O escândalo da
capa. Assim já está sendo chamada a
tentativa de golpe desta sexta-feira, 24 de outubro.
Repetindo o triste
e fatídico episódio do Rio Centro, ocorrido em 1981, em que um grupo de
militares insatisfeitos com a abertura política organizou um atentado a bomba
em um show com diversos artistas da MPB, que marcava as celebrações do Dia do
Trabalhador, uma nova tentativa de golpe se verificou na noite desta quinta
para a sexta-feira.
O objetivo dos militares
de então, era espalhar o pânico e culpar a esquerda pela desordem. No entanto, uma bomba explodiu ainda quando
estava sendo transportada e além de entregar o plano “sujo”, acabou por causar
a morte de um soldado.
Segundo consta,
além dos militares envolvidos, havia também civis.
Mesmo diante das
evidências indiscutíveis, o exército declarou que radicais de esquerda teriam a
culpa pelo atentado.
Não encontrando
provas e não podendo explicar as evidências que apontavam para si, o Ministro
da Casa Civil, um militar, renunciou ao cargo e o caso “foi arquivado”.
No entanto, o
episódio do Rio Centro serviu para acelerar a queda do regime militar.
Semelhante a isso,
a mídia irresponsável e a serviço da direita, lança mão de uma “bomba”, cujas
provas e evidências não possui, depositando-as nas declarações de um criminoso,
não corroboradas, e a bem da verdade, também não negadas pelo próprio advogado
do mesmo.
O fato não é este,
costumeiro invencionismo da revista em questão.
Mas estão em pauta, os meandros deste processo, desta maquinação.
Às vésperas da
eleição, sem tempo para os devidos desmentidos e direitos de respostas, o
semanário já de baixa credibilidade, antecipa a edição para hoje, dois dias
antes do normal (domingo) e municia o candidato da oposição, não por
coincidência seu favorito já declarado nas matérias impressas ou divulgadas em
seu portal e blogs dos principais articulistas.
Além disso, ocorre
hoje um importante debate, já marcado sem os cuidados das equipes dos
candidatos, encerrando a campanha, o que favorece demais a poderosa Rede Globo,
manipuladora de campanhas anteriores como confessou seu próprio “guru”, José
Bonifácio em entrevista.
Podendo citar a
revista em seus editorias, telejornais da emissora e campanha opositora irão
dançar a valsa da vitória antes mesmo da eleição ocorrer.
Qual é o papel da
imprensa neste país desde os tempos de Chateaubriand? Um quarto e iminente poder, consegue hoje em
favor de algumas famílias, definir quem vence e quem perde o poder central do
país, a serviço exatamente de quem?
Se não fazemos
estes questionamentos, não terminam os desmandos e vence a mentira, a maldade e
a sujeira, sobre a verdade, o bem e o saneamento dos “inputs” que alimentam
nossas mentes e almas.
Ao contrário, se
realizarmos um processo sério de avaliação destes veículos e a devida cobrança
do cumprimento rigoroso de seu papel na sociedade, com certeza mudamos, aí sim,
a história deste país como querem os que clamam por mudanças.
Mas ninguém
pensou. Será que este golpe, esta “canalhice”
não corre o risco de estourar antes da hora e no colo de quem o orquestrou? Não poderá, de repente esta ação mal feita e
de improvável sustentação, repetir o que foi o Rio Centro e ocasionar na
derrocada da campanha imoral que está sendo imposta no extremo baixo nível
deste processo eleitoral?
Enfim, temos dois
dias para conferir. Que Deus nos ajude.
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