sábado, 9 de outubro de 2021

Meus dois "EU"s.

Há uma diferença enorme entre ter pensamentos e pensar.

Eu acordo e fico na cama olhando pro teto e os pensamentos desfilam como que a me mostrar o quanto "um alguém", que vive dentro de mim, tem planos, projetos, medos, crenças etc.

Não se preocupe quem me quer bem, acreditando que eu esteja desenvolvendo algum tipo de esquizofrenia.  Isso, na verdade, é muito mais normal do que imaginamos.

Esse alguém, que sou eu, tendo pensamentos diversos é o principal influenciador do outro alguém, que sou eu "de fato".

Se ele estiver bem (tiver tido uma boa noite de sono, um bom dia anterior), esses pensamentos serão bons, agradáveis e me farão sair da cama bem humorado, disposto e motivado. No entanto, um desarranjo gástrico, uma noite de insônia ou pernilongos, farão com que essa "chuva" de pensamentos me jogue pra baixo, me fazendo lembrar o quanto eu tenho dívidas, compromissos, o quanto dói minha cabeça, o quanto estou triste, a lâmpada queimada do farol do carro e por aí vai.

É muito difícil lidar com essa força interior que me deseja dominar o tempo todo. Mas tenho aprendido, graças ao exercício diário da meditação, que posso sim tomar o controle e ser o autor da minha própria vida.  O dono único de minhas decisões.

Claro... fácil não é.

Mas acredite.  Dá pra decidir se terei ou não um bom dia, independente do dia anterior e independente das preocupações que o "outro eu", faz questão de me trazer o tempo todo na memória.

O "eu de fato" precisa interferir nos pensamentos e dizer em alto e bom som para esse outro alguém:

 "Eu recuso esse pensamento, aquele e aquele outro.  Trate agora de pensar nisso, nisso e nisso".

E pronto.  Isso é pensar e não ter pensamentos.

Ao jogar xadrez, preciso tomar decisões.  Então preciso pensar e não ter pensamentos.  Um jogador de xadrez que fica preocupado com o tempo, com o talento do adversário, com os barulhos e a temperatura do ambiente, está tendo pensamentos e não irá ganhar a partida.  Para lograr vitória, deverá "pensar".  Pensar em si como um grande jogador, estrategista e sobretudo pensar nas ações, nas jogadas e fazer aflorar lembranças de certas atitudes que já o fizeram vitorioso.

O mesmo cenário serve para  tudo na vida.

Ao contrário, temos o hábito infeliz de ficar vivendo do passado e de sensações ruins, muitas delas oriundas de problemas que nem teremos, mas com os quais nos preocupamos o tempo todo.

O que estou dizendo, não tem nada a ver com "polianismo", autoajuda ou o que o valha.  Isso tem a ver com as experiências que tenho realizado e que estão fazendo, na minha vida, uma diferença incrível.

Desculpe se esse texto vai assim, meio jogado.  Ainda tenho dificuldades de guardar para mim, tanto coisas boas, quanto as nem tanto.  Por isso, registro também aqui essa reflexão para que amigos ou próximos possam tentar também.

Dominar a si mesmo é lutar contra aquele outro eu interior, que na verdade está no comando desde que nascemos.  Seu modus operandi é ficar nos entupindo de pensamentos inúteis e ruins, ou nos forçando a ligar o rádio do carro ou a TV afim de fazer barulho constante e suficiente pra evitar que pensemos.  Esse "cara" precisa levar um "fora daqui" para que possamos, enfim, assumir o comando.

Juro que serei e seja você também o protagonista do seu destino.



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