terça-feira, 1 de abril de 2025

CPI na Câmara de Rio Preto - Investigar Gestão do Dinheiro Público é Obrigação do Legislativo

A instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar supostos gastos irregulares da gestão do ex-prefeito Edinho Araújo tem gerado barulho na Câmara Municipal de São José do Rio Preto e aparentemente entre alguns ex-integrantes do governo de então.

Sou e sempre fui extremamente favorável a todo tipo de investigação.  Acredito ser esse o papel de um vereador vigilante e combativo, como é, de fato, o caso do vereador do PSOL.

João Paulo Rillo conseguiu as assinaturas necessárias para a criação da comissão.  Mas o MDB, partido do ex-prefeito, classifica a iniciativa como "cortina de fumaça" com objetivos eleitorais.

A alegação do partido é de que a CPI serviria mais como palanque para adversários do que como instrumento de fiscalização legítima. 

Essa acusação do MDB sim visa servir de cortina de fumaça às investigações.

Por outro lado, Rillo e os defensores da investigação argumentam que a comissão é necessária para trazer transparência aos cofres públicos.

Afinal, com já afirmei, apurar possíveis desvios e excesso no “esbanjo” do dinheiro público é obrigação do Legislativo.

O fato, no entanto é que a cidade merece e deve saber como foi usada, durante esses 8 anos de gestão Edinho, as chaves do cofre do município. 

O debate deve se intensificar nas próximas semanas, quando a CPI for oficialmente instalada e começar a ouvir testemunhas e analisar documentos.

Por mais víeis político que pudesse ter a proposta de uma CPI, espera-se que venha acompanhada de critérios técnicos que promovam uma investigação séria e comprometida com a cidade. E para isso sua composição, sob a presidência de Rillo será fundamental.

E, sobretudo, que a CPI não se torne instrumento para o atual prefeito justificar sua própria inação, atribuindo à falta de recursos ou a supostos problemas herdados a incapacidade de implementar políticas públicas efetivas. 

A população não aceita mais a velha narrativa de que 'os problemas do passado impedem as soluções do presente' como desculpa para a paralisia administrativa. 


1º DE ABRIL - Quando a Brincadeira Virou Ameaça

 

Imagem: Plano Critico

O Dia da Mentira, celebrado em 1º de abril, sempre foi uma data leve, marcada por pegadinhas inofensivas e notícias absurdas que terminavam em risadas.

No Brasil, a tradição começou em 1828, quando o jornal "A Mentira" anunciou a morte de Dom Pedro I apenas para provocar reações.

A graça estava no desfecho, quando todos descobriam que era apenas uma brincadeira.

Mas nos últimos anos, as mentiras deixaram de ter data marcada e passaram a circular diariamente, com consequências que vão muito além de uma simples zoeira.

As fake news, ou notícias falsas, são o lado sombrio dessa tradição.

Elas se aproveitam do mesmo mecanismo que torna as piadas do 1º de abril eficazes, o elemento surpresa, o absurdo que choca, mas com um objetivo muito diferente: manipular, dividir e até destruir.

Enquanto uma mentira de abril é feita para divertir, as fake news são feitas para causar dano. E o pior é muitas pessoas não percebem a diferença.

O poder das fake news está em sua capacidade de explorar emoções.

Elas não são projetadas para informar, mas para provocar reações imediatas como raiva, medo, indignação.

Foi assim com os boatos que levaram ao linchamento de uma mulher inocente em 2014, acusada de praticar magia negra. Foi assim durante a pandemia, quando mentiras sobre tratamentos ineficazes custaram vidas. E foi assim no 8 de janeiro, quando teorias da conspiração alimentaram um ataque às instituições democráticas.

Enquanto isso, as plataformas de redes sociais, que deveriam ser espaços de informação, muitas vezes funcionam como aceleradoras de mentiras.

O algoritmo privilegia conteúdo polêmico, independentemente de sua veracidade, porque reações, mesmo as negativas, significam engajamento. E engajamento significa lucro. Enquanto não houver responsabilização real, as fake news continuarão a ser um negócio rentável para alguns e um perigo para todos.

O desafio, então, é aprender a rir das mentiras do 1º de abril sem cair nas armadilhas das mentiras que circulam o ano inteiro.

Desconfiar de manchetes bombásticas, checar fontes e pensar antes de compartilhar são pequenos atos de resistência. Afinal, uma democracia saudável depende de cidadãos informados, não de marionetes emocionais.

Neste 1º de abril, a melhor brincadeira que podemos fazer é espalhar a verdade.

