terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Aumento de Vereadores
Ratifico minha opinião de que o Ver. Pedro Roberto tem sabido representar dignamente seus eleitores na Câmara Municipal. O texto abaixo, colei de seu informativo que declara voto na questão do aumento de vereadores. O texto foi escrito por sua assessoria de imprensa.
Pedro Roberto é contra o aumento de vagas para vereadores em Rio Preto
A promulgação da proposta de emenda à Constituição (PEC) prevê o aumento de 51.748 para 59.791 cargos de vereadores em todo o País, ou seja: 7.373 novas vagas. Um artigo do projeto diz ainda que, se aprovado o texto antes do fim do ano, os suplentes eleitos no pleito municipal de outubro, assumiriam as vagas em 1 de janeiro. Para serem aprovadas, a PEC precisa passar por dois turnos de votação, com cinco sessões de discussão cada.
Entretanto, a PEC dos Vereadores foi aprovada na madrugada do dia 18 de Dezembro pelo Senado Federal, porém o projeto deve voltar para análise dos deputados, pois segundo a mesa Diretora da Câmara o Senado mudou substancialmente o conteúdo do projeto.
Neste ano foram eleitos 17 vereadores na Câmara Municipal de São José do Rio Preto com a PEC aprovada, Rio Preto passará ter vinte e três vereadores a partir de Janeiro de 2009.
O Vereador Pedro Roberto reeleito pelo PSOL seguindo sua convicção e a posição do partido representado na Câmara, também é contra o projeto para aplicação em 2009, já que além de não existir clareza no aspecto jurídico não é matéria consolidada no âmbito federal. Outro argumento apresentado pelo vereador do PSOL é de que os candidatos que disputaram as eleições em 2008 tinham conhecimento das regras em especial quanto às vagas na câmara.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Comunismo e Oriente Médio
Recebi o texto abaixo. Entrevista interessante cujo tema principal é o enfoque sobre a superação do capitalismo nos paises do Oriente Médio. Vale à pena conferir.
SÃO PAULO - A atual crise financeira mundial foi o tema principal do 10º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários, realizado entre os dias 21 e 23 de novembro, na capital paulista. Na "Proclamação de São Paulo", assinada pelos participantes, ao final do Encontro, a ser enviada aos 55 governos de países representados pelos 65 partidos comunistas presentes, destaca-se que o ônus da atual crise cíclica do capitalismo não deve recair nem sobre trabalhadores nem sobre países pobres. Também, defende-se que o dinheiro público não deve ser usado para salvar bancos da bancarrota, mas, ao contrário, para assegurar os mercados que gerem empregos e renda. Ainda, alerta-se para a questão da soberania e para a necessidade urgente de se impedir a alienação de recursos de países emergentes ao capital internacional, assim como de se combater as políticas protecionistas das metrópoles imperialistas.
No decorrer do evento, Nilson Dalledone, Prof. Dr., especialista em Oriente Médio e professor de Geopolítica, colaborador do ESQUERDA.NET, juntamente com Khaled Fayez Mahassen, ex-presidente da FEARAB – Federação de Entidades Árabes do Brasil – São Paulo, entrevistaram Mufid Kuteish, Secretário de Relações Internacionais do Partido Comunista Libanês, abrangendo um amplo leque de temas, especialmente, os relacionados ao Oriente Médio e, particularmente, aqueles vinculados à questão das fontes de energia. Texto de alto teor educativo, ajuda a compreender a realidade de uma região altamente complexa e a corrigir erros de informação e de interpretação muito comuns tanto em órgãos de imprensa de direita, alinhados ao capital, como nos de esquerda, alinhados ao trabalho. Nesta entrevista, o eixo principal é a superação do capitalismo pelo socialismo, nas complexas condições do Médio Oriente e do mundo atual.
ENTREVISTA
K- Que impressões São Paulo lhes ofereceu nesta primeira visita?
MK – São Paulo não é uma cidade, mas um mundo. Apresenta muita diversidade e contradições que se vê nas ruas. É dinâmica. Até a natureza colabora para essa diversidade, com mudanças climáticas constantes. A população é muito agradável. Chamam a atenção os detalhes e isso nos faz refletir.
ESQUERDA.NET – A que vieram a São Paulo?
MK – Viemos a convite do PC do B, para o Décimo Encontro dos Partidos Comunistas e Operários do Mundo.
ESQUERDA.NET – Como avaliam o resultado do Encontro?
MK – Neste que foi o Décimo Encontro debateram-se temas preparados de antemão, entre eles, a crise econômica mundial e a solidariedade aos povos da América Latina. Nos documentos finais, tratou-se disso, centralmente. A conclusão geral foi de que não há alternativa ao caminho rumo ao socialismo, para a solução dos problemas mundiais. O outro aspecto importante se relaciona ao local ou região, onde ocorre, pois é um ato de solidariedade a esse local ou região. Decidiu-se que haverá comemorações aos 50 anos da Revolução Cubana, e que será criado um dia específico de protestos contra a crise econômica mundial, além de manifestações contra a criação da OTAN –Organização do Tratado do Atlântico Norte que chega, agora, aos seus 61 anos. Também, fizeram-se declarações sobre problemas específicos em diversos países.
ESQUERDA.NET – Quando você diz “caminho ao socialismo”, como seria? Haveria transição ou caminhar-se-ia diretamente ao socialismo?
MK – De fato, é uma pergunta muito inteligente e importante. Há possibilidade de luta pelo socialismo, em qualquer lugar. Há situações maduras que permitiriam a passagem para uma etapa superior da sociedade. Mas existem particularidades na América Latina, na África e na Ásia. Esses países estão submetidos ao imperialismo. São países capitalistas, porém dependentes. É visível que há possibilidades de crescimento dos movimentos revolucionários, em tais países, até porque estão limitados em seu processo de desenvolvimento. Quando chegarem a certo ponto, não terão permissão de continuar crescendo. Então, a luta pelo socialismo, nesses países, tem caráter patriótico. Não há como lutar somente contra a burguesia local, sem lutar contra a burguesia global. Portanto, não há uma etapa única, mas diversas etapas.
ESQUERDA.NET – Via armada ou via eleitoral?
MK – Não acredito que haja alguém capaz de responder isso, nesses termos. O povo deve lutar dentro de suas condições, inclusive, dentro do sistema democrático, unindo todas as partes interessadas da sociedade. Mas sempre o povo enfrentará resistência das forças burguesas. A América Latina está diante de uma grande prova. Grandes tarefas estão sendo executadas, apesar das limitações da esquerda. Assim, deve-se estar preparado para a luta armada.
ESQUERDA.NET – No Oriente Médio, no momento, quais as possibilidades estratégicas de Israel manter o poder hegemônico diante do Líbano, da Síria, da Palestina, da Jordânia, do Egito, considerando-se a derrota do Iraque diante dos EUA e a resistência do Irã?
MK – Nossa percepção, em relação a Israel, vai além do fato de Israel ser uma estrutura estatal. Não seria apenas isso. Aliás, há a possibilidade de a questão da criação de um Estado palestino, ser resolvida em detrimento dos palestinos. Israel é uma entidade a serviço do imperialismo. Sua finalidade política, no momento de sua criação, era tornar-se um policial na Região. Difere, por isso, de todos os movimentos de libertação. Israel, no ano 2000, foi expulsa do Líbano por uma força armada. Desde então, ao não conseguir liquidar a resistência libanesa, deixou de ser capaz de executar a função para que foi criada, mesmo considerando que vários países árabes tenham assinado acordos. Esse foi um dos motivos que levou os EUA a usarem sua força diretamente, na região. Depois de 2006, sua presença foi ainda mais prejudicada. Na Guerra de julho, mais de um milhão de cidadãos israelenses tiveram que abandonar o norte de Israel. Houve, então, um movimento oposto da população que, ao invés de vir para Israel, começou a partir. Israel não esqueceu a derrota. De qualquer forma, sabem que não podem continuar enfrentando nem o Hizbollah, nem a Síria, nem o Irã. Se fossem capazes de fazer alguma coisa, já teriam feito. A única coisa que fazem, agora, com sucesso, é impedir a destruição do Estado de Israel. Egito e Jordânia têm acordos com os EUA.
ESQUERDA.NET – Na Faixa de Gaza, os palestinos romperam as barreiras que impedem o trânsito rumo ao Egito. O governo egípcio, ao invés de dar-lhes ajuda, fez o contrário. Como entender uma situação como essa?
MK – Todos os governos árabes estão calados. Até a Arábia Saudita participou de uma reunião religiosa com a presença de Israel. São parceiros de Israel. Por isso, têm ódio à resistência palestina e libanesa. São eles que financiam os ataques israelenses contra essas forças.
ESQUERDA.NET – Até o final da Guerra Fria, em 1989, era possível dividir os países árabes em dois blocos. A Síria, de algum modo, confrontava Israel. A Líbia, em 1986, sofreu, inclusive, um ataque direto dos EUA. Também, formavam a linha de frente a Argélia, o Iêmen do Sul e o Iraque. Na contrapartida, havia outro bloco de países árabes feudais ou semifeudais, como a Arábia Saudita. Atualmente, seria possível fazer uma divisão como essa?
MK – De fato, houve muitas alterações na correlação de forças. A Argélia está quase mergulhada numa guerra civil. O Iraque está ocupado pelos EUA. Os países do Golfo, em geral, estão sob domínio direto ou indireto da Arábia Saudita e dos EUA. O Sudão está mergulhado em seus problemas internos, como Darfur e outras regiões. A Líbia está condenada a aceitar as exigências norte-americanas. Tudo isso levou à vitória dos norte-americanos em seu eixo de ataque, constituído por Arábia Saudita, Jordânia e Egito. Sobrou, então, só a Síria, que, nos seus melhores momentos, consegue, somente, fazer oposição, mas sem qualquer perspectiva de enfrentamento. Em realidade, esse país tem procurado negociar com o Ocidente. Talvez, isso não seja um erro, mas o estilo de sua atuação deixa muitas dúvidas. Ao mesmo tempo, há um movimento fundamentalista tanto na Síria como no Líbano, e a Síria decidiu enfrentá-lo. Mas, ao mesmo tempo, isso abriu um novo canal de comunicação entre a Síria e o Ocidente. O Ocidente está interessado na Síria, na mesma medida em que esta poderia oferecer seus serviços. Por outro lado, é evidente o confronto entre Síria e Arábia Saudita, o que afeta toda a Região. De qualquer modo, a Síria tem tido um papel positivo, ainda que limitado.
ESQUERDA.NET – Em relação ao Líbano, o Hizbollah tomará o poder com o apoio do Irã. E, então, Quanto tempo levará para massacrar os comunistas?
MK – O Hizbollah sabe que nem hoje nem daqui a cem anos assumirá o poder, pois a situação do Líbano não lhe permitiria esse passo. Segundo a avaliação dos comunistas, o Hizbollah, em sua constituição social, assemelha-se a todos os demais partidos libaneses. Sua composição inclui desde o operário oprimido até a burguesia emergente, passando pela classe média. Por sua formação, representa uma camada burguesa. Tal como outros, pensam que, para que tudo se resolva, basta expulsar o invasor e tomar o poder. Na seqüência, implantariam um governo burguês, capitalista, dentro da Nação. O Hizbollah está pronto e atento para enfrentar e expulsar qualquer invasor, mas não tem nem condições nem planos nem desejo de mudar a situação libanesa. Os comunistas e o Hizbollah são parceiros na solidariedade ao Irã e na luta contra os norte-americanos, mas estão em lados opostos em todas as questões internas libanesas. Seria possível reverter esse quadro em alguns aspectos. De momento, os comunistas avaliam positivamente o papel do Hizbollah, na luta contra Israel.
ESQUERDA.NET – Quais são as principais forças revolucionárias no Líbano, hoje?
MK – Lamento, mas a exceção do Partido Comunista do Líbano, não há forças revolucionárias, no País. Com todo o sentido da palavra, nem partidos nem grupos. Há um leque muito amplo de esquerdistas. Tenta-se agrupá-los, mas ser revolucionário implicaria em ter condições de lutar, para mudar o sistema vigente. O maior obstáculo a isso é o atual regime, no poder. Todas as demais forças são contrárias a esse ponto.
