sábado, 11 de outubro de 2025

Apreensão máxima

 







Nilson Dalledone 
nilsondalledone@gmail.com



Cerca de 95% de Gaza (Palestina) estão destruídas. Multidões de palestinos surgem retornando para casa. Mas a pergunta é para que casa... Famintos, dilacerados, doentes, ainda que vitoriosos diante de um inimigo estrangeiro impostor, podem esperar o quê? Paz? Os sionistas, interessados em se apropriar de petróleo e gás do oeste da Ásia e de posições estratégicas, não desistiram de seus planos ou, melhor dito, o imperialismo norte-americano ou, mais exatamente, os setores mais agressivos da alta burguesia norte-americana (super ricos) não desistiram de continuar lançando mão da rapina e do roubo, não importa quantos sofram e morram. Para essa minoria canalha morte e sofrimento alheio não importam. Será, talvez, uma breve pausa, resultante de um acordo de cessar fogo efêmero...

A quadrilha de Benjamin Netanyahu, por meio da Rússia, solicitou que se avisasse o governo iraniano de que não planejam nenhuma agressão contra o Irã. Quem acredita? O Irã está aguardando os agressores e se preparando para o pior, porque não há muita diferença entre o que se diz em Washington e Tel-Aviv.

Ao mesmo tempo, a Venezuela está se fortalecendo ao máximo à espera do ataque norte-americano. Querem o petróleo, o ouro, as terras raras e tudo que puderem levar e até premiaram a chefe da quinta coluna com um prêmio Nobel...

Na Ucrânia, entretanto, o Império norte-americano está sofrendo uma derrota estratégica de grande magnitude, enquanto China Popular, Rússia, Irã, Coréia Democrática, BRICS, OSC e assim por diante cerram fileiras, para conter os acessos de loucura de um Império acuado.

Não há como prever a próxima hora...

Pode ser sempre a última e derradeira hora do planeta Terra...


quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Entender a correlação de forças é lutar com inteligência

Imagem - O GLOBO


No Brasil de hoje, governar é muito mais do que ter a faixa presidencial.  É saber navegar num Congresso fragmentado, pragmático e repleto de interesses contraditórios. Por isso, é essencial que a militância e os setores progressistas compreendam com clareza quem são os aliados fiéis, os eventuais e os adversários declarados.

Na base mais sólida do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Essa é a coluna vertebral política da resistência democrática e popular. Esses partidos, com raríssimas exceções, não votam contra o povo e têm sido o núcleo de sustentação das pautas sociais e populares no Congresso.

Na sequência, vêm Partido Verde (PV), Rede Sustentabilidade (REDE) e Partido Socialista Brasileiro (PSB), aliados importantes, comprometidos com a agenda de governo, e que tendem, em momentos decisivos, a se alinhar ao núcleo fiel. A chance de transferência de votos desse campo para o campo mais sólido da base é alta.

Depois, há Partido Democrático Trabalhista (PDT) e Avante, que orbitam entre o apoio e o pragmatismo. São aliados intermitentes, que “viram Centrão de quando em quando”, mas que também podem migrar para o campo da base fiel em votações estratégicas, especialmente quando o governo mobiliza bem.

Solidariedade e Movimento Democrático Brasileiro (MDB) representam aquele Centrão clássico, que tem adversários internos, mas também muitos parlamentares eleitos com votos do eleitorado lulista. São aliados pouco confiáveis, mas sensíveis à pressão popular e à articulação política.

Na outra ponta, Partido Social Democrático (PSD), Cidadania e Podemos formam a ala mais pragmática do Centrão, com forte base no Centro-Sul.

Mais à direita, Republicanos, Progressistas e União Brasil são adversários do governo que, paradoxalmente, dominam o eleitorado lulista no Norte e Nordeste. Isso mostra que não basta ganhar votos.  É preciso politizar e disputar a representação popular.

E, por fim, há os inimigos políticos declarados: Partido Liberal (PL), Partido Renovador Democrático (PRD), Democracia Cristã (DC), Partido Novo (NOVO), Partido da Mulher Brasileira (PMB) e Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Esses atuam de forma sistemática contra as pautas sociais e populares e constituem o núcleo ideológico da extrema direita e da velha direita neoliberal.

Entender essa arquitetura política é fundamental para agir com inteligência estratégica.

Não se trata apenas de saber quem vota a favor ou contra. Trata-se de mapear onde a pressão popular pode operar, onde se pode avançar com alianças táticas e onde é preciso endurecer o enfrentamento.

A governabilidade popular não se constrói com ingenuidade, mas com clareza política, mobilização social e capacidade de disputar corações e mentes, inclusive entre eleitores que hoje têm seus representantes em campos adversários.

O bolsonarismo pode dominar certas bancadas, mas é o povo que decide os rumos do país.

E quando o povo se levanta, até o Centrão balança.


Apreensão máxima

  Nilson Dalledone   nilsondalledone@gmail.com Cerca de 95% de Gaza (Palestina) estão destruídas. Multidões de palestinos surgem retornando ...