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Imagem UOL Notícias |
Enquanto o ex-presidente enfrenta uma série de investigações, incluindo uma denúncia da Procuradoria-Geral da União (PGU) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto envolvimento em tentativas de golpe de Estado e até planos para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes , ele não se declara inocente. Em vez disso, pede anistia, o que muitos interpretam como uma clara admissão de culpa.
Essa postura, somada ao seu distanciamento do
movimento que criou, reforça a percepção de que Bolsonaro está mais focado em
sua própria sobrevivência política e jurídica do que no futuro do bolsonarismo.
Nos próximos dias, apoiadores de Bolsonaro planejam
manifestações públicas em seu apoio. No entanto, diferentemente de 2022, quando
o bolsonarismo reunia milhares em atos marcados por unidade e propósito, o
movimento hoje parece desarticulado. A ausência de Bolsonaro no centro das
atenções e a falta de um discurso mobilizador podem limitar a adesão, tornando
essas manifestações pouco relevantes. Além disso, o próprio Bolsonaro evita
apoiá-las abertamente, temendo que sejam interpretadas como desrespeito às instituições.
Enquanto Bolsonaro se afasta, figuras como seus
filhos, Eduardo, Flávio e Carlos Bolsonaro, além de figurinhas carimbadas do universo
bolsonarista como Nicola Ferreira e Silas Malafaia, tentam manter o movimento
vivo. No entanto, nenhum deles possui o mesmo carisma ou capacidade de
mobilização do ex-presidente.
Em um esforço desesperado, chegaram a buscar apoio
de figuras como Donald Trump, que hoje divide até mesmo a direita nos
Estados Unidos e no mundo. Essa tentativa de importar respaldo internacional
apenas evidencia a fragilidade do movimento no Brasil.
Enquanto Bolsonaro pede anistia, o Congresso parece
evitar o debate sobre o tema. A anistia a golpistas, especialmente líderes e
financiadores, seria um precedente perigoso. Bolsonaro e os figurões das Forças
Armadas que o apoiaram devem responder na justa medida de seu envolvimento ou
prevaricação. A impunidade não só minaria a credibilidade das instituições, mas
também enviaria uma mensagem errada à sociedade: a de que tentativas de golpe e
ataques à democracia podem ser perdoados.
O bolsonarismo, outrora um movimento vibrante, pelo
menos para eles, hoje parece definhar. Com seu líder mais preocupado em evitar
a prisão, especialmente após as graves acusações evidenciadas pela delação
premiada de seu Ajudante de Ordens e pelo próprio acusado pedindo anistia em
vez de se declarar inocente, o movimento corre o risco de se tornar um fenômeno
político do passado.
As manifestações programadas para os próximos dias
podem ser um teste importante, mas tudo indica que, sem a liderança ativa de
Bolsonaro, elas tendem a ser pouco relevantes ou mesmo um fiasco. Assim esperamos.
Enquanto Bolsonaro luta para se manter livre, o
bolsonarismo parece cada vez mais abandonado, deixando seus apoiadores feito
"cachorro sem dono". A democracia, no entanto, não pode compactuar
com a impunidade. Golpistas e seus apoiadores devem ser responsabilizados, sem
anistias ou atalhos.
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