ESQUERDA.NET – Em que forças sociais o Partido Comunista se apóia concretamente?
MK – O Partido Comunista se apóia em algumas partes da classe operária, na classe média, nos profissionais da educação, desde os de nível primário até os de nível universitário, em alguns profissionais liberais e em alguns engenheiros. Infelizmente, a classe operária está dividida entre xiitas, sunitas, drusos, maronitas e outros. Ao invés de a classe operária lutar contra a burguesia, em geral, essa divisão fez com que o operariado lutasse entre si, provocando a inércia e a paralisia do movimento sindical.
ESQUERDA.NET – O Partido Comunista ou qualquer partido comunista segue, como método, o materialismo dialético e o materialismo histórico. Considerando o papel da religião no Oriente Médio, em geral, ainda muito fortemente influenciada pelo feudalismo, como consegue o Partido comunista penetrar nas camadas populares?
MK – Esta é uma questão muito importante, porque tanto a religião como a religiosidade são a ideologia do feudalismo, em geral. Hoje, a religião, em sentido amplo, não tem ideologia religiosa. A burguesia colonial do Líbano e de outros países árabes são incapazes de enfrentar uma luta de classes aberta. Recorrem, então, à religião como substituto à luta ideológica, nos marcos do capitalismo. Hoje, não são as classes feudais, clero e nobreza, que dominam a economia e a produção. Por isso, a luta não é contra a religião, engendrada, no passado por essas classes, e nem contra os religiosos, mas contra a burguesia que usa a religião e os religiosos, para defender sua posição, isto é, o capital.
ESQUERDA.NET – E o projeto do pan-arabismo e da Grande Síria neste contexto, já que o Líbano, a Síria, a Palestina e a Jordânia formariam uma unidade?
MK – O Partido Comunista, em Convenção, analisou os problemas que se enfrenta, atualmente, e concluiu que o Movimento de Libertação Árabe se encontra em crise, especialmente, quanto ao aspecto da liderança. Os líderes, em geral, originários da pequena burguesia, desejavam e desejam libertar a região, mas sem mudar a estrutura existente. Ou se caminha rumo à libertação ou rumo à traição. Morreu Nasser, assumiu Sadat. Caminhou-se para acordos com Israel e para a submissão. Os substitutos a esses líderes burgueses, isto é, os Partidos Comunistas e a esquerda árabe, se encontram em crise, até por terem sido incapazes de liderar o movimento de massas. O Partido Comunista tentou articular um programa que visava à libertação social e nacional, mas não obteve sucesso. Ao invés de unidade, cada líder ou chefe de Estado árabe tentou resolver o seu problema, em sua casa. Israel deixou de ser inimigo de todos. Alguns se tornaram inimigos do Irã. Mas há algo novo. Apesar de tudo, Israel perdeu o Líbano e os EUA estão perdendo o Iraque. Então, há esperanças de um recomeço.
ESQUERDA.NET – Como o Partido Comunista Libanês avalia a situação do Iraque e sua influência sobre a Região?
MK - O Iraque é importante militar e economicamente. Esse País foi governado durante 20 anos por um ditador ignorante. Nem seu próprio Partido, o Bath, se movimentou para protegê-lo, quando foi capturado. Ele entrou em disputa direta com o imperialismo norte-americano. No momento em que o Iraque caiu sob domínio estrangeiro, os comunistas foram os primeiros a convocar todos para a luta unificada contra o invasor. Infelizmente, tal objetivo não foi alcançado e a luta entre as forças de resistência acabou por justificar a ocupação. O ocupante, então, para prevenir-se, passou a buscar apoio em cada uma dessas forças, em separado, articuladas com novas frações, criadas por ele próprio. Mas, mesmo assim, a luta patriótica avançou. O soldado americano foi igualado ao cidadão comum iraquiano. Essa guerra destruiu o Iraque, porém o imperialismo não conseguiu realizar seus objetivos. Os norte-americanos continuarão a usar a mesma estratégia para dividir, até que surja um movimento realmente democrático no Iraque. O agressor, nessas condições, não pôde reagir contra o Irã e contra a Síria. Isso explica, em parte, a tentativa dos EUA de avançarem sobre os interesses russos na Geórgia. O sentimento é de que a derrota norte-americana é certa. A divisão feita entre xiitas e sunitas é baseada na religião. Usaram o modelo libanês. Quanto ao Curdistão, nenhuma das partes pretende permitir a criação de um Estado curdo independente.
ESQUERDA.NET – Como avaliar a atual situação no Afeganistão, comparando-se com o período de presença da URSS no País?
MK – Num aspecto, pelo menos, não há grande diferença, porque tanto aqueles líderes afegãos do passado, quanto os atuais, defendem o atraso de seu povo. Os norte-americanos estão procurando algum modo, para negociar com os Talebans e com a Al-Qaeda. Por isso, é preciso tomar muito cuidado nas atitudes favoráveis ou contrárias a esses movimentos. Há um novo cenário.
ESQUERDA.NET – No Brasil, houve uma grande descoberta de petróleo. Os EUA mobilizaram sua Quarta Frota. Isso indicaria alguma possibilidade de a pressão se reduzir sobre o Oriente Médio e recair sobre o Brasil? Em que isso facilitaria ou dificultaria as relações do Líbano com o Brasil?
MK – Os norte-americanos estão dispostos a tudo por petróleo. Estão assustados com os estudos que indicam que nem mesmo todas as descobertas de petróleo serão capazes de satisfazer a seis bilhões de pessoas. Haveria duas saídas. Uma seria o uso de tecnologias alternativas com a diminuição da dependência de petróleo, solução não disponível até o momento. A outra seria conquistar todas as riquezas naturais, em qualquer lugar. O problema de Darfur tem uma relação direta com o petróleo sudanês. A guerra do Iraque, também. O conflito com o Irã não tem nada a ver com armas nucleares, porque os EUA sabem que esse País não tem condições de criá-las. Portanto, também se trata da questão do petróleo. Na América Latina, ocorrerá o mesmo, não por causa das atuais descobertas de campos petrolíferos. Mas será colocada a questão do petróleo venezuelano, do gás boliviano e outras. Se eles perderem em algum lugar, serão incapazes de ganhar em outro. E eles estão com pressa. Acreditam que o diálogo histórico seria com a China, seu real concorrente no consumo de petróleo. Desejam chegar a Ásia Central antes da China, por isso.
K – Muitos questionam a razão pela qual o Partido Comunista Libanês tem relações políticas cordiais com o PC do B, mas não com as outras forças da esquerda brasileira.
MK – É apenas uma coincidência. Para o Partido Comunista Libanês não haveria nenhum problema em manter relações com todas as forças de esquerda brasileira. O PC do B não se constrangeria com isso, certamente. Para que se iniciem relações, basta que uma das partes tome a iniciativa. Todos ganhariam com isso. Os participantes desse evento não atuam em bloco. Nem haveria um porquê.
K – A que se atribuiria a fraca participação da comunidade árabe nos movimentos de solidariedade a palestinos, a libaneses, dentre outros?
MK – O imigrante que veio ao Brasil procura garantir sua sobrevivência e há um sentimento de que sua pátria não o acolheu e, por isso, teve de deixá-la. Além disso, não há hegemonia de um grupo. Há uma mistura de trabalhadores e empresários. Estes são contra as forças democráticas seja no Oriente Médio, seja no Brasil e América Latina. Não se trata de irresponsabilidade, mas de posição. É preciso se inserir nessas comunidades e organizá-las.
Últimas
Nestes últimos dias do ano será difícil poder postar alguma coisa aqui. Primeiro porque é momento de encontrar parentes e amigos que tiveram participação em nossas vidas e agora estão por perto, novamente, para os festejos. Depois porque muita gente estará afastada de seu micro, curtindo em casa e com a família, as boas folgas do Natal e Ano Novo.
Mas não custa nada deixar alguns comentários.
Eleições - Este foi o ano de mudanças no processo eleitoral. Vimos a justiça embargar, impedir posses, tornar pessoas inelegíveis... Houve trocas de prefeitos em alguns lugares, continuidade dos mesmos de sempre em outros... Em minha Rio Preto, meu candidato perdeu. Mas eu e alguns militantes estamos preparando um negócio legal. Quero aproveitar para convidar os amigos para que estejam conosco. Estamos formando um grupo que ficará atento a tudo e a todos. Em cidade sem oposição, vereadores, prefeito, secretários... precisam ficar sob o olhar vigilante de um grupo organizado para fiscalizar e opinar (leia-se botar a boca no trombone) sempre que preciso. No acender das luzes de 2009, os primeiros passos já serão dados neste sentido. E tem gente muito interessante pensando junto.
Crise - Não se está dando a este assunto, a merecida importância. No entanto, neste blog, tudo faremos para que o assunto não seja desprezado. Depois da euforia de compras do fim de ano, incentivada pelo presidente Lula, já se espera um momento de grande aflição na economia para o início do ano. Se tivéssemos como interferir, teríamos dito às pessoas que economizassem, ficassem em casa e curtissem um Natal mais espiritual que comercial para o bem das almas e dos bolsos. No entanto, não tem jeito. Este hábito que a cada ano ganha mais força, substituindo o presépio pelo shopping, trocando a figura do "menino Jesus" pela do "bom velhinho", está fazendo dos natais uma época de frustrações ao invés de alegrias. As boas lembranças que temos de nossos natais de infância, nossos filhos e netos, com certeza, não terão.
Questão do Sapato - Já está bom! Valeu muito, principalmente depois das explicações do fantástico de ontem com relação ao que significa virar a sola do sapato para alguém, chamá-lo de cachorro e tudo o mais. Bush se despede com "chave de ouro" e o mundo está livre do cara. Dizem que um milionário egípcio ofereceu a filha para o jornalista e a moça de 20 anos gostou, sentindo-se honrada. Dizem também que um milionário árabe daria US$ 10 milhões pelos sapatos do jornalista. Vamos rever a cena na retrospectiva, com certeza. Mas se você quiser arriscar, entre neste link e dê a sua sapatada: http://charges.uol.com.br/game_ver.php?game_pk=37
Falando em milhões - Falando em "grana", um cidadão da minha querida Rio Preto teria ganhado R$ 19 milhões. É quase a mesma grana do jornalista. E ele nem precisou dar sapatadas em ninguém, a não ser na sorte. O que você faria com esta grana? Geraria empregos? Deixaria apodrecer e juntar mais no banco? Daria os 10% de dízimo? É... enquanto não está no bolso da gente, vira um monte de coisas... Eu sei que até o momento, não tenho informações sobre a retirada da grana. Chega a dar medo buscar esse montante, né? Êta Natal feliz que esse caboclo vai passar...
Corinthians - E o meu time que sobe para a primeira divisão do brasileirão em grande estilo e agora conta com o reforço de uma estrela internacional no grupo. Como todo mundo gosta de sacanear corinthianos, não faltaram piadas como "contratação de peso" e outras menos engraçadas. O caso é: este ano vai dar gaviões no samba em São Paulo e nos gramados do Brasil.
Falando em Estrelas - Madona voltou ao Brasil. Fizeram barulho, tentaram imprimir um tom de mega-show... A verdade é uma só... Já era! A era de ouro da pop star americana, foi sepultada. Quem viu de perto, contou.
Bom, vou parando por aqui. Nas próximas horas recebo uma matéria interessantíssima para postar. A entrevista de um amigo em um jornal português. Por enquanto é só. Agradeço aos visitantes, aos e-mails de apoio e crítica e a toda participação, incentivo e divulgação.
Recebam todos os votos de um Natal iluminado e um início de ano venturoso.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Mensagem
Já que estamos em época de Natal, lembremos um grande exemplo deixado por Jesus na última ceia. Ao lavar os pés de seus apóstolos, servir-lhes a refeição e deixar-lhes o mandamento do "amai-vos como eu vos tenho amado", Ele dá a dica do que seriam os dois pilares de uma vida que vale à pena: Amar e Servir.
Este deveria ser o nosso compromisso perante o próximo, perante o mundo que tão generosamente nos hospeda: "Amar e Servir" em todas as circunstâncias, contribuindo para um mundo melhor pra se viver.
