sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O escândalo da capa - o novo Rio Centro

O escândalo da capa.  Assim já está sendo chamada a tentativa de golpe desta sexta-feira, 24 de outubro.
Repetindo o triste e fatídico episódio do Rio Centro, ocorrido em 1981, em que um grupo de militares insatisfeitos com a abertura política organizou um atentado a bomba em um show com diversos artistas da MPB, que marcava as celebrações do Dia do Trabalhador, uma nova tentativa de golpe se verificou na noite desta quinta para a sexta-feira.
O objetivo dos militares de então, era espalhar o pânico e culpar a esquerda pela desordem.  No entanto, uma bomba explodiu ainda quando estava sendo transportada e além de entregar o plano “sujo”, acabou por causar a morte de um soldado.
Segundo consta, além dos militares envolvidos, havia também civis.
Mesmo diante das evidências indiscutíveis, o exército declarou que radicais de esquerda teriam a culpa pelo atentado.
Não encontrando provas e não podendo explicar as evidências que apontavam para si, o Ministro da Casa Civil, um militar, renunciou ao cargo e o caso “foi arquivado”.
No entanto, o episódio do Rio Centro serviu para acelerar a queda do regime militar.
Semelhante a isso, a mídia irresponsável e a serviço da direita, lança mão de uma “bomba”, cujas provas e evidências não possui, depositando-as nas declarações de um criminoso, não corroboradas, e a bem da verdade, também não negadas pelo próprio advogado do mesmo.
O fato não é este, costumeiro invencionismo da revista em questão.  Mas estão em pauta, os meandros deste processo, desta maquinação.
Às vésperas da eleição, sem tempo para os devidos desmentidos e direitos de respostas, o semanário já de baixa credibilidade, antecipa a edição para hoje, dois dias antes do normal (domingo) e municia o candidato da oposição, não por coincidência seu favorito já declarado nas matérias impressas ou divulgadas em seu portal e blogs dos principais articulistas.
Além disso, ocorre hoje um importante debate, já marcado sem os cuidados das equipes dos candidatos, encerrando a campanha, o que favorece demais a poderosa Rede Globo, manipuladora de campanhas anteriores como confessou seu próprio “guru”, José Bonifácio em entrevista.
Podendo citar a revista em seus editorias, telejornais da emissora e campanha opositora irão dançar a valsa da vitória antes mesmo da eleição ocorrer.
Qual é o papel da imprensa neste país desde os tempos de Chateaubriand?  Um quarto e iminente poder, consegue hoje em favor de algumas famílias, definir quem vence e quem perde o poder central do país, a serviço exatamente de quem?
Se não fazemos estes questionamentos, não terminam os desmandos e vence a mentira, a maldade e a sujeira, sobre a verdade, o bem e o saneamento dos “inputs” que alimentam nossas mentes e almas.
Ao contrário, se realizarmos um processo sério de avaliação destes veículos e a devida cobrança do cumprimento rigoroso de seu papel na sociedade, com certeza mudamos, aí sim, a história deste país como querem os que clamam por mudanças.
Mas ninguém pensou.  Será que este golpe, esta “canalhice” não corre o risco de estourar antes da hora e no colo de quem o orquestrou?  Não poderá, de repente esta ação mal feita e de improvável sustentação, repetir o que foi o Rio Centro e ocasionar na derrocada da campanha imoral que está sendo imposta no extremo baixo nível deste processo eleitoral?

Enfim, temos dois dias para conferir.  Que Deus nos ajude.

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