quarta-feira, 2 de junho de 2010

Deus versus deuses



Artigo do amigo Antônio Cáprio, Professor, Tanabi - SP.

Por que o homem precisa de Deus? Será que Deus precisa do homem? O que é Deus? Deus seria a mesma coisa que deus?
Caminhando pelos livros ditos sagrados, encontramos em diversas fontes respostas ao que pretende Deus, ao que deseja Deus, ao que fez Deus, ao que fará Deus, mas não encontramos respostas exatas sobre o que é Deus. Nada se fala sobre sua ‘genealogia’. Deus é um ser que não teve princípio nem terá fim. Pronto.
Cristãos de várias religiões afirmam que o homem foi criado por Deus para obedecê-lo, amá-lo e servi-lo. Contestam os ateus e mesmo os não ateus, porém duvidosos da existência de Deus, que Deus foi criado pelo homem para obedecê-lo, amá-lo e servi-lo.
Paradoxos ou simplesmente palavras colocadas em sentidos contrários?
Se Deus criou o homem foi porque entendeu que precisava dele. Fez o homem à sua imagem e semelhança, soprou-lhe nas narinas e fez do homem um ser vivo com vontades, desejos, vaidades e sabedoria, afinal, o modelo era o próprio Criador. Criado o homem Deus deveria saber, por sua sapiência, que o homem acabaria por ser desacreditado e expulso do paraíso. Se sabia que o homem seria expulso para que o criou? Ou Deus não sabia disso?
Será que Deus precisaria do homem para conhecê-lo, amá-lo e servi-lo? Em sendo Deus, carece de quem O sirva; de quem O ame ou de quem O conheça?
Interessante como os livros sagrados nada dizem sobre Deus. Não O identificam, não definem seu rosto, não definem seu sexo, apesar da predominância machista da sociedade humana em dizer que Ele é do sexo masculino. Alguns pintores do passado o representaram, por conta própria, como um ser de certa idade, não muito magro, sempre vestido com roupas largas e esvoaçantes e rodeado de anjos e o que é interessante: branco e, praticamente, tipo europeu.
Nas vezes que Ele se manifestou de forma direta a determinados ‘escolhidos’, foi pela voz, pela sarsa ardente ou pelo ribombar de trovões e relâmpagos. Ninguém jamais ‘viu’ a face de Deus. Não há nenhum registro em todos os livros considerados sagrados pelo homem.
A fé é um mecanismo de sentimentos intrínsecos e próprios da pessoa, fé essa não dividida com ninguém nem somada com a de ninguém. É um fator individual, indefinível e próprio do ser humano. Acreditar é uma coisa. Crer é outra e ter fé, muito diferente. Para se crer, acreditar ou ter fé não se exige raça, cor, sexo, diploma ou qualquer outro atributo humano, social ou cultural.
Estranho a insistência dos livros sagrados em exigir que o homem não tenha outro deus ou deuses diante do Deus verdadeiro. Há uma constante nesta exigência. “Não terás outro Deus que não a Mim”, insistem os livros e autores sagrados. Por que será esta preocupação? Será medo um natural, sem pensar, que o autor sagrado deixou escapar quando escreveu seus textos, e, dizem, sob a inspiração dEle?
Deus, criador do Universo. Energia perfeita que a tudo controla e que compõe tudo o que existe. Pronto. Para que dar a Deus forma, sexo, altura, cor, desejo de ser servido, de ser amado, de ser cultuado. Isto não são coisas de Deus e sim de deuses, de quebra-galhos que o homem criou para viver melhor ou complementar sua pouca fé.
Cá para nós: Deus não merece as culpas e os erros que os homens atribuem a Ele. Uma coisa é certa: Deus tem muita paciência com sua criatura.
Muita paciência!

Tanabi, junho de 2010.

Prof. Antonio Caprio.
Escritor e membro do IHGG/Rio Preto.

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