quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Por que criar um Blog. Qual o sentido disso?


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Criei esse blog para desabafar, refletir e também para extravasar minhas opiniões. Registrar minha autocrítica acerca do que faço, penso ou sou.
Na verdade, acho que fiz isso porque sempre sonhei ser jornalista, mas nunca tive coragem ou competência.
Comecei por duas vezes o curso de Direito. Na segunda vez cursei até o início do quarto ano, mas não terminei. Minha formação acadêmica só se deu muito tempo depois e no curso de Administração Pública, que concluí, com minha mulher, pela Universidade Federal de Ouro Preto, de Minas Gerais.
Sou nascido em São José do Rio Preto, cidade do interior paulista, em janeiro de 1968, precisamente às 20h30 do dia 18, uma quinta-feira.
Embora brasileiro de nascimento, tenho dupla cidadania.
Neto de Antunes pelo lado materno e Gomes de Castro pelo paterno, não me restou alternativas senão buscar a cidadania portuguesa.
Sabe de uma coisa? Não posso reclamar de minhas origens. Uma miscelânea genética e de gênio muito forte herdados desses dois e das avós, uma filha de italianos (Pontalti Pelozo) e outra espanhola legítima (Molina).
Assim, posso me dizer um "vira-latas" no bom sentido, qual seja o de ter raça indefinida.
Sou apaixonado pelo Brasil e ser brasileiro é isso mesmo. Ser fruto de uma grande mistura. E com certeza em meu sangue tem também a força das raças negra e indígena, o que espero.
Reparti cada minuto dos melhores anos da infância com um irmão super companheiro, o Marcelo. Hoje é um brilhante doutor em Ciências Sociais pela UNICAMP.
Perdi uma irmãzinha ainda bebê, a Denise, mas Marcelo e sua mulher Vanessa me deram uma sobrinha linda, a Annia Yeva.
Sou filho de um casal batalhador, o Carlos e a Darci. Minha mãe já foi dona de escola de música em Mirassol, estilista em sua própria confecção, professora do Estado e agora, aposentada é uma fantástica artesã. O meu pai já foi vendedor de livros, corretor de seguros por muito tempo, professor e diretor de escola municipal. Agora aposentado é escritor e poeta. Baita responsabilidade ser filho dessa dupla.
Me casei com Caroline Prosdoskimys Gouvêa, depois também Gomes, sobre quem vou falar em detalhes mais à frente. Desse enlace vieram três filhos, que também vou citar adiante.
Ainda criança colecionei experiências diferentes das outras.
Com amigos preciosos de cabeça muito diferente das crianças e adolescentes que conheço hoje, fundei um clubinho que tinha atas, eleições, boletim informativo e tudo mais. Não sei de onde tiramos essas referências. E funcionava muito bem.  Havia uma parte ritual com velas e oração e outra administrativa.  Semelhante às irmandades que eu viria participar bem mais tarde.  Quem sabe fruto de antigas memórias.
Quase todos tínhamos por volta de 12 a 13 anos. Isso tomava o nosso tempo e preenchia com qualidade nossas tardes. O “clubinho” durou anos. Seus antigos participantes são hoje grandes homens, seja no campo pessoal, quanto profissional. Talvez essa saudável brincadeira nos tenha ajudado um pouco, vai saber. 
O fato é que sempre gostei de grupos, coletivos, fraternidades.
Logo na sequência, já um pouco mais velho, me liguei a jovens religiosos.
O mais importante dos grupos em que atuei foi o JUCA, da Paróquia de São Judas Tadeu, comunidade católica na qual, com uma turma incrível, revolucionamos a arte de participar de movimentos juvenis da Igreja. Ali aprendemos, com os inesquecíveis Missionários Combonianos, a pensar de forma avançada na política e mesmo em como conduzir nossa atuação cristã de maneira a realmente fazer a diferença na sociedade.
Depois, levado por um interesse místico, radicalizei um pouco.  Estudar “bem de leve” ciências ocultas, me encaminhou para movimentos diferentes.
Fui iniciado e me tornei Mestre Conselheiro e em seguida Primeiro Secretário Estadual por São Paulo, da Ordem DeMolay para o Brasil, uma instituição paramaçônica que me apresentou uma forma saudável de contribuir com a coletividade.  Acabou que me aprofundei nos estudos esotéricos. Daí pra adiante minha carreira em fraternidades herméticas foi bem produtiva. Aos 20 anos fui iniciado na Antiga e Mística Ordem Rosacruz (AMORC) e na Tradicional Ordem Martinista, essa última fundada pelo filósofo francês Saint Martin.