Porque, no fim das contas, a única mentira inofensiva é aquela que todo mundo sabe que é mentira. O resto é arma.



segunda-feira, 31 de março de 2025

Receita Federal suspende isenção tributária para pastores após decisão do TCU

 

Imagem: Brasil de Fato

Tá entendida a força de lideranças evangélicas na reeleição de Bolsonaro?

Medida concedida às pressas no governo Bolsonaro é revogada hoje por irregularidades.

O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, determinou a suspensão imediata da isenção tributária para salários de ministros religiosos, benefício instituído às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.

A decisão atende a determinação do Tribunal de Contas da União, que identificou irregularidades no processo.

O Ato Declaratório Interpretativo assinado pelo então secretário Julio César Vieira Gomes em 27 de outubro de 2022 três dias antes da eleição presidencial, isentava pastores e líderes religiosos do pagamento de Imposto de Renda sobre seus rendimentos.

A análise do TCU apontou que o benefício foi concedido sem análise técnica da Subsecretaria de Tributação. O processo ignorou pareceres contrários de órgãos de controle.

Especialistas em direito tributário destacam que a Constituição garante isenção apenas para templos religiosos, não para rendimentos individuais.

Pastores com salários altos pagarão alíquotas de até 27,5%, como outros trabalhadores.

A Receita estima que o impacto fiscal da medida irregular superaria R$ 500 milhões/ano.

O TCU mantém aberto processo para apurar possível uso eleitoral do benefício, irregularidades formais na concessão e a responsabilização dos envolvidos.

Enquanto a Receita anuncia ter cumprido as decisões do TCU a Frente Parlamentar Evangélica afirma: "Vamos analisar medidas legais contra o que consideramos perseguição religiosa"

O caso ocorre no mesmo momento em que o Congresso debate projeto que regulamenta a tributação de igrejas, com estimativa de arrecadar R$ 15 bilhões/ano se aprovado.


31 de Março de 2025 - Aniversário do Golpe, Memória e Resistência

 

Imagem: BBC

Hoje, 31 de março, marca os 61 anos do Golpe Militar de 1964 ,um período de trevas que rasgou a democracia brasileira, institucionalizou a tortura e calou vozes em nome da "ordem".

Seis décadas depois, a sombra do autoritarismo ainda ronda.

8 de janeiro de 2023 mostrou que a ameaça não é passado.

Foi o dia em que hordas fascistas, intoxicadas por negacionismo e ódio, invadiram Brasília para repetir o gesto golpista.  Atacar instituições, negar eleições e sonhar com tanques nas ruas.

A diferença? Desta vez, a resistência venceu.

Mas o perigo persiste.

Nas bancadas do Congresso, nas fake news que viralizam, nos discursos que banalizam a violência, ecoa o mesmo projeto.

Querem reescrever a história, apagar os crimes da ditadura e pavimentar um novo 1964.

Mas nós não esqueceremos.

Não houve "revolução" em 64 e sim houve um golpe.

Não houve "progresso", mas houve censura, desaparecidos e um país de ossos enterrados.

Não há "anistia" para quem tortura, há justiça.

Em 2025, a lição é clara: democracia não se defende com meias-palavras. Defende-se com memória, com luta e com a certeza de que fascismo não passa.

 

#DitaduraNuncaMais #8DeJaneiroNãoSeRepete


sábado, 29 de março de 2025

O Fórum de Associações de Moradores de São José do Rio Preto. Uma Revolução Silenciosa na Democracia Participativa.


Participação Popular
Imagem - Jus Navigandi

No início dos anos 2000, chegou à Prefeitura de São José do Rio Preto Edinho Araújo, que conquistou sua vitória graças a uma ampla coligação de partidos, denominada Frente Progressista, composta dentre outros, pelos partidos PT e PPS.

Inaugurando uma nova forma de trabalhar a interlocução com o legislativo, o prefeito então resolveu substituir a figura do Líder do Prefeito por um Secretário de Governo.

Para o cargo, convidou Carlos Feitosa, ex-vereador e hábil interlocutor.

Recém-criada, a Secretaria sob o comando de Feitosa deveria, no entanto, se ocupar de outras importantes tarefas, para o que fomos igualmente convidados, o Prof. Cleyton Romano e eu que ocupamos sua Assessoria.

Criamos a estrutura da Secretaria com a participação de outras figuras como Roberto Vasconcelos (Vasco), então Presidente de Honra do PCB local e João Paulo Rillo, hoje vereador pelo PSOL, como importantes conselheiros.

Juntos, passamos a desenhar o organograma da pasta e a avaliar a cidade que enfrentava um dilema comum a muitas metrópoles brasileiras: como garantir que as demandas dos bairros chegassem ao poder público de forma organizada, direta e legítima, sem precisar se desgastar em balcões ou trocar favores com vereadores.

