Quase 500 dias se passaram desde que
entramos em quarentena por conta da expansão violenta da COVID 19.
Março do ano passado foi quando
muitos de nós começamos a deixar os escritórios e passamos a desempenhar, a
partir de nossas casas, o que é conhecido por trabalho home.
Aparentemente houve uma imediata
adaptação de muita gente e mais ainda de muitas empresas que aprenderam a confiar
nos seus funcionários e a controlá-los das mais diversas formas, mesmo a
distância.
Na verdade o Brasil do início do novo
século já era o terceiro país do mundo em que o home-office mais
crescia.
Hoje, não só reuniões de trabalho,
mas reuniões de clubes de serviços, sindicatos, associações de bairros,
encontros de família e até celebrações religiosas já se fazem por meio
remoto. E essa inovação e prática,
antecipadas à forceps pelo afastamento necessário, devem permanecer, em muitos
casos, bem depois que a pandemia passar.
Para desempenhar bem suas funções,
sem deixar a desejar, o trabalhador em casa precisa seguir alguns critérios.
Desde meados dos anos 90s que,
principalmente redes de franquias, começaram a oferecer modalidades home-based
para prestadores de serviços ou pequenos representantes comerciais. E traziam
consigo um tipo de manual de procedimentos.
As exigências eram então o que se
pode recomendar sem medo, mesmo agora.
Um cômodo ou aposento dedicado, com chave para que crianças, visitantes
e outras pessoas não entrem de repente a bagunçar ou fazer barulho. Boa internet, telefone exclusivo, se possível
um ar condicionado que permite deixar os vidros fechados a fim de que sons de
cachorro latindo, panelas e crianças a brincar não interfiram no diálogo com
clientes. Boa iluminação, cadeira e mesa confortáveis e um bom equipamento de
informática.
A esses detalhes eu ainda acrescentaria
uma certa disciplina. Há tendência de
trabalhar além ou aquem da conta, pois com o escritório dentro de casa,
telefonemas e contatos ocorrem a todo horário e não raramente, pode-se deixar
para executar tarefas mais chatas em horários alternativos.
Por consequência, família desprezada
e abandonada há apenas alguns metros de distância.
Mas o contrário também é fato. Acordar mais tarde, demorar-se no banho,
fazer uma longa sesta, ver o noticiário, receber a visita daquele parente sem
compromisso, buscar crianças, fazer compras etc.
O corretíssimo é estabelecer um
horário comercial mesmo em casa e não desviar-se da agenda. E também evitar o excesso de conforto, como
roupas relaxadas, cerveja sobre a mesa e por aí vai. Isso só faz distrair e quebrar, internamente,
a seriedade e o comprometimento.
Final da história, menos
produtividade, mais insatisfação de todos os lados. O que poderia ser ótimo,
fica regular e pode até desmotivar bons profissionais e promover o
arrependimento de patrões.
Comportamento é importante sim. O
mundo tem assistido o inusitado, desde tribunais até reuniões executivas, em
que pessoas despreparadas ou sem noção, exibem
cenários esquisitos ao fundo, enquanto participam de áudios-conferências.
Já se viu até um advogado tomando
banho em plena audiência, um político só de cuecas e outro cheirando uma
calcinha. Sem falar no famoso caso do
advogado ou promotor com cara de gato. Hilário e trágico de uma só vez.
Seres descabelados, camas
desarrumadas e outras imagens ruins, tem feito parte de um bom número desses
encontros virtuais. Falta de um mínimo de respeito e atenção.
É sustentável e vantajoso trabalhar
em casa. Ganha-se tempo que era perdido
no trânsito, economiza-se dinheiro com comida na rua, transporte e roupas. Enquanto isso, a empresa evita muitos pontos
e aluguéis, economizando, ainda que ajude nas despesas de energia e internet de
seus funcionários nas suas residências.
Enfim, parece mesmo um caminho sem
volta.
O importante é pegar firme. Dá pra se trabalhar para outros e para
empreender a partir de sua sala ou pequeno escritório doméstico. Mas você tem que se esforçar para não cair
nas tentações.
Nada de despertar sem cuidar de si e
do ambiente.
Arrumar a cama, se barbear e pentear
os cabelos, vestir-se de acordo, ainda denotam respeito a clientes, colegas e
chefes. Além disso, estabelece um ritual que define seu papel como profissional
naquele período específico, mesmo no lar. Inclusive serve como recado para
familiares ou convivas do ambiente, que saberão entender e respeitar aqueles
momentos.
Uma dica importante também é aprender
a lidar com os equipamentos e aplicativos disponíveis para reuniões e outras tarefas.
Facilita, agiliza e evita os micos mencionados antes.
Ah e atenção, a venda de produtos é
outra grande fazedora de novos e bem sucedidos profissionais. Não faltam alternativas. Se você está
desempregado, eis aqui uma chance.
Não vou me aprofundar na questão que
versa sobre direitos trabalhistas, relacionamento interpessoal e convivência
(socialização) entre colegas de trabalho.
É uma discussão bem ampla. Mas ninguém
deve deixar de pagar ou receber o que é devido.
Nem tampouco exagerar ou minimizar esforços ou o tempo de trabalho. O
que muda é apenas o local, mas não a relação empregatícia.
No caso de autônomos, a economia de
trabalhar home, em boa parte das vezes é maior que a perda por não estar
nas ruas, acredite.
Se você está preocupado, ou
preocupada com o que fazer ou procurar, ou mesmo com o que criar, pense nisso
tudo. O trabalho home é ideal
para os perídos atuais e pós pandemia, tanto para quem quer um emprego, quanto
para quem quer empreender. Principalmente se for criar um novo negócio, não
despreze essa séria e grande tendência dos tempos modernos.
Texto postado no DLNEWS - 09/06/2021
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