Aos 21 anos fui iniciado na Maçonaria, pela Loja Doze de Novembro. Mais tarde, junto com valorosos companheiros, fundamos a Loja Aprendizes do Terceiro Milênio. 
Importante destacar que no meio de tudo isso, quando ainda bastante jovem, precisamente aos 15 anos, iniciei minha militância político partidária.
Nessa área, com certeza, cometi equívocos imperdoáveis, mas foram muitos os acertos também.
Numa caminhada política que reputo como evolutiva, fui simpatizante da juventude do MDB, ainda sem título de eleitor. Depois, ajudei na fundação local do PSDB, que naquele momento se formava de uma dissidência do já então PMDB.
O que me atraiu a essa nova legenda, foram nobres figuras como Franco Montoro, Ciro Gomes e companheiros honrados da luta política na minha cidade. Dentre eles destaco Carlos Feitosa (um de meus mentores políticos) e Waldemar dos Santos.
Saí mais tarde do ninho tucano antes mesmo de vê-lo entregar saudáveis empresas brasileiras no que pode ser considerada a maior devassa privatista da história.
Mal informado e nada formado, fui para o PPS acreditando ser ele o herdeiro do “partidão”. Ledo engano. Contudo, foi que ali encontrei camaradas sérios e dedicados e conquistamos a Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto em coligação com o PT.
No Partido dos Trabalhadores estavam grandes companheiros das antigas e justas batalhas comunitárias que abraçávamos.
Enquanto governo municipal mudamos inegavelmente os rumos da Gestão Pública na cidade. Foi a fase em que me uni ainda mais aos velhos combatentes da esquerda, campo do qual não me afastei mais.
Bastante inspirado pelo amigo, camarada e segundo mentor político, Roberto Vasconcelos, o Vasco, atuei com Marcelo (meu irmão), Valter De Lucca, Manoel Messias e outros guerreiros, na reorganização em Rio Preto do PCB (Partido Comunista Brasileiro) quando fundamos, por meio de seu comitê municipal, o Instituto Lúcia Galli para clarear e orientar a militância. 
Minha presença e ação nos partidos políticos sempre se caracterizou pelo cumprimento de tarefas.
Ajudei sempre que pude e sem me importar muito com bandeiras em campanhas eleitorais do campo democrático, onde estão PT, PSOL, PCdoB, PCB e caminhei com figuras importantes para nossas defesas.
Reorganizar, filiar e ajudar no crescimento de partidos da esquerda eram e ainda é, para mim, obrigação.
Sempre defendi e comprei a ideia de que partido não é fim, mas instrumento de luta. Tudo se faz para evitar que sua direção caia em mãos erradas.
O interior de São Paulo, sobretudo, tem no ambiente político peculiaridades que assustam os que se apegam a bótons.  Mas eu prendi que aqui se pode ver muita gente avançada em partidos de centro ou até de direita, enquanto há cidadãos atrasadinhos e rançosos militando na esquerda. Mas claro, não dá pra usar isso como desculpa pra “pular de galho em galho”, ou justificar possíveis deslizes ideológicos.
Mais recentemente fui filiado e membro da executiva municipal do PT – Partido dos Trabalhadores, o maior partido de massas da América Latina e cuja gestão federal deu a este país o melhor governo de sua história até então. Com contradições, gente boa e gente ruim, tenho orgulho de ter pertencido aos seus quadros.
Hoje, no entanto, estou no PCdoB para onde fui com a missão de reestruturá-lo e ajuda-lo a ser salvaguarda da sua mensagem aqui nessa cidade e região. E cumprirei, com meus camaradas, essa tarefa com grande devoção. 
Na atuação política coleciono algumas ações que me orgulham.
Após ser candidato a vereador por duas vezes, fui convidado para contribuir com o Governo que ajudamos a eleger no início dos anos 2000. Exerci na prefeitura as funções de Assessor Especial e Secretário Interino de Governo por três anos. Foi-me possível deixar rastros dessa presença na vida pública, com destaque, a fundação do Fórum de Associações de Moradores (o maior caso de participação popular organizada na história desta cidade) ao lado de Feitosa, Clayton Romano, João Paulo Rillo e outros companheiros.  
Contribuí também na organização popular dos moradores dos mais de 100 loteamentos irregulares que submetia cerca de 22 mil pessoas a um quase abandono público. Iniciei projetos que vingaram e outros que não tiveram sequência após minha saída voluntária, mas que representaram, enquanto ativos, muito e a um bom número de cidadãos envolvidos.
Isso foi fundamental para minha decisão em cursar, mais tarde, Administração Pública. 
Se por um lado havia a militância político partidária, a participação até contraditória na religião e sociedades místicas, em paralelo, me ajudaram no engajamento a outras frentes importantes. Foi assim que tive a honra de participar com gente extremamente avançada, do inesquecível GEAPOL (Grupo de Estudos e Ação Política).