A resposta surgiu com a criação do Fórum de Associações de Moradores, uma iniciativa pioneira que uniu gestão pública inovadora e participação popular efetiva.

Como assessor direto da Secretaria Municipal de Governo e co-idealizador do projeto, testemunhei como essa experiência não apenas modernizou a relação entre Estado e sociedade, mas revelou uma nova geração de lideranças comunitárias.

Quero destacar algumas como o advogado Marcelo Henrique, primeiro presidente do Fórum, o advogado Paulo Dodi, ex-presidente da Associação Amigos de Rio Preto, Walter Fernandes da Associação do Mansur Daud, Wilma Goulart do Jd. Nazaré e o já vereador Pedro Roberto Gomes.

Todos eram presidentes de Associações de Moradores dos respectivos bairros e atuaram de maneira contundente no desenvolvimento e ações do Fórum.

Esse, por sua vez, devia congregar as Associações por meio de seus representantes e conduzir ao “nono andar”, sede da Secretaria de Governo, as principais reivindicações dos habitantes de cada bairro.

Muitas dessas associações eram informais ou controladas por lideranças vitalícias.

Criamos um marco regulatório com estatutos-padrão e eleições periódicas as quais eu acompanhava com a Assessoria de Damaris Iraê e Valéria Brandt, também assessoras.

Oferecíamos assessoria jurídica gratuita além de orientar a elaboração dos Estatutos e garantir as formalidades nas assembleias.

Depois ainda, participávamos das reuniões do Fórum que visavam apresentar problemas detectados nos bairros e oferecer soluções trabalhando para isso e quando necessário, o envolvimento das demais secretarias da Administração.

Coordenei a equipe que percorreu os bairros para convencer líderes da importância da formalização das Associações e ajudei na conexão do Fórum com o Orçamento Participativo, então presidido pela vice-prefeita Maureen Cury do PT.

Pela primeira vez, associações votavam diretamente em obras prioritárias garantindo a melhor aplicação das verbas orçamentárias.

Enquanto outras cidades tinham Orçamento Participativo apenas no papel, em Rio Preto ele funcionou porque tinha base organizada (o Fórum garantia representatividade real).

Durante nossa gestão, evitamos o clientelismo (as demandas eram técnicas, não políticas).

Na ocasião, também coordenamos o mesmo processo com bairros não regularizados, gerando fiscalização para coibir o nascimento de novos loteamentos irregulares e promover as diretrizes para o processo de regularização.

Nessa altura, conseguimos asfaltar e regularizar a Vila Miguelzinho (no coração do Eldorado) e entregar as escrituras de um grande loteamento de chácaras.

A força do Fórum era inegável, e mobilizado no próprio Paço Municipal era um peso para o Prefeito que já não tinha liberdade total nas suas decisões.

Talvez essa tenha sido a real causa da demissão do Secretário Feitosa, que foi exonerado após denunciar um incontável número de faltas abonadas por servidores sob o laudo de um mesmo médico (que era vereador). Estranho, já que a denúncia, na verdade, favorecia a Administração do Município.

Com seu desligamento, tornei-me o interino na Pasta e por cerca de 2 anos, segui fazendo o trabalho de interlocutor entre o Fórum e a Prefeitura.

O fato é que o Fórum mostrou que participação popular precisa de estrutura, que então garantimos, a partir da Secretaria.

Sua criação gerou importantes líderes, dos quais muitos ocupam cargos públicos.

Ainda, conseguimos provar que uma cidade média do interior pode ser laboratório de inovação democrática. Talvez a mais importante de todas as experiências das quais participei na vida.

Deixei a Secretaria me demitindo após a nomeação deu um outro secretário.

Mas o Fórum continuou incomodando e após minha saída da Secretaria, ele foi aos poucos sendo cooptado pelo governo municipal perdendo gradativamente sua força até desaparecer na gestão seguinte.

Resta dizer que o Fórum não foi um projeto de governo. Foi um pacto entre cidadãos e poder público e eu tive a honra de ajudar a costurá-lo.

O Brechó mais Punk da História.

 

Imagem: G1

Pense na cena:

Você está no deserto do Atacama, o lugar mais seco do planeta, onde até os cactos pedem água.

De repente, avista uma duna... de camisetas da Zara. Um mar de calças Levi’s nunca usadas. Montanhas de casacos da H&M com etiqueta!

Não, não é miragem. É o "lixão fashion" mais surreal do mundo, onde 39 mil toneladas de roupas de marca viram areia (literalmente).

