quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Baixa Popularidade de Lula em 2025: Ainda existe antipetismo?

No segundo ano de seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta um cenário político marcado pela queda em sua popularidade. Mas qual o motivo disso?

Esse fenômeno não é isolado, mas sim resultado de uma conjuntura complexa que envolve fatores econômicos, sociais e políticos. E claro, um trabalho violento de setores de oposição como rentistas e outros interessados na derrocada do Governo.

A antipatia em relação ao Partido dos Trabalhadores (PT) e a Lula não é coisa nova.  Remonta a escândalos de corrupção que emergiram durante os governos petistas anteriores, especialmente o caso do Mensalão e a Operação Lava Jato.

No entanto, é importante destacar que a Lava Jato, inicialmente celebrada como um marco no combate à corrupção, revelou-se um episódio marcado por arbitrariedades, excessos e perseguição política cometidos por Juízes e membros do Ministério Público em conluio criminoso para condenarem Lula e alguns aliados.

Notadamente o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol, extrapolaram suas funções, atuando de forma parcial e com claros interesses políticos.  Como se viu mais tarde, Moro virou ministro de Bolsonaro e Deltan elegeu-se Deputado Federal, já cassado.

As conduções coercitivas, vazamentos seletivos à imprensa e a politização das investigações não apenas prejudicaram a imagem do PT e de Lula, mas também minaram a credibilidade das instituições jurídicas. Esses atores que, posteriormente, buscaram carreiras políticas, evidenciaram assim que a operação serviu como trampolim para suas ambições pessoais em detrimento à destruição de empregos, empresas e provocando outras tragédias na economia do nosso país.

Mas vamos lá.

Apesar de Lula ter sido eleito em 2022 com uma narrativa de "reconstrução nacional" e combate às desigualdades, a persistência de crises econômicas, o difícil controle da inflação e a guerra contra os juros excessivamente altos, reacendeu a desconfiança de parte da população.

A impaciência da sociedade com os resultados no bolso do cidadão, mesmo diante de uma política econômica que tem conseguido fazer o país crescer, reduzir o desemprego e controlar a inflação, é um fator que pesa contra o governo.

Apesar de avanços em áreas como a retomada de programas sociais e a recomposição de políticas ambientais, parte da população avalia que os resultados práticos ainda são insuficientes para melhorar suas condições de vida.

Medidas como a tentativa de eliminar impostos sobre a cesta básica, embora bem-intencionadas, ainda não foram suficientes para convencer setores mais críticos de que a economia está no rumo certo.

Muitos eleitores, especialmente das classes média e alta, reproduzindo discurso da Faria Lima, associam o PT a políticas econômicas que consideram irresponsáveis, aumentando o ceticismo em relação ao governo, dificultando os resultados.

Mas vale dizer que a polarização política, que se intensificou no Brasil desde 2016, continua a alimentar o sentimento antipetista e contra Lula.

Grupos conservadores e liberais, aliados a setores da mídia, mantêm uma narrativa crítica ao governo, amplificando falhas e minimizando conquistas.

A oposição, liderada por figuras como o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, capitaliza esse descontentamento, organizando protestos e campanhas nas redes sociais que reforçam a imagem negativa do PT e de Lula, enquanto visam conseguir a anistia para garantir a eleição de Bolsonaro, hoje tornado inelegível pela Justiça.

Além disso,  “fake News”, promovidas escandalosamente por bolsonaristas e alguns parlamentares, têm como objetivo minar as conquistas do governo, em prol da figura de seu "mito. Essa campanha de desinformação busca desestabilizar o governo e reacender o culto à imagem de Bolsonaro, dificultando ainda mais a consolidação das políticas de Lula junto ao Congresso.

Por fim, o desgaste natural de um governo em seu segundo ano contribui para a queda na aprovação. Lula, que já foi visto como um líder carismático e capaz de unir diferentes setores da sociedade, agora enfrenta o desafio de reconquistar a confiança de um eleitorado cada vez mais crítico e exigente, bombardeado por notícias falsas o tempo todo.

Seu governo precisa, portanto, encontrar um equilíbrio entre manter sua base fiel e atrair aqueles que se distanciaram, num contexto onde o antipetismo segue como uma força política relevante.

A superação desse cenário exigirá não apenas resultados econômicos mais robustos e perceptíveis, mas também uma estratégia eficaz de comunicação para combater a desinformação e reconstruir a confiança nas instituições democráticas.

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