Esse
fenômeno não é isolado, mas sim resultado de uma conjuntura complexa que
envolve fatores econômicos, sociais e políticos. E claro, um trabalho violento
de setores de oposição como rentistas e outros interessados na derrocada do
Governo.
A antipatia
em relação ao Partido dos Trabalhadores (PT) e a Lula não é coisa nova. Remonta a escândalos de
corrupção que emergiram durante os governos petistas anteriores, especialmente
o caso do Mensalão e a Operação Lava Jato.
No entanto,
é importante destacar que a Lava Jato, inicialmente celebrada como um marco no
combate à corrupção, revelou-se um episódio marcado por arbitrariedades,
excessos e perseguição política cometidos por Juízes e membros do Ministério
Público em conluio criminoso para condenarem Lula e alguns aliados.
Notadamente o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol, extrapolaram suas funções, atuando de forma parcial e com claros interesses políticos. Como se viu mais tarde, Moro virou ministro de Bolsonaro e Deltan elegeu-se Deputado Federal, já cassado.
As conduções coercitivas, vazamentos seletivos à imprensa e a politização das investigações não apenas prejudicaram a imagem do PT e de Lula, mas também minaram a credibilidade das instituições jurídicas. Esses atores que, posteriormente, buscaram carreiras políticas, evidenciaram assim que a operação serviu como trampolim para suas ambições pessoais em detrimento à destruição de empregos, empresas e provocando outras tragédias na economia do nosso país.
Mas vamos lá.
Apesar de Lula ter sido eleito em 2022 com uma narrativa de "reconstrução nacional" e combate às desigualdades, a persistência de crises econômicas, o difícil controle da inflação e a guerra contra os juros excessivamente altos, reacendeu a desconfiança de parte da população.
A
impaciência da sociedade com os resultados no bolso do cidadão, mesmo diante de
uma política econômica que tem conseguido fazer o país crescer, reduzir o
desemprego e controlar a inflação, é um fator que pesa contra o governo.
Apesar de avanços em áreas como a retomada de programas sociais e a recomposição de políticas ambientais, parte da população avalia que os resultados práticos ainda são insuficientes para melhorar suas condições de vida.
Medidas como
a tentativa de eliminar impostos sobre a cesta básica, embora
bem-intencionadas, ainda não foram suficientes para convencer setores mais
críticos de que a economia está no rumo certo.
Muitos eleitores, especialmente das classes média e alta, reproduzindo discurso da Faria Lima, associam o PT a políticas econômicas que consideram irresponsáveis, aumentando o ceticismo em relação ao governo, dificultando os resultados.
Mas vale dizer que a polarização política, que se intensificou no Brasil desde 2016, continua a
alimentar o sentimento antipetista e contra Lula.
Grupos
conservadores e liberais, aliados a setores da mídia, mantêm uma narrativa
crítica ao governo, amplificando falhas e minimizando conquistas.
A oposição,
liderada por figuras como o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados,
capitaliza esse descontentamento, organizando protestos e campanhas nas redes
sociais que reforçam a imagem negativa do PT e de Lula, enquanto visam conseguir a anistia
para garantir a eleição de Bolsonaro, hoje tornado inelegível pela Justiça.
Além disso, “fake News”, promovidas escandalosamente por
bolsonaristas e alguns parlamentares, têm como objetivo minar as conquistas do
governo, em prol da figura de seu "mito. Essa campanha de desinformação
busca desestabilizar o governo e reacender o culto à imagem de Bolsonaro,
dificultando ainda mais a consolidação das políticas de Lula junto ao
Congresso.
Por fim, o desgaste natural de um governo em seu segundo ano contribui para a queda na aprovação. Lula, que já foi visto como um líder carismático e capaz de unir diferentes setores da sociedade, agora enfrenta o desafio de reconquistar a confiança de um eleitorado cada vez mais crítico e exigente, bombardeado por notícias falsas o tempo todo.
Seu governo
precisa, portanto, encontrar um equilíbrio entre manter sua base fiel e atrair
aqueles que se distanciaram, num contexto onde o antipetismo segue como uma
força política relevante.
A superação
desse cenário exigirá não apenas resultados econômicos mais robustos e
perceptíveis, mas também uma estratégia eficaz de comunicação para combater a
desinformação e reconstruir a confiança nas instituições democráticas.
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