E agora, uma ONG tá de "garimpeira de grife", distribuindo peças grátis pra virar o jogo.

Todo ano, 59 mil toneladas de roupas chegam ao Chile como refugiadas do consumo.

Peças não vendidas, devolvidas ou com defeito (tipo aquele botão que se solta antes mesmo da primeira lavagem).

Parte vira contrabando, outra vira lixo clandestino no Atacama.

E olha que o Chile já tem lei proibindo isso, porque tecido não é casca de banana: demora 200 anos pra sumir e ainda solta químicos que fazem o deserto pegar fogo (sim, o cenário pós-apocalíptico é real).

Enquanto influencers pagam fortunas por um vintage "autêntico", marcas globais tratam roupas novas como se fossem restos de alface.

Motivo? É mais barato jogar fora do que reciclar ou doar (a matemática capitalista é um mistério, mas o planeta que se vire).

Imagem: G1
Aí entram os heróis: uma turma de brasileiros e chilenos tá catando essas peças abandonadas (com etiqueta, gente!) e distribuindo de graça.

A meta? Espalhar consciência e um look novo enquanto expõe o absurdo.

O setor têxtil é o 2º mais poluente do mundo, perdendo só pro petróleo.

Se o Atacama fosse um guarda-roupa, seria o do hoarder mais famoso do planeta.

Se fast fashion é ‘descarte rápido’, o Atacama virou o armário do fim do mundo.

Que tal um tour ecologicamente correto no Atacama?

Leve uma mochila vazia e volte com o outfit da próxima temporada, sem pagar um centavo e ainda salvando o planeta.

Porque, no fim, a moda sustentável não deveria ser luxo, mas obrigação.

E se as marcas não aprendem, o deserto vira o brechó mais punk da história.


sexta-feira, 28 de março de 2025

Lula reforça laços com Vietnã em visita estratégica para ampliar comércio e parcerias tecnológicas

 

Imagem: Carta Capital

A viagem marca uma nova fase na relação bilateral entre os dois países, com o Brasil buscando posicionar-se como parceiro estratégico no Sudeste Asiático.

Fontes da comitiva presidencial adiantam que os dois países trabalham para fechar novos entendimentos nas áreas de comércio agrícola (com foco na exportação de carne bovina e frango brasileiros), aviação (com possibilidade de parcerias com a Embraer) e energias limpas (biocombustíveis e energia solar).

Os principais produtos exportados pelo Brasil ao Vietnã atualmente são soja, carne bovina e celulose.

Segundo documentos discutidos durante a visita, a cooperação bilateral será aprofundada em áreas como:

  • Defesa, economia, comércio e investimentos;
  • Ciência, tecnologia e inovação;
  • Meio ambiente e sustentabilidade;
  • Agricultura e segurança alimentar;
  • Transição energética.

A visita ocorre em momento estratégico.

O Vietnã apresenta crescimento médio de 6,5% ao ano e busca diversificar parcerias, enquanto o Brasil pretende fortalecer sua presença na região como alternativa à influência chinesa.

Em coletiva, Lula destacou: "O Vietnã representa exatamente o tipo de parceria que buscamos: dinâmica, complementar e com potencial de crescimento mútuo".

O premiê vietnamita, Pham Minh Chinh, reforçou o interesse em "aprofundar a cooperação tecnológica" e confirmou a participação do Vietnã na cúpula do BRICS no Rio em julho – após ter comparecido como convidado em 2023.

Os ministérios das Relações Exteriores e da Agricultura dos dois países devem se reunir nas próximas semanas para detalhar os acordos. Analistas projetam que os avanços podem aumentar em 20% as exportações brasileiras para o Vietnã até 2026, além de abrir mercados para tecnologia e biocombustíveis.

A visita consolida o plano do governo brasileiro de diversificar parceiros e ampliar influência em mercados emergentes.

Com resultados concretos e a confirmação vietnamita no BRICS, Lula reforça sua agenda de reinserção internacional do Brasil.

VIRALATA NEWS & JORNALECOS S.A.

 

A imprensa brasileira é muito engraçada. Já reparou que quando falam de ricos, se é americano é “bilionário”; se é russo, é “oligarca”?

Olha como é divertido: o governo dos EUA é sempre chamado de “administração”, o governo da China é o ”regime”. Nas guerras é, no mínimo, curioso: o Hamas “assassina, executa os reféns prisioneiros”, mas Israel “elimina terroristas capturados”. Pela mesma lógica, a Rússia quer “invadir”, mas os EUA e Israel pretendem apenas “anexar”. 