Que na luminosa noite de Natal, todos se façam esta proposta. Em 2009, desejo amar e servir muito mais do que tenho feito até aqui.
Feliz Natal.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
"Paz através do Comércio"
Meu amigo Airton Bueno enviou-me a mensagem abaixo para publicação no blog. Segundo ele é oriunda de uma palestra que assistiu em São Paulo dia desses. Este blog é um espaço aberto e as opiniões de meus amigos encontrarão sempre, por aqui, o direito de serem expressas. Ficam no entanto sujeitas ao comentário dos visitantes e provocadores da boa discussão. Bueno, ao lado do Prof. Nilson, de José Antônio e do Prof. Messias é o quarto companheiro que nos envia um artigo. Espero que o próximo seja o seu. Segue o artigo de Bueno para seus comentários de aprovação ou reprovação...
Paz através do Comércio
A globalização chegou a Paraisópolis. Ao som de muito pagode e acompanhado do prefeito Gilberto Kassab, Michael Klein cortou o cordão umbilical da inauguração da primeira Casas Bahia das Favelas Brasileiras.
A favela de Paraisópolis fica no bairro do Morumbi em São Paulo, um dos mais chiques da cidade. Esse acontecimento inédito mostra exatamente a realidade do país em que vivemos, onde milhares de brasileiros da classe AAA vivem lado-a-lado de milhões de brasileiros da classe ZZZ e se conclui que uma maneira de provocar a PAZ no mundo é através do sucesso do comércio.
O exemplo mais famoso do mundo é a Irlanda do Norte. Durante décadas, a violência dos terroristas do IRA matou milhares de pessoas até que a economia começou a melhorar. Em 1990, a República da Irlanda era um dos países mais pobres da Europa. Hoje é um dos países mais ricos e globalizados de todo o continente.
Como conseqüência do desenvolvimento da economia da Irlanda, o desemprego entre os jovens caiu de 30% no final dos anos 80 para menos de 3% hoje.
Ainda que alguém diga que o desemprego não gera violência, fica muito claro que o ódio encontra casa na mente vazia de jovens que não tem nenhuma oportunidade pela frente.
O cientista político da Columbia University Erik Gartzke aponta que a liberdade econômica é 50 vezes mais poderosa que a própria democracia para diminuir a violência no mundo. As suas pesquisas incluem a redução do número de guerras civis como conseqüência do aumento da liberdade econômica. Além disso, o comércio bilateral é uma excelente maneira de reduzir conflitos - quando duas nações estão fazendo negócios entre si, dificilmente entram em guerra.
Pela primeira vez desde o início do Capitalismo, ativistas sociais consideram o comércio como a melhor ferramenta para acabar com a miséria e violência no mundo. A paz baseada no comércio é uma realidade e isso não muda só porque uma tal de crise ronda o mundo nesse momento.
O cientista político Adam Przeworski examinou a experiência de 139 países durante quatro décadas... a probabilidade de uma democracia cair nas mãos de um regime ditatorial é 4 vezes maior se o PIB do país estiver decrescendo ao invés de evoluindo. O seu estudo mostra que toda vez que a renda per capita dobra em um país, o risco do país experimentar golpes de estado ou algo do gênero reduz entre 50% e 70%.
Hitler chegou ao poder na Alemanha porque o país estava na miséria. A Alemanha estava na miséria porque os EUA havia entrado em depressão em 1929. Os EUA entraram em depressão em 1929 porque os intelectuais da época não acreditavam no Capitalismo como força propulsora do mundo, e pressionaram o governo americano para aprovar o Ato da Tarifa Smoot-Hawley que aumentou os impostos de cerca de 20 mil produtos no país, e levou os EUA a depressão. Ou seja, se os intelectuais, jornalistas, professores, artistas e educadores da época tivessem promovido o comércio como fundação para a paz mundial, o Holocausto não teria acontecido.
Nunca é tarde para mudar o mundo. O Capitalismo pisou em Paraisópolis.
"Às 9h30 da última quarta, simultaneamente, as onze portas da loja foram erguidas ao som do Tema da Vitória, aquela musiquinha que embalava as vitórias do Senna na F1. Uma queima de fogos toma o céu. Em seguida, no palco improvisado na entrada da loja, os integrantes do grupo Exaltasamba surgem em cena, levando a platéia ao delírio. O show dos pagodeiros foi o desfecho de uma operação iniciada há um ano para instalar em Paraisópolis a primeira das 550 lojas da rede dentro de uma favela. Após adquirir o terreno de 1 500 metros quadrados na Rua Ernest Renan, principal via comercial da região, a diretoria das Casas Bahia procurou a prefeitura e conseguiu antecipar obras de saneamento ali. Outra negociação resultou em uma espécie de "caminhão do Michael Klein". A União dos Moradores de Paraisópolis recebeu mais de 100 produtos. "Perguntamos o que poderíamos fazer para melhorar a vida deles", conta Klein. "Pediram alguns eletrodomésticos e nós doamos."
A catadora de lixo Conceição Santos Pereira, de 29 anos, ganhou TV, geladeira, armário e panelas. "Um incêndio destruiu minha casa há dois meses", lembra. Em busca de ajuda, procurou a associação e foi atendida. Segundo o presidente da União dos Moradores, Gilson Rodrigues, cada uma das quinze salas de aula do projeto de alfabetização mantido pela entidade ganhou um rack, uma TV, um DVD e um computador. Os demais produtos da lista foram distribuídos "apenas aos mais necessitados", como era o caso de Conceição.
Além da despesa com os presentes, cujo valor não foi divulgado, a empresa gastou mais 2 milhões de reais para pôr em funcionamento a nova unidade. A expectativa da rede é faturar 1,5 milhão de reais por mês com as vendas em Paraisópolis - número semelhante ao das filiais de Pinheiros e Santo Amaro. Cercada por edifícios residenciais de luxo, a favela se estende por 800 000 metros quadrados e reúne 60 000 habitantes com renda familiar de 1.245 reais. Estima-se que existam ali 2 000 endereços comerciais, entre salões de beleza, locadoras, casas de materiais de construção e mercados. Mas não há uma só loja de departamentos. Justamente por isso, a novidade assustou algumas pessoas. "Chegamos a achar que poderia atrapalhar o comércio local", diz Rodrigues. Após um encontro com a diretoria da rede, ele - que garante não ter ficado com nenhum dos presentes - percebeu os benefícios relacionados à vinda do concorrente de peso. Entre janeiro e agosto, a prefeitura recuperou o asfalto no trecho próximo à loja. Instalou também novas tubulações de água e esgoto na Rua Ernest Renan, beneficiando as Casas Bahia e 300 residências. Apenas 30% dos 18 000 domicílios da favela, no entanto, estão conectados ao sistema de água e esgoto. Fonte: Veja SP."
Pelo jeito, vamos precisar de mais uma dúzia de Casas Bahia para conseguir que a prefeitura se mobilize para instalar tubulações de água e esgoto para 100% de todos os moradores.
Muhammad Yunus, Prêmio Nobel da Paz em 2006, fundador do Grameen Bank de Bangladesh, não está afim de esperar nada. Ele esteve em São Paulo na semana passada e durante a sua palestra disse:
“Tudo o que fazemos é por convicção. Existe uma massa muito grande de pessoas que não têm oportunidades. O crédito tem que ser um direito universal. Eu gostaria de poder chegar a um futuro em que as pessoas só conhecessem pobres como uma peça de museu”, sintetiza Yunus.
Criando um Mundo sem Pobreza é o seu sonho, e as lições que você pode aprender com a experiência de Yunus em confiar nos pobres são:
1. Os pobres são capazes de resolver os seus próprios problemas - a necessidade de sobrevivência lapidou suas habilidades.
2. Os pobres geralmente precisam de poucos recursos para sair da pobreza. Eles estão acostumados a fazer mais com menos, e irão expandir os seus negócios com muita frugalidade.
3. Muitos pobres são pobres porque são explorados por aqueles que emprestam dinheiro a juros proibitivos. Ao fornecer crédito barato, você pode ajudar os pobres a sair da pobreza.
4. Ao ajudar uma família inteira a sair da pobreza, você pode ajudar essa família a sair da miséria permanentemente através de mais dinheiro, economias, capital, melhores condições de vida, e educação.
5. Ao focar os esforços em ajudar as mulheres pobres, os recursos são usados de maneira mais efetiva. 98% dos clientes do banco de Yunus são mulheres.
6. Mulheres pobres são excelentes pagadoras.
7. Algumas necessidades não podem ser atendidas sem adicionar habilidades que os pobres não possuem (tais como desenvolver alimentos nutritivos).
8. Alguns líderes de empresas bem sucedidas estão investindo tempo e dinheiro para fazer a diferença para os pobres criando novas empresas para resolver problemas importantes que matam os pobres (doenças crônicas, mal nutrição, e falta de comunicação).
9. Os negócios sociais usam menos recursos do que uma instituição de caridade ou um órgão do governo e trazem muito mais resultados.
Bangladesh testemunhou o seu nível de pobreza despencar nos últimos anos com essa iniciativa da Yunus. A taxa de pobreza caiu de 74% em 1974-75 para 40% em 2005. A taxa ainda é muito alta, mas o avanço é grande, se você considerar que o país não tem qualquer vantagem natural além da ingenuidade e trabalho duro do seu povo.
O banco de Yunus não é uma ONG, é uma empresa social. Yunus não distribui esmola, ele dá oportunidades para as pessoas se virarem sozinhas. Yunus não é um economista de teorias falidas, mas um pragmático pé no chão que resolve problemas. Como resultado, milhões saíram da pobreza através do comércio.
Não é ficção científica, é a Paz através do Comércio.
Forte Abraço,
BUENO
Comentário do Amigo Messias
Meu amigo, Prof. Manoel Messias, enviou comentário à postagem sobre pais e filhos. No entanto, seu teor me chamou a atenção e passo a publicá-lo com destaque neste espaço.
Agradeço muito aos amigos pela participação com suas posições e opiniões. Lá vai a opinião de Messias:
Nesta vida somos os autores, os compositores, e os cantores, e todos os dias reconciliamos a arte de viver, com a arte ser, escrever, cantar, sorrir e chorar.Mas o nosso sonho encontra sempre as estações de rádio, chamado de governo ou sei lá, que estão preocupados em enlatados, que faz barulhos e jogam nos nossos ouvidos, e nos artistas reais desta pobre vida, ficamos esquecidos. Há um silêncio oculto velando na falta de educação dos bancos escolares, e nas praças, há uma cultura privilegiada de seres indecentes, que sabem meter a mão nos nossos bolsos com impostos, com altas taxas de juros, com trabalho de saude ridículo socialmente, com um olhar sobre os profissionais servidores, como se fossemos doentes terminais, e que só mereceriamos morrer, e tentam matar-nos de fome. O mundo está ai, a tecnologia está aí. Mas apenas usam pra desrespeitar-nos e não pra dispertar uma nova consciencia social. Por que não ter em cada praça, um centro de esporte ou centro de cultura, pra formara juventude, no que de mais moderno existe na vida, como a arte do cinema da diagramaçaão grafica, da musica, do canto, da civilidade, do teatro, da dança, do esporte de um modo geral. E se voce apontar-me uma cidade que tem esse modelo por mim sonhado avise-me, porque estou a penas no meio de verdadeiros salafrarios que insiste em ser governante mas apresenta-nos uma população abandonada, seja pelos balcões, pelas enxadas, pelas oficinas, e são estes desgraçados, que pela omissão mata desgovernandamente, mas não tem nem consciencia ou aaté tem, mas são bandidos em potenciais nos seus cargos.
E penso que a população precisa muito discutir politica evidentemente.
