quinta-feira, 3 de setembro de 2009

De quem é o petróleo?


Segue artigo e opinião do amigo Antônio Caprio:


É incrível como o governo de plantão prima pela desfaçatez e pela repetição de fatos e atos que condenou desde o nascimento do partido que lhe dá sustentação básica até a sua chegada ao poder. A questão do pré-sal é um fato a ser comemorado, não resta a menor dúvida, mas se valer de uma hipótese que poderá se concretizar em um prazo de vinte anos e fazer da questão coisa concreta e pronta vai uma distância enorme e tudo em nome da próxima eleição.
O espetáculo foi tão bem ensaiado que a candidata ‘ungida’ deixou escapar lágrimas durante e depois do discurso do chefe-mentor-padrinho. Em todos os canais de TV, a preço de ouro, propaganda sobre o pré-sal como coisa concreta, funcionando, produzindo petróleo para dar e vender. Já gastam por conta da futura conta e não pouco. O grande teatro contou com as presenças de artistas veteranos na arte política de enganar e atuais, aprendizes já pós-graduados. Os slogans criados a preço de diamante: patrimônio da União. Riqueza do Povo. Futuro do Brasil.
Não se tem, ainda, tecnologia pronta para se alcançar os depósitos de petróleo. São previsões. A especulação tomou conta do cenário. As bolsas estufaram. O tom político, eleitoreiro, ufanista e até constrangedor tomou conta de tudo e de todos. A platéia selecionada, os holofotes bem focados, o sorriso aberto de todos e só faltando a velinha para soprar, no caso o produto tão decantado: o petróleo. As lágrimas da ministra foram como glacê sobre o bolo artificial.
A equipe aprendeu bem as lições do passado na arquibancada da oposição. Desceu, fez especialização e se alçou ao centro do palco e parece que sabe de cor a lição de como fazer o que tanto condenou no passado recente. O marco regulatório do setor de petróleo elegeu a Petrobras como a grande estrela e de lambuja, pretende-se criar um outro elefante branco, a Petro-Sal. Serão milhares de empregos destinados a pessoas escolhidas a dedo e parentes próximos do poder, é óbvio, com alguns concursos para tapar o sol com a peneira. Tudo em nome do desenvolvimento, da independência do país no campo energético e, sem dúvida, a garantia da permanência do poder, a qualquer custo. Agora pode. Não só pode como deve.
Diante de tamanho estardalhaço e tanta cara-de-pau, até Monteiro Lobato, o sonhador do petróleo brasileiro, pediria socorro e se esconderia embaixo do avental da tia Anastácia.
Tanabi, setembro de 2009.
Prof. Antonio Caprio
Analista político e membro do IHGG/Rio Preto.

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