terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Vô Tato

 


Dedico ao meu velho pai, minha homenagem, minha gratidão, meu respeito e minha reverência por tudo o que me transmitiu ao longo desses 54 anos de convivência.

Contudo, não há coisa mais triste que escrever sobre alguém que partiu sabendo que ele mesmo não lerá o texto feito para ele.

Ao mesmo tempo nosso vão entendimento sobre as coisas dessa vida não pode garantir que ele não receba tais palavras, ainda que na forma de vibrações de profundo afeto e amor.

Por isso, assim mesmo traço essas linhas, não só pra exaltar seu papel em minha vida, nem somente em reconhecimento, mas para inclusive pedir perdão pelas falhas e buracos que possam ter ficado pelo caminho no descuidado dia a dia de nosso relacionamento.

Pelo amor que ele nutria por todos nós e fazia questão de deixar claro em cada palavra e gesto seus, não tenho dúvidas de que seu perdão e compreensão inefáveis nos abraçam.

Meu amado pai Carlos Alberto Gomes, chamado pelos amigos da sua doce Nova Granada de Carlos Padre, pelos colegas do ramo de seguros de Carlos Gomes, pelos amigos mais chegados de Cargome,  pelos netos de vô Tato e por mim de Carlos Alberto, foi-se para viver no Oriente Eterno.

Foi receber a justa paga pelo tanto que trabalhou e laborou nessa vida, edificando carreiras, amizades, negócios e família, sem falar nos muitos alunos cujas vidas foram influenciadas pela sua atuação como professor ou diretor de escola.

Foi encontrar-se com a implacável paz de Nosso Senhor, que nesse mesmo instante o está plenificando.

Foi rever amigos e queridos de seu coração que recentemente ou muito antes o precederam para além de nossas nuvens.

Quem o terá recebido primeiro, será sempre a maior dúvida. Sua filha, sua mãe, seu pai, irmãos, sobrinhos... Mas se não há dúvidas de alguma coisa, a principal certeza é a de que está verdadeiramente bem, pois seu legado de homem correto e justo, pavimentaram essa nova estrada.

Ah como é triste e doloroso ver separarem-se os esposos que por mais de 50 anos conviveram.  Como serão tristes os dias sem suas histórias e contos, brincadeiras e resmungos.

Ao mesmo tempo, como é glorioso percebê-lo ainda entre nós no DNA e no caráter de seus filhos e netos, impregnados das tantas virtudes que também possuía e cultivava.

Dá pra lembra-lo lendo seus poemas, contas, crônicas ou romances. Dá pra rir-se de suas tiradas inteligentíssimas de sempre.  E dá pra amenizar a saudade no conjunto de fotos e vídeos que pudemos fazer anos a fio.

Incansável, afável, sensível, honesto, batalhador. Meu pai era um dicionário de ótimas qualidades.  Agora será saudade.  Mas completará o glossário de sua peregrinação terrena com honradez, coragem, orgulho e determinação. Esse último comprovado pela sua luta memorável contra a doença que o ceifou.

Que vá em paz.  Se tinha máculas foram todas apagadas, resolvidas e aniquiladas pelo seu martírio ainda em vida. Livre pois pra passear pelas brumas da serenidade.

Um beijo grande dos filhos, dos netos, da mulher, das noras, dos amigos e demais. Amor eterno!!!

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