Manoel Messias
Agradeço muito aos amigos pela participação com suas posições e opiniões. Lá vai a opinião de Messias:
Nesta vida somos os autores, os compositores, e os cantores, e todos os dias reconciliamos a arte de viver, com a arte ser, escrever, cantar, sorrir e chorar.Mas o nosso sonho encontra sempre as estações de rádio, chamado de governo ou sei lá, que estão preocupados em enlatados, que faz barulhos e jogam nos nossos ouvidos, e nos artistas reais desta pobre vida, ficamos esquecidos. Há um silêncio oculto velando na falta de educação dos bancos escolares, e nas praças, há uma cultura privilegiada de seres indecentes, que sabem meter a mão nos nossos bolsos com impostos, com altas taxas de juros, com trabalho de saude ridículo socialmente, com um olhar sobre os profissionais servidores, como se fossemos doentes terminais, e que só mereceriamos morrer, e tentam matar-nos de fome. O mundo está ai, a tecnologia está aí. Mas apenas usam pra desrespeitar-nos e não pra dispertar uma nova consciencia social. Por que não ter em cada praça, um centro de esporte ou centro de cultura, pra formara juventude, no que de mais moderno existe na vida, como a arte do cinema da diagramaçaão grafica, da musica, do canto, da civilidade, do teatro, da dança, do esporte de um modo geral. E se voce apontar-me uma cidade que tem esse modelo por mim sonhado avise-me, porque estou a penas no meio de verdadeiros salafrarios que insiste em ser governante mas apresenta-nos uma população abandonada, seja pelos balcões, pelas enxadas, pelas oficinas, e são estes desgraçados, que pela omissão mata desgovernandamente, mas não tem nem consciencia ou aaté tem, mas são bandidos em potenciais nos seus cargos.
E penso que a população precisa muito discutir politica evidentemente.
Manoel Messias
Má pontaria
Este fim de semana, deixou clara, para todo o mundo, a verdadeira imagem do pior e já quase ex-presidente norte-americano... Ele "quase" termina seu mandato com uma, digo, duas sapatadas.
Após invadir o Iraque em 2003 e provocar a morte sangrenta de centenas de milhares de pessoas de ambos os lados, George Bush é chamado de "cachorro" e agredido com duas sapatadas numa "visita" de "cortesia" aquele país.
Só se lamenta a má pontaria do jornalista, que embora sem ética, apenas representou boa parte das pessoas do mundo em seu gesto.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Aprendizes do Terceiro Milênio
Eu ontem recebi uma bonita homenagem na celebração dos 10 anos de fundação da Loja Maçônica Aprendizes do Terceiro Milênio.
Cumprimento aos membros daquela oficina, agradecendo com sinceridade.
Faço votos que a loja continue repleta de obreiros e trabalhando em prol das pessoas e da transformação de nossa sociedade.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Visita Interessante
Este sábado tive o prazer de ouvir o Deputado Ivan Valente (PSOL-SP) que nos visitou. Membro da bancada do PSOL, Partido do Socialismo e Liberdade é deputado federal tendo sido eleito com 83.719 votos. Titular da comissão de Educação e Cultura da Câmara. É também membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a crise aérea e compõe a Direção Nacional do PSOL.
Deputado Estadual do PT por dois mandatos (1987/90 e 1991/94), foi então considerado pelo movimento "Voto Consciente" como um dos deputados mais ativos da Assembléia e se notabilizou por seus projetos e ações em defesa da despoluição da represa Billings e em favor da Universidade Pública do ABC. Deputado Federal (1994/98 e 2001), durante o governo FHC, se destacou pela posição firme no combate à política neoliberal daquele governo, em especial em relação às privatizações. Nesse período foi co-autor do pedido de criação e membro da CPI dos Bancos que investigou as generosas ajudas do governo aos banqueiros.
Dia 6 último, esteve na sede do SINPOSPETRO em Rio Preto onde abordou a Crise Financeira, o caso Daniel Dantas e questões penitenciárias. Muito instrutiva sua visita. Nossos cumprimentos à Direção local do PSOL.
Pais e Filhos -
Abaixo segue o artigo de um grande amigo. Gostaria que outros amigos fizessem o mesmo, ou seja, enviar sua opinião para que possamos postar neste blog que já tem um número considerável de visitantes.
O texto fala sobre a relação complicada entre pais e filhos. Vale conferir.
Este artigo foi publicado no jornal “Folha da Região” em 1º/06/2008.
A RELAÇÃO ENTRE PAIS E FILHOS
Eu costumo dizer que criar filhos é o maior dos desafios que os pais podem ter. E é mesmo, porque nós, pais, sofremos muito para educá-los seguindo a nossa ética de comportamento. Colocando em destaque apenas a nossa visão de como tratá-los, não os compreendemos, não respeitamos a individualidade de cada um e damos ênfase que dispomos de verdades e experiências de vida suficientes para torná-los homens de bem.
Quando digo que sofremos para educá-los é quando acontecem os primeiros atos de rebeldia e, a partir daí, sentimos que aos poucos perdemos o controle sobre eles. Esquecemos que, apesar de serem sangue do nosso sangue, cada um age de forma diferente e reage aos ensinamentos e correções também de modo distinto.
Assim, penso que antes de tornarem-se pais, o ideal seria o casal ter noções sobre o que representa ser pai e mãe, aprender com a psicologia infantil, se reciclarem quando o filho atinge a fase de adolescência e, de preferência, completar os estudos com uma “pós-graduação”. Mas e os filhos, não poderiam também aprender como entender os seus pais? Mesmo com todo esse aprimoramento sócio-familiar, as falhas e conflitos vão surgindo à medida que os filhos crescem, saem dos “ninhos” e recebem naturalmente as influências externas, diferentes daquelas empregadas em casa.
É complicado, não é mesmo? Solução? É difícil responder mesmo com o coração cheio de entusiasmo. Porém, não devemos desistir nunca, porque filho não se abandona e se ignora, e nem deve ser tratado como um marginal. Quantas vezes temos motivos de sobra para baixar a guarda e exclamar, já desesperançados: “seja o que Deus quiser”.
Imagino quantos pais sofrem décadas com filhos desajustados. Quanta dor, angústia e choro por causa de filhos. Quantas noites mal dormidas esperando a volta deles para casa ou apreensivos em receber um telefonema na madrugada com uma notícia ruim, informando que eles estão numa delegacia porque dirigiam embriagados e causaram um acidente, ou, em razão de uma briga na boite, ou ainda, que portavam drogas, praticavam vandalismo e pior, estavam mortos.
Situações como essas são deflagradas diariamente em milhares de lares. Quando penso na minha adolescência e juventude a comparação é inevitável!
Na minha época, droga não corria solta como hoje. Brigas em bailes e confrontos entre gangues em estádio de futebol e ruas não causavam tanta apreensão como as vividas nos dias atuais. Desastres como conseqüências de rachas somavam-se nos dedos da mão em um ano todo.
Desobediência em casa ou na escola era repreendida com rigor pelos pais ou professores. Respeito por esses era sinônimo de educação. Baladas, festa rave,
não existiam e a diversão era a paquera saudável na praça da cidade, nas noites de sábado e domingos, onde se permitia o pegar na mão e beijos discretos na frente dos adultos. Os “amassos” eram praticados às escondidas dentro do cinema ou na volta para casa. Carro, nem pensar! Nos finais de semana poucos jovens (devidamente habilitados) tinham autorização para sair com o carro do pai. Enfim, uma época mais “ligth”, mais “clean”.
Todavia, como tudo muda, o tempo de mudanças trouxe chagas que hoje assolam o mundo: as drogas, aliadas às bebidas alcoólicas, cujo consumo entre jovens é assustador, o vício de fumar, a permissividade sexual entre adolescentes com a prática do aborto como resultado final dessa irresponsabilidade, a desobediência sem limites, a impunidade acobertada por leis arcaicas e a ausência de diálogos entre pais e filhos.
O resultado dessa sopa envenenada é o descontrole de uma sociedade doente, sem referências, sem rumo, que não consegue se unir para combater tanto mal. Movimentos para esse fim são muitos, mas pouco efetivos porque não existe do outro lado uma motivação política para dar estrutura e suporte a esses grupos que sobrevivem graças ao trabalho abnegado de voluntários. Padecemos de líderes que exortam o bem, que primam pelos bons exemplos de conduta e ética, de pais sem compromisso com a responsabilidade paterna, carentes de moral e bons costumes, sem tempo para cuidar, sem autoridade.
A luta é desigual porque o mal se alastra com a omissão de muitos, e bem disse Martim Luther King: “Não me preocupa a ação dos maus, mas o silêncio dos bons”. A busca pela paz em casa é diária, constante, como fazemos todos os dias nas refeições para suprir a nossa fome. Se deixarmos de comer por alguns dias o corpo enfraquece e sucumbe. Essa paz é o nosso pão. Essa paz será o nosso sustento emocional.
Pais e filhos precisam entender-se porque, sem esse acordo, ambas as partes sofrerão, mais cedo ou mais tarde, os males de uma doença que aos poucos mina a nossa força, destrói nossos sentimentos, aniquila reações e provoca perdas irreparáveis.
Existe uma fórmula mágica para resolver esse desentendimento colossal entre pais e filhos? Não creio, mas acredito na história da semente plantada em solo fértil, adubada de tempos em tempos, regada todos os dias e corrigida enquanto cresce seu tronco. Aparando seus galhos que, às vezes, teimam em fugir do nosso controle, certamente, essa árvore dará bons frutos.
José Antonio C. D’Angelo
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
A boca do Sr. Presidente
Ontem Lula estava com tudo...
"Diarréia", "sifu...", êta presidente inspirado...
"Diarréia", "sifu...", êta presidente inspirado...
Aquecimento Global
Salvemos o planeta do capitalismo
03-Dez-2008
Evo Morales, Presidente da Bolívia
Via Rebelión.org
Documento de propostas para a Cimeira Climática da ONU em Poznan e Copenhaga
Hoje, a nossa Mãe-Terra está doente. Desde o princípio do século XXI temos vivido os anos mais quentes dos últimos mil anos. O aquecimento global está a provocar alterações profundas no clima: o retrocesso dos glaciares e a diminuição das calotes polares; o aumento do nível do mar e a inundação dos territórios costeiros onde vive 60% da população mundial; o aumento dos processos de desertificação e a diminuição das fontes de água doce; a maior frequência dos desastres naturais que sofrem as comunidades do planeta [1]; a extinção de espécies animais e vegetais; e a propagação de doenças em zonas que antes estavam livres das mesmas.
Uma das consequências mais trágicas das alterações climáticas é que algumas nações e territórios estão condenadas a desaparecer pela elevação do nível do mar.
Tudo começou com a revolução industrial de 1750 que deu início ao sistema capitalista. Em dois séculos e meio, os países chamados “desenvolvidos” consumiram grande parte dos combustíveis fósseis criados em cinco milhões de séculos.
A competitividade e sede de ganância sem limites do sistema capitalista está a destroçar o planeta. Para o capitalismo não somos seres humanos mas consumidores. Para o capitalismo não existe a mãe terra mas matérias primas. O capitalismo é a fonte de todas as assimetrias e desequilíbrios no mundo. Gera luxo, ostentação e desperdício para uns poucos enquanto milhões morrem de fome no mundo. Nas mãos do capitalismo tudo se converte em mercadoria: a água, a terra, o genoma humano, as culturas ancestrais, a justiça, a ética, a morte…a própria vida. Tudo, absolutamente tudo, se vende e compra no capitalismo. Até as próprias “alterações climáticas” converteram-se num negócio.
As “alterações climáticas” colocaram toda a humanidade frente a um grande desafio: continuar pelo caminho do capitalismo e a morte, ou empreender o caminho da harmonia com a natureza e o respeito pela vida.
No Protocolo de Kyoto de 1997, os países desenvolvidos e as economias em transição comprometeram-se a reduzir as suas emissões de gases de efeito de estufa em pelo menos 5% abaixo dos níveis de 1990, com a implementação de diferentes instrumentos entre os quais predominam os mecanismos de mercado.
Até 2006 os gases de efeito de estufa, longe de serem reduzidos, aumentaram 9,1% em relação aos níveis de 1990, evidenciando-se também desta maneira o incumprimento dos compromissos dos países desenvolvidos.
Os mecanismos de mercado aplicados nos países em desenvolvimento [2] não conseguiram uma diminuição significativa das emissões dos gases de efeito de estufa.
Assim como o mercado é incapaz de regular o sistema financeiro e produtivo do mundo, o mercado tão pouco é capaz de regular as emissões de gases de efeito de estufa e apenas gerará um grande negócio para os agentes financeiros e as grandes empresas.
