Em 1516, o pensador de origem britânica Thomas Morus, publicou
Utopia.
O livro fala de um lugar perfeito onde as liberdades são uma realidade
e questões que constituíam a sociedade inglesa da época são colocadas em xeque.
Era como se o paraíso divino estivesse presente entre os terrenos, neste Estado
Perfeito imaginado pelo autor.
Em plena Inglaterra de Henrique VIII, o escritor humanista apresenta
esta verdadeira crítica religiosa, política e social, disfarçada de uma ilha
imaginária onde, dentre outras coisas, seus habitantes praticam a harmonia e a
posse comum.
Imagine a riqueza de tal pensamento para a época em que a posse
individual era praticamente obrigatória e exuberante pela Europa de leste a
oeste.
Morus ia além e pregava, já naquele momento, o trabalho de 6 horas
diárias e trabalho digno e libertador, não aquele cujo trabalhador vive às
custas de ricos dominadores.
Sem perceber, a defesa de muitos socialistas modernos é bastante
próxima das ideias do pensador inglês do século XVI. E como para os de seu tempo, estas ideias
também hoje parecem loucura ou mera “utopia” as pessoas que as ouvem.
A busca pelo fim da miséria, do desemprego, das diferenças, das altas
taxas e da valorização do trabalhador que já moviam o pensamento daquele escritor,
perduram em nossos dias e os poucos que a defendem, sequer são levados em
consideração.
Em uma campanha, como a que acabamos de ver, pela presidência do
Brasil, estes são deixados pra trás, só participam de debates por força da
justiça e quando falam, são tratados como desvairados, insanos ou sonhadores. Meio que considerados ridículos e “zoados”.
Covardia de uma sociedade que se acostumou com os desmandos, com a
prevaricação, com a exploração e a obedecer cegamente os patrões, as elites e a
opinião do vizinho (via mídia).
Uma lástima sem tamanho.
Por isso eu recomendo mais uma vez a leitura da obra que não é grande
em tamanho, mas ocupa toda uma biblioteca em utilidade.
Esqueceu-se de dizer que ele foi condenado e morto enforcado pela igreja da época... É sempre bom lembrar as atrocidades que a religião comete contra pessoas boas neste mundo. Depois, é claro, a própria igreja o canonizou... para miséria de ambos.
ResponderExcluir