por Felipe Luiz Gomes
A utopia da paz universal lembra-me Jesus Cristo, S. Francisco de Assis e Paul Singer. O professor P. Israel Singer é um dos intelectuais militantes que pensam a transição revolucionária do modo de destruição capitalista para o socialismo por meio da economia autogestionária, uma revolução social silenciosa e pacífica. Estamos na época em que se festeja o Nascimento de Jesus; mas um senhor vestido de cor encarnada {made in China} tem estado mais presente nas casas dos cristãos do que Cristo. “Jesus, ao mesmo tempo em que anunciava uma reforma sem igual nas coisas humanas, proclamava os princípios sobre os quais a sociedade se guiava há mil e oitocentos anos. O que, de fato distingue Jesus dos agitadores de seu tempo e dos de todos os séculos é seu perfeito idealismo. Para alguns Jesus é um anarquista, pois não tem nenhuma noção de governo civil. Ele fala disso em termos vagos e como uma pessoa do povo, que não tem ideia alguma de política. Nunca se nota nele a intenção de tomar o lugar dos poderosos e ricos. Ele quer aniquilar a riqueza e o poder, e não se apoderar deles. A ideia de que se é onipotente por meio do sofrimento e da resignação, que se triunfa por meio da força e da pureza do coração, é um ideia bem peculiar a Jesus. Ele não é um espiritualista, pois, para ele, tudo leva a uma realização palpável. Mas é um idealista perfeito, sendo a matéria, para ele, apenas a apresentação da ideia, e o real, a expressão vida do invisível. O que é grande para os homens é abominável aos olhos de Deus. Os fundadores do reino de Deus serão simples. Nada de ricos, nada de doutores, nada de padres: apenas mulheres, homens do povo, humildes, crianças. O grande sinal do Messias é a boa nova anunciada aos pobres. A natureza doce de Jesus chegava aqui ao auge. Uma imensa revolução social, em que as ‘classes’ serão alteradas, em que tudo quanto é oficial neste mundo será humilhado, eis seu sonho. O mundo não acreditará nele; o mundo o MATARÁ” (Renan, E. “Vida de Jesus”). O Natal virou mercadoria! Estamos subordinados à agonia da ansiedade capitalista, queremos tudo possuir, comer e destruir. Jesus falava: “Não digais com ansiedade: O que comeremos? O que vestiremos? Não vos preocupeis com o amanhã; o amanhã se preocupará por si próprio. A cada dia basta a sua pena. Pai celeste sabe do que precisais” (Renan, E.). Lembremos que “nos anos seguintes ao martírio de Jesus, as primeiras comunidades cristãs, compostas quase que exclusivamente de judeus ‘proletários’, viveram ou de acordo com um sistema comunista ou no espírito do ideal comunista. Havia judeus que se orgulhavam da pobreza, eram os portadores da justiça social. Santo Ambrósio escreve: O direito comunista foi criado pela natureza. O direito da propriedade privada foi instituído pela violência (Beer, M.). “Tudo que é sólido desmancha no ar...” E viva Noel! Felipe Luiz Gomes e Silva. felipeluizgomes@terra.com.br
Há vários Cristos, cada um cria o Seu Cristo, o seu Deus.
ResponderExcluirTodos somos ateus em relação aos Deuses dos outros. Mataram Tupã ou ele sobrevive o inconsciente coletivo dos povos originários que habitavam essa terra chamada Brasil? Felipe Luiz Gomes e Silva - São Carlos - S. Paulo - El major pinotador.