Criado com apoio incondicional dos padres Valdecir Dezidério (Paróquia da Vila Maceno) e Jarbas Dutra (Paróquia da Redentora), o grupo nasceu à luz da Campanha da Fraternidade Fé e Política. Como membro da Pastoral Social Diocesana competia a mim participar de outras ações. E o GEAPOL era uma delas. Foi com este grupo que tumultuamos a vida de uns espertinhos na cidade.
Foi de dentro do GEAPOL que fundamos a Amigos de Rio Preto, um tipo de agremiação de cidadãos que acompanhavam a Câmara Municipal e contribuíam também na fiscalização do Executivo local. Com este mesmo grupo, fundamos a Universidade Aberta em parceria com a UNESP. 
Já no campo pessoal, nunca deixei de correr atrás de minha própria felicidade.
Conheci, namorei por dez anos e finalmente me casei em 1999 com a valente e combativa Caroline Prosdoskimys Gouvêa.
Trabalhadora dedicada, desde tenra idade, me deu três filhos maravilhosos: o Gabriel, o Rafael e o Daniel. Cada um deles com suas qualidades e promessas são o orgulho de toda uma vida. O meu legado definitivo a esse mundo e com certeza minha maior contribuição ao projeto “vida”.
Caroline foi fundamental para muitas de minhas escolhas.  Ficar em Rio Preto quando meus pais estavam na Capital São Paulo.  Assumir a empresa de meu pai e mais tarde fundar a nossa própria corretora.  Estudar, primeiro direito e anos mais tarde, Administração Pública.
Apoiou meus ideais políticos e suportou minhas doenças (primeiro um tumor, vencido em 1999 e dois episódios de AVC).  Enfrentou comigo crises financeiras e mesmo existenciais que vivi ao longo de minha primeira etapa de vida adulta.
Eu havia sido office-boy, professor de cursos profissionalizantes, inspetor de seguradora, consultor de franquias, dono de escolas (informática, inglês e profissionalizantes) sempre contando com sua força e incentivo. E foi também por sua forte sugestão que me habilitei em 1991 como Corretor de Seguros e finalmente fundamos, eu e ela, a San Martin Corretora de Seguros.
Com o nome inicial de Confidence, a empresa operou como corretora de seguros convencional por quase 20 anos até entrar (por insistência de Carol) no Mercado de Franquias. 
Em 1913, se tornava realidade esse sonho.  Caroline então se desfez de sua parte no contrato social em prol da entrada de sócios investidores, dentre eles o eterno amigo de ambos, Edinilson Lopes, até hoje sócio nas empresas do grupo.
Com cerca de 300 unidades espalhadas por todo o território nacional, se não nos deixou ricos, a marca transformou nossas vidas e a de muitos outros à nossa volta.
No ano que vem completaremos 25 anos desde a fundação da San Martin Corretora de Seguros.  
Com processo já iniciado, de novo por insistência de Caroline, a empresa estende suas asas e chegará a Portugal com operações programadas para o início de 2020. 
Pouco antes da San Martin se lançar no franchising, eu havia criado, com Edinilson e outros parceiros, a Maria Brasileira, também uma franquia, que conquistou muito sucesso e que ainda hoje, mesmo eu não sendo mais sócio, me enche de orgulho. 
Entre meus negócios atuais, além da San Martin, estão a Seleta Negócios, formatadora de franquias e consultoria, o BANNEG, que com representação de produtos financeiros já ocupa uma boa posição no Mercado de Franquias e por fim a SAMBA, que ainda está em fase inicial, mas promete. 
Com meio século de vida e agora divorciado, sigo motivado e continuarei dividindo meus dias entre a família, o trabalho, minha transcendência espiritual e a atuação política.
No fim dos anos 90s escrevi um livro. Pequeno, na verdade. Apesar do nome, Saindo do Fundo do Poço não é um livro de autoajuda. Fala da relação com a “depressão”. Fruto de minha própria vivência, que aliás me acompanha até hoje.
A modesta obra chegou na sexta edição e foi publicada pela Edições Paulinas. Participou da feira do livro em Frankfurt, na Alemanha.
Vaidoso, adoro falar de mim sem pudores.  Por isso então segue uma última confissão. Sou apaixonado por Ufologia, tendo na matéria um hobby que trago para as minhas noites e horas vagas.
Só pra constar, esse hábito de escrevinhar ou propagar minhas opiniões e feitos, embora seja sim fruto de uma grande vaidade, não deixa de representar um convite a outras pessoas (dentro e fora de meu convívio) para comigo abraçar a esperança em dias melhores.

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