Se estão falando da autoridade máxima do Irã ou da Venezuela, é “Ditador”. Mas quanto a países sem eleições como na Arábia Saudita ou na Ucrânia, são “líderes” e “Presidentes”. Muito estranho, né? Se a inflação na argentina foi de 200% em 2004, está sob controle. Aqui, a 5%, pronto: “disparou!” Se os cafeicultores e donos de granjas resolvem dirigir as vendas de seus produtos para o mercado externo e faturar café e ovo em dólar, o Lula “desabasteceu” o país! Se ele proíbe a jogada, é “intervencionista”.

O Guedes apenas “superou o teto de gastos”, mas o Haddad opera sempre uma “gastança” que “compromete o controle do Déficit Público”. Lula não cobra imposto, lula “taxa!”. Com Lula o dólar não sobe, com Lula o dólar “explode”, a bolsa não recua, ela sempre “despenca”. Os governadores da oposição não aumentam a dívida nem cortam serviços essenciais, muito menos entregam patrimônio público… não: eles “enxugam a máquina”.

Pudera: a ultrafinanceirização da economia desmontando o Estado e com ele todas as garantias sociais é chamada de "responsabilidade fiscal". É assim que a banda da mídia toca, e a tal Duailib é apenas o Sardemberg da vez, hipnotizando a turba de esfarrapados.

Dilma era “descontrolada”, “mão de ferro”. Temer era “firme”. 

A linguagem é tudo quando queremos colonizar uma nação. Tudo.

por Marcelo Godoy, em sua página no Facebook

A HISTÓRIA NA PRIMEIRA FILA

 

Imagem: Redes Sociais


Prof. 
Nilson Dalledone
nilsondalledone@gmail.com




No julgamento de Bolsonaro no STF, a História sentou na primeira fila.

Hoje (25/3) a Primeira Turma do Supremo iniciou o julgamento da denúncia contra o ex-presidente por tentativa de golpe. Mas o que realmente atraiu os olhares foi quem estava na plateia: Ivo Herzog, filho do jornalista assassinado Vladimir Herzog, e Hildegard Angel, filha da estilista Zuzu Angel e irmã de Stuart Angel, torturado e morto pela ditadura.

A presença deles não era simbólica - era histórica.

E os bolsonaristas tremeram. Acusaram o STF de “associar Bolsonaro à Ditadura Militar”. Ora, senhores: quem exalta torturadores, louva o AI-5 e conspira contra eleições livres não precisa ser associado - já está colado.

O incômodo da extrema direita expõe o nervo exposto: Bolsonaro sempre usou a estética, a retórica e o autoritarismo da ditadura como inspiração política. Agora, diante do Supremo, esse passado cobra a conta.

Enquanto parlamentares bolsonaristas tentavam entrar atrasados no plenário, os familiares das vítimas de 64 já estavam lá - pontuais como a memória e implacáveis como a verdade.

Hildegard resumiu tudo com uma frase lapidar: “Estamos aqui para que não se repita a anistia perversa de 1979.”

O Brasil de 2025 ainda está em disputa. Mas uma coisa é certa: o fantasma da ditadura não será normalizado - nem pelos gritos do porão, nem pelos memes do WhatsApp.

(Por Julio Benchimol Pinto) 

Nunca defenda nenhuma forma de fascismo ou nazismo. Trata-se do poder da alta burguesia, exercido por meio de métodos terroristas, geralmente, usando as mãos de pequeno-burgueses e trabalhadores incautos ou idiotizados por propaganda mentirosa.


Noite de Heróis, Drama e Alívio no Itaqueraço


O Corinthians fechou o Campeonato Paulista de 2025 com chave de ouro e um bom tanto de drama ao segurar um empate sofrido contra o Palmeiras na Neo Química Arena, garantindo o título graças à vitória por 1 a 0 no primeiro jogo da final.

Foi uma noite de heróis improváveis, decisões polêmicas e corações na boca, tudo aquilo que só o futebol e o Timão são capazes de proporcionar.

O grande nome da final foi Hugo Souza. O goleiro, que já havia sido decisivo na primeira fase ao defender um pênalti contra o mesmo Palmeiras, repetiu o feito na final ao espalmar a cobrança de Raphael Veiga no segundo tempo.

Foi uma defesa que valeu um título, consolidando o arqueiro como ídolo instantâneo da torcida.

Nem mesmo a expulsão de Félix Torres, que cometeu o pênalti e ainda levou o segundo amarelo pouco depois, foi capaz de frear o Corinthians.

Com um a menos, o time mostrou a raça característica e segurou o resultado, mesmo sob pressão alviverde.

