridade homenageio quem atinge
êxito no que faz. Quem agrada ao
público sendo quem é ou mostrando seu trabalho. Por isso todo mérito e
homenagens à moça.
O desabafo que ora apresento é mais por conta do espanto, da reprovação e da indignação que minha franca resposta tem causado quando alguém pergunta: .
“Qual musica dela você mais gostava?”
Ao que respondo sempre com:
“Eu não conhecia nenhuma”.
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