O planeta é muito mais importante que as bolsas de Wall Street e do mundo
Enquanto os Estados Unidos e a União Europeia destinam 4.100 mil milhões de dólares para salvar os banqueiros de uma crise financeira que eles mesmos provocaram, aos programas vinculados às alterações climáticas destinam 313 vezes menos, ou seja, apenas 13 mil milhões de dólares.
Os recursos para as alterações climáticas estão mal distribuídos. Destinam-se mais recursos para reduzir as emissões (mitigação) e menos para enfrentar os efeitos das alterações climáticas que sofremos todos os países (adaptação) [3]. A grande maioria dos recursos fluem para os países que mais contaminaram e não para os países que mais têm preservado o meio ambiente. 80% dos projectos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo concentraram-se em apenas 4 países emergentes.
A lógica capitalista promove o paradoxo de que os sectores que mais contribuíram para deteriorar o meio ambiente são os que mais beneficiam dos programas vinculados às alterações climáticas.
Da mesma forma, a transferência de tecnologia e financiamento para o desenvolvimento limpo e sustentável dos países do sul ficou-se pelos discursos.
A próxima cimeira sobre as alterações climáticas em Copenhaga deve permitir-nos dar um salto se queremos salvar a mãe terra e a humanidade. Para isso temos as seguintes propostas para o processo que vai de Poznan a Copenhaga:
Atacar as causas estruturais das alterações climáticas
1) Discutir sobre as causas estruturais das alterações climáticas. Enquanto não substituirmos o sistema capitalista por um sistema assente na complementaridade, solidariedade e a harmonia entre os povos e a natureza, as medidas que adoptamos serão paliativos que terão um carácter limitado e precário. Para nós, o que fracassou foi o modelo do “viver melhor”, do desenvolvimento ilimitado, da industrialização sem fronteiras, da modernidade que despreza a história, da acumulação crescente à custa do outro e da natureza. Por isso propomos o Viver Bem, em harmonia com os outros seres humanos e com a nossa Mãe Terra.
2) Os países desenvolvidos necessitam de controlar os seus padrões consumistas – de luxo e desperdício – especialmente o consumo excessivo de combustíveis fósseis. Os subsídios aos combustíveis fósseis, que ascendem a 150-250 mil milhões de dólares [4] devem ser progressivamente eliminados. É fundamental desenvolver energias alternativas como a energia solar, a geotérmica, a eólica e hidroeléctrica em pequena e média escala.
3) Os agrocombustíveis não são uma alternativa porque antepõem a produção de alimentos para o transporte frente à produção de alimentos para os seres humanos. Os agrocombustíveis ampliam a fronteira agrícola destruindo as florestas e a biodiversidade, geram monocultivos, promovem a concentração de terra, deterioram os solos, esgotam as fontes de água, contribuem para a alta de preços dos alimentos e, em muitos casos, consomem mais energia do que a que geram.
Compromissos substanciais à redução de emissões que se cumpram
4) Cumprir estritamente até 2012 o compromisso [5] dos países desenvolvidos de reduzir as emissões de gases de efeito de estufa em pelo menos 5% abaixo dos níveis de 1990. Não é aceitável que os países que contaminaram historicamente o planeta falem de reduções maiores para o futuro em incumprimento com os seus compromissos presentes.
5) Estabelecer novos compromissos mínimos para os países desenvolvidos na redução das emissões de gases de efeito de estufa em 40% para 2020 e 90% para 2050, tomando como ponto de partida as emissões de 1990. Estes compromissos mínimos de redução devem fazer-se de maneira interna nos países desenvolvidos e não através dos mecanismos flexíveis de mercado que permitem a compra de Certificados de Redução das Emissões para continuarem a contaminar no seu próprio país. Devem estabelecer-se mecanismos de monitorização, informação e verificação transparentes, acessíveis ao público, para garantir o cumprimento desses compromissos.
6) Os países em desenvolvimento que não são responsáveis pela contaminação histórica devem preservar o espaço necessário para implementar um desenvolvimento alternativo e sustentável que não repita os erros do processo de industrialização selvagem que nos levou à actual situação. Para assegurar este processo, os países em desenvolvimento precisam, como pré-requisito, o financiamento e transferência de tecnologia.
Um Mecanismo Financeiro Integral para responder à dívida ecológica
7) Em reconhecimento da dívida ecológica histórica que têm com o planeta, os países desenvolvidos devem criar um Mecanismo Financeiro Integral para apoiar os países em desenvolvimento na implementação dos seus planos e programas de adaptação e mitigação das alterações climáticas; na inovação, desenvolvimento transferência de tecnologia; na conservação e melhoria dos seus sumidouros e depósitos de carbono; e na execução de planos de desenvolvimento sustentável e amigáveis da natureza.
8) Este Mecanismo Financeiro Integral, para ser efectivo, deve contar com pelo menos 1% do PIB dos países desenvolvidos [6] e contar com outros rendimentos provenientes dos impostos aos hidrocarbonetos, às transacções financeiras, ao transporte marítimo e aéreo, e aos bens das empresas transnacionais.
9) O financiamento dos países desenvolvidos deve ser adicional à Ajuda Oficial ao Desenvolvimento (ODA), à ajuda bilateral e/ou canalizada através de organismos que não sejam as Nações Unidas. Qualquer financiamento fora da CMNUCC não poderá ser considerado como a aplicação dos compromissos dos países desenvolvimento sob a Convenção.
10) O financiamento tem de ir para os planos ou programas nacionais dos Estados e não para projectos que estão sob a lógica do mercado.
11) O financiamento não deve concentrar-se apenas em alguns países desenvolvidos mas tem de priorizar os países que menos contribuíram para as emissões de efeito de estufa, aqueles que preservam a natureza e/ou que mais sofrem com o impacto das alterações climáticas.
12) O Mecanismo de Financiamento Integral deve estar sob a cobertura das Nações Unidas e não do Fundo Global do Ambiente (GEF) e os seus intermediários como o Banco Mundial ou os Bancos Regionais: a sua administração deve ser colectiva, transparente e não burocrática. As suas decisões devem ser tomadas por todos os países membros, em especial os países em desenvolvimento, e não por apenas os doadores ou as burocracias administradoras.
Transferência de tecnologia aos países em desenvolvimento
13) As inovações e tecnologias relacionadas com as alterações climáticas devem ser do domínio público e não estar sob um regime privado de monopólio de patentes que obstaculiza e encarece a sua transferência aos países em desenvolvimento.
14) Os produtos que são fruto do financiamento público para a inovação e desenvolvimento de tecnologias devem ser colocados sob o domínio público e não sob um regime privado de patentes [7] de forma a que sejam de livre acesso para os países em desenvolvimento.
15) Incentivar e melhorar o sistema de licenças voluntárias e obrigatórias para que todos os países possam aceder aos produtos já patenteados de forma rápida e livre de custos. Os países desenvolvidos não podem tratar as patentes ou direitos de propriedade intelectual como se fossem algo “sagrado” que tem de ser mantido a todo o custo. O regime de flexibilidade que existe para os direitos de propriedade intelectual, quando se tratam de graves problemas de saúde pública, deve ser adaptado e ampliado substancialmente para curar a mãe terra.
16) Recolher e promover as práticas de harmonia com a natureza dos povos indígenas que ao largo dos séculos demonstraram sustentáveis.
Adaptação e mitigação com a participação de todo o povo
17) Impulsionar acções e planos de mitigação e adaptação com a participação das comunidades locais e povos indígenas no marco do pleno respeito e implementação da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas. O melhor instrumento para enfrentar os desafios das alterações climáticas não são os mecanismos de mercado mas os seres humanos organizados, conscientes, mobilizados e dotados de identidade.
18) A redução das emissões da desflorestação e degradação das florestas REDD deve estar assente num mecanismo de compensação directa dos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento, através de uma implementação soberana que assegure a participação ampla das comunidades locais e povos indígenas, e um mecanismo de monitorização, informação e verificação transparente e público.
Uma ONU do Ambiente e das Alterações Climáticas
19) Necessitamos de uma Organização Mundial do Ambiente e Alterações Climáticas à qual se subordinem as organizações comerciais e financeiras multilaterais para que promova um modelo distinto de desenvolvimento amigável da natureza e que resolva os graves problemas de pobreza. Esta organização tem que contar com mecanismos efectivos de acompanhamento, verificação e sanção para fazer cumprir os acordos presentes e futuros.
20) É fundamental transformar estruturalmente a Organização Mundial do Comércio, o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e o sistema económico internacional no seu conjunto, a fim de garantir um comércio justo e complementar, um financiamento sem condicionamentos para um desenvolvimento sustentável que não sobre-explore os recursos naturais e os combustíveis fósseis nos processos de produção, comércio e transporte de produtos.
Neste processo de negociações até Copenhaga é fundamental garantir instâncias activas de participação a nível nacional, regional e mundial de todos os nossos povos, em particular dos sectores mais afectados como os povos indígenas que sempre impulsionaram a defesa da Mãe Terra.
A humanidade é capaz de salvar o planeta se recuperar os princípios de solidariedade, a complementaridade e a harmonia com a natureza, em contraposição ao império da competitividade, da ganância e consumismo dos recursos naturais.
[1] Devido ao fenómeno do “Niña”, que produz-se com maior frequência por efeito das alterações climáticas, a Bolívia perdeu em 2007, 4 % de su PIB.
[2] Conhecido como Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.
[3] Actualmente apenas há um Fundo de Adaptacão de cerca 500 milhões de dólares para mais de 150 países em vias de desenvolvimento. Segundo o Secretariado da UNFCCC são precisos 171 mil milhões de dólares para a adaptação e 380 mil milhões de dólares para a mitigação.
[4] Relatório Stern
[5] Protocolo de Kioto, Art. 3.
[6] A percentagem de 1 % do PIB foi sugerido pelo relatório Stern e representa menos de 700 mil milhões de dólares por ano.
[7] Segundo a UNCTAD (1998) em alguns países desenvolvimentos o financiamento público contribui com 40% dos recursos para a inovação e desenvolvimento da tecnologia.
Tradução: Rita Calvário
domingo, 30 de novembro de 2008
Operação Satiagraha
Deflagrada em julho passado, a Operação Satiagraha coloca em evidência o nome do Delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz. Foi ele quem efetuou a prisão de Paulo Maluf, Law Chong (contrabandista), Daniel Dantas, Naji Nahas e Celso Pitta.
Aliás, vale lembrar que Dantas foi preso duas vezes por ordem do Juiz Federal Fausto de Sanctis e nas duas vezes liberado pelo presidente do Supremo, Gilmar Mendes.
Protógenes está enfrentando com bastante coragem o STF, a própria cúpula da Polícia Federal, o Ministro da Justiça e mesmo a falta de clareza com que o assunto é apresentado na "grande" mídia.
De investigador e acusador, Protógenes é agora investigado. Tudo isso sob alegação de métodos ilegais de investigação.
Como fica a cabeça do brasileiro que vê os envolvidos em caso de corrupção soltos e o delegado e juiz que determinaram sua prisão, perseguidos?
Para entender mais o caso, visite os seguintes links:
http://blogdoprotogenes.com.br/?page_id=3
http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac273125,0.htm
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Impunidade
Esta semana termina com algumas coisas ruíns no campo da justiça. Um Secretário Municipal de São José do Rio Preto, aparentemente desviou materiais e funcionários públicos para a construção de uma obra em sua chácara particular. Um vereador da mesma cidade, há um bom tempo, vem mantendo um assessor "fantasma" em seu gabinete custeado com dinheiro público. Pra terminar com chave de ouro, um promotor que matou um rapaz com 12 tiros, julgado pelos seus, foi absolvido.
Ao mesmo tempo, depositários infiéis que precisaram salvar suas vidas, foram presos por quantias como R$ 150,00 e R$ 10.000,00 enquanto grandes empresários e banqueiros são ajudados com bilhões de dólares e reais no Brasil e exterior.
Em Santa Catarina, saqueadores famintos foram chamados de bandidos por um jornalista da TV em programa matutino.
Gente... é muito pra cabeça... Dá pra ficar calado?
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Socorro aos irmãos do sul...
Colabore com o querido povo de Santa Catarina.
Há uma conta para depósito de doações no Banco do Brasil - agência 3582-3 e cc. 8000-7.