Este título tem um gosto especial.

Depois de uma campanha irregular durante a temporada anterior, com altos e baixos, o Corinthians encontrou sua força quando mais importava.

Foi um campeonato que misturou momentos de qualidade técnica com aquela tradicional "garra corintiana".  Aquela que faz o torcedor sofrer, mas no final sempre vale a pena.

Para a torcida, fica a certeza: pode não ter sido perfeito, pode ter dado dez anos de vida a menos para os mais ansiosos, mas no final, o que importa é que o caneco está no Museu do Corinthians.

E agora, o grito é um só: "CAMPEÃO PAULISTA, PORRA!"



quinta-feira, 27 de março de 2025

Denúncias de Assédio e Desmonte do Setor Anticorrupção Abalam BB Seguridade


Imagem: Eu Quero Investir

A BB Seguridade, controlada pelo Banco do Brasil e responsável por seguros, previdência e capitalização, está envolvida em uma crise interna após denúncias de assédio moral e o suposto desmantelamento de sua área de Controles Internos e Integridade.

Funcionários-chave do setor anticorrupção teriam se afastado por problemas de saúde, alegando pressão e perseguição no ambiente de trabalho.

Em 2024, a Superintendência de Controles Internos e Integridade tinha uma equipe dedicada a investigar irregularidades e garantir transparência na empresa.

Porém, em menos de um ano, todos os membros originais deixaram seus cargos. Relatos obtidos por veículos de imprensa indicam que os profissionais sofreram um isolamento deliberado, sendo excluídos de reuniões e processos decisórios. Também há relatos de bloqueio de informações, dificultando auditorias e investigações internas e por fim, perseguição hierárquica, com avaliações de desempenho rebaixadas e impedimento de promoções.

Os afastamentos por motivos de saúde levantaram alarmes, levando o Ministério Público do Trabalho e o sindicato dos bancários a abrirem investigações.

As denúncias citam o superintendente executivo de Governança, Riscos e Compliance, Maurício Azambuja, e outros gestores como responsáveis por uma suposta campanha para enfraquecer a Superintendência.

O objetivo, segundo as queixas, seria reduzir a autonomia do setor para evitar fiscalizações incômodas.

A BB Seguridade afirmou, em nota genérica, que "não foi notificada pelo MPT" e que mantém compromisso com a governança corporativa.

A empresa evitou comentar as acusações específicas, o que aumentou a desconfiança de sindicalistas e funcionários.

A SCI é crucial para prevenir fraudes e assegurar compliance em uma empresa que lida com bilhões em ativos. Se as denúncias forem confirmadas, o caso pode manchar a reputação do Banco do Brasil e suas subsidiárias, levar a ações judiciais trabalhistas e até penais e gerar desconfiança em clientes e investidores.

O Ministério Público do Trabalho analisa as provas para decidir se aprofunda a investigação. Enquanto isso, pressionam-se por proteção aos funcionários que denunciaram, reestruturação independente da área de compliance e punição aos envolvidos, se comprovadas as irregularidades.


O caso expõe um conflito entre a retórica corporativa de ética e a realidade interna de uma grande empresa.

Se as denúncias se confirmarem, a BB Seguridade terá não apenas um problema trabalhista, mas uma crise de credibilidade perante o mercado e o público.


quarta-feira, 26 de março de 2025

Diplomacia, Oportunidades e a Reconstrução da Imagem do Brasil no Mundo

 

Imagem: Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está realizando, nesta semana, uma visita oficial ao Japão, marcando o reaquecimento das relações bilaterais após anos de negligência diplomática.

A viagem não só reforça os laços históricos entre os dois países, mas também abre portas para investimentos em tecnologia, comércio e sustentabilidade.

A última visita de um presidente brasileiro ao Japão foi em 2016 (Dilma Rousseff).

A visita de Lula é um sinal claro de que o Brasil está de volta ao cenário internacional após o isolamento do governo anterior.

Estão sendo fechadas parcerias em energia limpa (hidrogênio verde), agropecuária sustentável e infraestrutura.

Vale lembrar que o Japão é o 5º maior comprador do agronegócio brasileiro. Lula busca ampliar esse mercado.

A vistia também visa trazer investimentos com empresas japonesas (como Toyota e Mitsubishi) que já operam no Brasil e podem expandir projetos.

Diálogo sobre programas de combate à fome (experiência brasileira) com a tecnologia japonesa em saúde pública e intercâmbio educacional (bolsas para estudantes brasileiros) são outra importante vertente nas conversas.

Já foram assinados memorandos em bioeconomia e descarbonização, uma cooperação em defesa cibernética  e uma declaração conjunta de compromisso com a paz global e reforma da ONU.

