domingo, 30 de setembro de 2018

Debater à exaustão... mas até o final. Corajosamente.


Engajado em política desde tenra idade, perante amigos e familiares já é conhecida minha paixão pelo tema e muitos deles me procuram, em épocas eleitorais, para “assuntar” e quem sabe ajuda-los a decidir o voto com base em algumas opiniões.
Claro que eu já tomei muitas decisões erradas nesta jornada que remonta mais de 35 anos de militância pesada.  Fui fundador e dirigente de partidos políticos na cidade, de loja maçônica, associações de moradores, fóruns e de grupos diversos nos quais o debate político é inevitável e exige coerência do discurso com a prática.
Mas por outro lado é bem verdade que desenhei uma caminhada, na qual a tendência e anseio tem sido buscar o que há de melhor para meus filhos e para a sociedade em geral.  E isso tem me colocado, quase sempre, pelo menos para mim, do lado certo da história.
Não dá para acreditar que, em sã consciência, as pessoas queiram sugerir ou fortalecer pensamentos e práticas que tenham por nocivas.
Decisões erradas nas escolhas políticas, estão mais para equívocos que propriamente má fé.  Ou são fruto de desinformação e alienação ou fruto de consciências trabalhadas via manipulação de informações por interessados nisso.  São anos, por exemplo, de doutrinação da Globo, Veja, Isto É etc., todos veículos ligados a grupos próximos e que servem interesses pesados, inclusive estrangeiros.  E não são poucos, esses interesses.
De qualquer modo eu não guardo segredo de minhas defesas.  Quando não estou concorrendo, estou trabalhando em favor de nomes e projetos.  Em ambos os casos, explicitando muito e como posso os meus posicionamentos.
Tenho negócios e muitos amigos.  Mas não tenho medo de comprometê-los ou danificar as relações.  Aposto no amadurecimento das pessoas que são capazes de dialogar e aceitar o contrário do que defendem, como aliás, eu mesmo faço.
Antes, cartinhas e adesivos nos carros, plaquinhas na casa e muita conversa com amigos e nas ruas.  Hoje, descobri como usar e portanto, alia-se à boa conversa, uma frequente participação minha nas redes sociais (Facebook, Instagram, WhatsApp).  É sem dúvidas um meio eficaz e abrangente de se expressar.
Por isso, vim declarar meus votos aqui no blog e depois, claro, compartilhar onde der e puder. E até o dia das eleições, estou panfletando nas ruas e realizando reuniões em pequenos grupos com a intenção de, efetivamente, contribuir para ver prosperar no final, o que creio ser “melhor”.
É muito importante a gente fazer isso, contudo, sem carregar de ódio, de prepotência ou de arrogância, vícios próprios de quem se acredita dono da verdade, mas não buscou embasamentos concretos ao se convencer.  Sobretudo, não debateu.  Contrapontos são fundamentais para decisões mais acertadas.
Apesar ainda da relevância dos cargos majoritários (presidente, governador e senadores), destaco a importância gritante de uma boa Câmara dos Deputados e uma Assembleia Estadual que representem realmente as nossas lutas e anseios.  São eles que, no final, derrubam governos, aprovam projetos que viram leis, criam conluios que facilitam ou dificultam nossas vidas.
Então, começando de meu Estado, vou defendendo, convictamente, os projetos a que estou acompanhando e os quais acompanharei até o final dos respectivos mandatos.  Afinal, votar sem cobrar é como comprar frutas e deixa-las apodrecer em uma fruteira abandonada, sem sorver das frutas, seus princípios e vitaminas, enquanto apodrecem e juntam moscas.
Como filiado a um partido, devo ressaltar que tenho batalhado em prol de candidatos do mesmo.  Leci Brandão, atual Deputada Estadual pelo PCdoB em São Paulo e Henrique Domingues, estudante combativo de Guarulhos estão com seu material presente no meu carro, mochila e lugares onde posso deixa-los.
Mas farei um voto diferente, embora no mesmo campo, com aliado muito importante. Escolha que fiz inclusive com base no que já vivemos juntos em diversas lutas.
Assembléia Legislativa de São Paulo
Por que voto em João Paulo Rillo (50123) do PSOL?
Em primeiríssimo lugar por conhece-lo.  Saber de uma história que vem desde sua infância, quando já tinha posições e posturas de gente grande e séria. 