Há uma conta para depósito de doações no Banco do Brasil - agência 3582-3 e cc. 8000-7.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Vigilante
Eu queria cumprimentar aqui o trabalho vigilante e sério daquele em quem votei para vereador nas últimas eleições.
Pedro Roberto tem feito um trabalho muito interessante e sou feliz por ter depositado minha confiança em um homem como ele.
Pedro e sua equipe, honram o eleitor consciente, mesmo aquele que não votando nele, espera compromisso e seriedade dos Homens públicos.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
As Verdades sobre a Classe Média
Este vídeo mostra com bastante objetividade, como se manifesta o pensamento da classe média brasileira. Igualmente, revela porque ela não contribui para as grandes lutas. A "pequena burguesia" que na verdade "deixa como tá, pra ver como é que fica"... Espero que gostem.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Salário contra dividendos
Michel Husson
do Golias Hebdo
As liquidações de hoje são as bolhas de amanhã e a recessão de depois de amanhã. Caso se queira romper esta engrenagem infernal, não há mais que uma solução: fechar as torneiras que alimentam o setor financeiro. O principal é o retrocesso salarial. Ele está no fundamento da crise, como explica Michel Aglieta: A evolução do salário real e da produtividade foram desconectados, provocando uma modificação da repartição do lucro. Como manter, nessas condições, o crescimento nos países ricos? Faltou separar a despesa e a renda, estimulando o consumo pelo crédito”. Essa tendência de baixa dos salários foi reforçada pela mundialização, como sublinha Frédéric Lordon, em seu último livro¹: “também a concorrência “rasteira” entre países de padrões sociais e ambientais totalmente disparatados entranha ajustes salariais por baixo, cujos termos são agora muito bem conhecidos: intensificação do trabalho, planos sociais em série e, sobretudo, pressão constante sobre os salários”.
Essa análise é compartilhada hoje, inclusive, pelos organismos internacionais como o FMI, a OCDE ou a Comissão Européia². Raros são aqueles que contestam tal entendimento. Mas é o caso de um editorialista do Echos que ousa afirmar: “Não, os assalariados não são sacrificados!” É suficiente lançar um golpe de vista sobre o gráfico abaixo, para verificar o que acontece. Na França, a parte relativa aos salários está quase estabilizada, depois de vários anos, mas a um nível historicamente muito baixo, inferior àqueles dos anos 1960. O jornalista procura justificar esta situação invocando o nível de investimentos: “as empresas renovam suas máquinas mais freqüentemente que antes (...) elas têm mais capital a amortizar”. Este argumento é completamente equivocado. Eis a questão.
A realidade óbvia, entretanto, é diferente: a participação dos salários diminuiu e a dos lucros aumentou. Mas as empresas, nem por isso, passaram a investir. Comparando o período 2000-2006 aos dois decênios precedentes, um relatório da ONU mostra que num grande número de países, incluída a França, a taxa de investimento caiu, a despeito do aumento dos lucros no valor acrescentado.
A conclusão vem por si mesma. É preciso modificar o compartilhamento das riquezas: menos dividendos, mais salários e investimentos sociais. A margem de manobra é considerável, já que os dividendos gerados pelas sociedades não-financeiras representam, hoje, 12% de sua massa salarial, contra 4%, em 1982.
E será intolerável que, dentro do mês próximo, as empresas licenciem, alonguem a duração do trabalho e bloqueiem os salários, tudo isso, na medida em que continuariam a irrigar seus acionistas. Mesmo deixando de lado o benefício social de uma tal redistribuição, a economia, não se conduzirá pior. Isso não impedirá as empresas de investir. Sua sacrossanta competitividade não será abalada, porque a alta dos salários será compensada pela baixa dos dividendos. E as finanças serão, assim, descarregadas na direção da economia real.
Mas este é um esquema um pouco abstrato, porque implica uma redução drástica de privilégios da pequena esfera social que aproveitou bem o neoliberalismo. Os rentistas não se submeterão de bom grado à “eutanásia” que recomendava Keynes, no dia seguinte à crise de 29. A questão, no fundo, não é somente a repartição dos lucros, mas também a repartição do poder de decisão.
1 Frédéric Lordon, Jusqu’à quand ? Pour en finir avec les crises financières, Raisons d’agir 2008. Leitura imprescindível !
2: ver as referências em : http://tinyurl.com/parsal
Tradução do francês:
Nilson Dalledone, Prof. Dr.
São Paulo/São Paulo/Brasil
nielsennielsen@terra.com.br
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Consciência Negra - Uma Luta dos Negros
No próximo dia 20 de novembro, quinta-feira, celebraremos o Dia da Consciência Negra. Esta comemoração será marcada pelo feriado em cerca de 225 municípios brasileiros.
Escolhida como a data da provável execução de Zumbi dos Palmares em 1695, ela se contrapõe ao antigo dia 13 de maio, celebração anterior que homenageava a "generosidade de uma branca", Princesa Isabel, a Redentora.
A data de 20 de novembro, representa a própria luta do Povo Negro, numa conquista sua.
Acredito que a repetição desta maneira de agir faça muita falta perante os afrodescendentes de hoje, sobretudo em nosso país. Mais que feriados, os negros do Brasil precisam se envolver.
Não há um comprometimento dos mesmos perante o resgate da dívida social que nossos antepassados nos legaram e muitas vezes são os brancos que se preocupam mais com isso.
Um exemplo mais claro está na pergunta: Qual a proporção de negros na população e os reflexos desta proporção na formação do Congresso Nacional, nas Câmaras Municipais e outros órgãos representativos?
Acrescento outra pergunta:
Será que se Obama fosse candidato à presidência do Brasil, tería o mesmo recebido todos os votos de nossos negros?
Se a data é da Consciência Negra, além dos brancos, que muito negro também se conscientize dos seus direitos e do seu comprometimento pela causa.
Aqui não fica uma simples crítica, mas do meu jeito, um apoio.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
terça-feira, 11 de novembro de 2008
OBA... Obama!
Sim. Estamos todos felizes pela vitória do democrata americano Barak Obama, quase xará de Osama Bin Laden e xará de Sadan Hussein. Não só por ser democrata, ser negro, ter origem humilde ou pelos nomes que recebeu. Ele realmente tem um discurso diferente, traz uma áura de boas perspectivas e vai "balançar" as coisas no mundo do Tio Sam.
Contudo, não sendo muito pessimista, vale lembrar o que vem sendo tão comentado nestes dias.
Barak Obama é americano e foi eleito para a presidência dos EUA e não do Brasil, nem da América Latina ou da África.
Por melhores que sejam suas intenções, fica bastante claro por quem ou pelo quê ele vai brigar no cenário mundial.
Esperemos que toda esta "energia" que o mundo dispensou em alegria pela sua vitória, sirva como combustível de uma consciência voltada para uma política internacional mais justa, mais humana e nem de longe semelhante a do velho, ultrapassado e Graças a Deus, encerrado Bush.
A dança das cadeiras
Quem não se lembra de ter brincado assim? Um número de cadeiras menor que o número de participantes da brincadeira era colocado no meio de uma sala. Uma música embalava uma dança meio bobinha enquanto a gente circulava em volta das cadeiras até que a música parasse. Todos então deviam sentar-se. Quem ficasse sem o lugar para sentar, estava fora.
Saudades das brincadeiras de outrora... Quão sadias, não? No entanto, elas parecem ressurgir em algumas pessoas, mesmo em idade adulta. E, claro, não há crime algum nisso. São os políticos no pós-eleitoral, tentando encontrar um lugar melhor para ficar e se preparar para o próximo pleito. Saem divulgadas algumas especulações e principalmente por parte daqueles que ainda podem gozar do que sobrou dos refletores. É uma maneira de “sentir o chão” por onde se quer pisar.
Na análise vale tudo. Analisar a potencialidade do partido, o grupo que acompanha este ou aquele, os vínculos com o governo recém eleito ou até com outras camadas e esferas de poder.
Repito. Não estou recriminando. Faz parte da sobrevivência política. É um jogo que, muitas vezes, precisa ser jogado. Felizmente para todos nós, não mais pelos agraciados com a vitória nas eleições. Graças ao bom senso da legislação vigente, uma vez eleito por um partido, cumpre-se o mandato todo naquele partido. Mas quem não venceu pode “repensar” sua militância. Analisar onde se “sente melhor”.
Neste contexto olhares se voltam para partidos como o PMDB, surgido em 1981 como herdeiro do MDB, partido de histórica oposição à ditadura militar e onde se encontravam a maioria dos integrantes da esquerda brasileira. Hoje, o partido detém a administração do maior pedaço de orçamento no país e de uma saudável soma de prefeituras. Em Rio Preto, um pouco abalado, mas nada irrecuperável. É sem dúvidas ainda um grande partido.
Um outro exemplo é o atualmente fragilizado e, no caso de Rio Preto, “dividido” PDT. O partido que foi criado por um grupo liderado por Brizola e que reivindicava a herança política de Vargas, tem muito a oferecer ainda à luta política brasileira.
O PV também entra na análise dos “buscadores”. Encontra-se bastante fortalecido em decorrência da campanha limpa e séria de Gabeira, frente à prefeitura do Rio de Janeiro. Defensor das questões ecológicas, o partido está “on line” com um dos principais problemas do mundo.
E por aí seguem as siglas, pequenas e grandes, cadeiras diante de dançarinos, uns indecisos e outros um tanto experientes, tentando aquilo que chamaríamos de “lugar ao sol” ou quem sabe “à sombra”.
Só não vale usar partido como legenda de aluguel, nem confundir a cabeça das pessoas saindo hoje de um extremo para o outro como se um homem público não devesse nenhuma satisfação a ninguém.
Brincar de dança das cadeiras “pode”, mas que seja brincadeira de adulto.
Saudades das brincadeiras de outrora... Quão sadias, não? No entanto, elas parecem ressurgir em algumas pessoas, mesmo em idade adulta. E, claro, não há crime algum nisso. São os políticos no pós-eleitoral, tentando encontrar um lugar melhor para ficar e se preparar para o próximo pleito. Saem divulgadas algumas especulações e principalmente por parte daqueles que ainda podem gozar do que sobrou dos refletores. É uma maneira de “sentir o chão” por onde se quer pisar.
Na análise vale tudo. Analisar a potencialidade do partido, o grupo que acompanha este ou aquele, os vínculos com o governo recém eleito ou até com outras camadas e esferas de poder.
Repito. Não estou recriminando. Faz parte da sobrevivência política. É um jogo que, muitas vezes, precisa ser jogado. Felizmente para todos nós, não mais pelos agraciados com a vitória nas eleições. Graças ao bom senso da legislação vigente, uma vez eleito por um partido, cumpre-se o mandato todo naquele partido. Mas quem não venceu pode “repensar” sua militância. Analisar onde se “sente melhor”.
Neste contexto olhares se voltam para partidos como o PMDB, surgido em 1981 como herdeiro do MDB, partido de histórica oposição à ditadura militar e onde se encontravam a maioria dos integrantes da esquerda brasileira. Hoje, o partido detém a administração do maior pedaço de orçamento no país e de uma saudável soma de prefeituras. Em Rio Preto, um pouco abalado, mas nada irrecuperável. É sem dúvidas ainda um grande partido.
Um outro exemplo é o atualmente fragilizado e, no caso de Rio Preto, “dividido” PDT. O partido que foi criado por um grupo liderado por Brizola e que reivindicava a herança política de Vargas, tem muito a oferecer ainda à luta política brasileira.
O PV também entra na análise dos “buscadores”. Encontra-se bastante fortalecido em decorrência da campanha limpa e séria de Gabeira, frente à prefeitura do Rio de Janeiro. Defensor das questões ecológicas, o partido está “on line” com um dos principais problemas do mundo.
E por aí seguem as siglas, pequenas e grandes, cadeiras diante de dançarinos, uns indecisos e outros um tanto experientes, tentando aquilo que chamaríamos de “lugar ao sol” ou quem sabe “à sombra”.
Só não vale usar partido como legenda de aluguel, nem confundir a cabeça das pessoas saindo hoje de um extremo para o outro como se um homem público não devesse nenhuma satisfação a ninguém.