A visita ainda desmonta narrativas bolsonaristas de que Lula só visita ditaduras.

O Japão é uma democracia aliada dos EUA, e a viagem foi celebrada pela mídia internacional.

Lula negociou a abertura do mercado japonês para carne brasileira (setor que Bolsonaro dizia "proteger").

Diplomacia não é sobre escolher lados, mas criar pontes.

O Brasil confirma que está de volta no cenário mundial.


terça-feira, 25 de março de 2025

O Dia em que o Brasil Decide seu Futuro

 


Hoje, 25 de março de 2025, começa no STF um dos julgamentos mais importantes de nossa história.

A Primeira Turma, formada por ministros como Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia, analisa a denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro e sete aliados por tentativa de golpe de Estado.

As provas são esmagadoras e se dividem em gravações de reuniões no Palácio do Alvorada onde se discutia intervenção no TSE, documentos que comprovam o plano para decretar estado de defesa e fechar o Congresso e depoimentos de militares e ex-aliados confirmando a articulação golpista

Este julgamento vai definir se nosso país aceita que presidentes tentem derrubar a democracia sem consequências, ou se mostra que as instituições funcionam.

Os bolsonaristas já começaram a espalhar mentiras. Dentre elas que não houve crime.

O próprio ex-ministro da Justiça de Bolsonaro confirmou o plano. As gravações não deixam dúvidas.

Também tentam fazer colar a tese de que é perseguição política.

A PGR levou muito tempo, coletando páginas de provas, incluindo testemunhas do próprio governo Bolsonaro.

E por fim, tentam a tese de que o STF é parcial.

Pelas regras do Supremo, se o relator faz parte de uma das Turmas, ao liberar para julgamento uma matéria, ele encaminha para o colegiado ao do qual é parte. No caso, a primeira turma.

Toda a população brasileira precisa acompanhar de perto esse julgamento, porque democracia se defende todo dia.

Mas enquanto você está lendo isso, bolsonaristas estão organizando campanhas de desinformação.  Grupos extremistas de direita, estão tentando transformar os golpistas em vítimas.

Por isso, não deixe que reescrevam a história. Faça sua parte acompanhando a transmissão ao vivo, compartilhe informações (verificadas), use nas suas redes sociais a #DemocraciaSemGolpe e cobre os seus representantes políticos (vereadores, deputados etc.) a que se manifestem.

Este não é só um julgamento. É um teste para nossa democracia.

È sempre bom lembrar dos 700 mil mortos na pandemia, dos ataques às instituições em 8 de janeiro, do plano pra assassinar o presidente eleito democraticamente, dos pedidos para intervenção militar ou estrangeira no nosso país.  

Agora é hora de mostrar que o Brasil aprendeu com seus erros.

Justiça não é vingança. É garantia de que não repetiremos o passado.


segunda-feira, 24 de março de 2025

O Artista Plural - Contador de Histórias do Cinema e da TV Brasileira

 

Cena do Filme: Estranhas Cotoveladas 
Imagem: G1

O cinema brasileiro ganha um presente com o lançamento de Estranhas Cotoveladas, obra do cineasta Reinaldo Volpato, chegando aos cinemas do interior paulista.

Gravado e ambientado em Torre de Pedra (cidade fictícia), o filme é um mergulho poético e crítico na cultura caipira, longe dos clichês que costumam retratar o homem do campo.

A pequena cidade de Torre de Pedra, não é apenas pano de fundo, mas oferece um monumento geológico que narra o enredo.

Essa relação íntima com o interior transborda no filme, que captura a paisagem e o imaginário caipira com um olhar ao mesmo tempo lírico e contestador.

Diferente das comédias pastelão ou dos dramas folclóricos que dominam as representações do interior, Estranhas Cotoveladas subverte expectativas.

O filme não romantiza nem condescende com o homem do campo. Em vez disso, mostra suas contradições, sua relação com a violência e com a modernidade que avança sobre o interior.

Estranhas Cotoveladas tem certificação da Ancine e sessões em Sorocaba, Bauru, Araçatuba e São José do Rio Preto.

Em um momento em que o Brasil redescobre suas raízes interioranas, seja na música, na literatura ou no cinema, a obra de Volpato se mostra mais necessária do que nunca.

Ela nos lembra que a cultura caipira não é um museu de costumes antigos, mas um universo vivo, cheio de contradições e potência política.

Para quem quer conhecer um cinema que ousa, que critica e que emociona, Estranhas Cotoveladas é uma experiência obrigatória.

Volpato não é apenas um cineasta, mas um contador de histórias em múltiplas linguagens.