Tive a honra de ver mais de perto o João militando quando eu estava no Grupo GEAPOL, ligado à Igreja Católica e ele nos auxiliava em movimentos e atos públicos na defesa das classes menos favorecidas de minha cidade.  Ao mesmo tempo, ajudando na fiscalização das ações dos vereadores.
Mais tarde, João foi voluntário na Secretária de Governo da Prefeitura enquanto eu era Assessor Especial e depois Secretário Interino.  Ele ajudou na constituição do Fórum de Associações de Moradores (o maior caso de organização popular na cidade), além de agregar em projetos de várias outras secretarias, como Educação, Cultura e Orçamento Participativo.  Enfim, sem receber nada, contribuía efetivamente para sua cidade.
Foi vereador, combativo e atuante.  E sob seu olhar atento e vigilante, companheiros de legislatura tiveram que “piar pequeno”, como se diz por aqui.
Seu amor por Rio Preto é indiscutível e sua conduta na Assembléia só confirma isso.  Como Deputado Estadual, buscou e tem garantido recursos para Rio Preto em diversos projetos.  Quero destacar as verbas que conquistou num montante que supera R$ 16 milhões de reais destinados a entidades como AMICC, Sta. Casa, APAE, IELAR, São Judas e tantas outras.
Como eu já afirmei, o combativo João, ao lado do pai Marco Rillo, há anos vereador em Rio Preto, contribuiu para a recuperação de mais de 36 milhões de recursos desviados dos cofres públicos daqui.  Talvez tenha herdado do pai essa aversão pela corrupção ou pelo mau uso do dinheiro público.
E nesse sentido, também tem lutado na ALERP onde propôs ação de improbidade contra o Governador Geraldo Alckmin na questão do escândalo do “propinoduto” que se verificou no Metrô de São Paulo.  Também combateu de frente o vergonhoso caso da Máfia da Merenda, que envolveu o Governo do PSDB de São Paulo.
Rillo brigou contra o fechamento da UPA do Santo Antônio aqui na cidade, importante instrumento popular da saúde de São José do Rio Preto e garantiu ainda a compra de um aparelho de raio x para a unidade. Agora briga pela presença ali de pediatra, luta que se une a tantas outras que já fez pela saúde.
E enquanto muitos reclamam da segurança no Estado, não posso deixar de citar que João Paulo ficou ao lado de policiais que reivindicavam 15% de reajuste nos seus ganhos, defendeu a incorporação de 10% das diárias nos salários deles e a concessão de diárias quando o policial exercer atividades fora da jornada normal.  Ações que dão reconhecimento a esses profissionais e lhes conferem respeito e um pouco mais de dignidade.
Me lembro ainda do João ao lado dos estudantes de Rio Preto e do resto do Estado na briga contra o fechamento de salas de aulas e para ampliar o financiamento da educação pública.  E como ele, apaixonado por cultura, criou e cuida para que se mantenham atuantes e repletos os Centros Culturais Vasco (cujo nome homenageia um velho camarada) e Manoel Antunes (em memória ao ex-prefeito mais amado pelos rio-pretenses).
João é amigo da causa e um simpatizante do PCdoB desde sempre.
Não dá pra não votar em Rillo e por isso abraço sua candidatura e a conduzo por onde vou.
Câmara Federal
Por que voto em Orlando Silva (6565) do PCdoB?
Apesar de soteropolitano, já foi vereador da cidade de São Paulo.  Mas o que mais atrai na trajetória de Orlando Silva é ter começado como todo bom político, na militância estudantil.
Ele foi o único presidente negro da UNE (União Nacional dos Estudantes).  E foi ali que combateu com veemência, as privatizações de empresas brasileiras estratégicas como a Vale do Rio Doce e tantas outras. 
Em seguida, eleito presidente da UJS (União da Juventude Socialista), aprimorou e mobilizou jovens para o combate direto contra a política neoliberal de Fernando Henrique Cardoso com manifestações e uma agenda vigorosa.  Inclui-se aqui um abaixo assinado com apoio do Fórum Nacional em Defesa do Trabalho para criação de CPI no famoso caso Telebrás, um dos muitos escândalos daquele governo.
Convidado para o setor de educação, Orlando passa a integrar o Centro de Estudos Sindicais afim de contribuir na formação política e sindical dos dirigentes e militantes sindicais.