Brincar de dança das cadeiras “pode”, mas que seja brincadeira de adulto.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Matéria sobre os desdobramentos da Crise Financeira
A depressão: uma visão de longa duração
27-Out-2008
Começou uma depressão. Os jornalistas ainda estão timidamente a perguntar aos economistas se podemos ou não estar a entrar numa mera recessão. Não acreditem nem por um minuto. Já estamos no início de uma completa depressão mundial, com desemprego extensivo em quase todo o lado.
Pode assumir a forma de uma deflação nominal clássica, com todas as suas consequências negativas para as pessoas comuns. Ou pode tomar outra forma, um pouco menos provável, de inflação galopante, que é apenas uma outra forma de deflacionar valores, e que é ainda pior para as pessoas comuns.
Claro que todos estão a perguntar o que desencadeou esta depressão. Foram os derivados, que Warren Buffett chamou de "armas financeiras de destruição maciça"? Ou foram as hipotecas subprime? Ou são os especuladores do petróleo? Trata-se de um jogo sem qualquer importância real. É prestar atenção à poeira, como dizia Fernand Braudel acerca dos eventos de curta duração. Se queremos entender o que está a acontecer, é preciso olhar para duas outras temporalidades, que são muito mais reveladoras. Uma é a dos ciclos de média duração. E a outra é a das tendências estruturais de longa duração.
A economia-mundo capitalista teve, por pelo menos algumas centenas de anos, duas formas principais de ondas cíclicas. Uma é a dos chamados ciclos de Kondratieff, que historicamente tinham uma duração de 50-60 anos. E a outra é a dos ciclos hegemónicos, que são muito mais longos.
Em termos de ciclos hegemónicos, os Estados Unidos eram um ascendente candidato à hegemonia em 1873, conquistaram o pleno domínio hegemónico em 1945, e têm vindo a declinar lentamente desde os anos 70. As loucuras de George W. Bush transformaram um lento declínio numa queda precipitada. E, por agora, já estamos longe de qualquer aparência de hegemonia dos EUA. Entrámos, como normalmente acontece, num mundo multipolar. Os Estados Unidos permanecem uma forte potência, talvez ainda a mais forte, mas vão continuar o declínio relativo às outras potências nas próximas décadas. Não há muito o que se possa fazer para mudar isto.
Os ciclos Kondratieff têm uma periodicidade diferente. O mundo saiu da última fase B de Kondratieff em 1945, e entrou na mais forte subida de fase A da história do moderno sistema-mundo. Chegou ao seu ponto mais alto cerca de 1967-73 e começou a descer. Esta fase B durou muito mais tempo que todas as anteriores, e ainda estamos nela.
As características de uma fase B de Kondratieff são bem conhecidas e correspondem ao que a economia-mundo tem vindo a atravessar desde os anos 70. As taxas de lucro das actividades produtivas diminuem, especialmente nos tipos de produção que foram mais lucrativos. Consequentemente, os capitalistas que desejam obter realmente altos níveis de lucro, viram-se para a arena financeira, envolvendo-se no que basicamente é especulação. As actividades produtivas, para não se tornarem demasiado pouco lucrativas, tendem a transferir-se de zonas centrais para outras partes do sistema-mundo, trocando baixos custos de transacção por custos mais baixos com o pessoal. Este é o mecanismo que fez desaparecer os empregos de Detroit, de Essen e de Nagoya, ao mesmo tempo que se expandem as fábricas na China, na Índia e no Brasil.
Quanto às bolhas especulativas, sempre há quem faça muito dinheiro com elas. Mas as bolhas especulativas sempre estouram, mais tarde ou mais cedo. Se perguntarmos por que esta fase B de Kondratieff durou tanto tempo, é porque os poderes reais - o Tesouro dos EUA e a Reserva Federal, o Fundo Monetário Internacional e os seus colaboradores na Europa ocidental e no Japão - intervieram no mercado com regularidade e importância para sustentar a economia-mundo: 1987 (queda das bolsas), 1989 (colapso das poupanças e empréstimos nos Estados Unidos), 1997 (queda financeira da Ásia Oriental), 1998 (má gestão do Long Term Capital Management), 2001-2002 (Enron). Aprenderam as lições das anteriores fases B de Kondratieff, e os poderes reais pensaram que podiam derrotar o sistema. Mas há limites intrínsecos para fazê-lo. E atingimo-los agora, como estão a aprender Henry Paulson e Ben Bernanke, para seu desconsolo e provavelmente espanto. Desta vez não vai ser tão fácil, provavelmente impossível, evitar o pior.
No passado, quando uma depressão executava a sua devastação, a economia-mundo recuperava de novo, na base de inovações que podiam ser quase monopolizadas por algum tempo. Assim, quando se diz que a Bolsa de Valores vai-se levantar de novo, isto é o que se pensa que vai acontecer, desta vez, como no passado, depois de todos os estragos que foram feitos às populações mundiais. E talvez aconteça, dentro de alguns anos.
Há porém algo novo que pode interferir com este belo padrão cíclico que sustentou o sistema capitalista durante cerca de 500 anos. As tendências estruturais podem interferir com os padrões cíclicos. As características estruturais básicas do capitalismo como sistema-mundo operam de acordo com certas regras que podem ser desenhadas num gráfico como um equilíbrio ascendente. O problema, como em todos os equilíbrios estruturais de todos os sistemas, é que ao longo do tempo as curvas tendem a afastar-se do equilíbrio e torna-se impossível equilibrá-las de volta.
O que levou o sistema tão longe do equilíbrio? Muito brevemente, é porque durante 500 anos os três custos básicos da produção capitalista - pessoal, inputs e impostos - subiram constantemente como percentagem dos possíveis preços de venda, de tal forma que hoje tornam impossível obter os grandes lucros da produção quase monopolizada que sempre tem sido a base da acumulação significativa do capital. Não é porque o capitalismo esteja a falhar no que faz melhor. É precisamente porque fez tão bem, que acabou por minar a base da futura acumulação.
Que acontece quando chegamos a um tal ponto em que o sistema se bifurca (na linguagem dos estudos de complexidade)? As consequências imediatas são uma alta turbulência caótica, que pela qual o nosso sistema-mundo está a passar neste momento e que vai continuar a atravessar durante talvez outros 20-50 anos. À medida em que cada um empurra para qualquer direcção que considera ser aquela que é imediatamente melhor para ele, uma nova ordem vai emergir do caos, tomando um de dois caminhos alternativos e muito diferentes.
Podemos afirmar com confiança que o actual sistema não pode sobreviver. O que não podemos prever é que nova ordem será escolhida para substituir esta, porque será o resultado de uma infinidade de pressões individuais. Mas, mais tarde ou mais cedo, será instalado um novo sistema. Não será um sistema capitalista, mas pode ser muito pior (mesmo mais polarizador e hierarquizado), ou muito melhor (relativamente democrático e relativamente igualitário) que este sistema. A escolha de um novo sistema é a maior luta política mundial dos nossos tempos.
Quanto às nossas perspectivas imediatas e interinas de curta duração, é claro o que está a acontecer em todo o lado. Estamos a caminho de um mundo proteccionista (esqueçam a chamada globalização). Estamos no caminho de uma ingerência muito mais directa do governo na produção. Mesmo os Estados Unidos e a Grã-Bretanha estão a nacionalizar parcialmente os bancos e as grandes indústrias moribundas. Estamos a caminho de uma redistribuição populista, dirigida pelos governos, que pode assumir formas social-democratas de centro-esquerda ou autoritárias de extrema-direita. E estamos a caminho de conflitos sociais agudos no interior dos Estados, em que todos competem pela torta menor. Na curta duração, a imagem não é, nem de longe, bonita.
Immanuel Wallerstein
15/10/2008
Tradução de Luis Leiria
27-Out-2008
Começou uma depressão. Os jornalistas ainda estão timidamente a perguntar aos economistas se podemos ou não estar a entrar numa mera recessão. Não acreditem nem por um minuto. Já estamos no início de uma completa depressão mundial, com desemprego extensivo em quase todo o lado.
Pode assumir a forma de uma deflação nominal clássica, com todas as suas consequências negativas para as pessoas comuns. Ou pode tomar outra forma, um pouco menos provável, de inflação galopante, que é apenas uma outra forma de deflacionar valores, e que é ainda pior para as pessoas comuns.
Claro que todos estão a perguntar o que desencadeou esta depressão. Foram os derivados, que Warren Buffett chamou de "armas financeiras de destruição maciça"? Ou foram as hipotecas subprime? Ou são os especuladores do petróleo? Trata-se de um jogo sem qualquer importância real. É prestar atenção à poeira, como dizia Fernand Braudel acerca dos eventos de curta duração. Se queremos entender o que está a acontecer, é preciso olhar para duas outras temporalidades, que são muito mais reveladoras. Uma é a dos ciclos de média duração. E a outra é a das tendências estruturais de longa duração.
A economia-mundo capitalista teve, por pelo menos algumas centenas de anos, duas formas principais de ondas cíclicas. Uma é a dos chamados ciclos de Kondratieff, que historicamente tinham uma duração de 50-60 anos. E a outra é a dos ciclos hegemónicos, que são muito mais longos.
Em termos de ciclos hegemónicos, os Estados Unidos eram um ascendente candidato à hegemonia em 1873, conquistaram o pleno domínio hegemónico em 1945, e têm vindo a declinar lentamente desde os anos 70. As loucuras de George W. Bush transformaram um lento declínio numa queda precipitada. E, por agora, já estamos longe de qualquer aparência de hegemonia dos EUA. Entrámos, como normalmente acontece, num mundo multipolar. Os Estados Unidos permanecem uma forte potência, talvez ainda a mais forte, mas vão continuar o declínio relativo às outras potências nas próximas décadas. Não há muito o que se possa fazer para mudar isto.
Os ciclos Kondratieff têm uma periodicidade diferente. O mundo saiu da última fase B de Kondratieff em 1945, e entrou na mais forte subida de fase A da história do moderno sistema-mundo. Chegou ao seu ponto mais alto cerca de 1967-73 e começou a descer. Esta fase B durou muito mais tempo que todas as anteriores, e ainda estamos nela.
As características de uma fase B de Kondratieff são bem conhecidas e correspondem ao que a economia-mundo tem vindo a atravessar desde os anos 70. As taxas de lucro das actividades produtivas diminuem, especialmente nos tipos de produção que foram mais lucrativos. Consequentemente, os capitalistas que desejam obter realmente altos níveis de lucro, viram-se para a arena financeira, envolvendo-se no que basicamente é especulação. As actividades produtivas, para não se tornarem demasiado pouco lucrativas, tendem a transferir-se de zonas centrais para outras partes do sistema-mundo, trocando baixos custos de transacção por custos mais baixos com o pessoal. Este é o mecanismo que fez desaparecer os empregos de Detroit, de Essen e de Nagoya, ao mesmo tempo que se expandem as fábricas na China, na Índia e no Brasil.
Quanto às bolhas especulativas, sempre há quem faça muito dinheiro com elas. Mas as bolhas especulativas sempre estouram, mais tarde ou mais cedo. Se perguntarmos por que esta fase B de Kondratieff durou tanto tempo, é porque os poderes reais - o Tesouro dos EUA e a Reserva Federal, o Fundo Monetário Internacional e os seus colaboradores na Europa ocidental e no Japão - intervieram no mercado com regularidade e importância para sustentar a economia-mundo: 1987 (queda das bolsas), 1989 (colapso das poupanças e empréstimos nos Estados Unidos), 1997 (queda financeira da Ásia Oriental), 1998 (má gestão do Long Term Capital Management), 2001-2002 (Enron). Aprenderam as lições das anteriores fases B de Kondratieff, e os poderes reais pensaram que podiam derrotar o sistema. Mas há limites intrínsecos para fazê-lo. E atingimo-los agora, como estão a aprender Henry Paulson e Ben Bernanke, para seu desconsolo e provavelmente espanto. Desta vez não vai ser tão fácil, provavelmente impossível, evitar o pior.