Formado pela ECA/USP tem uma trajetória de décadas deixando marcas profundas no Cinema, na TV e na cultura popular do país.

Construiu uma filmografia singular que dialoga coma as raízes brasileiras.

Dentre elas temos Abrasasas (1983), A Moda é Viola (1999), Jahu: A saga do Comandante João Ribeiro de Barros (2007) e Os favoritos da Catira (2012).

Como documentarista, deixou suas marcas em O profeta das águas (2005), onde atuou como produtor e montador, revelando seu olhar sensível para as narrativas do povo brasileiro.

Sua passagem pela TV foi tão marcante quanto seu trabalho cinematográfico como repórter e diretor na TV Cultura (Viola, Minha Viola) programa com Inezita Barroso, Globo Repórter e Jornal Hoje (Rede Globo). Foi gerente de programação da TV Brasil/EBC onde ajudou a moldar a televisão pública brasileira.

Em qualquer atuação, Reinaldo Volpato manteve seu compromisso com as raízes brasileiras, sem jamais cair num lugar comum.

Nesse contexto, Estranhas Cotoveladas sintetiza sua busca pelo caipira e vanguardista, regional e universal, popular e cult.

Sem jamais se contentar com rótulos fáceis, segue buscando formas de contar as muitas histórias que compõem o cenário brasileiro.


Xenofobia na Europa: Um Problema em Ascensão

 

Brasileiros protestam em Portugal.
Imagem - Opinião Socialista

A Europa, conhecida por sua rica história e diversidade cultural, tem enfrentado um crescente desafio: a xenofobia.

O continente, que recebe milhões de imigrantes em busca de melhores condições de vida, tornou-se palco de intolerância, discriminação e violência contra estrangeiros.

Esse fenômeno não é novo, mas tem se intensificado nos últimos anos, alimentado por crises econômicas, tensões políticas e medos infundados.

A xenofobia surge, em grande parte, da percepção de que os imigrantes representam uma ameaça à estabilidade econômica e cultural dos países europeus.

Muitos cidadãos locais acreditam que os estrangeiros "roubam" empregos, sobrecarregam os sistemas de bem-estar social e alteram a identidade nacional.

Essa narrativa ganhou força após a crise financeira de 2008 e durante a recente pandemia, momentos em que a competição por recursos se tornou mais acirrada.

Além disso, diferenças culturais e religiosas exacerbam o preconceito. Muçulmanos, africanos, romenos e refugiados de guerra são frequentemente estereotipados e marginalizados.

Partidos políticos de extrema-direita têm capitalizado esse sentimento, promovendo discursos anti-imigração e defendendo políticas restritivas.

A migração para a Europa é impulsionada por dois conjuntos de fatores. O principal, as Guerras (como na Síria e Ucrânia), perseguições políticas, pobreza extrema e falta de oportunidades em países da África, Oriente Médio e Ásia forçam milhões a deixar suas terras.

Em troca, a Europa oferece relativa estabilidade econômica, empregos, acesso à educação e saúde, além de liberdades democráticas que muitos imigrantes não têm em seus países de origem.

No entanto, a chegada desses grupos tem sido recebida com hostilidade. Insultos xenofóbicos são ouvidos nas ruas, escolas e ambientes profissionais.  Casos de agressões, discriminação no mercado de trabalho e até mesmo ataques terroristas contra comunidades estrangeiras são cada vez mais frequentes.

A intolerância não afeta apenas os imigrantes, mas também a coesão social europeia. Ao invés de integrar os recém-chegados, muitos países adotam políticas excludentes, criando guetos e alimentando ciclos de marginalização.

Isso pode levar ao radicalismo, tanto por parte de grupos xenófobos quanto de minorias que se sentem perseguidas.

Além disso, a Europa enfrenta um declínio populacional e envelhecimento da força de trabalho.

Sem imigrantes, muitos setores essenciais – como saúde, construção civil e agricultura – entrariam em colapso.

A rejeição sistemática a estrangeiros pode, portanto, prejudicar a própria economia europeia no longo prazo.

A Europa já foi, em outras eras, um continente de emigrantes.

Hoje, precisa lembrar que a migração não é uma ameaça, mas uma realidade histórica e global.

A xenofobia não só fere os direitos humanos, mas também enfraquece os valores democráticos que tanto orgulham o "Velho Continente".

Enquanto a intolerância persistir, a Europa estará negando a si mesma a oportunidade de crescer, evoluir e construir uma sociedade verdadeiramente plural.

O caminho para o futuro não está no isolamento, mas na cooperação e no respeito mútuo.


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