No Governo de Lula, foi Secretário Nacional de Esporte e Secretário Nacional de Esporte Educacional antes de ocupar o cargo de Ministro do Esporte.  Foi então que colocou o Brasil na agenda esportiva internacional.
Realizou os Jogos Pan-Americanos e os Parapan-Americanos em 2007 com grande êxito em um momento onde o Brasil bateu seu recorde de medalhas de ouro na competição. 
Orlando lutou efetivamente para trazer a Copa do Mundo de 2014 para o Brasil e entregou milhares de obras de infraestrutura esportiva que ainda são utilizadas para a prática esportiva e educacional.
Reivindicada por cerca de 40 anos, Orlando elaborou e implantou a Lei de Incentivo ao Esporte que serve de estímulo fiscal ao investimento privado.
Eleito Deputado Federal, no último mandato, Orlando é um dos deputados mais influentes da Câmara com destaque à garantia da aprovação de importantes projetos como o que trata da reoneração da folha de pagamento e a Lei Geral de Dados que visa a proteção dos cidadãos e de seus dados, sem, no entanto, atrapalhar ou impedir as oportunidades de negócios.
Sua presença no Congresso Nacional é importante para a salvaguarda de nossa democracia e a retomada dos projetos interrompidos por conta do impeachment que devolveu o país aos mandatários de sempre.
Quem são meus candidatos majoritários?
Durante anos eu procurei estar presente nos partidos políticos. 
É ali, no seio dos partidos que se aprende a militar, a entender os problemas gerais que assolam a população brasileira e também que se verificam as ideologias que apresentam ou deveriam apresentar as soluções viáveis para cada questão.
Também é o local onde os candidatos são escolhidos primeiro, antes de sua colocação pública para a escolha do eleitorado. É nesse momento que podemos barrar muitas candidaturas impróprias.
Tanto quanto na casa da gente, na empresa onde trabalhamos, ou mesmo na igreja que frequentamos, há pessoas boas e ruins nos partidos.  Até porque os filiados são pessoas comuns da sociedade, representando então o que se pode chamar de “substrato” da sociedade brasileira.
Estar presente nesse meio é garantir que teremos a oportunidade de interferir diretamente no processo político, mesmo sem exercer cargos públicos.  Pois podemos, nos diretórios e executivas, assembleias e congressos partidários, discutir planos de governo e coligações.  Estar ou não em enfrentamentos. Apoiar ou não, outros partidos.
Desde meus 15 anos de idade, nos idos de 1983, eu já militava em um movimento ligado a partido político, pois eu só poderia ser filiado após os 18 anos.  Nunca mais me afastei. 
Foram vários partidos e várias defesas.  Contribuições inegáveis e óbvio, muitos equívocos.
Mesmo com esses tropeços, estou bem convencido de que evolui.  Tudo teve inicio lá atrás, quando visitei um lixão e vi gente comendo e catando restos num cenário nojento, odioso, assustador. 
Naquele instante, nasceu em mim a intolerância com a acumulação de poucos, com a incoerência de quem se diz cristão, mas não se condói com as mazelas de tantos.  Aflorou também minha antipatia com o discursinho da meritocracia, que claro, não serve para os iguais.  Brotou minha falta de paciência com o não entendimento de muitos do seu pertencimento de classes, que bota irmão contra irmão e trabalhador contra trabalhador.  Surgiu-me a revolta, que trago até hoje, contra a anestesia da população, vítima de um projeto de alienação, sucateamento de escolas e compra de consciências por esmolas e favores.  E alargou, por fim, minha necessidade de combater a entrega da força de trabalho por mixaria, sempre em detrimento ao aumento do lucro, sem o menor esforço, dos grandes detentores dos meios de produção.  Até hoje são sentimentos que fazem parte de meu DNA.  Superam minha condição de empresário ou mesmo de brasileiro.
Seria incoerência minha não desejar, com ardor, o reestabelecimento de um governo voltado ao trabalhador, com promessas de resgatar as imensas dívidas sociais contra negros, pobres e outros explorados.  Não seria eu se não buscasse a recondução das políticas públicas que, embora parcas, estavam tirando tantos da miséria e da fome.  Possibilitando, com todas as contradições, a ascensão dos “pequeninos” ao ensino superior, a uma alternativa de emprego com salário menos indigno e ao próprio consumo (participação mínima na economia).
