sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Vida Louca, Vida Breve...

As fortes e terríveis cenas de uma babá batendo em uma criança de dois anos de idade mostradas ontem na TV, já quase não chocam mais, tamanha a quantidade de casos já vistos. Isto nos leva cada vez mais a pensar no custo/benefício do trabalho fora do lar.
Dia desses, eu mesmo passei por uma reflexão assim. Vinha trabalhando em São Paulo há alguns meses, para lá me dirigindo toda semana, ficando pouquíssimo tempo em casa.
Meus filhos, tão acostumados à minha presença e companhia, agora já não reclamavam mais o fato de eu ter que partir aos domingos no final da noite. Estavam se acostumando.
Estranho que até eu, tão apegado, que não conseguia dormir nas primeiras noites da experiência, agora já não sentia tanta tristeza assim, me distraindo facilmente com esse ou aquele compromisso, uma revista ou livro.
Será que aquele ditado "o que os olhos não vêem..." é verdadeiro?
Não quis nem pagar pra ver. Numa destas idas, cheguei às sete da manhã na capital e às quatorze horas embarcava de volta. A alegria demonstrada por todos no meu regresso e o resto da semana passado juntos, me fez lembrar de como é bom levá-los à escola pela manhã, brincando e cantarolando no carro. Que legal é almoçarmos todos juntos ouvindo as histórias do dia-a-dia um do outro. Poder enfim chegar ao final do dia juntos, de vez em quando tomar aquele banho coletivo e esperar o entardecer na varanda de casa. Fazer a turma dormir com historinhas e claro, sob os cafunés da mulher amada.
Ah... Ganha-se dinheiro de qualquer jeito. Perto ou longe de casa. Agora, quantidade não tem nada de semelhante com qualidade. Muito dinheiro pra quê? Pra afogar a saudade num carro novo ou numa roupa de griffe? Pra gastar tudo em tratamento psicológico?
Prefiro a modesta vida do interior, feito galinha com seus pintinhos sob as asas. Não precisamos de babás, nem de semi-internatos, nem de analistas. Viva a minha vidinha "sem glamour".

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