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Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/12/2010
Uma das grandes vantagens do origami de DNA é que, ao contrário dos tecidos comuns, ninguém precisa ficar colocando fibra por fibra em um tear - as fitas de DNA se organizam por um processo de automontagem.
Tijolos de DNA
As fitas de DNA são famosas por conterem toda a nossa informação genética.
Mas esta não é a sua única função. Com o advento da nanotecnologia, as moléculas de DNA se transformaram em um estupendo material de construção de estruturas submicroscópicas.
Nanorrobôs feitos de DNA já deram seus primeiros passos e a IBM é uma das empresas que está pesquisando formas de fabricar chips eletrônicos feitos de DNA.
Agora, a equipe de Ned Seeman, da Universidade de Nova Iorque, nos EUA, criou o primeiro tecido de DNA, uma trama cruzada de fitas de DNA que atinge dimensões de até 2 x 3 micrômetros.
Origami de DNA
Construir coisas de DNA é uma alternativa interessante porque as moléculas possuem "encaixes" precisos e altamente seletivos - os pares de bases complementares.
É possível incorporar nas moléculas sequências que se ligam a outras de forma muito específica. Essas chamadas "terminações grudentas" podem ser usadas para criar estruturas com virtualmente qualquer formato.
A flexibilidade é tão grande que a equipe do Dr. Paul Rothemund criou uma nova técnica que passou a ser conhecida como origami de DNA.
Da mesma forma que na tradicional arte japonesa das dobraduras de papel, uma única fita de DNA pode ser dobrada no formato tridimensional desejado usando pequenos oligonucleotídeos sintéticos de DNA.
Tecido de DNA
O tecido de DNA também foi criado com a técnica do origami de DNA, usado para colocar as fitas em formato de cruz. Nos quatro lados de cada cruzamento há várias extremidades grudentas - as extremidades que se encontram são idênticas.
Os pesquisadores usaram dois conjuntos diferentes de cruzamentos com diferentes extremidades. Essas extremidades foram projetadas de tal forma que as sobreposições se unem para formar um padrão alternado.
Como a fita que fica por baixo de um cruzamento sempre se liga à fita que está passando por cima dela, cria-se uma estrutura bidimensional muito parecida com a de um tecido.
A técnica em si não é uma novidade, mas quando os cientistas deixam os cruzamentos se organizarem de forma aleatória eles acabam assumindo formatos de tubos. O uso de cruzamentos que se dobram para baixo e para cima alternadamente permitiu a construção do tecido plano de DNA.
Uma das grandes vantagens do origami de DNA é que, ao contrário dos tecidos comuns, ninguém precisa ficar colocando fibra por fibra em um tear - as fitas de DNA se organizam por um processo de automontagem.
Bibliografia:
Crystalline Two-Dimensional DNA-Origami Arrays
Wenyan Liu, Hong Zhong, Risheng Wang, Nadrian C. Seeman
Angewandte Chemie International Edition
Vol.: Early View
DOI: 10.1002/anie.201005911
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