O país dos meus sonhos, por certo não pode ser garantido por nenhuma candidatura que se apresenta.  Só o povo, efetivamente decidido e cônscio de seu poder, poderia transformar o Brasil num país plenamente justo e igual.  Mas nossa gente está dividida, com visão turva e sobretudo não aprendeu a exercer a plenitude de seus direitos.  Ainda precisamos do voto como uma muleta da democracia.
Então, em virtude disso, caminhamos ainda com a representatividade que o processo eleitoral nos pode oferecer.
Como sofremos um duro golpe após o último pleito, às vezes eu creio que os seus artífices, os emissários das trevas que se valeram de moleques de recado das grandes elites (congressistas sem caráter, parte do judiciário e da mídia), podem não deixar que meus candidatos, todos da esquerda, tomem posse. 
Ainda quando se desenhava o atual cenário de candidaturas, o PCdoB, partido no qual estou filiado, tentou provocar uma coalisão entre os principais protagonistas da esquerda nessa campanha.  Conversou com o PDT de Ciro, com o PSOL de Boulos, com o PSB e com o PT.  Mas havia muita coisa envolvida.  Mágoa, vaidades e outros sentimentos, foram superiores à necessidade e bom senso de estarem no mesmo barco.  No final, o PCdoB cerrou fileiras com o PT, seu antigo aliado e que se comprometeu a defender os principais itens alardeados nos discursos de Manuela D’Ávila, a quem recebeu como vice.
Por isso voto Haddad (13), que representa Lula, o governo interrompido e a possibilidade de retomada, de quebra dos ridículos e pecaminosos contratos firmados, às pressas, pela quadrilha de Temer.  O candidato natural seria Lula.  Mas Haddad está anos luz de ser apenas “um poste”.  Preparado, o ex-ministro e ex-prefeito da capital de São Paulo, tem dado mostras que aplicará, na íntegra, o “plano de governo”, o que nos dá ânimo e unifica, no final.
A prisão arbitrária e sem precedentes do ex-presidente é algo que ainda será muito discutida.  Brasileiros que quase não entendem da sua própria situação, se arrogam nas redes sociais e botequins a se postarem como especialistas em leis, em política, depois de anos sem qualquer comprometimento em saber sequer os nomes dos deputados que elegeram.  Ignoram a posição de importantes juristas, intelectuais, líderes de dentro e fora do Brasil que afirmam categoricamente a incorreção dessa condenação que castrou a possibilidade da reeleição de Lula.
Mas o compromisso da chapa (PT/PCdoB) é retomar os projetos interrompidos.  Desfazer os crimes de Temer e recuperar o tempo perdido com o sangramento provocado pelos que perderam as eleições de 2014.
Consequentemente meus demais votos não poderiam ser divergentes desse projeto.  E sigo acompanhando a chapa, com os senadores Suplicy e Tatto, além do governador Luiz Marinho (13).
Desnudado e entregue ao julgamento de quem o desejar, deixo claro que, com grande respeito, aceito oposição e debater contra quem quer que seja.  O que é inaceitável é quando recebemos agressões violentas, ofensas à honra, muitas vezes presencialmente, nas ruas ou grupos de amigos e familiares.  Mais comum, em nossos perfis particulares das redes sociais, onde se fala o que se quer, sem a preocupação das consequencias.
A discussão é válida e importante.  Aperfeiçoa nossas ideias, obriga-nos ao estudo das várias possibilidades.  Faz com que aprofundemos nossas convicções ou, tendo-as derrubadas pela falta de argumentos, que sejam repensadas. 
Tudo, no entanto, dentro de um clima de inteligência, educação e o mínimo de tolerância.
No último sábado, ao participar ativamente do movimento #elenão em minha cidade e publicá-lo nas redes sociais, não me faltaram ataques deselegantes diretamente no WhatsApp.  E isso, de longe, pode ser considerado divergência de opinião.  Penso mesmo se tratar de ódio puro, muitas vezes infundado, seja por alguma ideia, seja fruto de sentimento reprimido.  Assim não vale.  Não acrescenta, não ilumina, não produz nada.
Então compartilho minha posição alertando sempre para o fato de que ela é fruto de minha reflexão pessoal, sem nenhuma pretensão de convencimento ou afirmação absoluta de verdade incontestável.
Só que com isso, mantenho tranquila minha consciência, acredito-me contribuindo para a ideia que defendo e sobretudo, ajudo a quem estiver precisando de contrapontos, no seu esclarecimento.
A todos, uma boa eleição.  E vamos ver o que vem depois.

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