No passado, quando uma depressão executava a sua devastação, a economia-mundo recuperava de novo, na base de inovações que podiam ser quase monopolizadas por algum tempo. Assim, quando se diz que a Bolsa de Valores vai-se levantar de novo, isto é o que se pensa que vai acontecer, desta vez, como no passado, depois de todos os estragos que foram feitos às populações mundiais. E talvez aconteça, dentro de alguns anos.
Há porém algo novo que pode interferir com este belo padrão cíclico que sustentou o sistema capitalista durante cerca de 500 anos. As tendências estruturais podem interferir com os padrões cíclicos. As características estruturais básicas do capitalismo como sistema-mundo operam de acordo com certas regras que podem ser desenhadas num gráfico como um equilíbrio ascendente. O problema, como em todos os equilíbrios estruturais de todos os sistemas, é que ao longo do tempo as curvas tendem a afastar-se do equilíbrio e torna-se impossível equilibrá-las de volta.
O que levou o sistema tão longe do equilíbrio? Muito brevemente, é porque durante 500 anos os três custos básicos da produção capitalista - pessoal, inputs e impostos - subiram constantemente como percentagem dos possíveis preços de venda, de tal forma que hoje tornam impossível obter os grandes lucros da produção quase monopolizada que sempre tem sido a base da acumulação significativa do capital. Não é porque o capitalismo esteja a falhar no que faz melhor. É precisamente porque fez tão bem, que acabou por minar a base da futura acumulação.
Que acontece quando chegamos a um tal ponto em que o sistema se bifurca (na linguagem dos estudos de complexidade)? As consequências imediatas são uma alta turbulência caótica, que pela qual o nosso sistema-mundo está a passar neste momento e que vai continuar a atravessar durante talvez outros 20-50 anos. À medida em que cada um empurra para qualquer direcção que considera ser aquela que é imediatamente melhor para ele, uma nova ordem vai emergir do caos, tomando um de dois caminhos alternativos e muito diferentes.
Podemos afirmar com confiança que o actual sistema não pode sobreviver. O que não podemos prever é que nova ordem será escolhida para substituir esta, porque será o resultado de uma infinidade de pressões individuais. Mas, mais tarde ou mais cedo, será instalado um novo sistema. Não será um sistema capitalista, mas pode ser muito pior (mesmo mais polarizador e hierarquizado), ou muito melhor (relativamente democrático e relativamente igualitário) que este sistema. A escolha de um novo sistema é a maior luta política mundial dos nossos tempos.
Quanto às nossas perspectivas imediatas e interinas de curta duração, é claro o que está a acontecer em todo o lado. Estamos a caminho de um mundo proteccionista (esqueçam a chamada globalização). Estamos no caminho de uma ingerência muito mais directa do governo na produção. Mesmo os Estados Unidos e a Grã-Bretanha estão a nacionalizar parcialmente os bancos e as grandes indústrias moribundas. Estamos a caminho de uma redistribuição populista, dirigida pelos governos, que pode assumir formas social-democratas de centro-esquerda ou autoritárias de extrema-direita. E estamos a caminho de conflitos sociais agudos no interior dos Estados, em que todos competem pela torta menor. Na curta duração, a imagem não é, nem de longe, bonita.
Immanuel Wallerstein
15/10/2008
Tradução de Luis Leiria
terça-feira, 4 de novembro de 2008
A volta dos que não foram
Gosto muito de escrever. Quisera escrever bem para merecer ser lido. Mas esta vaidade me conduz a continuar tentando. Assim, vou utilizar-me deste blog como instrumento de divulgação de minha opinião.
Sempre que eu escrever para algum jornal, folhetim ou o que o valha e não obtiver destes o interesse, após cerca de uns dez dias, transportarei o texto para cá a fim de merecer o julgamento dos amigos.
Começo com o texto abaixo, enviado ao Diário da Região, coluna de leitores, no dia seguinte ao segundo turno das eleições.
Para pessoas que militam minimamente na política, decepção não pode existir. Todas as alternativas são previsíveis e devem ser levadas em conta antes que se confirmem.
Mas há que se ressaltar que por vezes chegamos a acreditar em coisas que no final acabam se desmanchando como poeira.
Longe de dizer que a campanha “vitoriosa” de João Paulo Rillo, Manoel Antunes e outros companheiros tivesse terminado como poeira. Ela teve uma importância indiscutível. Restabeleceu laços históricos, fez justiça a algumas figuras e nos encheu de gás pra voltarmos à ativa. Foi propositiva, positiva e demonstra o surgimento de lideranças alternativas para futuro próximo.
O que se esvai ao vento é a crença de que Rio Preto estivesse abandonando sua tendência reacionária. É a suposição que união popular seja capaz de vencer a união de deputados que sempre estiveram cantando e andando pra cidade com seus projetos personalíssimos e sua força econômica e política.
Não bastasse, desmancha-se ainda em pó a idéia de que, pelo menos a população de Rio Preto quisesse caminhar rumo a um projeto avançado, quando na verdade quer voltar ao passado representado pelo fortalecimento do Governador Serra e seu PSDB. E os funcionários públicos estaduais da cidade, será que estão satisfeitos com suas vidas? Em quem votaram?
Pra acabar, fica registrado ainda o amargor da quantidade de abstenções, votos brancos e nulos, coisa de gente que quer sair ileso da história, pra depois dizer com a maior cara “deslavada” que não teve responsabilidade nenhuma com a eleição deste ou daquele indivíduo.
O que se assiste, na verdade, é a volta daqueles que nunca se foram sendo abençoada pelas urnas.
Tiremos novamente uma lição de tudo o que ficou. Há ainda um grande trabalho a ser feito na cidade. Coisa que só um grande movimento suprapartidário pode suportar. E a hora é a de sempre: agora.
Sempre que eu escrever para algum jornal, folhetim ou o que o valha e não obtiver destes o interesse, após cerca de uns dez dias, transportarei o texto para cá a fim de merecer o julgamento dos amigos.
Começo com o texto abaixo, enviado ao Diário da Região, coluna de leitores, no dia seguinte ao segundo turno das eleições.
Para pessoas que militam minimamente na política, decepção não pode existir. Todas as alternativas são previsíveis e devem ser levadas em conta antes que se confirmem.
Mas há que se ressaltar que por vezes chegamos a acreditar em coisas que no final acabam se desmanchando como poeira.
Longe de dizer que a campanha “vitoriosa” de João Paulo Rillo, Manoel Antunes e outros companheiros tivesse terminado como poeira. Ela teve uma importância indiscutível. Restabeleceu laços históricos, fez justiça a algumas figuras e nos encheu de gás pra voltarmos à ativa. Foi propositiva, positiva e demonstra o surgimento de lideranças alternativas para futuro próximo.
O que se esvai ao vento é a crença de que Rio Preto estivesse abandonando sua tendência reacionária. É a suposição que união popular seja capaz de vencer a união de deputados que sempre estiveram cantando e andando pra cidade com seus projetos personalíssimos e sua força econômica e política.
Não bastasse, desmancha-se ainda em pó a idéia de que, pelo menos a população de Rio Preto quisesse caminhar rumo a um projeto avançado, quando na verdade quer voltar ao passado representado pelo fortalecimento do Governador Serra e seu PSDB. E os funcionários públicos estaduais da cidade, será que estão satisfeitos com suas vidas? Em quem votaram?
Pra acabar, fica registrado ainda o amargor da quantidade de abstenções, votos brancos e nulos, coisa de gente que quer sair ileso da história, pra depois dizer com a maior cara “deslavada” que não teve responsabilidade nenhuma com a eleição deste ou daquele indivíduo.
O que se assiste, na verdade, é a volta daqueles que nunca se foram sendo abençoada pelas urnas.
Tiremos novamente uma lição de tudo o que ficou. Há ainda um grande trabalho a ser feito na cidade. Coisa que só um grande movimento suprapartidário pode suportar. E a hora é a de sempre: agora.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Vida Louca, Vida Breve...
As fortes e terríveis cenas de uma babá batendo em uma criança de dois anos de idade mostradas ontem na TV, já quase não chocam mais, tamanha a quantidade de casos já vistos. Isto nos leva cada vez mais a pensar no custo/benefício do trabalho fora do lar.
Dia desses, eu mesmo passei por uma reflexão assim. Vinha trabalhando em São Paulo há alguns meses, para lá me dirigindo toda semana, ficando pouquíssimo tempo em casa.
Meus filhos, tão acostumados à minha presença e companhia, agora já não reclamavam mais o fato de eu ter que partir aos domingos no final da noite. Estavam se acostumando.
Estranho que até eu, tão apegado, que não conseguia dormir nas primeiras noites da experiência, agora já não sentia tanta tristeza assim, me distraindo facilmente com esse ou aquele compromisso, uma revista ou livro.
Será que aquele ditado "o que os olhos não vêem..." é verdadeiro?
Não quis nem pagar pra ver. Numa destas idas, cheguei às sete da manhã na capital e às quatorze horas embarcava de volta. A alegria demonstrada por todos no meu regresso e o resto da semana passado juntos, me fez lembrar de como é bom levá-los à escola pela manhã, brincando e cantarolando no carro. Que legal é almoçarmos todos juntos ouvindo as histórias do dia-a-dia um do outro. Poder enfim chegar ao final do dia juntos, de vez em quando tomar aquele banho coletivo e esperar o entardecer na varanda de casa. Fazer a turma dormir com historinhas e claro, sob os cafunés da mulher amada.
Ah... Ganha-se dinheiro de qualquer jeito. Perto ou longe de casa. Agora, quantidade não tem nada de semelhante com qualidade. Muito dinheiro pra quê? Pra afogar a saudade num carro novo ou numa roupa de griffe? Pra gastar tudo em tratamento psicológico?
Prefiro a modesta vida do interior, feito galinha com seus pintinhos sob as asas. Não precisamos de babás, nem de semi-internatos, nem de analistas. Viva a minha vidinha "sem glamour".
Dia desses, eu mesmo passei por uma reflexão assim. Vinha trabalhando em São Paulo há alguns meses, para lá me dirigindo toda semana, ficando pouquíssimo tempo em casa.
Meus filhos, tão acostumados à minha presença e companhia, agora já não reclamavam mais o fato de eu ter que partir aos domingos no final da noite. Estavam se acostumando.
Estranho que até eu, tão apegado, que não conseguia dormir nas primeiras noites da experiência, agora já não sentia tanta tristeza assim, me distraindo facilmente com esse ou aquele compromisso, uma revista ou livro.
Será que aquele ditado "o que os olhos não vêem..." é verdadeiro?
Não quis nem pagar pra ver. Numa destas idas, cheguei às sete da manhã na capital e às quatorze horas embarcava de volta. A alegria demonstrada por todos no meu regresso e o resto da semana passado juntos, me fez lembrar de como é bom levá-los à escola pela manhã, brincando e cantarolando no carro. Que legal é almoçarmos todos juntos ouvindo as histórias do dia-a-dia um do outro. Poder enfim chegar ao final do dia juntos, de vez em quando tomar aquele banho coletivo e esperar o entardecer na varanda de casa. Fazer a turma dormir com historinhas e claro, sob os cafunés da mulher amada.
Ah... Ganha-se dinheiro de qualquer jeito. Perto ou longe de casa. Agora, quantidade não tem nada de semelhante com qualidade. Muito dinheiro pra quê? Pra afogar a saudade num carro novo ou numa roupa de griffe? Pra gastar tudo em tratamento psicológico?
Prefiro a modesta vida do interior, feito galinha com seus pintinhos sob as asas. Não precisamos de babás, nem de semi-internatos, nem de analistas. Viva a minha vidinha "sem glamour".
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Movimento Popular de Fiscalização
A que ser criado, nos próximos dias, um movimento popular semelhante a outros que a cidade já assistiu. Sua função: exercitar a fiscalização junto ao Poder Público.
Quem viver, verá.
Quem viver, verá.
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FOTO - BRASIL DE FATO Nilson Dalleldone nilsondalledone@gmail.com Edição do riso A OTAN caiu numa armadilha... Divirta-se! A Rússia ridicu...
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Não sei se o autor autoriza eu usar seu texto, mas vou citar a fonte. Seus textos são tão convidativos à leitura e promotores de reflexão, ...
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Se tem uma coisa que eu não posso negar é a presença da Graça sobre minha vida. Sempre. Do meu nascimento até hoje, não houve um só inst...