terça-feira, 15 de novembro de 2016

Vender Mais - Adaptação

O maior desafio no mundo dos negócios é justamente vender mais.
Não importa se mercadorias ou serviços, as empresas foram criadas para se colocar no Mercado por meio dos seus produtos.
É na venda deles que ela se sustenta, se mantém.
Este desafio não é de hoje.  Por muitos anos, vender é vender e se a empresa não vende, está fora do Mercado e pronto.
Mas com o tempo, o Mercado foi ganhando novos formatos.  Diferentes nuances.
O dinamismo dos avanços tecnológicos que substituem mecanismos humanos por meios eletrônicos é um exemplo disso.
O próprio consumidor é muito diferente e muda a todo instante numa velocidade ainda maior que estes avanços.
Minha querida avó, um dia contou-me uma história que eu sempre narro a amigos e colegas de trabalho.  Trata-se do esforço hercúleo que ela precisava fazer para poder tomar seu banho diário, há algumas décadas atrás.
Morando na zona rural ela enfrentava uma verdadeira luta.  No entanto, manter este hábito não era muito diferente pra quem habitava a cidade mais próxima, de onde ela vivia.
Ela contou-me que saía de sua casa, andava alguns passos, cerca de cinquenta metros, para chegar até o poço, a cisterna.  Com um balde vazio nas mãos, ela girava uma grande manivela de madeira para alcançar o fundo e retirar de lá alguma água.  Era pesado o retorno do balde, exigindo uma força sobressalente para puxá-lo.  Enfim, a água chegava, turva às vezes é verdade.
Segundo me disse, já teve um dia, ou dois, em que teve que retirar um sapo que veio junto à água.
Então, com o balde agora cheio e pesado, voltava pra casa.  Esquentava um pouco a água no "fogão a lenha" que dava trabalho semelhante para acender (lenhas, fogo, abanos etc.).
Após testar, com o dedo, a temperatura da água, carregava o balde até o banheiro, agora com um pano para proteger as mãos de uma possível queimadura.  Ao chegar no lugar de banho, tinha que subir em uma cadeira para despejar a água em uma lata afixada no alto de um ferro bem posicionado para este fim.  Imagine uma garota fazendo isso.
Despia-se.  Daí, com uma cordinha já preparada, tombava um pouco da água sobre si, se ensaboava e depois jogava mais um pouco da água para retirar a espuma.  No frio, o banho tinha que ser rápido, ou a água esfriava rapidamente, me explicou.
Mas o final valia o esforço.  Estava limpa, cheirosa e bem cuidada.
Agora vamos pensar nas pessoas de hoje.  Em nossos filhos.
Contam com banheiros confortáveis, duchas deliciosas e com temperatura facilmente adequável ao gosto, toalhas felpudas, shampoos e cremes de perfume exuberante.  
Não é raro reclamarem do espaço do box, do cheiro do sabonete, da aspereza da esponja.
As pessoas estão absurdamente mais exigentes.  Com tudo à mão, desejam o melhor dos melhores, que amanhã já estará ultrapassado.
É assim no banho, com os eletrodomésticos, com os aparelhos celulares, com o corte de cabelo e com os opcionais dos carros.
Se as empresas não se adaptam a este público, vão perdendo espaço.
Se não é diferente com mercadorias, tampouco com serviços.
Assim, se uma empresa deseja se manter e ao mesmo tempo potencializar suas vendas, deve pensar nisso.  Deve se atualizar e atualizar suas equipes a que foquem mais no cliente.
Alguns detalhes não podem ser desprezados.
A agilidade, por exemplo.  São muitas as pessoas que trocam um delicioso almoço a la carte pelo rápido "self service".  Mas até isso já ficou pra trás. Lanches rápidos e comida pronta entregue nos ambientes de trabalho, são a marca da nova geração de trabalhadores.
Outro importante item a se observar é o espírito democrático que deve permitir ao cliente, montar seus combos, comprar sozinho, escolher e pagar.  Meus filhos ficaram encantados com um supermercado em Londres onde comprávamos e passávamos sozinhos em uma máquina que lia nossas compras, cobrava e dava o troco eletronicamente, sem qualquer intervenção humana.  Talvez por ser novidade.  Mas experimentemos num supermercado aqui, no qual possamos nos livrar das filas e passar nossas próprias mercadorias.  Inovação, agilidade, sentimento de confiabilidade por parte do estabelecimento, dentre outras sensações.
Se no entanto para o tipo de mercadoria ou serviço da empresa, houver um vendedor, um atendente, um consultor, este precisará ser sério.  Não carrancudo, mas sério.  Consciente do que faz, do que vende, do que oferece.  Esclarecedor e facilitador.  Aquele que vai procurar um número que nos sirva, ou então, um modelo bem parecido, mas que interpretou nossa vontade, nosso desejo.  Ele precisará fazer uma leitura de nossa necessidade, inclusive, entendendo um pouco de tudo.  Um multi-versátil vendedor.  Como você é?  E os vendedores de sua equipe, como são?
As empresas precisam se colocar no lugar dos clientes.  Entende-los e por instantes, viver como eles. Focar nos usuários do seu produto ou do seu serviço, antes mesmo de focar nas suas metas ou premissas.
Sinceridade, honestidade, leveza, sustentabilidade, transparência.  É possível vender mais quando somos virtuosos.  O cliente sabe, sente o cheiro de falcatrua, maracutaia, barra muito forçada, venda empurrada.
Essa visão nova deve prevalecer.
Tenho pena das empresas que ainda acham que o grande problema de vender algo reside no preço, ou que se preocupam demais com a concorrência.
Para vender mais, o foco tem que ser o consumidor do produto, do serviço.  O cliente que avançou, mudou e continua se transformando diariamente.

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